A Rússia mostra-se disposta a continuar o diálogo com os Estados sobre o sistema de defesa antimíssil que Washington pretende instalar no Leste da Europa, mas prepara uma resposta caso as conversações não cheguem a bom termo.
“Ouviremos com prazer o que nos querem dizer, porque queremos compreender o que nos é proposto” – declarou Serguei Kisliak, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia.
Numa conferência de imprensa hoje realizada em Moscovo, o diplomata russo defendeu a continuação do diálogo com os norte-americanos, mas sublinhou que “podemos garantir a segurança do nosso Estado seja qual for a situação que se forme”.
“Não vamos fazer especulações sobre que tipo de medidas iremos tomar. Os especialistas militares têm sempre muitas opções” – frisou Kisliak.
A forte probabilidade de os Estados Unidos insistirem no seu plano de instalação de elementos do sistema de defesa antimíssil leva os peritos russos a avaliar as formas como Moscovo poderá responder a esse desafio.
O general Victor Essin, antigo chefe do Estado Maior das Tropas de Mísseis Estratégicos da Rússia, considera que Moscovo poderá responder de várias formas militares à instalação de um radar na República Checa e 10 mísseis interceptores na Polónia.
“Primeira, trata-se da instalação na região de Kaliningrado (enclave russo situado entre a Polónia e a Lituânia) de um novo complexo de lançamento de mísseis operativo-estratégicos “Iskander”, devendo o complexo ser equipado não só com mísseis balísticos, mas também com mísseis de cruzeiro, cujo alcance é consideravelmente maior” – declarou o general russo.
“Segunda – continua Victor Essin -, trata-se da instalação, também na região de Kaliningrado, de bombardeiros de longo alcance, antes de tudo Tu-22 M-3, capazes de disparar mísseis de longo alcance”.
Segundo o perito militar russo, actualmente, a Rússia está a desmantelar uma divisão de mísseis aquartelada em Kozolsk, nos arredores de Moscovo, cumprindo assim o Tratado sobre Redução do Potencial Estratégico Ofensivo, assinado Por Vladimir Putin e George Bush em 2004.
“Se se suspender o desmantelamento, em Kozolsk pode-se instalar mísseis capazes de atingir eficazmente os elementos do sistema de defesa antimíssil. Trata-se do bloque supersónico de cruzeiro fabricado pela Rússia. Se os mísseis foram equipados com esse bloque, o tempo de voo será muito curto” – continua o general.
Victor Essin sublinha que nenhuma dessas medidas viola os compromissos internacionais de Moscovo.
O diário Vedomosti considera que a resposta russa poderá passar tanto pela modernização e pelo aumento do número de novos mísses estratégicos, por exemplo, do novo míssil balístico intercontinental com ogivas múltiplas RS-24, como pela instalação de sistemas de mísseis de curto-alcance, apontados contra os elementos de defesa antimíssil norte-americano.
Ivan Konovalov, vice-director do Centro de Análise de Estratégias e Tecnologias, defende que Moscovo pode reduzir a ameaça criada pelo sistema de defesa antimíssil.
“Deve-se intalar mísseis operativo-tácticos na região de Kaliningrado ou na Bielorrússia” – declarou.
Alexandre Khramtchikhin, dirigente do Instituto de Análise Militar e Política, considera também que a Rússia deve apostar nos mísseis, considerando que “o emprego da aviação será inútil, porque se colocará imediatamente a questão da sua instalação, e, no fim de contas, os aviões podem ser abatidos” – considera o analista.
Sendo assim, os analistas consideram que um elemento fulcral da segurança da Rússia poderiam ser os mísseis de médio e curto alcance, proibidos pelo acordo soviético-americano de 1987.
Em 2007, durante a discussão com Washington sobre a instalação do sistema de defesa antimíssil na Europa, a direcção política e militar da Rússia ameaçou várias a possibilidade de abandonar o acordo sobre a liquidação dos mísseis de médio e curto alcance.
Serguei Ivanov, que então ocupava o cargo de primeiro-vice-priministro, considerou esse acordo uma “herança da guerra fria”, assinalando que a Rússia devia armar-se com mísseis de médio (1000-5500 km) e curto (500-1000 km) alcance, porque países como a Índia, Paquistão, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Irão e Israel já possuem esse tipo de armamentos.
Porém, há peritos que consideram que a Rússia não está em condições de responder ao desafio norte-americano.
“Quaisquer declarações nossas a este propósito não passam de tentar fazer cara zangada. Hoje, a Rússia não tem possibilidades, nem económicas, nem políticas, nem militares, de contrapor alguma coisa à força que o Ocidente dirige contra nós” – considera o general Grigori Dubrov, antigo comandante das tropas de defesa anti-aérea, em declarações ao diário Kommersant.
“Ouviremos com prazer o que nos querem dizer, porque queremos compreender o que nos é proposto” – declarou Serguei Kisliak, vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia.
Numa conferência de imprensa hoje realizada em Moscovo, o diplomata russo defendeu a continuação do diálogo com os norte-americanos, mas sublinhou que “podemos garantir a segurança do nosso Estado seja qual for a situação que se forme”.
“Não vamos fazer especulações sobre que tipo de medidas iremos tomar. Os especialistas militares têm sempre muitas opções” – frisou Kisliak.
A forte probabilidade de os Estados Unidos insistirem no seu plano de instalação de elementos do sistema de defesa antimíssil leva os peritos russos a avaliar as formas como Moscovo poderá responder a esse desafio.
O general Victor Essin, antigo chefe do Estado Maior das Tropas de Mísseis Estratégicos da Rússia, considera que Moscovo poderá responder de várias formas militares à instalação de um radar na República Checa e 10 mísseis interceptores na Polónia.
“Primeira, trata-se da instalação na região de Kaliningrado (enclave russo situado entre a Polónia e a Lituânia) de um novo complexo de lançamento de mísseis operativo-estratégicos “Iskander”, devendo o complexo ser equipado não só com mísseis balísticos, mas também com mísseis de cruzeiro, cujo alcance é consideravelmente maior” – declarou o general russo.
“Segunda – continua Victor Essin -, trata-se da instalação, também na região de Kaliningrado, de bombardeiros de longo alcance, antes de tudo Tu-22 M-3, capazes de disparar mísseis de longo alcance”.
Segundo o perito militar russo, actualmente, a Rússia está a desmantelar uma divisão de mísseis aquartelada em Kozolsk, nos arredores de Moscovo, cumprindo assim o Tratado sobre Redução do Potencial Estratégico Ofensivo, assinado Por Vladimir Putin e George Bush em 2004.
“Se se suspender o desmantelamento, em Kozolsk pode-se instalar mísseis capazes de atingir eficazmente os elementos do sistema de defesa antimíssil. Trata-se do bloque supersónico de cruzeiro fabricado pela Rússia. Se os mísseis foram equipados com esse bloque, o tempo de voo será muito curto” – continua o general.
Victor Essin sublinha que nenhuma dessas medidas viola os compromissos internacionais de Moscovo.
O diário Vedomosti considera que a resposta russa poderá passar tanto pela modernização e pelo aumento do número de novos mísses estratégicos, por exemplo, do novo míssil balístico intercontinental com ogivas múltiplas RS-24, como pela instalação de sistemas de mísseis de curto-alcance, apontados contra os elementos de defesa antimíssil norte-americano.
Ivan Konovalov, vice-director do Centro de Análise de Estratégias e Tecnologias, defende que Moscovo pode reduzir a ameaça criada pelo sistema de defesa antimíssil.
“Deve-se intalar mísseis operativo-tácticos na região de Kaliningrado ou na Bielorrússia” – declarou.
Alexandre Khramtchikhin, dirigente do Instituto de Análise Militar e Política, considera também que a Rússia deve apostar nos mísseis, considerando que “o emprego da aviação será inútil, porque se colocará imediatamente a questão da sua instalação, e, no fim de contas, os aviões podem ser abatidos” – considera o analista.
Sendo assim, os analistas consideram que um elemento fulcral da segurança da Rússia poderiam ser os mísseis de médio e curto alcance, proibidos pelo acordo soviético-americano de 1987.
Em 2007, durante a discussão com Washington sobre a instalação do sistema de defesa antimíssil na Europa, a direcção política e militar da Rússia ameaçou várias a possibilidade de abandonar o acordo sobre a liquidação dos mísseis de médio e curto alcance.
Serguei Ivanov, que então ocupava o cargo de primeiro-vice-priministro, considerou esse acordo uma “herança da guerra fria”, assinalando que a Rússia devia armar-se com mísseis de médio (1000-5500 km) e curto (500-1000 km) alcance, porque países como a Índia, Paquistão, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Irão e Israel já possuem esse tipo de armamentos.
Porém, há peritos que consideram que a Rússia não está em condições de responder ao desafio norte-americano.
“Quaisquer declarações nossas a este propósito não passam de tentar fazer cara zangada. Hoje, a Rússia não tem possibilidades, nem económicas, nem políticas, nem militares, de contrapor alguma coisa à força que o Ocidente dirige contra nós” – considera o general Grigori Dubrov, antigo comandante das tropas de defesa anti-aérea, em declarações ao diário Kommersant.
3 comentários:
Conforme um General do filme "Marte Ataca" o lema é:
Atacar, atacar, destruir, destruir.... rs
Brincadeiras à parte, acho que os russos devem ter pulso firme, sem perder à serenidade.Mas se realmente isso for algo que afete sua segurança, nada impede em fazer um ataque preventivo nestas instalações.
"Mas se realmente isso for algo que afete sua segurança, nada impede em fazer um ataque preventivo nestas instalações." - kaprov
O senhor kaprov não tem mesmo noção da realidade... Onde é que um ataque a países da UE iria ser tolerado pelos EUA, França, Alemanha, Reino Unido, Itália... Gostava de ver a Rússia ter "pulso" contra estes países todos. Para não dizer que a Polónia, com os seus 40 milhões de habitantes, já não se encontra assim tão mal em termos de capacidade militar. O tempo da União Soviética já acabou.
Blader..
Torcidas á parte, em termos bélico é sempre precário falar das capacidades de um país como a Russia. Os alemães nazistas e, por que não dizer, os americamos e ingleses, também ficaram surpresos ao ver a força demonstrada pela antiga União Soviética e (ela sim) derrotar os alemães.
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