sábado, agosto 30, 2008

Pouca gente se recordou de Anna Politkovskaia


Texto escrito para a Agência Lusa

Cerca de 150 pessoas manifestaram-se no Sábado no centro da capital russa a fim de assinalar o 50º aniversário de Anna Politkovskaia, conhecida jornalistas assassinada em condições não esclarecidas.
A manifestação, convocada por organizações de defesa dos direitos humanos, realizou-se na Triunfalnaia Plochad (Praça do Triunfo), junto do monumento ao conhecido poeta soviético Vladimir Maiakovski. Entre os políticos conhecidos estavam Garri Kasparov, antigo campeão do mundo de xadrez e actual adversário da política do Kremlin, e Lev Ponomariov, dirigente do movimento “Pelos Direitos Humanos”.
Junto de um dos numerosos retratos de Anna Politkovskaia, jornalista assassinada, a 07 de Outubro de 2006, por publicar artigos sobre os crimes das tropas russas na Tchetchénia, os manifestantes acenderam velas e depositaram flores. Nos rostos de alguns manifestantes corriam lágrimas.
“No dia 30 de Agosto, Anna Politkovskaia faria 50 anos. Queremos recordar que ela foi uma excelente jornalista e desempenhou um papel substancial na vida social do país. Exigimos que se faça justiça e os culpados sejam condenados”, frisou Lev Ponomariov.
“É muito triste constatar que só tão poucas pessoas saiem à rua na Rússia para recordar uma jornalista tão destemida como Anna Politkovskaia. Isto é mais um sinal de que a nossa sociedade está enferma”, declarou Mikhail, estudante russo, à agência Lusa.
Após o comício, algumas dezenas de pessoas dirigiram-se para a Rua Lesnaia, onde residia Anna Politkovskaia. À porta viam-se cartazes da jornalista, flores e velas.
Um representante da Procuradoria Geral da Rússia revelou à Interfax de que está para breve o início do julgamento dos suspeitos desse crime.
Três cidadãos russos de origem tchetchena: Serguei Khadjikurbanov, Djabrail e Ibraguim Makhmudov, vão sentar-se no banco dos réus.
“É ainda muito cedo pôr um ponto final neste caso. A investigação do caso foi feita em 15-20 por cento. Algumas personagens ou fugiram, ou encontram-se em local desconhecido”, declarou Serguei Sokolov, vice-director da bissemanário Novaia Gazeta, onde a jornalista trabalhava.
Além disso, Sokolov defende que o julgamento deve ser feito à porta aberta”.
P.S. Não posso deixar uma nota de indignação pelo facto de tão poucas pessoas terem participado na manifestação acima descrita. Como é que poderão ser bem informadas se aceitam de ânimo leve o assassinato de uma jornalista de investigação de alta qualidade.

9 comentários:

Anónimo disse...

Não sei porque se lamenta tanto, ela foi uma espiã do Império...

Augusto.vermelho

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Augusto Vermelho, você é um idiota acabado e deixe de ler este blogue. Não merece.

Anónimo disse...

Idiota é pouco. Perdeu-se uma vida, e faz-se comentários destes.

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caro Sérgio, eu sei de onde vêem esses comentários. Não é por acaso que o sem vergonha acima como Vermelho. Deixou o rabo de fora...

Anónimo disse...

É lamentável que ao fim de um ano muita gente tenha esquecido o que se passou.Independentemente de se concordar ou não com as suas opiniões,que por acaso não as li,o que é preocupante que os cidadãos deixem passar ao lado este método de calar vozes incómodas.Esta minha opinião sobre os métodos não se aplica só á Rússia mas sim a todos os países que os usam

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Queria dizer assina, e não acima.

Anónimo disse...

Infelizmente também muita gente se recorda das pessoas assassinadas na Ossétia do Sul pelo exército georgiano municiado e treinado pelos americanos e pelos judeus.
Infelizmente para alguns especuladores da bolsa da vida humana, todos somos iguais mais há uns que são mais iguais do que outros.
É o mundo cão que temos, ornamentado com muita propaganda, hipocrisia e pouca vergonha.

Anónimo disse...

O que é que eu digo...

Vasco disse...

Lembro-me com alguma regularidade desta jornalista.

Acho no minimo "cómico" que os principais suspeitos sejam chechenos.

Mais engraçado ainda (ou não) foi ter percebido, após ter conversado com vários amigos russos, de que existe na Rússia um tremendo medo dos EUA e do Ocidente em geral. Medo esse que deve convir muito ao Kremlin. Penso que o José Milhazes conhecerá melhor essa realidade do que eu...

Espanta-me igualmente que existam ainda pessoas como senhor Augusto dito vermelho e o senhor Eduardo que ...não sei se sabem a paranoia nem sempre se pode tratar mas controla-se.

Enfim... Anna Politkovskaya, uma mulher com "tomates" o que na Rússia parece ser uma raridade em ambos os géneros... R.I.P.