Os alegados assassinos da conhecida jornalista Anna Politkovskaia foram considerados inocentes por um júri. Antes de relatar o sucedido, gostaria de chamar a atenção para um facto: o fracasso total da investigação, que não conseguiu reunir factos capazes de levar os 12 jurados a tomar outra decisão. Muito barulho foi feito quando da detenção dos alegados criminosos, mas a acusação desmoronou-se como um baralho de cartas.
Por isso, este crime continuará a fazer parte da lista de assassinatos de militantes e jornalistas da oposição russa que ficaram por esclarecer.
"A Procuradoria-Geral da Rússia tenciona recorrer da decisão dos jurados no processo do assassinato da jornalista Anna Politkovskaia.
“Claro que iremos recorrer da decisão devido a erros cometidos durante o julgamento”, declarou aos jornalistas a procuradora Iúlia Safina.
Hoje, os jurados do Tribunal Militar de Moscovo consideraram, por unanimidade, inocentes os três acusados da morte da jornalista russa Anna Politkovskaia.
O júri considera que a investigação não reuniu « elementos suficientes » para provar que os irmãos tchetchenos Djabrail e Ibraguim Makhmudov, bem como Serguei Khadjikurbanov participaram no crime.
« O colégio de jurados considerou que a instrução não conseguiu provar a participação deles no crime », lê-se na decisão dos jurados.
Depois da decisão, o juiz libertou imediatamente os três réus, que foram recebidos com abraços e aplausos pelos numerosos familiares e amigos que os esperavam à saída do tribunal.
« Exigimos ! Precisamos que seja descoberto o verdadeiro assassino, lutaremos por isso ! », exclamou Karina Moskalenko, advogada de defesa dos filhos da jornalista assassinada, depois de ser conhecida a decisão.
A advogada acusou a Procuradoria-Geral da Rússia de ter realizado uma « investigação superficial », não tendo descoberto o « encomendador » e o « executor » do crime.
« Sou apoderado por um sentimento de inacreditável vergonha : qual o nível da investigação realizado se os jurados decidiram por unanimidade considerar os arguidos inocentes ? », interroga-se Vselovod Bogdanov, presidente da União dos Jornalistas da Rússia, ao comentar a decisão.
« Depois da decisão de hoje, posso dizer que o processo de Anna Politkovskaia não ficará encerrado. A principal investigação ainda está por fazer ! », considerou Dmitri Muratov, director do bi-semanário Novaya Gazeta, onde trabalhava Anna Politkovskaia.
« A justiça triunfou ! », declarou Murad Mussaiev, principal advogado de defesa, acrescentando que os arguidos irão exigir do Estado « o pagamento de uma compensação por terem estado tanto tempo detidos.
« A decisão dos jurados pode dar pretexto à comunidade mundial para falar da falta de liberdade de expressão na Rússia », considera Nikolai Ziatkov, director do semanário « Argunenti e fakti ».
« Claro que, no plano político, essa decisão é absolutamente desvantajosa para a Rússia, porque Politkovskaia era realmente um símbolo do jornalismo livre e muitos dos nossos adversários no Ocidente tentam utilizar o seu nome para provar que na Rússia não há liberdade de expressão », declarou ele à agência Ria-Novosti.
Anna Politkovskaia era um dos poucos jornalistas russos que continuava a cobrir o conflito na Tchetchénia e a denunciar os atentados contra os direitos do homem na Rússia.
Jornalista do bi-semanário da oposição Novaia Gazeta, Politkovskaia foi assassinada a tiro no dia 07 de Outubro de 2006 à entrada da sua residência em Moscovo".
“Claro que iremos recorrer da decisão devido a erros cometidos durante o julgamento”, declarou aos jornalistas a procuradora Iúlia Safina.
Hoje, os jurados do Tribunal Militar de Moscovo consideraram, por unanimidade, inocentes os três acusados da morte da jornalista russa Anna Politkovskaia.
O júri considera que a investigação não reuniu « elementos suficientes » para provar que os irmãos tchetchenos Djabrail e Ibraguim Makhmudov, bem como Serguei Khadjikurbanov participaram no crime.
« O colégio de jurados considerou que a instrução não conseguiu provar a participação deles no crime », lê-se na decisão dos jurados.
Depois da decisão, o juiz libertou imediatamente os três réus, que foram recebidos com abraços e aplausos pelos numerosos familiares e amigos que os esperavam à saída do tribunal.
« Exigimos ! Precisamos que seja descoberto o verdadeiro assassino, lutaremos por isso ! », exclamou Karina Moskalenko, advogada de defesa dos filhos da jornalista assassinada, depois de ser conhecida a decisão.
A advogada acusou a Procuradoria-Geral da Rússia de ter realizado uma « investigação superficial », não tendo descoberto o « encomendador » e o « executor » do crime.
« Sou apoderado por um sentimento de inacreditável vergonha : qual o nível da investigação realizado se os jurados decidiram por unanimidade considerar os arguidos inocentes ? », interroga-se Vselovod Bogdanov, presidente da União dos Jornalistas da Rússia, ao comentar a decisão.
« Depois da decisão de hoje, posso dizer que o processo de Anna Politkovskaia não ficará encerrado. A principal investigação ainda está por fazer ! », considerou Dmitri Muratov, director do bi-semanário Novaya Gazeta, onde trabalhava Anna Politkovskaia.
« A justiça triunfou ! », declarou Murad Mussaiev, principal advogado de defesa, acrescentando que os arguidos irão exigir do Estado « o pagamento de uma compensação por terem estado tanto tempo detidos.
« A decisão dos jurados pode dar pretexto à comunidade mundial para falar da falta de liberdade de expressão na Rússia », considera Nikolai Ziatkov, director do semanário « Argunenti e fakti ».
« Claro que, no plano político, essa decisão é absolutamente desvantajosa para a Rússia, porque Politkovskaia era realmente um símbolo do jornalismo livre e muitos dos nossos adversários no Ocidente tentam utilizar o seu nome para provar que na Rússia não há liberdade de expressão », declarou ele à agência Ria-Novosti.
Anna Politkovskaia era um dos poucos jornalistas russos que continuava a cobrir o conflito na Tchetchénia e a denunciar os atentados contra os direitos do homem na Rússia.
Jornalista do bi-semanário da oposição Novaia Gazeta, Politkovskaia foi assassinada a tiro no dia 07 de Outubro de 2006 à entrada da sua residência em Moscovo".
7 comentários:
É este tipo de acontecimentos que descredibiliza Moscovo e desgasta a sua imagem.
O Kremlin teria mais a ganhar se não hostilizasse e protegesse mais a sua oposição.
Cumpts
Manuel Santos
E agora José?
Caro Ricardo, não sou bruxo...
MSantos,
Não foi o Kremlin que matou a jornalista, parece. Tambem não é onipotente.
Isto é uma questão da Justiça, foi ela que absolveu, se foi por falta de provas suficientes em virtude de investigação superficial como citada, culpa da polícia. Se os governos tiverem sempre de serem os culpados pelos assassinatos de líderes opositores, jornalistas, ambientalistas, sindicalistas etc... Será então necessário a revisão histórica, no sentido jurídico de quase todos os governos do mundo, pois os caso são muitos. No chocante caso desta jornalista, faltam provas contra os pressupostos assassinos, e se não foram eles pior pois não se tem nada. Agora quando os assassinos são conhecidos, todas as provas mostram a falha absurda, mas são absolvidos porque pertencem à máquina do estado é igualmente frustrante e injusto, principalmente se a vítima for estrangeira e não européia. Mas nestes casos não se cogita a perda de credibilidade da Nação envolvida.
Porque será?
Lógico que a a investigação seria um fracasso. Isso é a coisa mais óbvia dom mundo...
Pois é Gilberto, não é atoa que temos um caso bem recente com absolvição de policiais.
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