25/08/2008
Pelas conversas que tenho tido em Moscovo e pelo que ouço na rádio e televisão russos, o Kremlin deverá reconhecer a independência da Ossétia do Sul e da Abkházia nas próximas horas ou dias.
Se assim for, entramos numa nova fase do conflito. E se algum país ou Governo se lembrar de reconhecer "o Governo da Tchetchénia no exílio". O ministro dos Negócios Estrangeiros da Tchetchénia-Itchekéria, Ahmed Zakaev, encontra-se em Londres.
A continuar assim, temos garantida uma nova "Crise das Caraíbas", também conhecida por "Crise dos Mísseis".
5 comentários:
O governo checheno já foi reconhecido uma vez, pelo governo Taliban...
O problema é que enquanto que tanto os ossetinos como os abkhazes estão donos e senhores do seu território, os chechenos não o estão e não é nas próximas décadas que irão estar. Por isso tal reconhecimento é apenas uma contrariedade diplomática, sem qualquer tipo de eficácia no terreno.
De qualquer modo, a ver vamos. Pode ser que a minha presunção esteja certa; pode ser que seja o José a acertar.
Caro Pippo, eu só dei esse exemplo para mostrar o absurdo a que pode chegar esta contenda. Mas o mais aburdo e incrível pode acontecer.
Todo o Norte do Cáucaso russo é um barril de pólvora pronto a explodir: Tchetchénia, Daguestão, Inguchétia, Cabardino-Balkária, Ossétia do Norte, etc. Se alguém quiser acender um fósforo aí, a situação pode tornar-se incontrolável.
Ao reconhecer a independência da Ossétia do Sul e da Abkházia, Moscovo cria um precedente perigoso para as suas regiões e repúblicas. Por enquanto, pensa que tem força suficiente para aguentar a situação. Além disso, deu uma lição tão cruel e dura aos tchetchenos que espera que os outros povos não ousem seguir o exemplo. Mas o mundo dá muitas voltas... Por isso, é preciso sensatez e contenção.
Precisamente por isso é que concordo com Andrei Malachenko: reconhecer as independências não só cria problemas políticos futuros como faz com que a Rússia perca os trunfos. Um jogador de póquer não coloca as cartas na mesa a meio do jogo, não é verdade?
Agora quem está com medo das conseqüências são os europeus e americanos.Aplicam dois pesos e duas medidas e agora temem o caos que isso vai provocar na nova reconfiguração geográfica dos países.Não é apenas à Rússia que tem problemas, veja que à Itália, Grécia, Bélgica, França, Espanha, Romênia, Ucrânia, entre outros.Os europeus e americanos falam tanto de democracia e liberdade mais oprimem com voracidade os países subdesenvolvidos.Falam mal da Rússia mais não tem moral para nada.
VIVA À GRANDE RÚSSIA.
O Valdemiro Pudim é uma coisa que o WC Bucha näo é: INTELIGENTE.
E ele bem avisou, lembram-se?
"Reconhecer o kosovo como independente é um erro que o Ocidente vai pagar carro."
Portanto, o Pudim e o Ursinho (traduçäo livre de "Medvedev") väo ameaçar, para ter o trunfo na mäo.
Näo reconhecem no papel, logo mantém a superioridade moral, mas a UE fica sempre de c* apertado...
Afinal, näo foram na treta does EUA correr a reconhecer a independência ilegal do Kosovo-Metóquia, à excepçäo dos raros países com dois dedos de testa?
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