Stanislav Belkovski, dirigente do Instituto da Estratégia Nacional, considerou que na decisão da Rússia de vetar a resolução anglo-americana sobre o Zimbabué “não há nada de extravagante e extraordinário”, sublinhando que “nessa decisão reflecte-se toda a psicologia e sistema dos interesses da classe dirigente russa”.
O analista russo assinalou que “para a Rússia é extremamente desvantajoso quando o Conselho de Segurança da ONU faz a avaliação de eleições em qualquer país, porque é claro que as eleições na Rússia ficam longe dos padrões democráticos e o Kremlin não quer que, depois do Zimbabué, chegue a vez da Rússia”.
“Mas, continua Belkovski, a Rússia não ousaria dar esse passo se primeiro não tivesse dado a China”.
“Neste caso, a Rússia escondeu-se atrás de um parceiro mais forte na esperança de, nas suas costas, transmitir a imagem de um parceiro sério" .
A Rússia considerou que a política de sanções dos Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU em relação ao Zimbabué pode criar um perigoso precedente de ingerência nos assuntos internos dos Estados.
“Desse modo, os americanos e os membros ocidentais do Conselho de Segurança que os apoiaram quiseram castigar as autoridades zimbabuianas por acções que, segundo eles, minam a democracia e esmagam os direitos humanos nesse país” – lê-se numa nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, publicada hoje em Moscovo.
“Na Rússia acompanham atentamente os acontecimentos que acompanharam a preparação e realização das eleições presidenciais no Zimbabué. Nós condenamos as violações e actos de violência que tiverram lugar nesse período, pelos quais são responsáveis tanto as autoridades zimbabuianas, como a oposição” – considera a diplomacia russa.
Moscovo explica o seu veto às sanções contra o Zimbabué como o facto de a situação nesse país “não constituir uma ameaça nem à paz e segurança regional, e muito menos à paz e segurança internacional e não exige o emprego de sanções em relação a esse país”.
Segundo a diplomacia russa, “uma componente importante da posição da Rússia em relação ao projecto americano de resolução residiu em que a aprovação desse documento pelo Conselho de Segurança da ONU criaria um perigoso precedente que abriria caminho à ingerência do CS nos assuntos internos dos Estados por estes ou aqueles acontecimentos políticos, incluindo eleições, o que constitui uma violação grosseira da Carta da ONU”.
O Kremlin “rejeita categoricamente o desejo de alguns Estados membros do CS de retirar esse órgão das suas prerrogativas estatutárias, mais precisamente, de o levar para além da manutenção da paz e segurança mundiais”.
“Consideramos semelhantes tentativas ilegítimas e perigosas, que conduzem ao desequilíbrio de todo o sistema da ONU” – sublinha-se na nota diplomática.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros afirma-se convencido de que “a solução dos problemas internos do Zimbabué – e eles existem realmente – deve ser procurada através do diálogo político entre o governo do Zimbabué e a oposição”.
Mais tarde, o MNE da Rússia veio responder às acusações dos Estados Unidos e da Inglaterra de que Moscovo não teria cumprido o que foi acordado na cimeira do G-8 em relação ao Zimbabué.
“Consideramos semelhantes declarações completamente inadmissíveis. No melhor dos casos, os representantes americanos e britânicos da ONU não foram informamos sobre a discussão dos dirigentes do “G-8” ou, no pior dos casos, deturpam conscientemente os factos” – declarou Andrei Vorobiov, porta-voz do MNE da Rússia.
Segundo o diplomata, “na realidade, na proposta especial do “G-8” sobre o Zimbabué, onde se manifesta a preocupação dos dirigentes sobre a situação nessa país, não há um palavra sobre o apoio dos países do “G-8” a quaisquer passos no CS da ONU nesta etapa”.
“Todos os passos da comunidade mundial, seja ao nível regional ou no quadro da ONU, devem ser dirigidos para a busca de métodos político-diplomáticos de solução dos problemas, e não para a complicação artificial da situação, envolvendo o CS da ONU em questão que estão fora da sua responsabilidade” – acrescentou Andrei Vorobiov.
“A Rússia está pronta a trabalhar em Nova Iorque com o projecto de resolução, apresentado pela África do Sul e que visa apoiar o apoio dos esforços de intermediação dos países africanos, mas sem a provação de sanções injustificadas” – frisou.
“Mas esse trabalho foi bloqueado por Washington e Londres” – concluiu.
O analista russo assinalou que “para a Rússia é extremamente desvantajoso quando o Conselho de Segurança da ONU faz a avaliação de eleições em qualquer país, porque é claro que as eleições na Rússia ficam longe dos padrões democráticos e o Kremlin não quer que, depois do Zimbabué, chegue a vez da Rússia”.
“Mas, continua Belkovski, a Rússia não ousaria dar esse passo se primeiro não tivesse dado a China”.
“Neste caso, a Rússia escondeu-se atrás de um parceiro mais forte na esperança de, nas suas costas, transmitir a imagem de um parceiro sério" .
A Rússia considerou que a política de sanções dos Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU em relação ao Zimbabué pode criar um perigoso precedente de ingerência nos assuntos internos dos Estados.
“Desse modo, os americanos e os membros ocidentais do Conselho de Segurança que os apoiaram quiseram castigar as autoridades zimbabuianas por acções que, segundo eles, minam a democracia e esmagam os direitos humanos nesse país” – lê-se numa nota do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, publicada hoje em Moscovo.
“Na Rússia acompanham atentamente os acontecimentos que acompanharam a preparação e realização das eleições presidenciais no Zimbabué. Nós condenamos as violações e actos de violência que tiverram lugar nesse período, pelos quais são responsáveis tanto as autoridades zimbabuianas, como a oposição” – considera a diplomacia russa.
Moscovo explica o seu veto às sanções contra o Zimbabué como o facto de a situação nesse país “não constituir uma ameaça nem à paz e segurança regional, e muito menos à paz e segurança internacional e não exige o emprego de sanções em relação a esse país”.
Segundo a diplomacia russa, “uma componente importante da posição da Rússia em relação ao projecto americano de resolução residiu em que a aprovação desse documento pelo Conselho de Segurança da ONU criaria um perigoso precedente que abriria caminho à ingerência do CS nos assuntos internos dos Estados por estes ou aqueles acontecimentos políticos, incluindo eleições, o que constitui uma violação grosseira da Carta da ONU”.
O Kremlin “rejeita categoricamente o desejo de alguns Estados membros do CS de retirar esse órgão das suas prerrogativas estatutárias, mais precisamente, de o levar para além da manutenção da paz e segurança mundiais”.
“Consideramos semelhantes tentativas ilegítimas e perigosas, que conduzem ao desequilíbrio de todo o sistema da ONU” – sublinha-se na nota diplomática.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros afirma-se convencido de que “a solução dos problemas internos do Zimbabué – e eles existem realmente – deve ser procurada através do diálogo político entre o governo do Zimbabué e a oposição”.
Mais tarde, o MNE da Rússia veio responder às acusações dos Estados Unidos e da Inglaterra de que Moscovo não teria cumprido o que foi acordado na cimeira do G-8 em relação ao Zimbabué.
“Consideramos semelhantes declarações completamente inadmissíveis. No melhor dos casos, os representantes americanos e britânicos da ONU não foram informamos sobre a discussão dos dirigentes do “G-8” ou, no pior dos casos, deturpam conscientemente os factos” – declarou Andrei Vorobiov, porta-voz do MNE da Rússia.
Segundo o diplomata, “na realidade, na proposta especial do “G-8” sobre o Zimbabué, onde se manifesta a preocupação dos dirigentes sobre a situação nessa país, não há um palavra sobre o apoio dos países do “G-8” a quaisquer passos no CS da ONU nesta etapa”.
“Todos os passos da comunidade mundial, seja ao nível regional ou no quadro da ONU, devem ser dirigidos para a busca de métodos político-diplomáticos de solução dos problemas, e não para a complicação artificial da situação, envolvendo o CS da ONU em questão que estão fora da sua responsabilidade” – acrescentou Andrei Vorobiov.
“A Rússia está pronta a trabalhar em Nova Iorque com o projecto de resolução, apresentado pela África do Sul e que visa apoiar o apoio dos esforços de intermediação dos países africanos, mas sem a provação de sanções injustificadas” – frisou.
“Mas esse trabalho foi bloqueado por Washington e Londres” – concluiu.
7 comentários:
A ONU devia ser desmantelada. Já não faz qualquer sentido nos dias de hoje: é um recreio para os chineses, americanos, russos e alguns estados europeus andarem a vetarem propostas e contra-propostas... E no final fazem o que lhes bem entender.
Caro leitor, não iria tão longe, mas concordo que as Nações Unidas precisam de uma valente vassourada, torna-se uma organização cada vez mais impotente. Talvez seja preciso repensar o direito a veto no CS, etc.
É para mim uma triste e malévola decisão, que mostra uma Russia ainda com tiques antigos e que não os consegue ultrapassar.
A Russia só com uma nova politica, sem complexos e, virada para os direitos humanos em toda a sua extensão, poderá ambicionar a ser uma nação líder, como ser uma companheira fiel da Europa. Assim não.
Estimo muito essa imensa nação.
Imensa em território,cultura, riqueza patrimonial e com um povo que serão no futuro [próximo] o garante da civilização europeia.
No entanto esta decisão,especificamente não a entendo.
Será devido à desconfiança crescente da Rússia em relação ao Ocidente,que bem se aproveitou dos russos enquanto estiveram na mó debaixo?
Parabéns pelo blogue.Está excepcional!
[http://filhosdesalo.blogspot.com/]
Costumo passar pelo blog do Sr José Milhazes e tenho a dizer que é provavelmente o único meio de "Comunicação Social" que nos mostra em Portugal a outra face da Europa!
Quanto à questão da política Russa, sou da opinião que acima de tudo existem as diferenças culturais, e que certas culturas não estão preparadas para uma democracia como a que conhecemos na Europa Central.
Tal como o nosso Portugal, onde ainda quem consegue fugir aos impostos é considerado um "esperto", um "inteligente".
De igual modo uma mudança radical nas formas de governo de certos povos irá desestabilizar e desvirtuar o modelo de democracia que conhecemos.
Existem tantas pseudo-democracias por esse mundo fora e não é por isso que são melhores países...
As leis do jogo só fazem sentido se forem cumpridas, se ninguém as respeitar deixam de ter qualquer utilidade e de fazer qualquer sentido!
Saudações!
A Rússia está agindo conforme as regras do Conselho de Segurança da ONU, a situação no Zimbábue "não constitui uma ameaça nem à paz e segurança regional, e muito menos à paz e segurança internacional".
O Kremlin "rejeita categoricamente o desejo de alguns Estados membros do Conselho de Segurança de retirar esse órgão de suas prerrogativas estatutárias, mais precisamente, de o levar para além da manutenção da paz e da segurança mundial".
Essa resolução faz parte de uma campanha de "caça" de Londres e seus aliados contra o Zimbábue --ex-colônia britânica-- para castigar o país africano por sua política de redistribuição de terras.
Sexta-feira, 27 de junho de 2008
'Zimbábue é palco de uma disputa política nacional e internacional'
http://cbn.globoradio.globo.com/cbn/wma/player_gradio.asp?audio=2008%2Fnoticias%2Fkocher%5F080627%2Ewma&OAS%5Fsitepage=sgr%2Fsgr%2Fradioclick%2Fradiosam%2Fcbn%2Fbusca
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