Os dirigentes dos países membros da Organização de Cooperação de Xangai (OCX) reúnem-se na quinta-feira em Duchambé, capital do Tadjiquistão, devendo a cimeira ficar marcada pela posição dessa organização face à decisão do Kremlin de reconhecer a independência da Ossétia do Sul e da Abkházia.
“Os dirigentes dos países da OCX deverão anunciar uma posição sobre todas as questões que têm interesse comum: luta contra o terrorismo, adesão de novos membros e situação na Ossétia do Sul” – revelou Zin Han, representante da China nessa organização.
A Organização de Cooperação de Xangai reúne a Rússia, China, Kazaquistão, Quirguízia, Tadjiquistão e Uzbequistão. A Índia, Irão, Mongólia e Paquistão são observadores.
Em Moscovo espera-se com expectativa a posição da China face à decisão do Kremlin reconhecer a independência da Ossétia do Sul e Abkházia, regiões separatistas da Geórgia.
Segundo o diário Nezavissimaia Gazeta, “a Rússia insiste em introduzir uma série de alterações (no documento final). Nomeadamente, trata-se da inclusão no documento de um parágrafo sobre a elaboração de acções de segurança e de prevenção de conflitos... A China, que tem os seus próprios problemas territoriais, bloqueou os termos “genocídio” e “agressão da parte da Geórgia”, propostos pela Rússia”.
“A China ficou preocupada com a retórica dos dirigentes russos. Trata-se das considerações sobre o genocídio, “intervenção humanitária”, “mudança de regime na Geórgia”... Pequim não aceita isso porque é precisamente com linguagem semelhante que os EUA justificam a ingerência nos assuntos internos dos Estados soberanos”, escreve Fiodor Lukianov, redactor-chefe da revista “A Rússia no mundo global”.
Este analista não exclui a possibilidade de a China e os Estados Unidos puderem organizar uma aliança para travar a Rússia.
O general na reserva Leonid Ivachov, vice-director do Instituto de Estratégia da Rússia, vê na política dos EUA uma garantia da aliança entre Moscovo e Pequim.
Caso contrário, considera, “os americanos, apoiando-se na oligarquia financeira global, darão rapidamente cabo do Irão, controlarão os jazigos de gás e petróleo, chegarão ao Cáspio e à Ásia Central, à China, o seu principal concorrente num futuro próximo”.
Moscovo terá também dificuldade em conquistar o apoio dos países da Ásia Central.
O analista Alexandre Kniaziev considera que “o conflito georgiano-ossete traz para a Ásia Central o perigo de cisões internas”, sublinhando que os países dessa região “poderão começar o processo de revisão das fronteiras existentes”.
Adjar Kurtov, analista do Instituto de Estudos Estratégicos da Rússia, defende que o principal perigo não está na revisão possível de fronteiras, mas “na possível mudança de orientação política dos Estados da região, que têm experiência de cooperação com Washington.
A cimeira da OCX irá também analisar o pedido de adesão do Irão e Paquistão a essa organização.
O Nezavissimaia Gazeta prevê a consecução de um compromisso, que não faculta uma adesão plena, mas “os candidatos receberão um novo estatuto criado: parceiro de diálogo”.
“Os dirigentes dos países da OCX deverão anunciar uma posição sobre todas as questões que têm interesse comum: luta contra o terrorismo, adesão de novos membros e situação na Ossétia do Sul” – revelou Zin Han, representante da China nessa organização.
A Organização de Cooperação de Xangai reúne a Rússia, China, Kazaquistão, Quirguízia, Tadjiquistão e Uzbequistão. A Índia, Irão, Mongólia e Paquistão são observadores.
Em Moscovo espera-se com expectativa a posição da China face à decisão do Kremlin reconhecer a independência da Ossétia do Sul e Abkházia, regiões separatistas da Geórgia.
Segundo o diário Nezavissimaia Gazeta, “a Rússia insiste em introduzir uma série de alterações (no documento final). Nomeadamente, trata-se da inclusão no documento de um parágrafo sobre a elaboração de acções de segurança e de prevenção de conflitos... A China, que tem os seus próprios problemas territoriais, bloqueou os termos “genocídio” e “agressão da parte da Geórgia”, propostos pela Rússia”.
“A China ficou preocupada com a retórica dos dirigentes russos. Trata-se das considerações sobre o genocídio, “intervenção humanitária”, “mudança de regime na Geórgia”... Pequim não aceita isso porque é precisamente com linguagem semelhante que os EUA justificam a ingerência nos assuntos internos dos Estados soberanos”, escreve Fiodor Lukianov, redactor-chefe da revista “A Rússia no mundo global”.
Este analista não exclui a possibilidade de a China e os Estados Unidos puderem organizar uma aliança para travar a Rússia.
O general na reserva Leonid Ivachov, vice-director do Instituto de Estratégia da Rússia, vê na política dos EUA uma garantia da aliança entre Moscovo e Pequim.
Caso contrário, considera, “os americanos, apoiando-se na oligarquia financeira global, darão rapidamente cabo do Irão, controlarão os jazigos de gás e petróleo, chegarão ao Cáspio e à Ásia Central, à China, o seu principal concorrente num futuro próximo”.
Moscovo terá também dificuldade em conquistar o apoio dos países da Ásia Central.
O analista Alexandre Kniaziev considera que “o conflito georgiano-ossete traz para a Ásia Central o perigo de cisões internas”, sublinhando que os países dessa região “poderão começar o processo de revisão das fronteiras existentes”.
Adjar Kurtov, analista do Instituto de Estudos Estratégicos da Rússia, defende que o principal perigo não está na revisão possível de fronteiras, mas “na possível mudança de orientação política dos Estados da região, que têm experiência de cooperação com Washington.
A cimeira da OCX irá também analisar o pedido de adesão do Irão e Paquistão a essa organização.
O Nezavissimaia Gazeta prevê a consecução de um compromisso, que não faculta uma adesão plena, mas “os candidatos receberão um novo estatuto criado: parceiro de diálogo”.
7 comentários:
Que tal um ponto de vista diferente para esta questão?
Relatório de um jornalista americano que observou o que se passou em primeira mão e nos apresenta uma realidade francamente diferente sobre as reais causas desta situação!
Tirem as vossas conclusões: http://www.russiatoday.com/guests/video/1511
Para quem estiver interessado, mais um excelente e lúcido artigo de Domingos Amaral no "Diário Económico" online: "A Nato faz sentido?"
http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/opinion/columnistas/pt/desarrollo/1158321.html
Peço desculpa, isto nunca funciona:
http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/opinion/columnistas/pt/desarrollo/1158321.html
Caro Jose Milhazes
Acompanho com alguma regularidade as suas intervenções escritas e televisivas.
Deixe-me ser sincero. Enquanto "jornalista" acho-so fraquissimo, direi mesmo incompetente e sofrivel. Prepara mal os assuntos é tendencioso mostra pouca competencia no que faz, limita-se aos lugares comuns.
Como blogger repete os seus defeitos como "jornalista" e chega a ser sofrivel ler as suas opiniões.
Aceite os meus cumprimentos e desejos de melhoras.
cumprimentos ao Zé Milhazes por nos manter devidamente informados sobre a Rússia, dando-nos as opiniões divergentes e plurais k por lá se emitem, como este post mostra. Parabéns pela coragem em mostrar as atrocidades soviéticas (é sintomático ser necessário coragem para isto, mas a coacção totalitária anda por aí e aqui). Só lhe pedia k nos informasse sobre a reunião da OCX pq me parece muito importante para saber as consequências diplomáticas/estratégicas da crise na Geórgia. Francisco
Caro leitor anónimo, se eu escrevesse o que você escreveu sobre as minhas qualidades jornalísticas, faria duas coisas. Primeiro, daria pelo menos alguns exemplos para fundamentar as suas palavras e, segundo, assinaria o comentário.
Volto a reptir, não sou uma nota de cem euros para que gostem de mim. Faço o meu trabalho como posso e tenho sempre em conta as críticas que me fazem, mas, para melhorar as coisas, gostaria de saber onde erro.
Boa Zé.
É fácil criticar quando se está escondido. Quem escreveu o tal comentário nem sequer sabe que não há nenhum português que tenha estudado tanto a fundo a história da Rússia e da União Soviética como tu. Nem sequer sabe que és tu quem tem as melhores fontes em Moscovo.
Continua assim!
Cumprimentos,
Carlos Caseiro
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