A Duma Estatal da Rússia, câmara baixa do Parlamento, aprovou hoje, por unanimidade, um apelo ao Presidente do país para que reconheça a independência da Ossétia do Sul e da Abkházia.
Algumas horas antes, o Conselho da Federação da Rússia, câmara alta do Parlamento, aprovou um apelo no mesmo sentido.
Além disso, os deputados da Duma aprovaram também um “apelo aos parlamentos dos Estados-membros da ONU e às organizações parlamentares internacionais” para apoiar o reconhecimento da independência da Ossétia do Sul e da Abkházia.
“A actual escalada do conflito é... o resultado trágico de um confronto de muito séculos entre os povos que vivem na região (Cáucaso), que os dirigentes da Geórgia, nem os passados, nem os actuais, não souberam superar”, lê-se no apelo.
As autoridades georgianas já vieram declarar que essas decisões “não podem ter quaisquer consequências jurídicas para a Geórgia”.
Kakha Lomaia, secretário do Conselho de Segurança da Geórgia, afirmou, aos microfones da rádio Eco de Moscovo, que o reconhecimento da independência da Ossétia do Sul e Abkházia “poderá ter consequências pesadíssimas para a própria Rússia”.
“Desse modo, a Rússia isola-se ainda mais da comunidade internacional, viola grosseiramente o acordo assinado por Medvedev e Saakachvili, tendo como intermediário o Presidente de França, e instala uma mina de acção retardada para as as suas autonomias”, frisou.
Os analistas políticos divergem quanto às consequências deste passo.
“A Rússia deve reconhecer a independência da Ossétia do Sul e da Abkházia para assinar com elas acordos jurídicos internacionais válidos sobre a permanência das nossas tropas nesses territórios”, defende Gleb Pavlovski, analista pró-Kremlin.
“Agora é necessário decidir uma tarefa prática: como garantir a segurança da Rússia, da Abkházia e da Ossétia do Sul no Cácaso? O único instrumento são as forças armadas e isto predeterminará tudo”, acrescenta.
Alexei Malachenko, analista do Centro Carnagie de Moscovo, defende, pelo contrário, que o Kremlin deverá “deixar isso (reconhecimento da independência) como instrumento político”.
“Penso que a situação não se manterá tão nervosa e aguda... Mais tarde ou mais cedo, vamos voltar ao problema da independência e, então, Moscovo terá no bolso mais um trunfo”, declarou.“Se se utilizar agora esse trunfo, restará apenas o vazio”, concluiu
Algumas horas antes, o Conselho da Federação da Rússia, câmara alta do Parlamento, aprovou um apelo no mesmo sentido.
Além disso, os deputados da Duma aprovaram também um “apelo aos parlamentos dos Estados-membros da ONU e às organizações parlamentares internacionais” para apoiar o reconhecimento da independência da Ossétia do Sul e da Abkházia.
“A actual escalada do conflito é... o resultado trágico de um confronto de muito séculos entre os povos que vivem na região (Cáucaso), que os dirigentes da Geórgia, nem os passados, nem os actuais, não souberam superar”, lê-se no apelo.
As autoridades georgianas já vieram declarar que essas decisões “não podem ter quaisquer consequências jurídicas para a Geórgia”.
Kakha Lomaia, secretário do Conselho de Segurança da Geórgia, afirmou, aos microfones da rádio Eco de Moscovo, que o reconhecimento da independência da Ossétia do Sul e Abkházia “poderá ter consequências pesadíssimas para a própria Rússia”.
“Desse modo, a Rússia isola-se ainda mais da comunidade internacional, viola grosseiramente o acordo assinado por Medvedev e Saakachvili, tendo como intermediário o Presidente de França, e instala uma mina de acção retardada para as as suas autonomias”, frisou.
Os analistas políticos divergem quanto às consequências deste passo.
“A Rússia deve reconhecer a independência da Ossétia do Sul e da Abkházia para assinar com elas acordos jurídicos internacionais válidos sobre a permanência das nossas tropas nesses territórios”, defende Gleb Pavlovski, analista pró-Kremlin.
“Agora é necessário decidir uma tarefa prática: como garantir a segurança da Rússia, da Abkházia e da Ossétia do Sul no Cácaso? O único instrumento são as forças armadas e isto predeterminará tudo”, acrescenta.
Alexei Malachenko, analista do Centro Carnagie de Moscovo, defende, pelo contrário, que o Kremlin deverá “deixar isso (reconhecimento da independência) como instrumento político”.
“Penso que a situação não se manterá tão nervosa e aguda... Mais tarde ou mais cedo, vamos voltar ao problema da independência e, então, Moscovo terá no bolso mais um trunfo”, declarou.“Se se utilizar agora esse trunfo, restará apenas o vazio”, concluiu
6 comentários:
Meu caro josé Milhazes:
As reperecussões deste imbróglio vão atingir também Portugal.
Com o pedido de confidencialidade veja o meu blogue:
rouxinoldebernardim.blogspot.com
Não, não é humor... é temor...
Caro José Milhazes,
há quem argumente, com o auxilio das teorias da Economia Politica Internacional e dos grupos de pressão, que a Geórgia partiu para a invasão porque os EUA estavam por detrás a apoiar:
http://www.russiaprofile.org/page.php?pageid=International&articleid=a1219325053
Cumprimentos!
Bem, parece que já ouviu... Será que não há politicos inteligentes na Russia caro José Milhazes? Isto parece-me mais um tiro no pé, ou mesmo na cabeça... Tal decisão para além do isolamento (que será pessimo num momento em que as coisas pareciam estar a melhorar) face à comunidade internacional não poderá também por em causa a propria integridade territorial da Russia? E a imagem do país? A minha avó, sem perceber nada do que se estava a passar quando ouviu falar que a Russia estava em guerra disse "a Russia depois de tantos anos volta a espalhar o mal pelo mundo". Quantas pessoas sem perceber o que realmente se passa ou passou não poderão pensar assim? Não parece um regresso ao passado? Memória curta de quem decide e as ovelhas dizem "quatro pernas bom duas pernas melhor".
Cumprimentos
Cumprimentos
" porque os EUA estavam por detrás a apoiar"
Os EUA estão sempre por detrás..é dos livros.
E quando não são os EUA, são os judeus ou, em versões mais elaboradas, os alienígenas.
Antes o culpado por tudo o que acontecia e deixava de acontecer, era o demónio e os judeus. O terramto de Lisboa, por exemplo.
Agora são os Eua e, claro, os judeus, se formos ver bem.
É por isso que as teorias da conspiração são um maná: dão sempre para tudo...e se estudarmos bem o problema, facilmente verifaremos que por detrás do empate do Benfica na Vila das Aves, estão tb os EUA, particularmente o Bush e o Blair.
Se não estão deviam estar, que é para isso que servem...a malta precisa de bodes expiatórios e o demónio está um bocado desacreditado.
Ah, é obvio que por detrás deste meu comentário, estão os EUA, esses sacanas.
Na minha opinião, penso que a aprovação por unanimidade, por parte da DUMA Estatal da Rússia e do Conselho da Federação da Rússia, de um apelo ao Presidente no sentido do reconhecimento dos dois estados separatistas da Geórgia, é significativo de que D. Medvedev se prepara para oficializar esse reconhecimento a todo o momento. Não podemos dissociar as posições do Parlamento (cuja composição em termos dos vários pesos partidários desconheço; creio que o partido de V. Putin deve ter a maioria) daquela que virá a ser a do Presidente.
A Rússia limita-se a reconhecer o direito à auto-determinação destes dois povos e como eles não são autónomos economicamente, as negociações com a Rússia passarão necessariamente pela permanência das suas tropas nos seus territórios. A Rússia fornece a logística e os ossetas disponibilizam o espaço físico por onde passam os “gaseodutos” em direcção à EU. Trata-se, pois, de um acordo bipartido em que ambas as partes saem a ganhar.
Finalmente, a Rússia soube dar a volta por cima do ponto de vista político, geo-estratégico e económico. Quanto às relações internacionais e como dizia Medvelev e muito bem, a NATO, os EU e a EU precisam mais da Rússia do que o contrário. A não ser que os EU estejam a apensar em invadir militarmente o Irão, ao invés de ir tentando a solução do problema pela via diplomática, para a qual a participação da Rússia é inevitável…!
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