A Rada Suprema (parlamento) da Ucrânia demitiu hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros Vladimir Ogrizko devido à perda de território ucraniano para a Roménia, às más relações com a Rússia e à política de cedências ao Ocidente.
Dos 492 deputados da Rada Suprema, 250 afastaram do Governo um dos ministros mais ligados ao Presidente ucraniano, Victor Iuschenko, e que é nomeado pelo parlamento por proposta do chefe de Estado, o que irá azedar ainda mais as relações entre as duas estruturas de poder.
Além dos deputados dos partidos Comunista e das Regiões, que apresentaram a proposta de afastamento de Ogrizko por realizar uma política anti-Rússia, a demissão foi apoiada também por um número significativo de deputados do bloco da primeira-ministra Iúlia Timochenko, cujas relações com a presidência também são difíceis.
Antes da votação, Ogrizko afirmou que a decisão do Tribunal Internacional da ONU a propósito do litígio entre a Ucrânia e a Roménia sobre a pertença da plataforma continental em torno da Ilha das Serpentes, no Mar Negro, foi uma vitória para os dois países.
Nessa região existem reservas consideráveis de gás natural e petróleo.
“Na parte ucraniana ficaram cerca de 800 mil milhões de metros cúbicos de gás e até 52 milhões de toneladas de petróleo, enquanto que na parte romena, 72 mil milhões de metros cúbicos de gás e 12 milhões de toneladas de petróleo”, precisou o ministro.
“A Ucrânia não perdeu um centímetro do seu território”, defendeu o chefe da diplomacia ucraniana, sublinhando que a direcção do país “não optou por uma posição perdedora no processo”, como afirmaram os seus adversários.
A maioria dos deputados considera que a parte da plataforma continental mais rica em gás e petróleo passou para a Roménia.
Na segunda-feira, Ogrizko foi condecorado com a Ordem da Dignidade pelo homólogo georgiano, Grigol Vachadzé, pelo apoio de Kiev a Tbilissi durante a guerra contra a Rússia, em Agosto de 2008.
Antes, o chefe da diplomacia ucraniana ameaçou declarar o embaixador russo na Ucrânia, Victor Tchernomirdin, “persona non grata” devido às “declarações insultuosas” proferidas pelo representante do Kremlin sobre os dirigentes ucranianos.
Vladimir Ogrizko foi igualmente afastado por ser um forte defensor da aproximação da Ucrânia à NATO e à União Europeia, o que os deputados dos partidos Comunista e das Regiões consideram uma “rendição face ao Ocidente”.
Ogrizko trabalha no Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia desde 1987. Em 2005, foi nomeado vice-ministro e, em Dezembro de 2007, ministro dos Negócios Estrangeiros.
Dos 492 deputados da Rada Suprema, 250 afastaram do Governo um dos ministros mais ligados ao Presidente ucraniano, Victor Iuschenko, e que é nomeado pelo parlamento por proposta do chefe de Estado, o que irá azedar ainda mais as relações entre as duas estruturas de poder.
Além dos deputados dos partidos Comunista e das Regiões, que apresentaram a proposta de afastamento de Ogrizko por realizar uma política anti-Rússia, a demissão foi apoiada também por um número significativo de deputados do bloco da primeira-ministra Iúlia Timochenko, cujas relações com a presidência também são difíceis.
Antes da votação, Ogrizko afirmou que a decisão do Tribunal Internacional da ONU a propósito do litígio entre a Ucrânia e a Roménia sobre a pertença da plataforma continental em torno da Ilha das Serpentes, no Mar Negro, foi uma vitória para os dois países.
Nessa região existem reservas consideráveis de gás natural e petróleo.
“Na parte ucraniana ficaram cerca de 800 mil milhões de metros cúbicos de gás e até 52 milhões de toneladas de petróleo, enquanto que na parte romena, 72 mil milhões de metros cúbicos de gás e 12 milhões de toneladas de petróleo”, precisou o ministro.
“A Ucrânia não perdeu um centímetro do seu território”, defendeu o chefe da diplomacia ucraniana, sublinhando que a direcção do país “não optou por uma posição perdedora no processo”, como afirmaram os seus adversários.
A maioria dos deputados considera que a parte da plataforma continental mais rica em gás e petróleo passou para a Roménia.
Na segunda-feira, Ogrizko foi condecorado com a Ordem da Dignidade pelo homólogo georgiano, Grigol Vachadzé, pelo apoio de Kiev a Tbilissi durante a guerra contra a Rússia, em Agosto de 2008.
Antes, o chefe da diplomacia ucraniana ameaçou declarar o embaixador russo na Ucrânia, Victor Tchernomirdin, “persona non grata” devido às “declarações insultuosas” proferidas pelo representante do Kremlin sobre os dirigentes ucranianos.
Vladimir Ogrizko foi igualmente afastado por ser um forte defensor da aproximação da Ucrânia à NATO e à União Europeia, o que os deputados dos partidos Comunista e das Regiões consideram uma “rendição face ao Ocidente”.
Ogrizko trabalha no Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia desde 1987. Em 2005, foi nomeado vice-ministro e, em Dezembro de 2007, ministro dos Negócios Estrangeiros.
28 comentários:
A blogosfera ucraniana explica a situação desta maneira. BYUT fez um gesto para agradar o Moscovo e para fazer um favor aos Regiões e aos Comunistas. Em troca, estes dois partidos votaram contra as eleições antecipadas na Província de Ternopil, onde inesperadamente (para mim) as pesquisas da opinião davam uma grande vitória ao VO Svoboda (nacionalistas & tradicionalistas).
É claro (para mim), que Sra. Timoshenko vai mandar o Kremlin para um sítio que se rima com o alho no dia seguinte após as eleições presidenciais (que poderá ganhar). Também vai prometer “mundos & fundos” aos Regiões & Comunas, mas também os vai mandar na mesma direcção.
Não sou fá dela, mas a senhora tem muitas qualidades para dirigir um país em crise, nada de “luvas brancas”, é tudo em pouco à Salazar, mas poderá servir. Ou se calhar não.
Off top:
As eleições “honestas” em São Petersburgo (em russo):
http://www.chaskor.ru/p.php?id=4000
Resumindo e concluindo o que levou à demissão foi o choque com a Rússia.
Isto é mais um aperto ao presidente, que com sua feroz atitude de integrar na NATO dê por onde der, custe o que custar e o seu ódio à Rússia, levaram a Ucrânia onde está hoje.
Á beira da falência, com custos de energia exorbitantes e com graves problemas com os seus vizinhos, ou seja a Rússia e UE.
Um dos primeiros actos para começar a resolver os problemas ucranianos é que aquele presidente saia o mais rápido possível, o homem na minha opinião devia demitir-se o quanto antes.
De seguida resolver a questão da NATO, não possível aderir a uma organização militar hostil à Rússia, partilhando fronteiras e estando energéticamente dependente. É um autêntico tiro no pé.
Com uma declaração de que a NATO, está fora dos planos, renegociar o preço do gás com a Rússia, de modo a diminuir a grave situação financeira do país.
Depois aproveitar os empréstimos do FMI e aproveitar que a Rússia tem um fundo de reserva que ainda lhes permite ajudar a Ucrânia.
É claro que esta viragem, os irá afastar dos EUA, mas estes não podem resolver os problemas que foram criados pelo o desejo da aproximação aos states e afastamento da Rússia.
Mas quem quer os ucranianos no Ocidente? Pior que eles só os turcos. A gente quer é os suiços, isso sim é classe e dinheiro.
Caro José Milhazes,
Ainda em relação á Gazprom, a sua dívida e o facto de alguma imprensa colocar em causa a capacidade de ser um parceiro de confiança.
"Russia wants to store natural gas in Germany"
"http://www.upi.com/Energy_Resources/2009/03/03/Russia_wants_to_store_natural_gas_in_Germany/UPI-62301236092177/"
Algumas partes:
"Russian gas monopoly Gazprom is considering constructing Europe's largest gas storage facility in Germany, claiming the project would increase Europe's energy security..."
"...Such a reservoir, he said, which would cost an estimated $500 million, would be a boon for European energy security..."
"...Officials from the Brandenburg state government have welcomed Gazprom's plans. They would increase Brandenburg's and Germany's role as a "hub for gas deliveries to all of Europe," Brandenburg Economics Minister Ulrich Junghanns said in a statement."
Com tanto que circulou na imprensa sobre o facto da Rússia cortar o gás para a Europa e o apontar o dedo de que não é um parceiro de confiança, como se explica todo este movimento na Alemanha? Isto parece atitudes de quem não confia na Rússia como fornecedor? Será que a Alemanha não sabe o que faz?
E já que falamos nisto, concerteza reparou que um país europeu que não depende do gás russo, vai agora ser também cliente. Estou a falar da Espanha. Estamos a falar de um país do Sul da Europa a diversificar os seus fornecedores de energia, sendo o novo fornecedor a Rússia.
Isto quando há pouco tempo, a imprensa gritava que tinhamos que diminuir a nossa dependência da Rússia e diversificar as nossas fontes. Veja o resultado.
Volto a afirmar o que disse anteriormente, a Rússia é o melhor fornecedor que a Europa tem, a Europa vai necessitar cada vez mais de energia e quem está melhor posicionado para fornecê-la é a Rússia.
E aqui voltamos ao velho problema. A Europa precisa do gás russo mas ao mesmo tempo parte da Europa é hostil à Rússia.
A Europa tem que decidir que relação quer com a Rússia, pois esta já decidiu o que fazer, diversificar os seus clientes, como o demonstra o "ataque" ao mercado asiático.
A Rússia irá em breve escolher a quem vender os seus produtos e não será a países hostis.
Portuguese Man:
a Rússia já decidiu é que relação não quer ter com Portugal. A cooperação vai para Espanha, para cá nem migalhas.Cada um tem o que merece.
"Volto a afirmar o que disse anteriormente, a Rússia é o melhor fornecedor que a Europa tem, a Europa vai necessitar cada vez mais de energia e quem está melhor posicionado para fornecê-la é a Rússia."
Elementar meu caro compatriota.
Concordo absolutamente com tudo o que diz e vou ainda mais longe. Digo que se há uma solução para a Ucrânia, essa passa pelo desmantelemento daquele Estado inorgânico e monstruoso no seu tamanho. E que o Leste, pelo menos o Leste tal como o Sul, passe passe para a Rússia.
Derrubem o presidente, derrubem a escumalha que apenas se quer vender a Bruxelas deixando o povo na miséria.
Portugueseman, creio que muita gente aqui o deve tomar como um agente do KGB, perdão, FSB...
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ABC, dois comentários, dois escabrunhos. Ó Homem fique calado!
Ninguém quer a Suiça na União Europeia, nem os Europeus decentes, nem os próprios Suiços; apenas os Eurocratas e a súcia Socialista os querem na União Europeia para lhes chupar o sangue e descaracterizar ainda mais a Suiça.
E queria que a Rússia abastecesse Portugal pelo Atlântico? Então o amigo não andou na escola e estudou Geografia??
Afonso Henriques de trazer por casa:
vai dar banho ao cão que o teu mal são pulgas nos miolos.O que tu sabes já eu esqueci há muito e do que não sabes não fales. Eu falo para o JM que é o único que sabe ou poderá saber o que se passa.
É engraçado ver portugueses reclamando da EE e de Bruxelas... No mínimo hilário.
Depois de décadas mamando nas tetas dos fundos Bruxelas provenientes dos países ricos(a "Europa propriamente dita"), que ajudaram a tirar o país da miséria.
Tomara que a Ucrania entre para o bloco e isso possa ajudá-la também, como ajudou o então atrasadíssimo Portugal.
Errata:
UE
Caro Gilberto Mucio que pretende dizer com a Europa propriamente dita? Quanto ás reclamações serão feitas sempre que forem necessárias e justas, não é por no passado nos terem subsidiado que nos irão calar no futuro se tivermos algo a dizer.
Caro Sérgio,
A "Europa propriamente dita"(entre áspas) são os países ricos e desenvolvidos. Os que tem dinheiro. Os que contribuem para enxer a bolsinha de Bruxelas, e não os países "periféricos" e subsidiados do Bloco.
Claro que Portugal tem que se impor e se fazer ouvir. Isso é óbvio. Só acho engraçado essa postura de alguns, de fazer pouco caso da União Européia, que foi responsável diretamente, desde os promódios(da CE), por países como Portugal saírem da obscuridade.
Caro Gilberto, não sei o que pretende dizer com a Europa propriamente dita, se está a dizer que para se ser Europeu é preciso ter dinheiro e os que não o têm não o são ou são menos Europeus, não concordo consigo como não posso concordar com o ABC quando diz que os Suiços é que têm classe porque têm dinheiro. Como cidadão Português sinto-me Europeu, não como algo artificial que me é imposto, mas porque simplesmente assim o é, e sempre foi. Quanto ao Portugal sair da obscuridade, retiro das suas palavras, que a UE ajudou no nosso desenvolvimento nos últimos anos, se é isso que pretendia dizer, concordo consigo, aliás um facto reconhecido por todos.
Sérgio, os suiços têm classe porque têm nível de vida: limpeza, saude, relógios, chocolates,queijos, tudo do melhorio, transportes, equpamento social, etc.Se eu quero companhia desta? Quero. Se quero mais pés descalços? Não. Para tristes chegamos nós.
E vamos ao que interessa:
Notícia do dia:
O boss avisou que ou os ucranianos pagam a conta do gás ou o gás é cortado no dia 7(depois de amanhã). Depois digam que são os russos que arranjam problemas.
Ó JM, estou eu a fazer o seu trabalho, homem. Não há notícias para ninguém?
A Rússia tem peso económico, logo peso político. Hostilizar só por hostilizar não é de bom senso...
www.rouxinoldebernardim.blogspot.com
Acho que Gilberto Mucio disse tudo: há em Portugal gente que esqueceu (nao sabe contar) quanto dinheiro a UE meteu no país. Mas mesmo assim, essa mesma gente nao quer ver este dinheiro passar para a Ucrânia. Concorrência pura. Eu entendo. Mas meus amigos, se vocês dão os papos anti – ucranianos, feios quer na sua letra, quer no seu espírito, eu também posso dizer. Vão trabalhar e parem de olhar para os fundos comunitários.
Para aqueles que falam mal dos turcos, hoje conheci dois engenheiros azeris (quem não sabe, são primos dos turcos), são gente super – simpática, sem nenhum complexo anti – ucraniano, neste aspecto é anos – luz superior aos vários comentaristas deste blogue, supostamente europeus....
Jest isso não é assim tão linear, até porque já existem muitos mais países na fila para os fundos, recorde-se os recentes membros da UE, e na altura em que Portugal teve de se pronunciar sobre esse assunto eu recorda-me de ver os dirigentes portugueses falarem em solidariedade para com aqueles países que ainda não pertenciam e apesar dos receios legitimos de virem a retirar-nos fundos, isso não impediu de Portugal dar o seu assentimento para a entrada desses mesmos países. Depois nem todos os países usufruem dos fundos estruturais mas há uns poucos que através da PAC recebem bem mais do que nós e são bem mais ricos.
Outros há que fruto das suas poderosas industrias acabam por retirar dividendos do alargamento dos mercados dos consumidores. Não acho justo que o desenvolvimento dos países que entram na UE se faça apenas à custa dos mais desfavorecidos, deve haver uma repartição desse onus por todos, é esse o significado da solidariedade Europeia. E Portugal tem cumprido com a sua parte, nisso ninguem pode afirmar o contrário. Estou-me a referir a posições oficiais de dirigentes Portugueses, e não a opiniões de certos Portugueses que pensam que ainda vivem no Imperio e são donos de metade do mundo.
Ok. Crise adiada até à próxima factura. Os ucranianos pagaram a conta. Ainda bem.
Leitor ABC, o seu ídolo voltou a precipitar-se. Poderia ter esperado até ao dia 07, mas não quis perder a oportunidade de ameaçar. Ficou mal na fotografia.
Pois disse muito bem, Sérgio, o Portugal e os seus dirigentes é uma coisa (mesmo quanto discordam, apoiam a coesão da Europa), os comentaristas é outra, o meu comentário era para eles, não para o país em si.
off top
Porque os russos não gostam as Ladas (vídeo muito curto e bem fixe!):
http://www.youtube.com/watch?v=9V7MIRIuvw8
Senhor Mucio disse:____Tomara que a Ucrania entre para o bloco e isso possa ajudá-la também, como ajudou o então atrasadíssimo Portugal. Só acho engraçado essa postura de alguns, de fazer pouco caso da União Européia, que foi responsável diretamente, desde os promódios(da CE), por países como Portugal saírem da obscuridade.
Se a Ucrânia alguma vez entrar para a U.E.(primeiro está a Turquia) as contas têm de ser feitas de outra forma, imagine-se o que era um país daqueles ter que reestruturar toda a sua produção para se ajustar ao modelo Europeu. Para sobressaltos bastam os que a U.E. está a passar com os aderentes de leste, foram uns sorvedouros de €uros em ajudas Comunitárias, com actual crise os que eram apontados como exemplo de sucesso estão à beira da banca rota. Isto deve servir de lição para os lideres Europeus.
Quanto ao Portugal atrasadíssimo de que o senhor fala. Está redondamente enganado, Portugal nesse tempo podia ser um país menos desenvolvido, mas não era aquilo que julga. Atrasado está agora. Se a U.E. se extinguisse Portugal hoje não tinha viabilidade. Porque antes de entrar-mos para a CEE produzia-mos 85% dos alimentos que consumia-mos, éramos grandes exportadores de têxteis e de calçado, tínhamos uma industria metalúrgica competitiva com mão de obra qualificada, tínhamos uma das maiores frotas pesqueiras da Europa, éramos dos primeiros produtores mundiais de concentrado de tomate, uma industria vidreira pujante, madeiras, papel, vinhos, etc….. Hoje o que temos? Importamos 90% do que comemos, as antigas regiões de maior concentração das industrias têxtil e de calçado são as mais deprimidas do país, as industrias metalúrgicas ou foram extintas ou foram usurpadas por multinacionais, a frota pesqueira foi maioritariamente abatida com fundos Comunitários, tínhamos dezenas de fábricas de conserva de peixe, actualmente nem pescado capturamos para o nosso consumo. De 25 fábricas de tomate que haviam a trabalhar em pleno, restam cinco e a que custo. Sabe para que serviram os fundos Comunitários? Implantar aqui multinacionais altamente subsidiadas e quando lhe pareceram fugiram deixando milhares no desemprego, construir auto-estradas, resortes de luxo, marinas, subsidiar os agricultores para não produzirem (pagar para não cultivar as terras). É espantoso? Pagar-se a alguém para não produzir! Mas aconteceu durante muitos anos.
No rescaldo deste desastre é que se pode dizer que Portugal é um país atrasado. Estes políticos míopes e subservientes transformaram um país com operários altamente qualificados, numa nação de mulheres a dias e empregados de mesa.
Quando diz que Portugal era atrasadíssimo desconhece ainda que vimos a nossa população aumentar cerca de 1 milhão de habitantes (10%) no espaço de poucos meses. As necessidades por que passamos foram enormes, mas ninguém passou fome não foram abandonados nem velhos nem crianças na rua, ou chegou a ver-se a miséria endémica como se costuma ver em muitos países. Portugal era um país seguro a delinquência era insignificante. As policias por vezes embora tivessem comportamentos incorrectos, mas nunca aconteceu aqui nada parecido a uma Candelária.
E hoje que fazemos parte dessa Europa civilizada corremos todos os riscos, insegurança, crime violento, temos 1/5 da população a viver na miséria, exclusão, o interior do país desertificado, os jovens sem futuro. Com o sector produtivo desarticulado. Mas a factura já chegou, uma parte dos Portugueses tem que pagá-la aos grandes da U.E.. Porque os que tiveram as benesses não sentem.
Cin.naroda
Francisco o senhor como pessoa inteligente que o é sabe que apenas está a expor o que bem lhe interessa. Nesse país que o senhor tanto admira em que a maior da população se dedicava a uma agricultura de subsistencia, que se passava fome sim senhor, olhe que essas histórias são por aqui abundantes na zona onde vivo, quando havia segurança mas não havia liberdade, quando o país era dirigido por uma camada de privilegiados... Olhe dificuldades claro que as há, mas a maioria da sociedade Portuguesa não quer voltar a esse Portugal de há uns anos atrás. O problema é que ainda hoje não conseguimos encontrar o modelo de desenvolvimento economico para o nosso país que nos assegure um lugar no mundo moderno.
Ora, JM, obrigada pela resposta. Idolo meu? Que enganado está meu caro. O meu problema é que sendo o idolo de tantos ele tenha pés de barro.Mas a duvida vai ficar: se não tivesse ameaçado, eles pagariam?
Caro Sérgio o Senhor não me entendeu e está a fazer uma tremenda confusão com o sentido das minhas palavras, se reparou eu não pretendi fazer a defesa de ninguém, fiz criticas apenas.
Denunciei o rumo que estes políticos de jaleca levaram o país, para isso basta-lhe olhar para a nossa vizinha Espanha que entrou para a CEE no mesmo dia que nós e mais ou menos no mesmo patamar de desenvolvimento e veja hoje a diferença (aí tenho a certeza que não pode deixar de estar de acordo comigo). Ao mesmo tempo mandei a mensagem a quem tentou denegrir a imagem de Portugal, isto é tentou passar um atestado terceiro mundista a todos nós Portugueses, porque apesar de todos os problemas ainda estamos muito longe de igualar o Brasil para o pior.
Quanto a liberdades; que serve o Senhor queixar-se se ninguém o atende. Os órgãos de informação estão nas mãos de quem e ao serviço de quem? Quem controla a economia senão os senhores do antigamente ou os seus familiares? A justiça em certos aspectos não é mais que um espectáculo mediático sem resultados, tornou-se tão injusta que os mais pobres não podem socorrer-se dela sendo por vezes suas vítimas! O SNS está como todos nós sabemos, no entanto proliferam os hospitais e as clínicas privadas. Os escândalos rebenta uns atrás de outros cada qual com maiores repercussões, quais são os resultados? Os sindicatos foram excluídos da vida dos trabalhadores, nos dias de hoje é preciso ser-se muito corajoso para em certas empresas se assumir esse papel. Os partidos situacionistas são financiados descaradamente contra todas as leis. Os políticos saem quase de imediato dos cargos que ocupam no governo para a gestão das grandes empresas. Os partidos de esquerda estão praticamente silenciosos perante tudo isto.
Porventura esteve atento à difusão noticiosa dos congressos do PSD/PS? Então compare-os com os dos restantes partidos essencialmente PCP/BE!
Considera normal esta situação? Para além disto falta-nos apenas a instauração do Salazarismo.
Cin.naroda
Há uma coisa que me faz tremenda confusão à cabeça! É a opinião quase unânime, até entre estrangeiros que nunca viram Portugal mais gordo, de que Portugal sofreu um tremendo desenvolvimento desde que entrou para a CEE/UE!!! Alguém se lembra quando Espanha e Portugal tinham níveis de vida quase semelhantes? Era antes da entrada p/a CEE e já depois da revolução de 74? Alguém se lembra dos gloriosos tempos em que estávamos à frente da Grécia? (bons tempos :) A competição era bem renhida, mas a Grécia lá conseguia ficar em último. Isso foi antes da entrada p/a CEE. OK, houve um tremendo desenvolvimento das infraestruturas de transporte, estamos a falar do transporte automóvel, claro, porque o ferroviário, nem por isso. E houve um tremendo desenvolvimento da urbanização, da construção de casas no litoral, sobretudo na região onde vivo, a Grande Lisboa, com coisas positivas, mas também negativas, como o avacalhamento, a destruição dos espaços verdes, etc. Quanto ao resto, concordo com o Francisco. Alguém se recorda da última vez que Portugal teve um crescimento acima dos 3%? Eu ainda me lembro (devo ser mesmo dinossauro) dos tempos em que 3% era considerado a linha de água. Abaixo desse limite, o crescimento era considerado fraco. Hoje as pessoas demoram 40 ou mais anos a pagar as prestações da casa. Nos anos 80 eram necessários cerca de 30. Ou será o Alzheimer a pregar-me partidas? Os bancos ultimamente têm tido grandes lucros, mas será que um empregado bancário hoje têm melhor vida do que nos anos 80? Talvez os funcionários públicos hoje vivam melhor? Ou talvez no sector privado? nas pescas? ou na agricultura? Ou será que é só a minha vida que tem andado para trás?
Caros Francisco e Nolotiengo
Tenho como período da verdadeira democracia portuguesa em toda a sua plenitude, de 1980 a cerca de 86. Em 80 quando se já tinha atingido um objectivo de democracia e todos os totalitarismos (esquerda e direita) estavam arredados. De 80 a 86, embora houvesse crise económica, almejava-se o progresso e desenvolvimento. Os políticos nessa altura, embora dotados da tradicional incompetência e vistas curtas, eram obrigados a seguir um esquema de princípios rumo a esse progresso e democracia. Pode-se dizer que existia uma mínima conduta moral. Depois aconteceu o primeiro caso do celebérrimo ministro e a questão da sisa. O "homem do leme" decidiu passar por cima desse primeiro caso e seguintes, alguns bem mais graves, nomeadamente aquele que envolveu o Ministério da Saúde, e a partir daí foi o descalabro e a moral e ética bem como a separação governantes/poder económico foi pela pia abaixo. A partir de 88 (se não estou em erro) o dinheiro começou a chover e foi aplicado em apenas 3 coisas: infraestrutura rodoviária, jipes e vivendas.
O resultado desse "investimento" é só comparar com o da vizinha Espanha.
Pior ainda: Como povo e individualmente, abdicámos de princípios e valores como a honra e humildade em detrimento da ostentação, vaidade, endividamento e gasto até arrebentar, além de termos ganho a capacidade de prostituir literalmente a nossa vida privada para aparecer num qualquer ridículo programa de televisão.
A pior de todas as misérias não é a material mas sim a humana.
Muitas vezes rio-me quando vejo o José Milhazes a frisar os sucessivos erros e desvios dos governantes russos, apontando-os como os fora-da-lei do mundo civilizado, quando essa mesma moral e ética já desapareceu das ditas nações "democráticas" (ainda o serão?) há muito.
Voltando ao cerne da questão, a pergunta que fica é: se estas nações fogem da Rússia por uma mera questão de dinheiro, sendo esses os tais "valores"?
E a outra questão é que dinheiro tem a Europa ou os EUA para investir nestes países, neste momento?
Na minha opinião nem sequer para financiar gáz a 50% a preço de mercado, mas pelos vistos e apesar dos defeitos dos russos, o ódio, recalcamento e revanchismo ofuscaram defenitivamente a razão e a lógica.
Cumpts
Manuel Santos
Não quero entrar nessa de Portugal / Espanha, mas o Cônsul Honorário da Espanha na Beira me contou que quanto visitou Portugal pela primeira vez em 1983, ainda via varias crianças descasas na rua, algo que já não acontecia na Espanha a décadas.
Será que é verdade ou é uma calúnia maliciosa espanhola?
(o homem é galego...)
"Voltando ao cerne da questão, a pergunta que fica é: se estas nações fogem da Rússia por uma mera questão de dinheiro, sendo esses os tais "valores"?
E a outra questão é que dinheiro tem a Europa ou os EUA para investir nestes países, neste momento?
Na minha opinião nem sequer para financiar gáz a 50% a preço de mercado, mas pelos vistos e apesar dos defeitos dos russos, o ódio, recalcamento e revanchismo ofuscaram defenitivamente a razão e a lógica."
Caro Manuel,
Suas palavras como sempre foram sábias e calcadas no equlíbrio. Infelizmente o que temos sempre presentes neste blog convertidos sobre o formato de texto, são claramente externados pelos leitores os sentimentos que você citou. Não se vê hoje em nenhum país do mundo, situação confortável em relação á crise financeira e econômica e o melhor exemplo de condição extermamente crítica se encontra no causador de todo o problema que é os Estados Unidos da América, que gerou 4,4 milhões de desempregados desde dezembro e continua em um crescente, já com a média de 600 mil desempregados por mês, suas grandes empresas e bancos não param de quebrar, pedir falência e chorarem por empréstimos cada vez mais vultosos. Sem falar que estas demissões atingem todos os países aonde estas instituições possuem filiais e subsidiarias, ou seja aumentando a crise para os demais países, não é necessário comentar as últimas medidas adotadas na europa na última semana e a qual nível chegou a taxa de juros na UE, além da queda das bolsas. Fora a questão econômica, no tocante a atitudes beligerantes, ataques, pressões ou invasões, parece que os europeus querem varrer a sugeira para debaixo do tapete ou tapar o sol com a peneira pois são prementes em tecer opiniões, acusar e criticar as atitudes russas, mas não olham para o próprio umbigo, pois são co-participantes da invasão do Afeganistão e do Iraque e portanto são cúmplices da destruição estrutural pela qual passa o país, pelos milhares de mortes de civis. O Afeganistão já se encontrava destruído pelo Talibã, e é claro que o Regime do Iraque era execrável, mas o interessante é que estes dois regimes (Mujahadim) no Afeganistão e o próprio regime iraquiano foram interessantes para os EUA e aliados na guerra fria, e do Iraque ainda, contra o Irã pós revolução dos aiatolás, mas o que sempre ganha corpo e se torna palavra de ordem é a hipocrisia. Fica a pergunta de sempre, e que todos sabem a resposta. Quem foi que tanto provocou a situação da Rússia pós-soviética para chegarmos no clímax atual? Se a condição constante for realmente a de ressentimento, ódio e revanchismo dos países que sofreram sob o regime soviético e a atitude européia for a de fomentar estes sentimentos, além claro dos seus interesses ilusóriamente "afins" com o dos americanos, não vejo outra atitude, com a qual os russos devam agir, que não seja a oposição constante, afinal são muitas nações contra uma.
O que aconteceu com Portugal é o que acontecerá com todas as nações da atual União Européia, que é a perda da sua estrutura independente em favor de uma coletiva. Empresas nacionais sendo consumidas por multinacionais, bases militares sendo ocupadas por foças estrangeiras(neste caso já faz um bom tempo). É o preço do caminho adotado, as consequências positivas ou negativas serão vistas mais adiante.
Grande abraço,
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