Partido de Putin imparável

O Partido Rússia Unida, dirigido pelo primeiro-ministro Vladimir Putin venceu eleições em mais de 70 regiões da Federação da Rússia, tendo praticamente conseguido a maioria absoluta em todos os escrutínios.

O partido de Putin conseguiu votações estrondosas na Tchetchénia, república russa no Norte do Cáucaso, e em Kemerovo, região da Sibéria, ao conquistar mais de 80 por cento dos votos contados.

Nas restantes regiões, o partido do Kremlin recebeu cerca de 55 por cento, mas, como conquistou a maioria dos mandatos nos círculos maioritários, consegue obter em toda a parte mais de dois terços dos assentos nos parlamentos regionais.

O magnata Roman Abramovitch, dono da equipa inglesa de futebol Chelsea, encontra-se também entre os vencedores ao ter sido eleito deputado do Parlamento da Tchukotka, região que faz fronteira com o Alasca e foi por ele governada durante váriuos anos.

O Partido Rússia Unida apenas não conseguiu eleger o presidente da câmara de Nijni Taguil, nos Urais, cargo que foi conquistado pelo candidato independente Valentin Issaev.

O Partido Comunista foi o mais castigado pelos eleitores, tendo deixado de ser a segunda força mais votada na Tchetchénia e Kemerovo, onde foi substituído pelo Partido Rússia Justa, outra força política controlada pelo Kremlin.

Porém, em algumas regiões, os comunistas conseguiram conservar alguma influência: nas regiões de Zabaikal e Sakhalina, no Extremo Oriente do país, conseguiram, respectivamente, 13 e 22 por cento dos votos.

O Partido Comunista atribui estes desaires, que alguns analistas consideram “nunca vistos”, à política do Kremlin de afastar essa força da paisagem política russa.

“Trata-se de um sinal não só aos partidos, mas também à sociedade em geral: as comissões eleitorais e as admnistrações das regiões trabalham completamente para a Rússia Unida, as eleições transformam-se numa farsa. A oposição é completamente destruída, resta apenas o Partido Comunista, mas mais uma campanha como esta, e os resultados em todo o país serão como na Tchetchénia e em Kemerovo”, declarou Vadim Soloviov, deputado comunista, ao diário electrónico Gazeta.ru.

“As autoridades estão a edificar uma vertical que repete o sistema criado pelo Partido Comunista da União Soviética”, acrescentou.

“Iremos continuar a lutar, embora a correlação de forças entre o poder e nós faça lembrar a existente entre um soldado dos comandos e um adolescente de 12 anos. Vamos lutar até à morte”, sublinhou.