sábado, agosto 09, 2008

E depois da Geórgia?

Entrevista ontem realizada para a Agência Lusa

Os Estados Unidos e a União Europeia devem tomar uma posição solidária e dura face à política da Rússia no Cáucaso, considera o jornalista Vladimir Dolin, especialista em assuntos caucasianos.
“Se os Estados Unidos e a União Europeia reconhecem a integridade territorial da Geórgia, devem condenar a agressão militar russa na Ossétia do Sul, pois esta região faz parte da Geórgia. Caso contrário, Moscovo continuará a política de agressão face a outros vizinhos” - declarou o jornalista à agência Lusa.
O jornalista defende que se a Rússia continuar a sua ofensiva militar, a Geórgia poderá deixar de existir como estado uno, transformando-se “numa manta de retalhos”.
Segundo ele, “se Washington e Bruxelas não tomarem uma posição firme e clara, a Ucrânia será a próxima vítima da Rússia, pois esta não esconde as pretensões territoriais face à Crimeia. E depois chegará a vez dos países bálticos”.
“Daí até a uma nova guerra fria vai um passo. Neste caso, Moscovo tem uma alavanca importante de pressão que é o fornecimento de gás e petróleo à Europa” - acrescenta Vladimir Dolin.
“Além disso, a continuação desta política por Moscovo poderá levará o Kremlin a fazer alianças com regimes como o Irão ou outros do género” - continua.
"Através de meios diplomáticos, mas a União Europeia e os Estados Unidos devem travar a ofensiva do Kremlin. Isso pode trazer problemas à União Europeia, mas trata-se de uma questão de princípio” - sublinha.
“A Rússia irá comportar-se como a permitirem comportar-se. Se os Estados Unidos e a Europa cederem no caso da Geórgia, não ficam com garantias de que o Kremlin irá acalmar-se. Não pretendo comparar Putin a Hitler, mas a situação faz lembrar o erro das potências europeias face à Alemanha na véspera da Segunda Guerra Mundial”- defende o jornalista.
O problema entre a Geórgia e as repúblicas separatistas pode ter solução, mas é complicada e a longo prazo.
“No ideal – defende Vladimir Dolin - , nas zonas do conflito poderão ser instaladas forças de manutenção da paz europeias, que deverão proteger os interesses da população ossete e georgiana”. “estabilizada a situação, poder-se-á passar à resolução de outros problemas” - concluiu.

52 comentários:

kaprov disse...

Uma coisa não tem nada ver com outra.Há uma força de paz colocada na região e conversações pra chegar ao entendimento.Mas o presidente da Geórgia com respaldo do ocidente fez à pior das opções, começar uma guerra.O presidente da Georgia tem um paralelo muito próximo com o presidente da Argentina ao realizar uma guerra com à Inglaterra.O resultado todos nos sabemos.

Com respeito ao jornalista em questão isso é apenas uma opinião pessoal, pois como dizem aqui no Brasil;

"Jornalista é o único que sai da faculdade podendo falar tudo sobre o que não tem a mínima idéia e mesmo assim todos acreditam"

Anónimo disse...

Deveria a Geórgia não deixar-se arrastar para um conflito armado que vai ainda desgastar mais a sua posição nessas provincias.Deveria a Geórgia tentar resolver estes problemas de uma outra forma, e ao agir assim seguramente que vai perder apoio entre os países Ocidentais. Mas por outro lado a Rússia não deixou muitas alternativas à Geórgia. Gostaria de ver qual seria a reacção da Rússia se a Geórgia começasse a dar a nacionalidade Georgiana a todos os cidadãos da Tchetchenia que assim o quisessem e mantivesse uma força de paz nessa região para assegurar a estabilidade da região, mas que na prática reforçaria ainda mais a ligação da Geórgia a essa região, e de facto afastaria do controlo politico da Rússia. Não sejamos inocentes, à medida que o tempo passava a Rússia reforçava ainda mais a sua posição nessas provincias da Geórgia e o tempo corria contra a Geórgia. Agora que a opção militar não deveria ter sido tomada em conta pela Geórgia a menos que pretendesse levar isto até ao fim, senão como é que vai ser, a Geórgia com o avanço Russo vai pura e simplesmente mudar de ideias e voltar as costas a este conflito retirando-se. Penso que isso enfraqueceria ainda mais a posição da Geórgia e seria praticamente o fim das suas aspirações naquelas provincias.

kaprov disse...

"O fato de que as tropas russas estejam na Ossétia do Sul é claramente uma resposta à decisão georgiana de tentar tomar o controle da província", afirmou Jeffrey Mankoff, do Conselho de Relações Exteriores (CFR).

"O presidente georgiano Mikhail Saakashvili tomou uma decisão muito arriscada de lançar (durante a madrugada de sexta-feira) uma ofensiva militar contra a região da Ossétia do Sul, apoiada por Moscou. "Foi muito irracional fazer isso porque não acho que os ocdientais vão ao seu resgate", considerou Mankoff.

Dessa opinião compartilha Stephen Larrabee, da Rand Corporation.


Todos analistas concordam que a aposta de Saakashvili foi muito arriscada.

"O Ocidente não vai se meter numa guerra por ele, principalmente contra os russo", aponta Jeffrey Mankoff.

kaprov disse...

Avante Rússia, com firmesa e resoluçào.

Anónimo disse...

Claro que o Ocidente não vai se meter numa guerra com a Rússia porque isso seria a III Guerra Mundial. Mas o Ocidente apesar da precipitação Georgiana tem de apoiar a Geórgia neste conflito, politicamente e diplomaticamente. Primeiro porque não pode deixar á sua sorte um aliado quando este é agredido por um estado terceiro mesmo que uma antiga super-potencia, depois até para minorar o sofrimento das vitimas procurando terminar esta guerra o mais rapidamente possivel e prestando o apoio necessário.

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caro Kaprov, cuidado aí no Brasil. Se algum ou alguns russos aí decidirem dizer que são oprimidos, poderão pedir ajuda à Rússia, que terá pretexto para mais uma "intervenção humanitária"

kaprov disse...

Concordo.Mas à Inglaterra, França, EUA fazem a mesma coisa. A questão é que à Rússia não pode, por que disso ou aquilo, e se esquecem que os ocidentais ficam rapinando à America e a Africa sem contar à Asia.

O jogo é para ser jogado e as regras no mundo nunca foram um primor de justiça, muito menos à tal afamada DEMOCRACIA como podemos ver.

Se existe um responsavel pela situação é o presidente da Georgia instigado pelo ocidente.Depois do leite deramado não adianta chorar.

Pergunto o que vcs faraiam no lugar da Rússia?

Anónimo disse...

Caro Kaprov eu gostaria-lhe de responder à sua pergunta. A Rússia tem de perder velhos tiques e manias de antiga super-potencia, face aos outros países e principalmente aos países que a rodeiam. Vejamos o caso de Portugal que teve uma guerra colonial com as suas colonias para manter o seu controlo politico, guerra que acabou por não trazer grandes resultados a não ser gastos consideráveis em armamento durante anos, a morte de muitas pessoas e a quase perda da influencia e amizade desses povos apesar de estarem ligados durante centenas de anos a nós. Hoje ve-se exactamente o contrário com a CPLP e um maior estreitamento entre Portugal e esses países. Está na hora da Rússia deixar de chorar sobre o leite derramado e seguir em frente, até porque tem bons motivos para sonhar com um futuro mais próspero para o seu povo, permitindo o mesmo aos países vizinhos. Garanto-lhe que um dia todos os países que a rodeiam e agora querem entrar na NATO e UE, depois de o conseguirem, procurarão a sua amizade e estreitar laços porque isso será exactamente o que os distnguirá dos demais países do Ocidente, a sua ligação especial e muito próxima com a Rússia, tal como é a de Portugal com os países CPLP. Gostaria de referir ainda com todo o respeito que se um dia existir uma III Guerra Mundial, não será entre o Ocidente e a Rússia porque a própria Rússia tem a perfeita noção de que não se pode equiparar ao Ocidente nem militarmente, economicamente ou o que quer que seja. Não é prepotencia ou arrogancia, é a realidade, tal como a Geórgia não se poderá equiparar á Rússia nem nos mais loucos sonhos. A Rússia não pode equiparar-se ao Ocidente hoje em dia, nem no futuro por muito bem que a vida lhe corra, assim como daqui a uns anos não se poderá equiparar a países como a China e a India, trata-se de realidades diferentes. Acho que é isto que a Rússia não percebeu, ou pelos menos a grande maioria dos dirigentes. Quanto aos EUA claro que não são o exemplo máximo de democracia neste planeta, mas gostaria de chamar-lhe a atenção para algumas situações, assim quando acabou a II Guerra Mundial não foram eles que estenderam a mão à Europa destruida, ao Japão derrotado, claro que podiamos discutir as suas motivações, mas o que interessa é que eles eram os vencedores, podiam ter feito o que quisessem, se ganhasse a Alemanha de Hitler ou o Japão acha que os vencidos teriam sido tratados da mesma forma, a minha opinião é que não seguramente.

Anónimo disse...

A linha de pensamento do sr.Vladimir Dolin é demasiado facciosa para ser tomada a sério , não percebo como de forma inocente algum meio de comunicação ocidental pode dar crédito a tais afirmações e pensamentos.
O SR.VD argumenta que a Russia continua uma politica de agressão mas se nos lembrar-mos dos noticiários dos ultimos anos vemos que os conflitos foram todos iniciados pelos EUA , caso do Kosovo , Iraque e provavelmente do Irão , mais importa dizer q os EUA não têm froteiras com nenhum destes paises para se sentirem ameaçados. Depois este pseudo-analista sugere que foi a Russia a iniciar a agressão militar , pode ser q amanhã já todos se tenham esquecido mas o que se viu nos noticiários foi o contrário , soldados georgianos a invadir a Ossétia do sul.No meio do seu raciocinio o sr. diz q não pretende comparar Putim a Hitler mas ... e depois coloca a Russia mais uma vez como pais invasor e dominadordo mundo, mais uma vêz VD fala sem argumentos confundindo o papel e os actos dos EUA com os da Russia , a Russia de Putin não invadiu nenhum pais , os EUA do sr. Bush invadiam o Kosovo , o Iraque , tentaram "neutralizar" o presidente da Venezuela , ocupam Guantanamo no meio da ilha de Cuba , têm presos sem julgamento centenas de pessoas incluindo crianças , etc ...
Para q não se tente esquecer do passado sr. VD , os politicos da Inglaterra dos anos 30 receberam Hitler como o todo poderoso sr. da europa , deixaram-no andar a invadir e desmembrar paises tal como os EUA estão a fazer agora , depois não tiveram capacidade pra o parar.
Ao contrário do que toda a comunicação social ocidental tenta passar uem parou Hitler foi o exercito Russo , antes da invasão da normadia já os Russos faziam com q os vários exercitos nazis se retraissem basta ver onde ocorreram as baixas alemãs duranre a guerra.Claro q depois veio um sr. Estaline q fez o q todos sabmos mas não nos esqueçamos que o sr. Rosevelt e o sr. Churcil andaram a apertar-lhe a mão ...

VB disse...

Sr José Milhazes:

Deve ser ingrato e penoso para si viver num país do qual só diz mal...

Anónimo disse...

Exactamente Sr. José Milhazes, por viver nesse país deveria fechar os olhos aquilo que está mal, e deveria abster-se de falar sobre estes assuntos como o faz de uma forma tão aberta e isenta. Considere-se com sorte por o Kremlin ainda não ter posto os olhos sobre si, mas não desespere pode ser que depois da Georgia e de outros assuntos pendentes se lembrem de si.

Anónimo disse...

Apenas um conselho Sr. José Milhazes, para o Reino Unido não vale a pena fugir, tente outro sitio.

kaprov disse...

09/08/2008 - 11h39
Vice-chanceler alemão diz que Tbilisi violou o direito internacional

BERLIM, 9 Ago 2008 (AFP) - A Geórgia está cometendo "uma violação do direito internacional" ao tentar solucionar pela força a crise com a república separatista pró-russa da Ossétia do Sul, afirmou neste sábado o vice-ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Gernot Erler.

"Trata-se de uma violação do direito internacional, a partir do momento que atua por via militar", disse o ministro à rádio NDR Info, indicando em seguida que o presidente georgiano, Mikhail Saakashvili, vem dando cada vez mais provas de que pretende resolver este conflito com armas.

Estes combates representam uma ruptura do cessar-fogo assinado em 1992 e supervisionado por uma força internacional.

O responsável alemão reconheceu, ao mesmo tempo, que antes de chegar a este nível, houve provocações do lado georgiano e do osseta.

Erler disse que compreende a reação russa nesta região, pois embora pertença à Geória, é apoiada economicamente por Moscou.

"É uma guerra insensata, sangrenta, que com certeza não resolverá o problema nesta província separatista da Ossétia", acrescentou.

Sexta-feira, o governo alemão pediu à Geórgia e à Ossétia o fim das hostilidades e o início de um diálogo direto.

A Geórgia se declarou neste sábado em "estado de guerra" pela região separatista pró-russa da Ossétia do Sul.

http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2008/08/09/ult34u209762.jhtm

Anónimo disse...

Sr José Milhazes:

Deve ser ingrato e penoso para si viver num país do qual só diz mal...

O sr. VP, diz aquilo que faria se fosse ele o PUTin, ou outro qualquer reles ditador. É lamentavel e até sensuravel este tipo de opinião que só pode vir de alguém que tem uma ideia distorcida do direito à liberdade de opinião e à democracia.

Anónimo disse...

Parece ser um facto evidente que o desencadear das hostilidades começou com uma decisão precipitada do presidente da Georgia e que tenta meter mais países ao barulho.

A situação da Ossétia não pode ser desligada do que aconteceu no Kosovo, uma vez que os seus estatutos são em tudo semelhantes. Ou seja o fantasma do "kosovo" deslocou-se dos balcãs para o Caucaso. Não deixa assim de ser bizarro que quem promoveu activamente o retalhamento da nação sérvia, dando inclusive apoio a grupos terroristas, venha agora invocar o valor das fronteiras.

Anónimo disse...

Sr. José Manuel apenas um aditamento ao seu comentário se me permite, "Não deixa assim de ser bizarro que quem promoveu activamente o retalhamento da nação sérvia, dando inclusive apoio a grupos terroristas, venha agora invocar o valor das fronteiras.", assim como quem defendeu a inviolabilidade das fronteiras da Sérvia nessa altura, venha agora intervir militarmente na Ossétia,e mais tarde irá defender a inviolabilidade das suas fronteiras quando falarmos da Tchetchenia e de outras republicas. Desculpe mas não podia deixar de fazer o reparo.

Anónimo disse...

Eu até acho que a Geórgia não reconheceu o Kosovo, assim como Portugal. A Rússia pelo contrário é o que se vê.

Anónimo disse...

À sombra dos jogos olímpicos
O conflito lactente na região do Cáucaso entre a Rússia e as diversas repúblicas e províncias locais, está a viver, desde há dias, mais um sangrento episódio pelo controle da passagem e posse dos hidrocarbonetos existentes no local. Algo de muito estranho se passa quando um ínfimo estado como a Geórgia, que só em problemas internos já tem que chegue, resolve atacar a Rússia… é a formiga e o elefante… Para a Rússia é toda sua presença naquela problemática região que está em causa, porém, será que como enormíssima potência militar que é precisa de atacar alvos civis? Esta questão, mais que uma pergunta, é uma denúncia…

kaprov disse...

O que não dá para entender, que shakashvili apregoa tanto a "integridade territorial" do seu País, então lançou o seu exército contra o seu próprio povo... pois são uns 30 mil refugiados ossetas tendo que abandonar suas casas.

Isso é um verdadeiro crime...

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Ao leitor que diz que me custa viver na Rússia, respondo simplesmente: adoro viver aqui e tenho amigos entre vários povos que habitam neste pais. Para mim, foi uma experiência de vida importantíssima e única. Tenho dedicado grande parte da minha vida a estudar as relações entre a Rússia e os países de expressão portuguesa. Se lesse atentamente o meu blogue, não diria isso.
Mas isso não significa que eu deva gostar dos dirigentes do país e da sua política. São coisas diferentes.
A outros leitores que apoiam o que a Rússia está a fazer porque os EUA também fizeram ou fazem, digo apenas que as asneiras de uns não justificam as asneiras dos outros, antes deviam servir para emendar erros.
Se os EUA não aprenderam muito com o Vietname, a Rússia não aprendeu mais com o Afeganistão e a Tchetchénia. É pena.
Voltou a repetir que eu falo mais da Rússia porque vivo nela. Se eu fosse correspondente nos EUA, seria certamente um crítico duro da política de G.Bush.

kaprov disse...

Por que Saakashvili põe a bandeira da UE junto a da georgiana em suas aparições na TV?

João disse...

Fico preocupado quando vejo que a União Europeia parece sofrer de mudez aguda quando a Geórgia se arrisca a ser desmantelada pela Rússia.

A acção que a Geórgia empreendeu, de tentar restaurar a integridade territorial pela força e bastante depressa foi muito imprudente, mas isso não significa que o ocidente a deva deixar cair. Se isso acontecer, os países ocidentais estarão apenas a demonstrar que não têm integridade moral para celebrar alianças e aproximações a países vizinhos de gigantes ambiciosos.

A propósito, hoje a SIC referiu que um oleoduto importante foi atingido - teria sido o Baku-Tbilissi-Ceyhan? Se foi, julgo que essa era uma das razões para a Rússia olhar com desconfiança para a Geórgia - não só pretende aderir à NATO, como ainda ganha créditos importantes com um oleoduto da BP que não envolve a Rússia.

Há quem diga que a Rússia está apenas a cumprir os seus interesses e que a Geórgia não tinha o direito de atacar a Ossétia do Sul...mas este território faz parte da Geórgia, por mais erros que tenham sido cometidos pela URSS quando procedeu à sua organização administrativa. É igualmente incompreensível que numa situação destas, haja bastantes vozes que num exercício bastante rebuscado, vão culpar os Estados Unidos - como se tudo o que os EUA fizessem fosse necessariamente mau, enquanto que tudo o que a Rússia faz parece, necessariamente, aceitável. Julgo que muita gente ainda não percebeu que no aspecto das esferas de interesses, Moscovo e Washington estão muito mais próximos do que se pensa...os únicos problemas surgem quando estas se interceptam.

Anónimo disse...

Dedicado a Mikhail Saakashvili... com todo o meu desprezo...

http://porquemedizem.blogspot.com/2008/08/dedicado-mikhail-saakashvili-com-todo-o.html#links

Anónimo disse...

A guerra entre a Russia e a Georgia é indesejável, o ideal seria a autonomia da região, contudo os russos enviaram tropas e querem controlar a região como se fosse deles.
A Georgia não podia permitir tal provocação.

kaprov disse...

Meu caro,

A Ossétia do Sul e a Abkhásia não querem fazer parte da Georgia.Não são georgianos, tem culturas diferentes e não querem fazer parte e pronto.

Os EUA, por sua vez, utilizam a Geórgia como cabeça de ponte no Cáucaso. Vizinha do Azerbaijão, rico em petróleo, a pequena nação é importante território de passagem para pipelines de óleo e gás. Caso não se consiga restabelecer o cessar-fogo de 1992, o que se assoma é um cenário balcânico. Os sul-ossetos iriam antes emigrar para a Rússia do que reconhecer a supremacia georgiana."


"Durante tempo demais os participantes brincaram com fogo perto do barril de pólvora do Cáucaso: agora ele explodiu. Em algum ponto, uma voz sábia deveria ter dito 'basta', mas ninguém o fez.

kaprov disse...

Segundo o Tages-Anzeiger de Zurique:

Os EUA, por sua vez, apoiaram [Saakachvili] sem pensar – com armas, especialistas e com cobertura internacional. Mas agora o aprendiz de feiticeiro georgiano se tornou independente e iniciou uma guerra. Auto-iludindo-se, esperava certamente uma vitória rápida. Ele calculou mal."

Esta opinião é severamente compartilhada pela polonesa Gazeta Wyborcza.

"Com sua decisão de 'libertar' a Ossétia do Sul, o presidente georgiano Saakachvili cometeu um gigantesco erro. Como Slobodan Milosevic antes dele, não entendeu que seu país só tem a escolher entre o adeus às repúblicas separatistas – Abkhásia e Ossétia do Sul – e o esfacelamento da nação em conflitos sangrentos.

Provavelmente, o presidente da Geórgia apostou astutamente que na sexta-feira, abertura dos Jogos Olímpicos, a Rússia permaneceria neutra. Tal se provou ingênuo, pois Moscou jamais perderia uma oportunidade dessas.

[...] Saakachvili, um político em quem o Ocidente e a Polônia apostaram, pagará mais cedo ou mais tarde por seu erro."

Anónimo disse...

Parece-me por demais evidente que o agressor é a Georgia e não é preciso ser nenhum especialista em assuntos do cáucaso, o que me entristece é ver uma pessoa como o José Milhazes, que eu tanto respeitava, a ser tão submisso aos EUA. Será que não é óbvio que o interesse que os EUA têm na Geórgia é simplesmente estratégico e financeiro? Será que também acreditam que os EUA foram libertar o Iraque do Saddam? Será que estes jornalistas não sabem a quantidade de agentes dos EUA que se encontram no território georgiano? Os números oficiais estão muito aquém dos reais, essa é que é essa, e porque será?

kaprov disse...

Eu acho que o Presidente da Geórgia Saakashvili está querendo instigar um conflito de grandes proporções envolvendo os EUA e Europa numa guerra contra à Rússia.Vocês notaram que à bandeira da UE estava ao lado da georgiana ao fazer seus comunicados pela televisão, alguém deve ter autorizado?

Anónimo disse...

Depois de se ter envolvido com diversos problemas relacionados com fraudes eleitorais, Saaskachivili era um presidente acossado e em dificuldades. É dos manuais que, nestas situações, uma boa guerra é um instrumento para poder aumentar um capital político em risco.

O aataque militar provocatório da Georgia está obviamente relacionado com isto. Se fosse apenas a questão das fronteiras haveria certamente outras formas melhores de lidar com a situação.

No final, após alguns dias/semanas de conflito intenso, vai morrer e sofrer muita gente para tudo ficar mais ou menos na mesma.

Ricardo disse...

Alguem apelidou de "precipitação" a operação militar da Georgia com que começou esta ronda do conflicto. Também foi chamada de "acção imprudente". Acontece que essa "precipitação" consistiu num bombardeamento mais ou menos indiscriminado duma cidade, destruindo uma grande parte dela, incluindo o seu hospital. Se fossem atacados alvos militares, ainda vá que não vá. Agora desse modo e com essa escala parece mais um "crime", Se fossem os russos a "precipitarem-se" desse modo talvez fosse apelidado de limpeza étnica ou até genocídio. Por mais razão que a Georgia possa ter neste conflicto, e não sei se tem, "precipitações" dessas não se fazem e não se apoiam, penso eu de que...

rui disse...

Teoricamente as ideias do sr Dolin farão algum sentido. A questão que se coloca é como
Como é que se concretiza o que ele preconiza?
Parece-me que há que lembrar o seguinte:
as delimitações de fronteiras do pós guerra fria aconteceram num momento de total descalabro russo. Aparentemente nessas delimitações alguns estados, no furor nacionalista que se seguiu à queda da URSS, englobaram regiões com as quais nem tinham muitos laços, como parece ser o caso da Geórgia com a Abkhazia e a Ossétia do Sul, assim como haverá outros.
Ora o descalabro russo, para o bem ou para o mal, acabou, pelo menos do ponto de vista militar. A um líder sensível e sensato como deveria ser o presidente da Geórgia conviria desfazer-se dos territórios autonomistas precisamente para evitar confusões com os russos e concentrar-se noutras tarefas. Em vez disto, optou por uma política de confronto que tanto pode acabar por aqui, ou seja, como um pretexto para a Russia intervir, recuperando orgulho nacionalista e humilhando o resto do mundo de passagem. As comparações com a segunda guerra mundial são descabidas. Os russos, e provavelmente todos os eslavos não olham para a segunda guerra mundial, olham para o Kosovo, por exemplo. E olhando para o Kososvo estão-se pura e simplesmente nas tintas para quaisquer "pressões" ou "sobressaltos" da "comunidade internacional" quando está em jogo o que consideram ser os seus interesses. Ora quanto à intransigência quanto ao que consideram os seus interesses, têm tido boas lições do amigo americano.
O que me parece que tem de se perceber é o seguinte: se os ocidentais se preocupam com as consequências da ausência de uma resposta, também os russos se preocupam exactamente na mesma medida.
Uma vez que acabaram os tempos em que o conflito politico era "ideologizado", o que de algum modo baralhava as contas, e se regressou à questão geoestratégica pura e dura, o que a Europa e os Estados Unidos deveriam fazer, se tivessem juízo, seria pagar "lip service" à questão das fronteiras dos países constituídos e aos direitos humanos ( e ao que parece os russos até nem detêm a exclusividade dessas violações), mas abster-se de interferências directas, ou pelo menos oficiais, no processo de reajustamento das fronteiras do império russo.

Anónimo disse...

E depois da Geórgia? então e depois da "Sérvia"? Agora,a Ossétia faz parte da Geórgia e antes? o Kosovo,não fazia parte da Sérvia? Que treta de jornalistas são estes que tomam partido e não são capazes de produzir as notícias independentes? O Jornalista (reparem que este está em maiúsculas) é independente:dá a notícia,ponto parágrafo...

Alvi-Negro disse...

Tenho lido com atenção o que aqui se tem escrito e tenho uma achega a lançar. Muitos dos que aqui escrevem a defender a atitude militar da Geórgia possivelmente defendem os tibetanos na sua guerra com a China. Eu, como democrata que sou, faz-me confusão que uma região que tem costumes diferentes (sejam eles bons ou maus) queira ser independente e os país do qual faça parta reaja com uma intervenção militar. Igualmente chocante é a intervenção russa em grande escala, que se preocupa muito com a independência da Ossétia enquanto a questão da Chechénia parece nem existir...

Anónimo disse...

Para o anónimo das 15:48 (de ontem): não passe o pano pelo pacto Molotov - Ribbentrop que nem a História nem a Polónia lhe perdoam isso...

Anónimo disse...

Há tempos a Rússia anda saudosa de quando era potência temida na Região. Com o esfacelamento do "Império" soviético na era Gorbachov os velhos comunistas sonham, desde então, com uma oportunidade de botar para fora o passado orgulhoso dos tempos da guerra fria. Com o Ditador Putin à frente do Kremlin (Medvedev é somente uma figura decorativa)e, diante da oportunidade oferecida pelos governantes georgianos, ao atacar o movimento separatista osseta, os ressentimentos belicistas afloraram. Quem serão os próximos a serem provocados e depois bombardeados?

Anónimo disse...

Na Geórgia o que está em causa, mais do que os interesses dos EUA, são também os interesses dos Europeus e da futura fronteira de Leste da UE. A Geórgia com os seus vizinhos, o Arzebeijão e em menor medida a Arménia terão uma importancia fulcral para a Europa em assegurar pelos seus meios o acesso à Asia Central. Li em dada altura que os EUA tinham uma visão muito clara para aquilo que deveria ser as fronteiras da UE, abrangendo todos os países Europeus com excepção da Rússia e para quem o considerar Europeu, o Cazaquistão. Tomara que a UE tivesse uma visão assim tão clara do que pretende para si mesma, tinhamos a ganhar nós Europeus, e o resto do mundo pela influencia que a UE exerce, influencia que desde já considero deve ser a de uma região modelo que as pessoas no resto mundo queiram seguir. Como já tive oportunidade de referir noutros comentários, para a Europa até nem considero ser assim tão fundamental que a Geórgia mantenha o controlo sobres as suas regiões separatistas porque o seu potencial geo-estratégico mantem-se inalterado mesmo sem essas provincias. Penso que nenhum dos corredores energéticos que atravessam a Geórgia passam por essas zonas. A Geórgia teria a sua vida mais facilitada sem essas regiões, alcançando mais rapidamente os seus objectivos declarados de pertencer á Nato, e UE a médio prazo, e se os Ossetas e Abecasios querem ser Russos que o sejam. Acho que está na altura da UE e dos Europeus assumirem a sua quota parte de responsabilidade na gestão dos problemas internacionais, e essencialmente quando se referem a regiões que já deveriam estar há muito tempo assinaladas como prioritárias para a UE. Não compreendi o alcance das manobras Georgianas na Ossétia nem consigo vislumbrar qual o ganho que pode advir para a Geórgia desta incursão militar, a não ser que se tenha tratado mesmo de um equívoco e neste caso penso que acabou desta forma por perder definitivamente essas regiões. Acho que a Geórgia tinha outras formas de resolução deste problema que deveria ter utilizado, com um menor risco para as suas pretensões, e salvaguardando aquilo que deve estar sempre acima de tudo, a vida humana de quem quer que seja. A Rússia demonstrou que está disposta a defender os seus interesses por todos os meios, mesmo com o recurso à força militar, e depois desta ocupação destes territórios, mais segura de si e firme ficará nos seus propósitos de limitar a esfera de influencia do Ocidente e da UE, reafirmando, como quem manda naquela zona toda, a impossibilidade da Ucrania e Georgia de aderirem à Nato e quem sabe à UE, talvez a imposição da cedencia da Crimeia por parte da Ucrania. Uma maior resolução orientará as suas acções quando se aperceber que não têm grandes consequencias para si, porque os EUA entraram numa fase em que já não têm controlo sobre tudo aquilo em que estão envolvidos e não se podem envolver mais, e a UE, enfim a UE... Parabens Rússia e Exmo. Sr. Putin, afinal ganharam mais alguns milhares de quilómetros de território, ainda não cortaram de vez o acesso da Europa á Asia Central mas pode ser que isso se consiga, se me lembrar de alguma coisa aviso, assim passarão a deter o controlo total sobre o petróleo que vem dessa zona e que nós compramos e continuaremos a comprar, auferindo assim um merecido lucro como intermediários imprescindiveis na revenda desses produtos. Não se preocupe que terá deste lado muitos consumidores dispostos a defender as ambições e direitos territoriais russos, afinal tudo pelo bem do interesse Russo. Só gostaria que alguem me explicasse qual foi o momento na história em que o interesse Russo se confundiu com o Europeu e a Rússia tenha ajudado os Europeus em algum momento da sua história. Antes pelo contrário o seu objectivo sempre tem sido o de limitar a Europa ou mais recentemente a UE.

rui disse...

O Presidente da Geórgia acabou de pedir agora um "cessar fogo".
Depois da rábula do "cessar fogo" durante a última guerra do Líbano, em que americanos e ingleses se entenderam durante mais de um mês para tentar permitir a Israel fazer o seu trabalho, não existe qualquer sombra de legitimidade (nem política, nem militar nem tão sómente ética) para exigir o mesmo aos russos que vão parar, sim, quando "resolverem" de vez os assuntos pendentes, Osséria do Sul e Abkhazia. É que ao contrário da URSS no Afeganistão, ou de Israel no Líbano, a população dessas regiões quer mesmo integrar-se na Rússia.
É que não se trata como diz José Milhazes de justificar acções erradas com as acções erradas do adversário. Isso poderá ser feito na discussão de café. No teatro de operações, e depois do Kosovo, não se vislumbra alguma possibilidade de argumentação política do ocidente que não seja enquadrável na perspectiva "dois pesos, duas medidas". Ora esta perspectiva, sejamos realistas, só funciona quando existe esmagadora superioridade militar. Neste caso a superioridade militar, tal como o apoio da população está do lado dos russos, assunto acabado. E não se trata aqui de "velhos comunistas" a querer voltar aos tempos da guerra fria. Trata-se simplesmente do ressurgimento da Rússia como potência regional e a tirar partido do abandalhamento da ONU como centro de legitimidade e concertação internacional promovido activamente pela administração Bush e os seus aliados.
A única solução rápida para o problema é tentar que os russos respeitem o que restará da Geórgia e cortar cerce as veleidades provocatórias da Ucrânia que já se anunciam, fazendo temer que tudo isto, embora tenha a aparência de uma acção atabalhoada faça afinal de um plano de desestabilização promovido por irresponsáveis e com consequências que podem ser incalculáveis.
Para terminar, cumprimentos ao José Milhazes apesar de por vezes não concordar com as suas perspectivas e desejo de continuação do bom trabalho que naturalmente passa também por criticar livremente o poder do país onde vive e trabalha.

rui disse...

quando escrevi o meu comentário ainda não tinha lido o do sérgio acima.
Concordo com algumas coisas, nomeadamente a questão sobre a incompreensibilidade do ataque da geórgia à Ossétia, quando provavelmente os objectivos últimos da Geórgia de pertender à Nato e à UE serem aparentemente mais fáceis de atingir com a "libertação" dessas regiões contestatárias.
No entanto, a questão essencial que levanta, é a de os Estados Unidos terem uma ideia clara, sobre o que deve ser... a Europa, e a necessidade de a Europa realinhar a sua estratégia de acordo com uma visão "clara" que é imposta do exterior.
A ideia, é claro, é "boa". Ou seja, a Europa por conveniência coopta países como a Geórgias, o Azerbeijão e o Kazakistão e fica com relativo desafogo quanto ao acesso a fontes de energia.
Até parece um jogo para o Napoleão, olha-se para o mapa e percebe-se logo que é isso que "faz sentido".
Do ponto de vista de uma supremacia euro-americana "natural", numa perspectiva puramente imperialista.
A questão que se coloca é a questão do costume... uma solução tão "boa" tem o problema de somenos importância de de chocar frontalmente com a potência regional (para não dizer mais). Claro que mesmo dispensando alguma russofilia manifestada por alguns comentários e cuja origem não interessa para já discutir, "nós" achamos que temos sempre legitimidade para pensar e achar tudo porque "nós" somos sempre os "bons". O problema é que a Rússia não é o Iraque, nem Granada, nem um paízeco que se invade e domina em duas semanas, e considera também que tem um direito "natural" a controlar aquelas regiões que por acaso até se encontram nas suas fronteiras. Daí que a disputa do acesso às matérias primas da Ásia Central a coberto das tretas da "democracia" e dos "direitos humanos" e da "independência nacional" que é o cerne desta questão, seja um jogo demasiado perigoso nesta fase da humanidade nuclearizada para ser jogado da forma primária como alguns julgam poder jogá-la.

Anónimo disse...

Caro Rui a UE não irá impor à Geórgia, ou ao Arzebeijão, á Arménia, á Ucránia que adiram obrigatoriamente a essa instituição. De certaza que não verá tanques Europeus a entrar nesses países caso eles se recusem a aderir. Antes pelo contrário, são esses países que querem aderir e a UE mostra-se reticente em permitir essa adesão exactamente pelo receio das reacções Russas, mas é exactamente esssa ciscuntancia de serem esse países a quererem definir desssa forma o seu futuro que me leva a pensar estarmos no caminho certo. Compreendo as reservas e receios levantados por si, mas não irão existir sempre esses perigos apesar do que possamos fazer no futuro enquanto entidade colectiva UE, será que por tentarmos a todo o custo não colidir com os interesses russos isso se tornará uma garantia de que nunca usarão as armas que detêm. E os países que mais do que a vontade dos EUA, olham para a UE como um espaço de liberdade, de direitos e garantias, de desenvolvimento económico e melhoria da qualidade de vida, que lhes diremos ao lhes voltarmos as costas por receio de colidir com o interesse russo?

rui disse...

Eu parto do princípio de que os povos desejam a democracia e não será agradável viver na área de influência da Rússia.
Parto também do princípio de que o sistema politico europeu tem vantagens relativamente ao sistema actualmente implantado na russia que caracterizo como um retrocesso para um sistema autocrático liderado por uma classe que se implantou graças a uma interpretação muito primária (e conveniente para uma casta de corruptos e criminosos) do ultraliberalismo num contexto muito diferente em que floresceu ( com os tristes resultados que se conhecem, aliás) nos EUA.
No entanto há também que referir que se o sistema europeu (ou americano) exercem um grande e natural fascínio sobre parte daquelas sociedades (e sabemos hoje que muitas vezes nem é pelas melhores razões), o que é certo é que existem nesses países sectores muito importantes da população (a Ucrânia, por exemplo, é um país de grande dimensão e está praticamente cortada ao meio) que pura e simplesmente se identificam com a Rússia e ponto final.
Idealmente o resultado deveria tender para uma subversão da lógica dos "blocos" e a sua total eliminação (por exemplo, porque é que todos os cálculos excluem à partida a possibilidade de um cenário em que a Rússia coopere mais estreitamente com a Europa?).
Aquilo que eu digo, é que no fundo se está a tratar desta questão com uma mentalidade, se não de guerra fria, pelo menos de jogo entre grandes potências a la século 19, e isso é muitissimo perigoso.
Já estou agoniado de ler qualquer pacóvio que opina nos jornais vir com a balela das cedências ao Hitler como pecado original que levou à 2.ª guerra mundial, tornou-se num meme que surge como fungo em qualquer discussão e entre outras coisas justificou a guerra do Iraque, esquecendo-se que um dos factores que criaram as condições para a chegada do Hitler ao poder e com este a quase inevitabilidade de uma guerra com cedências ou sem cedências, foi a forma como as superpotências vencedoras esmagaram a Alemanha no final da 1.ª guerra e depois nos anos subsequentes, criando profundas feridas na consciência colectiva dos alemães.
Esse erro, quanto a mim foi repetido da forma mais irresponsável nos anos que se seguiram à queda da União Soviética e do ponto de vista deles suporta o processo de retrocesso para a autocracia em curso, apoiado até pelo pelo Soljenitsine.
Se à esquerda existem uns lunáticos com o reflexo pavloviano de apoio a todas as barbaridades da Rússia (por exemplo, na Tchétchénia) quaisquer que sejam as justificações quando a Rússia actual nada tem a ver com o comunismo ou sequer a esquerda democrática de resto por vezes o inimigo principal dos comunistas, à direita não falta quem procure constantemente humilhar a Rússia com base no mesmo reflexo.
Ora aquilo a que se tem assistido nos últimos anos é a Rússia no seu canto a tentar reorganizar-se, tragicamente sob os piores princípios, e o ocidente a provocá-la despudoradamente com a NAto a chegar-lhe à porta, salvo erro os checos( ou o seu governo) a deixar a Nato instalar misseis, os EUA a cercarem-na com bases como se isto fosse a coisa mais natural do mundo os EUA que "vivem" do outro lado do planeta a instalarem bases praticamente nas barbas dos russos, etc.
Resumindo, trata-se meramente de uma questão de bom senso e tentar modificar as condições vigentes nessa região do globo através da influência, do comércio, etc., e não através da provocação militar.

Anónimo disse...

Quem é o Zé Milhazes?

Anónimo disse...

Concordo consigo Rui. As criticas que faz aos EUA são merecidas, mas é como já alguem aqui referiu, as pessoas por vezes só criticam os EUA, o Ocidente, o sistema no qual vivemos e fomos criados, esquecendo-se dos aspectos positivos, enquanto o paraíso na Terra está noutro lado, o nosso só tem defeitos e há que desejar com todas as forças que este pereça, enfim. Quanto à possibilidade da UE trabalhar em conjunto com a Rússia, esbatendo o conceito de bloco, penso que isso já se passa um pouco com a cooperação da UE-Rússia em vários campos. Eu até quem sabe, poderei concordar com uma adesão da Rússia á UE, se isso for vontade de ambas as partes, e note, aqui afasto-me seguramente do ponto de vista dos EUA que querem manter, compreensivelmente, a Rússia do outro lado da "cortina". Eu defendo uma opinião própria para a UE, o que não quer dizer, logo à partida contrária aos EUA, antes pelo contrário, acho que devemos honrar as nossas alianças, ainda para mais quando nos permitiram construir o que temos hoje, mas sem receio de afirmarmos quando tiver de ser o nosso ponto de vista mesmo que divergente. Relembro-lhe que foi Putin quem disse não ser do interesse da Rússia nem da UE uma adesão da Rússia num futuro. Temos alguns líderes Europeus que se pronunciaram em sentido contrário. Ultimamente até alguns politicos Russos foram mais longe e sugeriram uma cooperação EUA-UE-Rússia, quem sabe... É preciso acima de tudo que todos os envolvidos se respeitem, e a UE deverá fazer-se respeitar assumindo os seus compromissos, honrando as suas alianças, afirmando-se quando tiver que ser sem receio de não agradar aos EUA ou á Rússia e definir uma visão estratégica do que quer ser no mundo e neste seculo XXI. Quem sabe se destes desafios não depende mais do que aquilo que pensamos.

Anónimo disse...

O José Milhazes é um ex-estudante Português na Ex-URSS que se casou com uma moça, por sinal bem bonita, de uma das républicas do Báltico, que fez o seu doutoramento na Rússia e que ainda não conseguiu reconhecer nenhum dos seus diplomas em Portugal.

Anónimo disse...

A formiga e o elefante
Há, quanto a mim, alguns aspectos que falham aqui... 1º Não se pode levar a sério uma guerra entre a Geórgia e a Rússia; 2º Mikhail Saakashvili, na tentativa de recuperar alguma da popularidade perdida, não hesitou em fazer chacinar o próprio povo, pelo que sai como o criminoso maior deste incidente, pelo que deveria ser, imediatamente, afastado; 3º Não se percebe a necessidade e a estupidez da Rússia em atingir alvos civis, o que acabou por a deixar também ficar muito mal vista neste caso e, finalmente, veremos, e aí sim temos guerra, se este incidente tem alguma extensão ao Irão...
Mais, com a cobertura que foi dada pelo ataque risível e idiota às forças russas, Putin não desejará abrir mão deste incidente sem retirar os seus dividendos, nomeadamente à cobertura que a Geórgia tem dado às repúblicas vizinhas, em grande parte, fomentada pelo presidente georgiano, Mikhail Saakashvili. No seu lugar, não ficaria satisfeito com um mero cessar fogo georgiano, até porque o seu fogo não constitui qualquer ameaça para as forças russas, exigiria, no mínimo, uma rendição incondicional, o reconhecimento de culpa, indemnizações de guerra e o afastamento do presidente megalómano e convencido que foi o principal responsável por tudo isto. Se eu penso assim, Putin não só não deixará de pensar nisto, como não perderá a oportunidade que lhe é dada para marcar pontos significativos e exemplares na região.

Anónimo disse...

Doutor Milhazes (por extenso),
Gosto sempre de te ler embora não concorde contigo.
Os georgianos tem um problema que lhes vai custar caro tem um presidente americano que defende interesses americanos. E deviam ter um presidente georgiano.

Anónimo disse...

Bons eram os tempos em que os jornalistas eram imparciais e o seu interesse maior, era que a informação pudesse chegar ao público sem distorções ou censuras. Será que com o passar dos anos, os jornalistas tornaram-se historiadores ou cientistas políticos? Bem se isso ocorreu a maioria deveria retornar aos bancos das universidades pôs devem ter cabulado aulas ou não ter prestado a devida atenção ao que era transmitido por seus mestres. Desde o colapso da União Soviética e a desastrosa administração do Sr. Boris Ieltsin, os americanos se aproveitaram para tentar estabelecer sua hegemonia em todo mundo, forçando através do seu poderio militar e sob a máscara de sua hipócrita democracia todos os países que estivessem no seu caminho ou na mira de seus interesses a se curvarem a sua vontade. Neste meio tempo a Rússia quase foi desintegrada e o Iraque e o Afeganistão se encontram ocupados por forças americanas. Não contentes, continuam e com forte apoio da Inglaterra a forçar sua presença, cada vez mais perto das fronteiras Russas, com desculpas torpes para instalação de mísseis na Polonia e República Tcheca, realizando manobras militares nos países bálticos ou incitando a Ucrania e Georgia a se tornarem membros da sua aliança. Até quando as cabeças do mundo ocidental continuarão a destilar esta Russofobia. Na questão da Geórgia os interesses americanos são claros, a utilização de um caminho mais curto para o transporte do petróleo para o cáspio, fugindo assim da Rússia e do Iran. Comparar Putin a Hitler é uma falta de censo, a era Stalin já passou e antes de referências exageradas aos americanos, é bom relembrar que enquanto ficavam no seu conforto, se achando extremamente ofendidos e atingidos por causa de Pearl Harbor até o Desembarque da Normandia que levou 1 ano para ser preparado, para enfrentar o refugo das Forças Alemãs, os Russos com todo o seu país arrasado empurrravam 3/4 das verdadeiras forças alemãs de volta para Berlin, finalizando a guerra com um saldo de 27 milhões de vidas Soviéticas perdidas. A Rússia atual não é a antiga União Soviética, mas também não é um país com o qual os Estados Unidos ou a União Européia possam ditar a sua vontade simplesmente, com ultimato ou ameaças. Se a Otan pudesse enfrentar a Rússia realmente já o teria feito. Os Estados Unidos nunca enfrentaram nenhuma nação do mesmo calibre. Não sou a favor do conflito na Geórgia, mas seu presidente megálomano achou que tinha cobertura americana para desafiar a Rússia e a ficha caiu tarde. As províncias separatistas devem ter sua independência e se aliarem com a Rússia se assim o quiserem. E os Estados Unidos devem aprender que não podem mandar em todo o mundo.

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caro leitor anónimo que me deu grandes novidades sobre a minha biografia, devo dizer-lhe que quase tudo o que escreveu não é verdade, ou já não é verdade.
É verdade que estudei na URSS e que tenho uma esposa bonita da Estónia, mas também deve acrescentar que fiquei em Moscovo a trabalhar e que tenho dois filhos maravilhosos.
Quanto aos meus diplomas, fiz mestrado em História na Universidade de Moscovo, que reconheci vinte anos depois na Faculdade de Letras da Un. do Porto, por razões surrealistas, próprias da atitude das nossas escolas superiores face aos cursos tirados no estrangeiro. Já sou Doutor, com a defesa do diploma na Fac. de Letras da Universidade do Porto.
Se quer saber mais sobre mim, consulte a NET, está lá a minha biografia, mas se alguém quiser saber mais, pode-me escrever directamente. Revelarei todos os segredos que achar por bem. Sempre é melhor consultar a fonte do que saber coisas completamente incríveis que já escreveram e dizem sobre mim.

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caro leitor anónimo, esqueci de lhe perguntar por que é que não assinou o seu comentário. Conhece-me tão bem que até parece que já sei quem é. Coisas da vida.

Anónimo disse...

Senhor José Milhazes,

O último comentário assinado por anônimo não é do mesmo anônimo que fez citações sobre sua biografia. No momento em que digitei o comentário, por motivo de conexão não consegui assinar o meu nome.

Abraço,

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caro Wandard, não estou zangado consigo. Um abraço.

Anónimo disse...

Uma resolução por parte da Rússia
pelo respeito da existência humana
e pelo reforço da paz e bem-estar
da Nação Georgiana (GEORGIA) é um
futuro duradouro que contribui para as boas relações internacio-
nais.

Obrigado

Anónimo disse...

Odeio a Rússia... Deixem a Georgia!!