terça-feira, outubro 07, 2008

Portugal reconheceu independência do Kosovo

O Governo de Portugal decidiu reconhecer a independência do Kosovo. As razões deste passo foram reveladas por Luís Amado, Ministro dos Negócios Estrangeiros, numa das comissões da Assembleia da República.

Segundo a Lusa, "o governo português decidiu reconhecer formalmente a independência do Kosovo, anunciou hoje no Parlamento o ministro dos Negócios Estrangeiros.

"É do interesse do Estado português proceder hoje ao reconhecimento do Kosovo", disse o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, na comissão de negócios estrangeiros da Assembleia da República.

O ministro apontou quatro razões que levaram a esta tomada de decisão: a primeira das quais é "a situação de facto", uma vez que, depois da independência ter sido reconhecida por um total de 47 países, 21 deles membros da União Europeia e 21 membros da NATO, "é convicção do governo português que a independência do Kosovo se tornou um facto irreversível (...) e não se vislumbra qualquer outro tipo de solução realista".

Como segunda razão, o ministro referiu que "o problema é político e não jurídico", afirmando que "o direito não pode por si só resolver uma questão com a densidade histórica e política desta".

Amado sublinhou, no entanto, que "não sendo um problema jurídico tem uma dimensão jurídica de enorme complexidade", pelo que "o governo português sempre apoiou a intenção sérvia de apresentar a questão ao Tribunal Internacional de Justiça das Nações Unidas".

"O reforço da responsabilidade da União Europeia", foi a terceira razão apontada pelo chefe da diplomacia portuguesa.

Amado considerou que a situação nos Balcãs "é um problema europeu (...) e a UE tem de assumir um papel muito destacado", referindo igualmente que a assinatura de acordos de associação com a Bósnia, o Montenegro e a Sérvia "acentuou muito nos últimos meses a perspectiva europeia de toda a região".

Frisou ainda que Portugal, ao contrário dos restantes países da UE que não reconheceram o Kosovo, não tem problemas internos que justificassem as reticências.

Como última razão, indicou a "mudança de contexto geopolítico que entretanto se verificou" com o conflito entre a Rússia e a Geórgia e a declaração de independência das regiões georgianas separistas da Abkházia e da Ossétia do Sul que Moscovo reconheceu entretanto.

"Não podemos ignorar a mudança que estes desenvolvimentos implicam nomeadamente nas relações bilaterais entre a União Europeia e a Rússia", disse Amado, referindo que no momento em que Moscovo reconheceu a Abkházia e a Ossétia do Sul "reconheceu também implicitamente a legalidade do Kosovo".

Neste sentido, o ministro afirmou que o governo português vai defender, no contexto da renegociação do acordo de parceria da UE com a Rússia, "um conjunto de questões fundamentais para a estabilidade europeia (...) designadamente a revisitação da arquitectura de segurança e defesa da Europa no quadro das relações com a Rússia".

Se, até agora, não tomámos uma decisão a favor da independência do Kosovo , o que eu, dentro da minha humildade, considero um passo sensato, poderíamos aguentar pelo menos até ver o que vão dar as conversações de Genebra entre a Rússia, a Geórgia e a UE, que deverão ter início a 15 de Outubro. Ao reconhecer a independência do Kosovo, Portugal reconhece implicitamente (se utilizarmos a mesma lógica aplicada pela nossa diplomacia à Rússia) a independência da Ossétia do Sul e da Abkházia.

O Governo português apoiou a intenção da Sérvia de recorrer ao Tribunal Internacional, mas nem sequer ficou à espera do veredicto para decidir.

É lamentável constatar que a responsabilidade da UE se tenha reforçado depois de cometido o erro e não antes.

Quanto ao facto de Portugal "não ter problemas internos que justificassem as reticências", bem, vamos acreditar que teremos a mesma sorte que sempre tivemos ao longo da história, esperando que se o erro do Kosovo se reflectir em Espanha, não tenha reflexos em Portugal. Recordo que eram muitos os que se riam da previsão de Fátima sobre o destino do comunismo soviético, mas os resultados estão à vista. Por isso, previsões, como disse alguém, só no fim do jogo.

"Quanto à revisitação da arquitectura de segurança e defesa da Europa no quadro das relações com a Rússia", espero que esse diálogo se transforme realmente na construção de um continente mais seguro e não no sacrifício (mais uma vez) dos mais fracos em nome dos interesses dos mais fortes. Não quero acreditar que voltemos a estar perante mais um Pacto Molotov-Ribbentrop.
Esperemos que os dirigentes europeus não deixem repetir o filme...



46 comentários:

MSantos disse...

A independência do Kosovo não é mais do que a punição final e definitiva (errada ou correcta) que o Ocidente (mais em concreto, os EUA) impôs á Sérvia, resultado da sua tentativa expansionista no aspecto geográfico e étnico, nos anos 90.

MSantos disse...

Relativamente ás previsões de Fátima, devemos nos lembrar que são do foro puramente religioso, como tal, deveriam estar aparte de toda análise factual e racional (minha opinião). A queda do comunismo foi prevista por vários pensadores e analistas mais baseados em factos históricos e económicos, nos quais eu pessoalmente, acho mais fidedignos de considerar.

MSantos disse...

Concordo plenamente com a insinuação do José Milhazes sobre a eventual divisão de Espanha. Muitos portugueses (talvez a maioria) pensam que Portugal será maior numa península totalmente divida. A história recente demonstra-nos que a própria integridade portuguesa estaria em risco ( e de uma maneira violenta) caso se quebrasse o mosaico espanhol. Portugal só tem a ganhar com um estado espanhol uno e indivisível. A história (antiga e recente) demonstra-o.

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caro M. Santos, claro que quando falo de Fátima, apenas estou a levar o exemplo ao extremo. Houve, efectivamente, pensadores que previram o fim da URSS, mas para pessoas como eu, que seguiam determinados princípios políticos, era difícil acreditar.

Anónimo disse...

Coerentemente Portugal não vai deixar de reconhecer a independencia da Ossetia e da Abkhazia. Numa segunda fase teremos a Valónia, o Pais Basco, a Sardenha e a Irlanda do Norte. Fica a Madeira à espera bem como o condado de Guimaraes...

Anónimo disse...

Fico supreendido por verificar que o sr. José Milhazes acredita no pensamento independente dos governos europeus, quanto a mim, não tenho a menor duvida que em menor ou maior grau os governos europeus são controlados por grupos de interesses.
Só mesmo um vendido como o durão barroso pode dirigir com sucesso esta europa sem honra e em decadencia. É impossivel alguem que gopste da europa não fique a sofrer ao ver o que está a acontecer, a europa está em decadencia, dividida entre ocidente e leste, e a morrer demograficamente.
Só mesmo alguem sem escrupos, sem moral e sem paixão e orgulho pela sua terra pode suportar sequer ouvir falar de politica europeia actual.
Eu faço parte dos jovens que nunca votaram e nem tenciono votar neste regime podre que persegue quem foge a linha de pensamento permitida.
Tenho alertado para a gravidade do estado acelerado de perdas de liberdade em portugal, neste momento a liberdade de expressão no país já não existe.
Em portugal começaram a ser presas cidadãos por causa daquilo que escrevem,pensam ou dizem e ninguem faz nada contra isso.
Como franco dizia pouco antes de morrer quando lhe disseram que em portugal podia haver uma guerra civil dedido á revolução;
"no lo creo, los portugueses son mui covardes"
concordo com o homem.

bruno.

Anónimo disse...

Espero que Portugal no futuro reconheça a independência dos Açores, pois os independentistas (alguns já estão no poder) já estão a trabalhar para isso.

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caro leitor Bruno, eu não acredito no pensamento independente dos actuais políticos europeus, mas apenas defendo que a UE deve deve tomar medidas para que se transforme num verdadeiro pólo de tomada de decisões a nível mundial. Claro que é preocupante ver como os dirigentes dos países europeus se deixam levar por outros interesses que não os verdadeiros interesses dos cidadãos europeus.
Quanto ao leitor açoreano, que lhe responder? Esperemos para ver.

Anónimo disse...

O Amado perdeu um bom momento para afastar o país da confusão. Não temos nada a ganhar com esta posição e nem adianta nada a nível internacional. Duplamente negativo... (e já agora, estaria mais à espera de ver uma declaração do Presidente da Republica nesta matéria do que do MNE)

Anónimo disse...

Uma nota: a referência a Fátima não me parece beliscar a seriedade do artigo. Parece-me sim que hoje existem "2 pesos e 2 medidas". Tudo o que é Católico deve ser sobretudo evitado porque não se deve confundir a religião com outros assuntos da sociedade. Mas quando se trata da referência a outras confissões, já falamos em dialogo entre povos e esta tudo bem. é por essas e por outras que os franceses já não controlam o seu país e estão a ficar completamente dominados pelas comunidades magrebinas. E isto é um facto que pode ser comprovado pelo peso crescente desta comunidade na sociedade francesa. Inclusivamente, existem hoje regiões em França onde não consegue comprar o normalíssimo frango que não seja devidamente "aprovado pela mesquita" do sitio. E isto sim é que é grave. Um outro exemplo, as igrejas que são remodeladas ou transformadas em mesquitas. Seria bom não enveredar cegamente por um anti-catolicismo motivado por medos infundados. Relembro que estamos no sec.XXI e a igreja ja não controla a sociedade portuguesa como o fazia antes (p.ex. no referendo do aborto). Apesar de não ser católico praticante, achei importante fazer este comentário. E não se esqueça que para o bem e para o mal, Fátima faz parte da nossa cultura. Não acredita?.. então o que dizer de 1 milhão de pessoas no santuário no 13 de Maio??

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caro Nuno, por favor, não veja no meu artigo ou comentário qualquer vestígio de anti-catolicismo. Tal coisa jamais me passou pela cabeça. Além de respeitar todas as religiões, como português e europeu que sou, não renego as minhas raízes religiosas. Quanto a Fátima, tenho o maior dos respeitos por todas as pessoas que lá vão e não escondo que sempre que passo por lá perto, tento lá ir. Para mim, trata-se, além de tudo, um lugar ligado à História da Rússia e, por conseguinte, alvo das minhas buscas científicas.
Se, eventualmente, ofendi alguém com o meu comentário, peço desculpa, pois essa não era a minha intenção.

Anónimo disse...

Caro José Milhazes,
peço desculpa por não ter sido claro no meu comentário. No fundo, acho que a referência a Fátima esta muito bem feita. Apenas discordei do 2° comentário do "colega" msantos que levantou a questão da mistura entre o religioso e o factual. Alias, mando daqui um abraço para o msantos cujas intervenções são habitualmente muito interessantes. E um abraço também para si, com votos de boa viagem de regresso à Rússia.
Nuno.

Anónimo disse...

Se já não soubéssemos, bastar-nos-ia tomar o exemplo de Fátima para dar logo o Milhazes mais burro do que uma porta. Balha-me deus´, nóssa sinhóra. E são tipos destes que falam, pretendem dar luz à gente sobre o que se passa. Ai, lá fosse o dito pentear macacos. Seria mais útil, sem perigo de ainda levar algum pontapé, que coisa que eu não entendo, ó Milhazes, ainda, é a paciência do Czar da Rússia contigo, grande atrevido, seu insonso e grande tratante.

Anónimo disse...

Sr. Simon tanto rancor, a propósito de quê? Será inveja? Será um descarregar das suas frustrações em alguém que nada tem a ver com isso? A propósito qual é a sua legitimidade e o seu contributo para ter essa prepotencia toda e lhe permitir fazer esse tipo de criticas a quem trabalha e faz o seu melhor? Poderia continuar com estas perguntas, mas não vale a pena. De certeza que mesmo que quisesse não me saberia responder. Acho que o Sr. José Milhazes não precisa de ninguém que o defenda, mas este tipo de atitudes não podem ter qualquer complacencia de quem defende o direito á livre expressão de cada um, desde que respeite a opinião dos outros, sob pena de se por em risco esse mesmo direito.

Anónimo disse...

Parece que alguém se enganou de blog. Simon: para a próxima, por favor, evite de perder tempo a ler o artigo e os comentários subsequentes. Ou então não são o lixo que diz serem.

Jest nas Wielu disse...

No debate entre as lideranças partidárias e ministro Amado que assisti na RTPi, só não compreendi o comentário do "cassete" do PCP, que disse que Portugal não devia afrontar a Rússia...

O que a Rússia tem a ver com o assunto? Não afrontar a Sérvia ainda vá lá, se compreende... Mas os sérvios não querem saber da Rússia para nada, querem entrar na UE.

Xico Burro disse...

Como já muitos disseram, os americanos atrelaram os europeus na abertura de uma gigantesca caixa de pandora. Havia um acordo tácito de que não seriam questionadas as fronteiras, embora algumas dessa fronteiras não fossem políticas, mas sim meramente administrativa. Com o quebrar da regra muita coisa poderá ser posta em causa, muitas situações podem explodir e muito mais explosivas de que o Kosovo, que pode a apequenada Sérvia? Não esquecer que a desintegração da URSS foi em parte a desintegração da própria Rússia. Depois há as fronteiras ocidentais da Ucrânia, há o Kazaquistão, há as repúblicas bálticas, com uma "minoria" russa de 40% nalguns casos. Depois e para além da Espanha, da Roménia/Hungria há o "problema" da Alemanha de que até se evita falar. Basta olhar para a situação de Berlin, quase na fronteira da Polónia. A actual Alemanha é pouco mais de metade dos territórios historicamente alemães, ver Koenesberg (Kalingrado,)Polónia Ocidental. E, no fim, volta-se ao princípio: falta resolver o problema dos balcãs! O que vai ser a Bósnia? Que solução para os sérvios da Krajna, do Montenegro, do Kosovo? E a Macedónia? Parece estar tudo à espera do momento...

Anónimo disse...

Um factor importante neste contexto que tem sido esquecido, a maior base aérea Americana na Europa está precisamente no Kosovo...

Cumprimentos

Anónimo disse...

Sou contra a independencia do Kosovo. Pelo simples facto de que nao e nem nunca foi um pais. Se os Albaneses nao se sentiam bem em terra alheia, tinham bom remedio:voltar para a Albania.
O Kosovo nao e nem nunca sera mais do que um protectorado NATO/UE e um antro de mafiosos, criado para dar o golpe final na Servia e humilhar a Russia. No entanto, a Russia respondeu a letra:bates no meu amigo, eu bato no teu!
E agora que fazer? Abriu-se a caixa de Pandora! Quem sera o proximo a cair? Calculo que seja a Belgica. Espero que seja um divorcio pacifico, mas o enclave Bruxelas pode tornar-se um assunto serio.E a Espanha?Alguem aqui disse que Portugal tem interesse numa Espanha forte e una, eu nao creio, acho que a balkanizacao da peninsula joga a nosso favor, Portugal seria o Estado mais forte da Peninsula.E Olivenca ainda esta em aberto...

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

O leitor que assina com o pseudónimo de Simon é um dos muitos cobardolas que têm receio de dar a cara. Se quiser insultar, faço-o, mas assine. E se já alguma vez comi consigo à mesa, isso não lhe dá o direito de falar assim comigo. Não retiro este comentário para mostrar ao leitor o rancor que nutrem por mim os comunistas rancorosos, que começam a insultar quando deixam de ter argumentos. Não passe mais por este blog e se quiser insultar as pessoas, crie o seu e chame-lhe o nome que lhe der na gana.
Eleve o seu nível...e apareça

Vasco disse...

Caro msantos quer ter a amabilidade de me explicar de que forma é que Portugal não ganha com uma península dividida no contexto europeu dos nossos dias? Sem, obviamente, utilizar o argumento de que Portugal é governado por incompetentes à muitas décadas....

Quanto ao sr. açoreano, lamentavelmente não lhe poderei responder à letra por respeito ao autor do blogue.

Anónimo disse...

... Portugal, de único país com moral para falar (visto näo ter reconhecido a independência ilegal da província sérvia mesmo sem ter conflitos étnicos internos) passa para o lado dos pilantras, refugiando-se no "facto consumado" e... INTERESSES ECONÓMICOS???
Bom, deixa cá ver:
- 8.000.000 de sérvios, com economia florescente, querendo entrar na UE
- 2.000.000 de albaneses rancorosos, num narco-estado falido, que a única coisa que tem é a maior base americana na Europa

Bom, isto é bom para a Espanha, porque vai começar a ter o exclusivo do comércio ibérico com a Sérvia. Mais um tiro no pé para Portugal! Boa! Sócrates näo acerta uma!

Ao menos poderia esperar pelo resultado do Tribunal Internacional. Ou já sabem que, como este vai provar a ilegalidade, seria ainda pior fazê-lo após o veredito?

O pior disto é para os sérvios: correram com o semi-ditador Milosevic, foram elegendo o Djinjic e o Tadic para mostrar o seu europeísmo e cortar com os crimes do passado, e como prémio a UE apoia os terroristas separatistas!
Depois admirem-se...
Entretanto os sérvios da Krajina e Eslavónia (1 milhäo) nunca mais regressaräo às suas casas...

Portanto, agora venham de lá os embaixadores abcazes, que aquilo tem boas estäncias de férias!

Anónimo disse...

o último comentário de José Milhazes (contra Simon) situa-o precisamente no universo acéfalo pcepista, embora se farte de dizer que já não é comunista. Mas o método de argumentação e de "fuga às questões" por meio do insulto e do ataque infantil é precisamente o mesmo. São coisas que nunca esquecem, camarada,mesmo que o bico do prego tenha girado 180 graus. Simon-Milhazes, même combat.

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caro leitor anónimo, eu não insultei ninguém, porque os anónimos não têm nome, é como se não existissem. Volto a dizer, quem quiser insultar-me que se identifique ou venha falar comigo directamente. Comentários semelhantes são ataques cobardes.
Se a minha argumentação está má e eu fujo às questões, rebata com argumentos, como faz a maioria dos leitores, e não mande sentenças anónimas como faz o Simon. A escola é a mesma, não é?

Anónimo disse...

ora bem, quem fica pior nisto tudo säo mesmo os albaneses do Kosovo!

Senäo vejamos: os sérvios estavam täo desesperados que, em troca da näo-declaraçäo de independência davam *tudo*: independência económica (como se tivessem condiçöes mas enfim), acesso a organismos internacionais (como o FMI ou o Banco Mundial, de quem bem precisam porque näo há lá nada legal), até equipa própria nos desportos.
Como foram levados desde o 1.o momento a crer que iriam ter o que os terroristas do UÇK (ELK) queriam, agora continuaräo com o governo mafioso e a narco-prostituto-economia... é o que eles querem, näo é?
O problema é que a UE anda a *literalmente* enterrar dinheiro naquele buraco negro, enquanto há muita gente a precisar mais dele dentro da UE que os traficantes kosovares!!!

MSantos disse...

Caro Nuno Bento: agradeço os seus cumprimento e elogio, e retribuo, dado ser muito salutar para mim dialogar com pessoas, embora com ideias e opiniões diferentes das minhas, mas de uma forma respeitosa e cordial. Peço também desculpa ao José Milhazes por ter comido de tabela, quando o "míssel" (no bom sentido) era-me dirigido. Relativamente ao assunto de Fátima, tudo isto demonstra a ultra sensibilidade que os assuntos da religião acarretam e, na minha opinião, devem ser mantidos fora da política. Como referi no post, é tão somente a minha opinião e não referi em nenhum ponto, a confissão católica, mas sim a religião em geral. Concordo totalmente com o que referiu face ao recuo da civilização frente ao fanatismo e fundamentalismo religioso (seja muçulmano ou outra confissão). Mais o informo que a Grã-Bretenha capitulou face a estes extremistas ao permitir aplicar no seu território, a sharia (lei islâmica) em paralelo com a legislação inglesa (ou seja, qualquer extremista poderá açoitar mulheres sem problemas, na Grã-Bretenha), isto para lhe demonstrar que para mim, todo o extremismo religioso tem o mesmo peso e medida, venha de que religião vier. Na minha opinião (e continuo a insistir neste ponto, sendo o Nuno livre de concordar ou não) estado e religião nunca se devem misturar. Na antiguidade, e nos países islâmicos é a fé religiosa que controlava/controla o estado, com todos os efeitos nefastos que todos conhecem. Pegando no oposto, os estados comunistas perseguiram a religião e foi só atrocidades. Para mim são estas duas razões, caso contrário, teremos perseguição a religiosos ou a não crentes, comprometendo os valores de democracia e pluralismo.

MSantos disse...

Respondendo ao Sr Vasco e ao outro Sr anónimo que são da opinião que Portugal ganharia com uma península dividida, passo a explicar a razão da minha posição. O próprio Sr anónimo empregou um termo ilustrativo muito correcto: "balcanização da península". O termo balcanização acarreta, além da divisão territorial, guerra, conflito, posições extremadas, pobreza, miséria, desgraça, capacetes azuis a controlarem a nossa terra.... poderia continuar muito mais. Será isto que queremos? Já para não falar das hordas de refugiados. Mais: A Galiza independente; não vos inquieta em nada? Acho que Portugal se deve engradecer é com o seu próprio valor e não através da fraqueza dos outros (já o fizemos há muito tempo). O Estado espanhol uno e indivisível, apesar das nossas paranóias e algumas quezílias, sempre nos foi inócuo. Estivemos sob domínio de Espanha pelo casamento de uma rainha (uma das razões por que sou republicano) e hoje invadem-nos económicamente por que nós, portugueses, falhámos, e não soubemos perservar o que é nosso.

MSantos disse...

Ao senhor dos Açores (que obviamente não espelha, nem de longe, o retrato do bom povo açoreano): se o Sr apoiar a minha causa para a independência do farol do Bugio (República Independente do Bugio) terá o meu apoio.

Anónimo disse...

Caro José Milhazes,

Lamento a forma de tratamento utilizada contra você por alguns leitores, pois a discordância de opiniões não permite a ninguém o direito de insultar seu semelhante. Considero este blogue um ambiente de discussões, exposição de idéias, interação e amizade entre pessoas de diversas nacionalidades. Se perdermos o senso de civilidade e cordialidade, nada mais nos restará senão o conflito, e isto o mundo já tem de sobra todos os dias.

Abraços

Anónimo disse...

Os Estados Unidos precisavam do Kosovo independente, pois uma base americana forçada na Sérvia seria motivo de constante tensão para os militares americanos, pois os Sérvios são aliados antigos da Rússia. A União Européia apenas manteve a continuidade da brincadeira "Sigam o Líder".
Jest Nas Wielu
Ultimamente todos querem entrar na União Européia, a Rússia, Turquia, Ucrania, Georgia, Sérvia.... Quanto à afronta a Rússia talvez não seja o caso, nesta discussão mas o relacionamento Sérvio/Russo ainda existe e os laços são muito fortes.

Anónimo disse...

O que ainda não compreendo foi o porquê de Portugal ter demorado tanto tempo para decidir. O que é que se terá passado nos bastidores? Terá havido alguma moeda de troca (não consigo bem imaginar o quê)?
De qualquer modo, agora, para ser consequante, Portugal terá de reconhecer as independências da Ossétia do Sul e da Abkházia, que o são "de facto" há mais tempo e cuja inependência é igualmente irreversível, bem como começar a preparar os reconhecimentos do Alto Karabakh e da Transdnístria.

Isto, claro, a não ser que tais reconhecimentos sejam contra os interesses de... Portugal, claro!

Anónimo disse...

Sem dúvida um grande golpe para a europa, que assim vê renascidos os seus fantasmas e reabertas as suas feridas mais profundas.
E a quem interssa uma europa desunida?
Que o digam os efeitos desta "independência", feita à sombra de políticos europeus de fraquíssima qualidade (dou razão ao Mário Soares...) todos saidinhos da formidável experiência de Woodstock...

Depois disto, a ONU que se refunda...

Anónimo disse...

Portugal segue sua abjeta vocação de lacaio da OTAN. Já vai longe a lista de servicinhos sujos que esses sabujos ibéricos protagonizam para satisfazer as potências ocidentais. Nessas alturas do desenvolvimento do país, é necessária ainda esses expedientes humilhantes para que Portugal seja respeitada? Ou será que continuam trocando apoio por dinheiro?

Vasco disse...

Ao Sr. msantos,

Quando me refiro ao fortalecimento de Portugal em virtude do enfraquecimento ou desagregação de Espanha, não o faço num cenário "apocaliptico" ou de "balcanização".
Acho também que não é de facto com o enfraquecimento de Espanha somente que Portugal se pode engrandecer.
Concordo plenamente consigo quando diz que Portugal pode fazê-lo por si só. Como disse, e bem, já o fez há muito tempo e pode fazê-lo de novo.... mas os homens de visão de então parece não abundarem muito na república.

Não entendo porque uma Galiza independente poderia inquietar fosse quem fosse ( em Portugal note-se), aliás...e como talvez saberá, existem certos sectores da sociedade galega que não são adversos a uma maior proximidade a Portugal.

MSantos disse...

Caro Vasco, permita-me só
corrigi-lo numa coisa:
"existem certos sectores da sociedade galega que não são adversos a uma maior proximidade a Portugal"

Eu substituiria Portugal por "norte de Portugal". Compreende agora? Logicamente poderia ser um dominó. Poderia haver outras regiões que se unissem a outras províncias espanholas pelos mais diversos motivos.

Este tipo de processos, ao longo da história, tem-se revelado como a guerra: toda a gente sabe como começa. Ninguém pode antever como vai acabar. Sabemos também, por norma, que estes processos têm elevada probabilidade de se tornar sangrentos. Quanto á fraca qualidade dos nossos líderes políticos, eles não reflectem mais do que a realidade do povo português. Mas, é apenas a minha análise.

Anónimo disse...

Amigos, parece-me que Portugal não seria afectado, a não ser de uma forma marginal (refugiados, problemas económicos, etc.) numa situação de secessão em Espanha.

Em Espanha existem várias nacionalidades e os movimentos centrífugos são endémicos. Historicamente não existem tais movimentos independentistas em Portugal. Somos um só povo, com um historial de centralização mais ou menos consensual de poder (mau grado algum - natural - regionalismo e os caciquismos), todo o nosso desenvolvimento político, étnico, económico, a nossa mito-História, é unificado e não temos nos nosso seio movimentos centrífugos.

Assim, numa situação de separação das províncias da Espanha, duvido muito que houvesse uma separação do Norte de Portugal para junção com a Galiza.
Mais natural seria a integração desta no nosso país, com elevado grau de autonomia, união essa que aliás seria natural sob o ponto de vista étnico-linguístico.

Slayer disse...

Conclusão: fomos na onda dos aliados... em vez de esperarmos pela votação na ONU. pff

Vasco disse...

Caro MSantos,

Entendo a sua análise, mas não concordo com ela.
Não creio que o cenário de uma possivel unificação entre o norte de Portugal e a Galiza fosse viável, nem tal, alguma vez me foi transmitido por galegos mais ou menos envolvidos no processo de valorização da identidade galega. Aliás sempre ficou muito claro o interesse e talvez até uma certa avidez, de cultura portuguesa por parte dos mesmos. Claro que nunca nada disto foi minimamente contemplado pelos governos portugueses...com medo concerteza de Madrid.
Concordo mais com a opinião do Pippo neste assunto.

Anónimo disse...

É que a minha opinião deriva do contacto directo com a realidade e amigos galegos...

Anónimo disse...

vasco vasco...
está errado meu caro,

A galiza e o norte de portugal só não estão unidos devido a actuação de forças externas que impediram essa união.
Inicialmente D. Afonço Henriques queria anexar a area da galiza ao condado portucalense visto serem 2 regiões com o mesmo povo, lingua, cultura etc etc, a unica diferença nessa época dessas 2 regiões era o nome.
Mas o papa disse para o d. Afonço Henriques ir conquistar terra aos mouros e deixar a galiza para mais tarde,
E esse objectivo nunca foi cumprido..

Eu sou do norte de portugal, e posso-lhe assegurar que os galegos e portugueses do norte são irmãos de sangue.
No sul os colonos descendentes do povo do norte que povoaram o sul de portugal criaram uma nova nação que é portugal.
Apesar de terem passado quase 1000 anos de separação entre a galiza e o norte a ligação continua forte, porque existe uma ligação de sangue que não pode ser quebrada ao contrário de outras nações criadas artificialmente com base em agregar povos distintos num território comum.
A nossa origem celta em comum com os galegos não vai terminar nunca, A galiza&NortePortugal é uma nação.

bruno.

Anónimo disse...

Mas nunca existiram movimentos secessionistas do Norte de Portugal. E é disto que se está a falar. Mas evidentemente, a inclusão da Galiza em Portugal seria um sonho meu tornado realidade...
Abraço,

MSantos disse...

Os meus amigos podem ter toda a razão do mundo, mas penso que o melhor é não haver oportunidades de pôr as nossas ideias á prova. Na minha humilde opinião, o território nacional está muito bem como está.

Iniciam-se estes processos e é só coelhos a saltar da cartola.

Cumpts

Anónimo disse...

Eu penso que esses movimentos de secessão nunca existiram porque o norte e a galiza sempre conviveram em conjunto e com elevada autonomia de madrid e lisboa.
Quando á divisão de fronteiras, eu penso que estas deixaram de existir desde 1993 na europa ocidental, o desafio vai ser impedir que o caracter nacional de cada país se perca com a imigração.
nos ultimos anos começou a assistir-se no norte de portugal e galiza a um sentimento de algum desespero em relação a esse fenomeno porque sempre foi uma região de emigração e começa a receber imigração.
As fronteiras na realidade não existem, o que faz um país é o seu povo, entre a galiza e o norte pode existir uma fronteira artificial, mas a diferença entre os 2 povos não existe.
Na minha opinião, o estado central de espanha está a tornar-se uma ameaça para toda a pensinsula ibérica porque só nos ultimos 10 anos, espanha recebeu 5 milhões de imigrantes, claramente, é um estado irresponsavel e ou muito me engano ou vai cair brevemente.

bruno.

Vasco disse...

Infelizmente o meu computador pregou-me uma partida e perdi o comentário que estava a escrever que já ia longo, mas vou resumir as ideias gerais.

Pippo...partilho do seu sonho.

Bruno...até podia estar errado...mas não estou.
Pelos vistos você tem a ideia romãntica dos manuais de História que nos proporcionam no liceu....ou isso ou literatura de alguns sectores q se dizem "nacionalistas" que geralmente deturpam tudo a seu bel-prazer.

Quanto ao Norte de Portugal e a Galiza conheço-os relativamente bem (especialmente o Minho. Estou bem a par das semelhanças.

Não percebi essa dos colonos do Norte...acha q nessa altura se matava tudo o que mexia? Ou haveria um controlo politico-militar?

Enfim...sinceramente tenho pena que o meu post anterior se tenha perdido...

Anónimo disse...

Em primeiro lugar a questão geopolítica joga contra Portugal. Porquê? A Sérvia e a Rússia verão com outros olhos os portugueses com este reconhecimento, mostra apenas que o poder político em Lisboa seguiu simplesmente a corrente (da UE e da NATO) em vez de se manter firme.

A desculpa dos 21 é uma desculpa esfarrapada, Portugal podia aqui mostrar o "esplendor de Portugal" face à hipocrisia europeia e dos EUA, além de mostrar que quem manda cá dentro ainda são os Portugueses.

Mais uma vez contribuimos para o desiquilibrio de uma região, o que pode agora, que argumento existe se a Republica Sérvia da Bósnia quiser declarar tb a independência? Ou como irá ficar o caso da FYROM (Macedónia), e mesmo dentro da Sérvia o caso da forte minoria hungara que é maioria na Voivodina?

Interesses: A base Americana no Kosovo de facto é a maior ou uma das maiores da Europa, mas além disso temos ainda o petróleo, a AMBO, é um dos oleadutos que passará na zona Balcânica e só por acaso tb no Kosovo.

Outro aspecto: Portugal e divisão de Espanha.

Não me lembro em tempo algum que a divisão do resto da Espanha tenha sido desfavoravel para Porugal.

A União da Monarquia Espanhola é que a nós sempre foi desfavorável.
A União Dinástica de 1580 até 1640, a Espanha já era unificada a revolta dos Catalães e depois dos portugueses, permitiu-nos o restaurar da Independência, no Inicio do Sec XVIII Portugal inclusívé chegou a invadir Madrid, mas no Inicio do sec XIX fomos invadidos e humilhados na Guerra das Laranjas, e logo a seguir nas Invasões Napoleónicas. Na Primeira República Portuguesa, A Monarquia espanhola sempre tentou a hegemonia, na republica Espanhola de 31-33 nós apoiavamos as forças de direita mais conservadoras e a república espanhola apoiava as forças opositoras ao Salazarismo, na Guerra Civil o Governo português apoiou o lado que fortaleceu a posição de Salazar, o lado Franquista/Nacionalista.

Se entretanto houver alguma coisa que não esteja agora a lembrar-me.

Para terminar, em termos de coerência Portugal tb apoiará as auto-proclamadas repúblicas da
Ossétia do Sul e da Abkásia! Isso era realmente Real Politik!

Anónimo disse...

mais cedo ou mais tarde a Espanha desunir-se-á,edepois voltará a unir-se...a história é assim!