quinta-feira, agosto 21, 2008

Rússia não receia corte de relações com NATO

25/08/2008
Dmitri Medvedev, Presidente da Rússia, considera que a cooperação entre o seu país e a NATO é mais importante para aliança do que para a Rússia.
“E se eles (NATO) forem até à ruptura total das relações, isso nada trará de terrível para a Rússia”, declarou Medvedev, num encontro com Dmitri Rogozin, representante de Moscovo junto da Aliança Atlântica.
“Nos últimos tempos, depois do conflito armado na Ossétia do Sul, desencadeado pela agressão da Geórgia, as nossas relações com a Aliança Atlântica complicaram-se. Teve lugar uma deterioração grave das nossas relações, mas não somos os culpados”, acrescentou.
Rogozin entregou a Medvedev uma série de propostas sobre as mudanças a fazer na cooperação com a NATO, tendo em conta a agudização das relações devido às acções militares russas na Ossétia do Sul.
“Estou pronto para informar sobre o estado das coisas, sobre as mudanças do volume e da qualidade da cooperação”, declarou Rogozin.
As declarações duras de Medvedev coincidem com a acusação do Kremlin de que a NATO concentra no Mar Negro uma força ofensiva.
“Os navios da NATO que entraram no Mar Negro estão equipados com mais de cem mísseis de cruzeiro “Tomagavk”, bem como com mísseis do tipo “Harpun”, informa a agência Ria-Novosti, citando fonte da espionagem militar russa.
“A bordo do navio americano “Macfaal”, que se encontra actualmente no porto georgiano de Batumi, estão cerca de 50 mísseis de cruzeiro “Tomagavk”. Estes podem transportar ogivas nucleares que podem atingir alvos terrestres”, explicou a fonte.
“Os restantes navios da NATO no Mar Negro têm 64 mísseis anti-barco do tipo “Harpun” e cerca de oito helicópteros de diferente tipo”, continua.
“No fundo, a NATO está a formar no Mar Negro um grupo de choque de navios”, concluiu a fonte da Ria-Novosti.
A Aliança Atlântica afirma que esses navios transportam ajuda humanitária para a Geórgia.

6 comentários:

Anónimo disse...

Não duvido um único segundo dos dados sobre as forças "ofensivas" da NATO no Mar Negro. A Europa tem mesmo de repensar a sua posição na Aliança Atlântica com urgência.

antónio m p disse...

Com estas posições no leste europeu, com o que se sabe no Médio Oriente e o que se desenvolve na América Latina, parece que a "Comunidade Internacional" se vai revelando cada vez mais um sofisma político. E que o equilíbrio de forças mantém o seu papel preventivo em relação a um terceiro conflito mundial. Impressões, claro.

MSantos disse...

Independentemente do partido que se tome, talvez os russos estejam em vantagem: toda a gente se está a esquecer de um acordo importantíssimo que ainda não vei para cima da mesa: o Acordo de Não-Proliferação Nuclear em que a Rússia desempenha um papel crucial. O mais fiel aliado de Washigton, Israel já se demarcou da posição georgiana e inclusivé cancelou a venda de material bélico a Shakashvilli, temendo que antagonizando Moscovo, a rússia equiparia de imediato o exército iraniano com baterias terra-ar Almaz S-300(SA-21) que tornariam um ataque a instalações nucleares muito difícil. Nos dias que correm, além da energia, a segurança nuclear é importantíssima.

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caro MSSantos, é difícil vencer, mas ainda é mais difícil gerir as vitórias.

estupido disse...

é curiosos que se faça referência ao TNP, e se refira Israel como um participante responsável nesse regime... quanto à stiuação na geórgia não me parece que as posições europeias sejam bastante distintas da norte-americana, como tal, esta situação não serve para repensar o papel da europa em la do algum. Talvez quem afirma isso deveria pensar o que é a "Europa"... penso que apenas um bando de ideólogos, que, na prática, pouco impacto têm na condução dos assuntos

Anónimo disse...

... o problema da Europa, meus amigos, é um e só um: dependência do pitrol e gaz russo.

Os americanos quando têm falta invadem (Iraque), a UE näo se arrisca a tal.

Portanto, é como diz o "Ursinho", a UE precisa mais da Rússia que o contrário... porque a China näo se importa de... importar o pitrol russo, que bem precisa!