sexta-feira, novembro 21, 2008

Julgamento de presumíveis assassinos de Anna Politkovskaia poderá ter de recomeçar a partir do zero

O Colégio de Jurados no processo sobre o assassinato da jornalista Anna Politkovskaia não exigiu que o julgamento se realize à porta fechada devido à imprensa, declarou um dos jurados, Evgueni Kolessov, à Rádio Eco de Moscovo.
Na véspera, o juis do processo, Evgueni Jukov, anunciou que o processo iria decorrer à porta fechada a pedido dos jurados, que recearem pela sua segurança.
“Cerca da uma hora da tarde, disseram-nos que nós podemos ir almoçar. Antes disso, a secretária do tribunal veio várias vezes ter connosco e disse que havia muita imprensa, que talvez ela viesse a incomodar. Mas o mais provável é que ela tenha dito isso porque alguns dos jurados simplesmente não queriam ver as luzes das câmaras de televisão durante o processo”, relatou Kolessov.
“Depois disso, continuou o jurado, a secretária trouxe uma folha para assinarmos onde estava escrito que não queríamos a presença da imprensa, porque tínhamos receio”.
“Ninguém assinou ontem essa declaração. O processo devia começar com a presença da imprensa, mas depois decidiríamos se pedir ao juiz para fazer sair a imprensa ou não”, acrescentou, frisando que “não decidimos que a imprensa escrita devia sair”.
Os juizes da defesa e da acusação, bem como os jornalistas do bissemanário Novaya Gazeta, onde trabalhou Anna Politkovskaia, consideraram o encerramento do processo uma forma das autoridades esconderem da opinião pública um julgamento muito mediático.
Segundo a lei, o julgamento poderá ter de recomeçar de novo, com novo juiz e jurados.
Anna Politkovskaia, conhecida pelos seus artigos sobre denunciou as barbaridades durante as guerras na Tchetchénia, foi assassinada há dois anos à porta da sua residência em Moscovo.

2 comentários:

Sérgio disse...

É a independencia da Justiça Russa a funcionar.

Jest nas Wielu disse...

http://www.gazeta.ru/social/2008/11/20/2889802.shtml

19 dos 20 jurados exigiram ao juíz o retorno da imprensa na sala de julgamento.