quinta-feira, janeiro 29, 2009

Desemprego na Rússia ameaça bater recordes em 2009


O número de desempregados na Rússia poderá chegar aos 07 milhões em 2009, admitiu hoje Maksim Topilin, vice-ministro russo da Saúde e do Desenvolvimento.
Numa conferência de imprensa realizada em Moscovo, Topilin declarou que o número de desempregado legalmente registados é de 1,548 milhões, mas reconheceu que o número real é de 5 800 mil, ou seja, 07,7pc da população activa.
O vice-ministro da Saúde e do Desenvolvimento Social admitiu uma deterioração da situação no campo do emprego, declarando que, no fim de 2009, o número de desempregados legalmente registados aumentará até 2.200 mil e o número real poderá chegar aos 07 milhões.
Evgueni Gontmakher, director do Centro de Política Social da Academia das Ciências da Rússia, defende que, em 2009, o número real de desempregados deverá duplicar e atingir os 10 milhões.
“Eu não penso que esse prognóstico se venha a realizar”, responde Topilin, sublinhando que “a maioria das grandes empresas tenta, hoje, proteger o seu pessoal à custa da redução da semana de trabalho, de férias sem pagamento de salários e de outros métodos”.
“Penso que o perigo maior acontecerá se os empregadores não pagarem atempadamente os salários”, frisou.
O subsídio mensal máximo de desemprego na Rússia era, no dia 01 de Janeiro, de 4.900 rublos (menos de 110 euros).
Evgueni Gontmakher chama a atenção para o facto de no país existir um número significativo de “monocidades”, ou seja, cidades cuja população depende de uma ou de algumas poucas grandes empresas.
O encerramento de uma dessas empresas tem consequências económias e sociais funestas se o Estado não intervir atempadamente.

1 comentário:

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Comentário enviado pelo leitor João Moreira:"O problema do desemprego, infelizmente, não afecta(rá) apenas a Rússia...e hoje essas previsões pecarão por defeito. O modelo social criado está esgotado. A esperança de vida aumentou e com ela o número de idosos cresceu. A média geral de idade da população subiu. O trabalho braçal já era. Os serviços são hoje em dia a maior fonte de emprego e cada mais automatizados. a produção industrial tecnologicamente evoluiu, o que significa que a quantidade que se produzia há 20 anos é muito menor e de qualidade inferior há de hoje. com produtos melhores, mais resistentes e duráveis, com a concorrência a crescer e o aumento de produção, não há escoamento de produtos, logo, não há consumo e, hoje em dia, o armazenamento (stock) é perder dinheiro, ficar para trás, produção parada. tome, por exemplo, o calçado. A firma X produz sapatos de vários tipos. Para se continuar a afirmar terá de produzir uma quantidade de sapatos que ultrapasse o que produzia a dez anos, ou seja, o mercado tem de absorver uma quantidade de sapatos que permita garantir a continuidade de produção, ou seja, equilibrar produção vs consumo. Mas quem é que compra sapatos todos os meses ? Para isso, era necessário haver poder de compra e grande dose de consumismo... Não havendo escoamento, há excesso de produção e não há reembolso do capital investido, não havendo dinheiro para pagar a produção.

Caminha-se para uma sociedade de assistência em que cada pessoa activa tem de garantir e sustentar um agregado cada vez maior. Turbulências sociais em grande escala ...

Tenho seguido os textos da igreja ortodoxa. vou tentar juntá-los para ficar com um documentário.

Já agora, um livro muito interessante e bom (gostei de o ler): "Encontros em Capri ou o diário italiano de Gorki", de Marcello Duate Mathias, editora Oceanos.

Ctos,
joão moreira"