sexta-feira, novembro 21, 2008

Venha daí o dinheiro pelo gás!


O Presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, deu ordens a Alexei Miller, director da companhia pública de gás Gazprom, para receber da Ucrânia a dívida pelos fornecimentos de gás natural.
“É preciso tomar uma decisão definitiva sobre a dívida da Ucrânia e recebê-la ou a bem, ou coercivamente, tal como está estabelecido na legislação vigente e no âmbito das nossas relações bilaterais”, declarou Medvedev, num acordo com Miller.
O director da Gazprom informou o dirigente russo que Kiev deve mais de dois mil milhões de euros.
“Os nossos parceiros ucranianos devem-nos mais de 2,4 mil milhões de dólares (mais de 2 mil milhões de euros). Trata-se de muito dinheiro para qualquer Estado e para qualquer empresa, incluindo a Gazprom”, frisou o Presidente russo.
Dmitri Medvedev acrescentou que a situação no mundo “não é a mais simples”, sublinhando que tinha em vista “os preços do petróleo e a situação económica e financeira, bem como as consequências da crise financeira mundial para a Rússia”.
Miller respondeu que “a quinta é astronómica e tem sentido a pergunta: onde está o dinheiro? Não vemos progresso algum nas relações com a parte ucraniana e não estamos convencidos de ver o dinheiro”.
Vladimir Trikolitch, vice-presidente da Naftogaz, empresa ucraniana que importa o gás russo, reconheceu a dívida, mas apresentou um número bem mais baixo do que o revelado por Medvedev: 1, 3 mil milhões de dólares (cerca de mil milhões de euros).
A exigência do Kremlin cria ainda maiores dificuldades à economia ucraniana, cujo Governo já recebeu do Fundo Monetário Internacional 16,4 mil milhões de dólares para manter o sistema financeiro e económico.
Além disso, ela é feita num momento em que a Ucrânia atravessa uma grave crise política, que, segundo os analistas, poderá levar à demissão do Governo da primeira-ministra Iúlia Timochenko.

13 comentários:

Sérgio disse...

Xeque, os Russos sabem jogar xadrez.

Anónimo disse...

Medvedev é brilhante! Putin soube escolhê-lo. A Ucrânia está a ter o que merece: andaram a dar pérolas a porcos.

Anónimo disse...

Money talks, people listen.
Quando se fazem baixos preços por questões políticas e a paga é a hostilidade declarada, as coisas têm de mudar. Não há almoços grátis.
Até agora a Ucrânia tem podido sustentar a sua economia e o bem-estar da sua população graças ao gás natural russo vendido a preço “de amigo”. Agora que as coisas podem mudar, a ver vamos se a retórica nacionalista e anti-russa se manterá por muito tempo. É que é fácil cantar de galo quando a capoeira está quentinha, mas quando ela gela as cordas vocais partem-se.

Anónimo disse...

ATÉ AO PRESENTE A RUSSIA FOI OLVIDADA E HUMILHADA PELO TRABALHO SECRETO DA CIA E COMPANHIA ( PELOS OCIDENTAIS QUE CONTRIBUIRAM PARA A DESAGREGAÇÃO DA URSS ). A RUSSIA É UM MONSTRO ADORMECIDO COM UM ENORME POTENCIAL ENERGÉTICO E BÉLICO.É NATURAL QUE COMECE A JOGAR E DAR CARTAS.

Jest nas Wielu disse...

Bem, já que estamos falar da Ucrânia, eis a informação que pode interessar aos amigos da Ucrânia em Portugal:

HOLODOMOR na Ucrânia 1932-33

As organizações representativas da comunidade ucraniana em Portugal junto com a Embaixada da Ucrânia têm a honra de convidar V. Exa. para participar no desfile comemorativo do 75.º aniversário da Grande Fome da Ucrânia de 1932-1933 (Holodomor), em que cerca de 6 milhões de ucranianos foram exterminados pelo regime estalinista, devido à sua resistência à política de colectivização agrícola e ao apego pela cultura e tradições nacionais.
Nas últimas décadas, a comunidade internacional têm manifestado a sua solidariedade com as vítimas do Holodomor, destacando- se a resolução do Parlamento Europeu, de 23 de Outubro de 2008, que o qualifica de “terrível crime contra o povo ucraniano e contra a humanidade”.

A cerimónia terá lugar no dia 23 de Novembro, pelas 12h30. Começará com uma concentração na Praça Martim Moniz onde haverá pequenos discursos e uma oração em memória dos vitimas do Holodomor.
13h30 Desfile pela Avenida Almirante Reis até a capela da Igreja Grego - Católica, na Rua Quirino da Fonseca, n.º 2 (junto à Praça do Chile).
14h30 Exibição de um filme documental sobre
o Holodomor

Para mais informações ligue:
+351 967135885

Anónimo disse...

Sem ter tempo para um comentário mais alongada e sério porque tudo o mexe com a vida das pessoas de dos povos deve ser tratado com seriedade.Fica apenas uma piada de um humorista sobre a Ucrânia. Diz que a politica Ucrâniana é uma vaca que tem a magedoura (come) na Rússia deixa o leite na Ucrânia e os dejectos na Europa problemas.
Há uma situação que muita gente ainda não compreendeu ou faz que não compreende. A Rússia está a assumir o pragmatismo que lhe pertence na cena mundial.
Cin.naroda

Anónimo disse...

Comentaristas ingênuos,
Esse é um jogo em que os dois lados só tem a perder. Não só os ucranianos correm o risco de passar um inferno gelado, mas os tantos milhões de russos que vivem na Ucrânia. No caso de a Rússia cortar o abastecimento, é claro que haverá problemas com o gás russo que é transportado para a Europa via território ucraniano. Não há o comemorar, quando dois países irmãos não conseguem encontrar uma maneira de resolver seus problemas civilizadamente.

Anónimo disse...

Os estados não têm amigos mas interesses.

Unknown disse...

Prezados José Melhazes,
Confira no meu blog,as primeiras notícias da visita de Dmitri Medevdev ao Brasil.
Abraço

Gilberto disse...

(Como se o governo russo estivesse preocupado com os ucranianos de etnia russa...)

Isso nada mais é do que a falta de dinheiro batendo à porta.

Era uma carta na manga que Putin tinha e que está sendo obrigado a usar, graças a crise.

Anónimo disse...

Gilberto, esta exigência (do pagamento) já tem meses, não é de agora, da altura da crise.

Anónimo disse...

a crise chega aos russos e eles desesperados começam a cobrar suas dívidas, como verdadeiros mendigos...coitados!!!

Anónimo disse...

Anónimo, esta exigência (do pagamento) já tem meses, não é de agora, da altura da crise...