Trata-se da eleição dos parlamentos regionais nas repúblicas da Cabardino-Balcária, Karatchaevo-Tcherkéssia e Tartária, bem como nas regiões da Khakássia, Arkhanguelsk, Brianski, Vladimir, Volgogrado e Círculo Autónomo dos Nenets.
Irão realizar-se também eleições de presidentes da câmara em 10 capitais de distrito e de assembleias municipais noutras cinco capitais.
Segundo sondagens realizadas pelo Fundo Opinião Pública, a Rússia Unida, o partido de Putin, conseguirá conquistar cerca de 70 por cento dos votos e o Partido Comunista da Federação da Rússia poderá obter cerca de 10 por cento.
Os restantes partidos, nomeadamente a Rússia Justa, do presidente do Senado Serguei Mironov, e o Partido Liberal Democrático, do nacionalista Vladimir Jirinovski, não deverão superar a barreira dos 07 por cento, necessária para eleger deputados para os órgãos de poder locais.
A oposição ao Kremlin fala de violações em massa durante a campanha eleitoral e do emprego de "recurso administrativo" (capacidade dos poderes locais em influenciar no resultado do escrutínio) a favor da Rússia Unida.
"Isto não são eleições, mas uma acção dura, bárbara", declarou Vladimir Jirinovski na passada quinta-feira, quando o seu grupo parlamentar abandonou a sala da Duma Estatal (câmara baixa) do Parlamento russo em sinal de protesto contra a campanha eleitoral.
"Em toda a parte atiram (contra a oposição) a polícia, polícia fiscal, polícia de trânsito, só falta recorrer às tropas regulares... Nestas condições, é impossível realizar eleições", frisou.
O dirigente comunista Guennadi Ziuganov é da mesma opinião e já anunciou que o seu partido irá recorrer aos tribunais para impugnar os resultados eleitorais.
Partidos da oposição liberal como o Iabloko ou a Frente Cívica Unida não tiveram possibilidade sequer de fazer avançar os seus candidatos.
"Os nossos adversários têm a possibilidade de recorrer aos tribunais, no nosso país existe um ramo do poder especial e se o tribunal considerar que há violação da lei, irão ser tiradas as devidas conclusões", respondeu à oposição Serguei Grislov, dirigente da Rússia Unida.
O sociólogo Viatcheslav Glazitchev considera que a crise económica e financeira que afecta a Rússia ainda não se vai reflectir nas posições dos votantes.
"Por enquanto, a crise não influiu na campanha, salvo numa coisa. Gasta-se menos dinheiro, o que não é mau. E, o mais provável, é que a participação seja mais baixa", declarou.
4 comentários:
Ò JM, valha-o Deus! As eleições são secretas, um voto por cidadão. É a oportunidade de votar contra Putin. Como isso não vai acontecer é tudo corrupto? Quando os russos se fartarem de Putin e tiverem quem o substitua, não se preocupe que votarão nesse sentido. Mas não me está a parecer que tal aconteça nos próximos, digamos, 10 anos. É só uma profecia e, como dizia Alexandre Magno, profecias boas são as que se cumprem. A ver vamos, se vivermos. Para já, a realidade é esta: parabéns ao Czar de todas as Rússias e de quase todas as russas e de outras estrangeiras sortidas também. Ou, em ritmo lírico dos ABBA, the winner takes it all! hehehe
parece que a Rússia está indo para o buraco
4all
Na verdade, não acho que haja tanto drama e opressões nessas histórias todas de oposição. È que não têm grande apoio da população. (Exepto comunistas e Jirinovski, que têm a sua percentagem mais ou menos constante).
Caro José Milhazes,
Dado que trocamos alguns pontos de vista em relação à Rússia e as suas reservas e também em relação à Ucrânia com os seus problemas económicos e o preço do gás a pagar, saiu um artigo no Bloomberg que acho interessante de ler.
"Russia Stock Gains Strengthen Putin as Ukraine Drops (Update2)"
http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=20601013&sid=aKDGF7fGnQNU
algumas passagens:
"Russia, the worst-performing major stock market in 2008, was Europe’s best last month as the ruble rose and reserves stabilized. Every neighboring market crumbled..."
"In Ukraine, the central bank’s holdings fell 24 percent since August and the benchmark PFTS Index lost 21 percent last month..."
"...the nation’s relative strength is raising Prime Minister Vladimir Putin’s influence over former Soviet states. Ukraine discussed borrowing $5 billion. Kazakhstan wants Russia to buy ailing BTA Bank. Belarus is asking for $3 billion in loans, on top of $2 billion granted last year..."
"...“It has enough liquid assets to take stakes in all kinds of things in the former Soviet states.” ..."
"...Ukraine needs foreign funds to close its $12.3 billion current-account deficit after the global recession curbed demand for steel and international credit dried up. The currency, the hryvnia, dropped 44 percent against the dollar in the past six months. The country’s 22 percent inflation rate is the highest in continental Europe..."
há muito mais para ler e dado a situação da Ucrânia, penso que vamos ter muitas notícias para breve.
Com o valor que têm a pagar pelo gás, que é 80% do valor de mercado, e com a perda brutal do valor da moeda, não é possível passar para os consumidores os aumentos brutais da energia.
Dado que tudo funciona à base de energia é fácil de ver os problemas.
Se o valor real da energia não chega aos consumidores que ao fim e ao cabo é a toda a população, a diferença tem que ser suportada pelo o governo.
Mas o governo não tem dinheiro e não está garantido mais apoios do FMI.
Se fosse um pequeno país, era um problema, mas seria uma coisa mais localizada.
Agora a dimensão da Ucrânia, à beira de uma implosão e ainda por cima uma fatia significativa de energia para a Europa passa por ali, mostra-nos que vem aí problemas muito sérios.
A Ucrânia é grande demais, para ser ajudada por uma Europa com problemas. Ao mesmo tempo é essencial para a sua segurança energética.
Vem aí uma autêntica tempestade e qualquer solução para a Ucrânia, implica participação também da Rússia e dos seus interesses.
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