Alguns leitores têm-me pedido para falar das consequências da grave crise financeira e económica na Rússia e, por isso, deixarei aqui apenas algumas ideias.
Esta crise deixou claro que nenhum país pode ficar imune aos seus resultados e a Rússia é um bom exemplo disse.
No entanto, é de acrescentar que as consequências poderão ser ainda mais nefastas na Rússia, porque os preços do petróleo no mercado mundial, a principal base da prosperidade do país, estão a descer rapidamente. O Orçamento de 2009 foi feito com base num preço do petróleo a 80 dólares o barril.
É verdade que Moscovo acumulou reservas significativas de moeda estrangeira, mas elas estão a evaporar-se rapidamente. Em Setembro, por exemplo, elas emagreceram em 25,6 mil milhões de dólares. Se a situação nos mercados financeiros não se acalmarem, essas reservas serão devoradas em pouco mais de cem dias.
A crise nas bolsas russas, à primeira vista, não prejudica muito os cidadãos russos, porque apenas 1% da população compra e vende acções (nos EUA, esse número é de mais de 80%), mas reflecte-se negativamente de outras formas. Os investidores estrangeiros estão a retirar os seus capitais do país e os bancos russos têm cada vez mais dificuldade em obter créditos baratos junto dos seus congéneres ocidentais, o que vai travar a onda de consumismo a que muitos dos russos estão habituados.
É de salientar também que grande parte do dinheiro conseguido com as exportações de petróleo, gás e metais não foi canalizado para a modernização do país, mas estoirado em luxos.
Alguns analistas consideram que, até ao fim do ano, milhões de pessoas poderão perder o emprego devido à crise económica e que a situação das classes mais desfavorecidas e da classe média irá deteriorar-se seriamente.
Tudo isto agravar-se-á ainda mais se a Rússia se lançar em loucuras como uma nova corrida aos armamentos.
Por outro lado, não se prevêem grandes movimentações sociais de protesto visto que no país não existem partidos ou organizações sindicais independentes capazes de canalizar essa insatisfação. O Kremlin controla todos os partidos representados na Duma Estatal (câmara baixa) do Parlamento, bem como a maior central sindical. Por isso, como afirmam os analistas, resta apenas a oposição não institucional, marginal, que não luta pela demissão deste ou daquele Presidente ou primeiro-ministro, mas pela queda de todo o regime.
Por enquanto, a oposição marginal é pouco significativa, mas, se olharmos para a História da Rússia, veremos que os comunistas bolcheviques eram considerados um insignificante bando de marginais que poucos levaram a sério. O resultado de semelhante incúria é bem conhecido.
É verdade que Moscovo acumulou reservas significativas de moeda estrangeira, mas elas estão a evaporar-se rapidamente. Em Setembro, por exemplo, elas emagreceram em 25,6 mil milhões de dólares. Se a situação nos mercados financeiros não se acalmarem, essas reservas serão devoradas em pouco mais de cem dias.
A crise nas bolsas russas, à primeira vista, não prejudica muito os cidadãos russos, porque apenas 1% da população compra e vende acções (nos EUA, esse número é de mais de 80%), mas reflecte-se negativamente de outras formas. Os investidores estrangeiros estão a retirar os seus capitais do país e os bancos russos têm cada vez mais dificuldade em obter créditos baratos junto dos seus congéneres ocidentais, o que vai travar a onda de consumismo a que muitos dos russos estão habituados.
É de salientar também que grande parte do dinheiro conseguido com as exportações de petróleo, gás e metais não foi canalizado para a modernização do país, mas estoirado em luxos.
Alguns analistas consideram que, até ao fim do ano, milhões de pessoas poderão perder o emprego devido à crise económica e que a situação das classes mais desfavorecidas e da classe média irá deteriorar-se seriamente.
Tudo isto agravar-se-á ainda mais se a Rússia se lançar em loucuras como uma nova corrida aos armamentos.
Por outro lado, não se prevêem grandes movimentações sociais de protesto visto que no país não existem partidos ou organizações sindicais independentes capazes de canalizar essa insatisfação. O Kremlin controla todos os partidos representados na Duma Estatal (câmara baixa) do Parlamento, bem como a maior central sindical. Por isso, como afirmam os analistas, resta apenas a oposição não institucional, marginal, que não luta pela demissão deste ou daquele Presidente ou primeiro-ministro, mas pela queda de todo o regime.
Por enquanto, a oposição marginal é pouco significativa, mas, se olharmos para a História da Rússia, veremos que os comunistas bolcheviques eram considerados um insignificante bando de marginais que poucos levaram a sério. O resultado de semelhante incúria é bem conhecido.
45 comentários:
"É de salientar também que grande parte do dinheiro conseguido com as exportações de petróleo, gás e metais não foi canalizado para a modernização do país, mas estoirado em luxos."
AH! Aprenderam com os portugueses, que dos séc. XV ao XVIII, em vez de desenvolver o país, foi só esbanjar em igrejas e näo só... comprava-se tudo da Holanda, eles sim, é que fixaram a ganhar com os Descobrimentos!
Já revelaram alguma sensatez em fazer as contas para 80 dolares o barril.
PS: sugiro que o José Milhazes apague o lixo anterior ao post do colega Maquiavel.
Cumpts
Bem parece que a crise atinge a todos sem excepção. Abraço
E contudo, a Rússia "salvou" a economia da Islândia, o país com maior nível de vida em todo o Mundo. Que ironia, e o quão é revelador da riqueza com pé de barro dos países Ocidentais...
Caro Pippo, acha mesmo que um dos países com o maior nível de vida pode ser salvo com uma injecção de 4 mil milhões de euros? Acho e considero que a Rússia deve participar na salvação do sistema financeiro mundial, mas continuo a insistir que esta é uma boa ocasião para olhar para dentro.
Se acho? O facto é que foi... O PM islandês até já disse aos seus compatriotas para irem para o mar pescar... Afinal, o nível de vida da Islândia baseava-se num sistema económico de balão de ar. E agora rebentou.
Mas qual é o regime actual da Rússia, que eu ainda não entendi? Obrigada.
Perfeita análise, Milhazes.
Para quem sabe russo, deixo aqui um link(espero que o senhor Milhazes não se incomode) de uma matéria na nezavisimaya gazeta(gazeta independente)com análises de uns economistas mais pragmáticos e apartidários, mas que por sua vez sao ligados a Rússia Unida(partido do próprio Putin).
Dá para se ter uma idéia da caótica situaçao que está por vir na Rússia.
Um trecho: "A crise atual da economia russa será significativamente mais longa e pesada que a de 1998"
http://www.ng.ru/economics/2008-10-03/1_tezisy.html
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Sobre a ajuda à Islândia, nada mais foi do que propaganda barata -- coisa bem comum quando se trata de governantes russos.
Até o meu pequeno estado no Brasil tem um PIB 4 vezes maior(que a Islândia).
Um paiseco com 300 mil habitantes não pode servir de parâmetro para absolutamente nada.
"Mas qual é o regime actual da Rússia, que eu ainda não entendi? Obrigada."
A Rússia é um regime monáquico-stalinista-metacapitalista-liberal.
Entendeu? Não? Nem eu, mas é algo assim.(risos)
Acho que eu entendi, perguntei isto porque vejo alguns comunistas todos entusiasmados com a Rússia e outros a dizerem que o Putin era do KGB. Eu acho é que estamos tramados com estes ódios, crises de dinheiro, crises climáticas, são crises a mais.
Cara leitora anónima que pergunta qual é o regime vigente na Rússia. Difícil pergunta. Trata-se de um regime pseudo-liberal no campo da economia, com uma fortíssima presença e controlo da parte do Estado, leia-se, do grupo ou grupos que estão no poder. No que respeita ao campo político, foi um dos ideólogos do Kremlin, o Sr. Surkov, que definiu o regime como "democracia soberana". Não conheço bons exemplos de democracia adjectivada...Conheço "democracia orgânica", "democracia socialista"...
A minha questão é a seguinte: se a Rússia está em crise, então como pode estar a negociar um empréstimo financeiro à Islândia? :S
Quanto à pergunta sobre o regime vigente na Rússia: capitalismo selvagem.
Caro Slayer, tendo em conta o dinheiro ganho nos últimos anos com o petróleo e o gás, 04 mil milhões de euros ou dólares são trocos. O que está em causa é saber se a actual estrutura da economia russa irá aguentar a crise, que alguns especialistas dizem que irá durar cerca de dois anos, se o preço dos hidrocarbonetos continuar a descer.
O general Loureiro dos Santos (que não é nenhum diletante) escreveu ontem no Correio da Manhã:
"A estratégia da Rússia
A Islândia, sem forças militares, pertence à NATO. A sua importante posição estratégica, entre a Groenlândia e a Grã-Bretanha, fecha a passagem dos submarinos nucleares russos que podem sair de Murmansk para o mar aberto do Atlântico Norte, através do Mar da Noruega.
Durante a Guerra Fria, os EUA controlavam este trânsito a partir da sua base islandesa de Keflavic, que abandonaram em 2006. A crise financeira atingiu de tal modo a Islândia que o seu primeiro-ministro, face à ameaça de bancarrota e não conseguindo apoio de nenhum aliado ocidental, se voltou para a Rússia, com quem negoceia um empréstimo de 5,43 mil milhões de dólares, e para o FMI.
Setecentos e cinquenta mil milhões de dólares de fundos de reserva poderão fazer com que a Rússia passe a exercer um certo grau de influência sobre países que estejam aflitos em termos financeiros. E não faltam países nesta situação, que lhe interessem estrategicamente."
Gilberto, a Islândia pode servir de referência económica e de modo de vida para o resto do Mundo. Serviu até agora e ninguém se opôs. Já não pode servir porque agora está em crise?
Aliás, segundo a tabela do PIB per capita (http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_countries_by_GDP_(nominal)_per_capita), a Islândia aparece em 4º lugar. E na do PIB per capita-PPC (http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_countries_by_GDP_(PPP)_per_capita), a Islândia vem em 10º lugar. E por fim, no ìndice de Desenvolvimento Humano (que é uma lista feita pela ONU, portanto serve, e para muita gente!), a Islândia está (ou estava) em 1º lugar.
Se essas tabelas serviram para a Rússia, não servem agora para a Islândia?
O facto do orçamento de Estado russo para 2008 ter sido feito com base numa previsão do barril de petroleo a 80 USD indica que à partida o Rússia terá alguma margem de manobra, uma vez que a sua economia é baseada na produção real e não na mera especulação. A ajuda dada pela Rússia, que permitiu salvar verdadeiramente a economia islandesa, grandemente baseada em aplicações financeiras, não é mera propaganda barata mas uma forte afirmação política.
Orçamento de 2009 foi feito com base num preço do petróleo a 95 dólares o barril.
http://www.vz.ru/economy/2008/9/16/208542.html
Mas concordo com Sr. Pipa a Rússia tem espaço para manobras.
Caro Konstantin, obrigado pela achega dada. Fiz confusão, pois os 80 dólares são a linha abaixo da qual o preço do crude para a Rússia entra num território muito desfavorável. Mas esse dado por si apresentado é um sinal de maior preocupação ainda.
Claro que a Rússia tem espaço de manobra, mas é cada vez mais urgente aumentar o fabrico de produtos nacionais e não depender quase completamente das exportações de matérias-primas. O espaço de manobra irá reduzir-se se o preço dos combustíveis continuar a descer e a produção russa não aumentar.
O general Loureiro dos Santos escreve que os fundos de reserva russos constituem setecentos e cinquenta mil milhões de dólares, mas o Banco Central da Rússia fala em 597,5 mil milhões de dólares em Agosto (in:http://www.gazeta.ru/financial/2008/10/09/2852776.shtml). Nesse mesmo artigo, escreve-se que, depois desse mês, as reservas diminuíram em 51,4 mil milhões. Por este andar, esse dinheiro não dará para muito tempo.
Caro senhor
Sem querer parecer deselegante tenho no entanto que lhe dizer que a sua análise não tem a mínima pertinência. Acredite que se esta crise não está realmente a ser forjada então você verá concerteza os motins a rebentarem primeiro nos EUA ou na Europa antes de se tornarem graves na Rússia ou na China.
Caro leitor anónimo, apenas constatei os reflexos da crise na Rússia, sem avançar prognósticos sobre onde a gravidade é menor ou maior.
Quanto aos protestos, estou de acordo consigo de que poderão começar antes nos EUA e na Europa, até porque os habitantes destes estão habituados a um alto nível de vida e existem forças políticas que podem exprimir mais livremente esse protesto.
Se falarmos da Rússia, em 1998, o sistema bancário e financeiro faliu, as pessoas perderam todas as suas poupanças e não houve grandes protestos de rua, e muito menos motins.
Caro Sr. Milhares quando escrevi que a Rússia tem espaço para manobras, deveria explicar esse tese. Então, por meu ver, esta crise é crise financeiro e não econômico. A Rússia tem mercado financeiro, se comparar com EUA, China, Índia ou, por fim, com o Brasil, muito pequeno. Por isso a crise, no curto prazo, não prejudicaria o nosso país. Mas vamos ver.
Em Agosto, as reservas russas diminuíram em 51,4 mil milhões. Ora, se bem me lembro, foi em Agosto que os russos tiveram gastos extraordinários com uma guerra. Portanto, não me parece que o nível de desperdício se mantenha. E uma vez que a economia russa se baseia mais numa economia real do que numa "virtual", como as do Ocidente, tem maiores hipóteses de se manter estável, mau grado as oscilações na procura de matérias-primas.
Caro Konstantin, por muito que não se queira, a crise já não é só financeira, mas também económica. Por exemplo, a desaceleração do crescimento económico é já um facto em praticamente todo o mundo, incluindo a Rússia. Isso irá procurar queda do preço do petróleo, desemprego, etc. Ainda recentemente, o diário Trud calculava que alguns milhões de pessoas poderiam ir para o desemprego até ao fim do ano na Rússia.
Considero premente uma união de esforços de todos os países desenvolvidos, sem excepção,para travar a crise, porque as consequências irão chegar para todos.
Sugiro aos sindicalistas profissonais portugueses a passarem por aqui (russia) e aproveitarem para fazeram uma reciclagem dos metodos e estrategia na luta de classes.
Deste modo poderiam constactar inloco tais virtudes.
O que ocorre com as bolsas em todo mundo, é reflexo de especulação. A fonte da crise é os Estados Unidos, suas gigantes multinacionais vêem maqueando seus faturamentos a mais de duas décadas, gerando excessiva valorização dos pápéis em contrapartida à realidade da sáude financeira das empresas o que gerou a falta de capacidade de horar com os compromissos da grande maioria dos credores do sistema imobiliário. A quebra da ENRON já havia dado o sinal e a política beligerante de George Bush, com o custo das guerras do Iraque e Afeganistão, fora o orçamento militar, já haviam deixado um déficit de 1.3 trilhões. O que vemos agora é o desfecho em cascata. Quanto à questão da Rússia, o preço do petróleo tem caído em função da bolsa de New York, os Estados Unidos aumentaram suas reservas para derrubar o preço, mas se continuarem mantendo sua produção no nível que está irão com certeza comprometer suas reservas estratégicas de poços que já duram 40 anos. Além disso existem fatores a considerar como o inverno que já se aproxima para a Europa e a enorme necessidade de aquecimento e geração de energia que crescem em larga escala. Não vai ser esta crise que vai derrubar a Rússia, se for assim o Brasil cai primeiro, por vários fatores além das reservas serem bem inferiores.
Estes acontecimentos recentes são interessantes..
Verdadeiros amantes do sistema capitalista revêm os seus ideais, ferverosos defençores do mercado livre ainda a alguns meses são hoje lutadores pelo socialismo e economia planificada.
Um fenomeno semelhante foi o colapso da URSS, só depois do império cair é que muitos descobriram os maleficios do regime e se tornaram defençores do capitalismo e iniciativa privada.
Este é um belo exemplo do sistema de mercado a funcionar, os ideiais tambem têm um valor e circulam livremente. neste momento a procura é elevada para o socialismo e a oferta do capitalismo simplesmente desapareceu, eu vou aguardar pela retoma.
bruno.
Penso que um dos problemas é que as pessoas se esquecem facilmente da História e não tecem comparações. Apesar de não acreditar na evolução inevitável da Humanidade, concordo com Hegel na sua análise do Devir, em que o processo histórico assume um aspecto de "espiral", ou seja, os episódios, as conjunturas, embora não se repetindo, assemelham-se.
Já passámos por crises anteriormente, a mais famosa das quais, a de '29, foi muito semelhante a esta, tendo por início uma sobre-especulação. Neste caso, a juntar a isto temos o sobre-endividamento de particulares e colectivos (bancos).
Ainda há pouco, (pelas 22.00h) estive a conversar com uma funcionária do Banco de Portugal a qual me confirmou as minhas observações acerca do facto da economia russa estar baseada na produção enquanto que a norte-aricana (e as Ocidentais) estar baseada na especulação. Foi o desequilíbrio entre a produção e a especulação (ou seja, entre a economia real e a virtual) nos países Ocidentais que obrigou o BCE a subir as taxas de juro, para impedir o consumo.
É evidente que alguma coisa tem de ser feita, e já está a ser feita, pelo menos na UE, com a garantia estatal que agora foi implementada. As pessoas têm de ser convencidas a não liquidar os seus saldos e, quando a coisa acalmar, aplicar as suas economias em aplicações seguras, tipo certificados de aforro, ou obrigações, ou aplicações da Caixa Geral de Depósitos (passe a publicidade).
Curiosamente, e só para terminar, há muitos meses atrás, ainda esta crise não existia, recebi por email um artigo chamado "Esconde-se o suicídio da América?", escrito pelo Rainer Daehnhardt (que é apenas um coleccionador de antiguidades e um "excêntrico" do esoterismo), no qual ele já alertava para a falência dos EUA, o encobrimento desta situação e a iminência desta crise. Curioso, não?
E que regime iram os "marginais" impor?
Em 1998, quando o sistema bancário e financeiro russo faliu, as pessoas perderam todas as suas poupanças e não houve grandes protestos de rua, e muito menos motins... porque fazia muito frio!
Agora com o aquecimento global, vamos ver os ânimos a aquecer, e säo os meus amigos americanos que o dizem!
A onda de consumismo a que muitos dos ocidentais mas poucos dos russos estão habituados é que irá acabar. Na Rússia o consumismo "global" é esquisito, pois quem ganha 500€/mês compra botas de 55€. Poupam no päo para comer lagosta?
Agora consumistas a sério säo os ricos, mas esses nunca pagaram nem pagaräo nenhuma crise. E venha o caviar!
Caro Maquiavel, em 1998, a crise comeceu em Agosto e estava calor...
Crise financeira: Bolsa islandesa volta a abrir com queda de 76 %
Reykjavik, 14 Out (Lusa) - A bolsa islandesa de Reykjavik, suspensa desde quinta-feira, reabriu hoje com um enorme tombo de 76 por cento, mas os responsáveis do mercado insistem que a falta de valores financeiros à cotação ampliou a queda.
Segundo um porta-voz da Bolsa, excluindo os valores financeiros suspensos, a baixa real é de 0,57 por cento. O novo índice já não inclui os valores financeiros, segundo a bolsa islandesa.
O índice OMX15, que perdeu a metade do seu valor desde o início do ano, caía pouco após a abertura 76,12 por cento, do fecho de 3.017 pontos de quarta-feira passada.
As transacções dos títulos de instituições financeiras estão suspensas desde 06 de Outubro e não recomeçaram esta terça-feira, segundo o operador OMX.
Todas as transacções tinham sido depois interrompidas a 09 de Outubro por três sessões consecutivas. Deviam inicialmente ser retomadas segunda-feira, mas a reabertura da Bolsa de Reykjavik fora adiada para hoje.
A Islândia foi muito afectada pela crise financeira internacional que abalou todo o seu sistema financeiro, a sua principal fonte de riqueza. Passou então do estatuto de economia de sucesso ao de Estado à beira da falência.
MRO.
© 2008 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
2008-10-14 12:40:01
Boa tarde Dr. Milhazes,
a Crise Russa de 98 foi uma continuacao da Crise asiatica de 97?
Pelo o que eu soube com a Crise Asiatica o preco dos commodities caiu em todo o mundo, mas como a Russia possui uma economia que depende da exportacao desses commodities (gas natural e petroleo, principalmente) declarou moratoria a sua divida externa. Por isso, os investidores comecaram a evitar os mercados emergentes (mais lucrativos, porem mais arriscados).
Essas afirmacoes estao corretas? Como a Russia superou a crise e como atraiu novamente investimentos externos? E por ultimo, quais foram os reflexos dessa crise no Brasil?
Desde ja agradeco a sua atencao e seus futuros esclarecimentos.
Patricia Furtado
Como a Russia pode emprestar dinheiro a Islândia não sei, mas no sites como do banco mundial e outras fontes como essas, a islândia é quem teve o maior decréscimo mundial no crescimento e a maior alta no nível de desemprego, deixando a situação daquele país crítica. E a Rússia segundo alguns economistas dizem que já não participa do famoso BRIC, agora é somente BIC podemos dizer, já que os outros ainda apesar da crise não sofreram tanto o impacto.
Em relação da questão da crise asiática concordo com a Patricia Furtado.
Se não for incomodo, poderia me indicar uma fonte onde poderia saber mais sobre os efeitos da crise e os aspectos principais da economia russa?
Sabe onde posso procurar mais sobre os efeitos da crise na economia russa?
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