terça-feira, março 24, 2009

Vladimir Putin ameaça União Europeia


Ontem (segunda-feira) à noite, o primeiro-ministro russo Vladimir Putin reuniu os jornalistas russos para fazer declarações que constituem uma ameaça aberta à União Europeia.
Começo por citar o que escreveram as agências: "Moscovo irá rever as relações com a UE se os seus interesses energéticos forem ignorados, garantiu hoje o primeiro-ministro russo, que classificou de "absurdas" as conclusões da reunião Bruxelas-Kiev dedicada ao fornecimento de gás natural."Se os interesses russos forem ignorados, seremos forçados a rever as relações com a União Europeia (UE)", frisou na televisão Vladimir Putin, após a assinatura da declaração conjunta de Bruxelas e Kiev sobre o fornecimento de gás natural."O documento parece, no mínimo, irreflectido e pouco profissional", afirmou Putin, classificando de "absurda" a ausência de uma representação russa na reunião."Discutir o trânsito do gás natural pela Ucrânia, sem que o principal fornecedor - a Rússia - seja ouvido, é um absurdo", insistiu.Putin frisou que o seu país aposta no "trabalho construtivo com todos os parceiros" dispostos a ouvir a Rússia.A Ucrânia, a Comissão Europeia, o Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento (BERD) e o Banco Mundial assinaram hoje uma "declaração comum" consagrando os compromissos de Kiev para receber apoio financeiro ocidental, neste caso 2.500 milhões de euros destinados a infra-estruturas.O Ministério dos Negócios Estrangeiros russo também denunciou a declaração conjunta que, na sua opinião, poderá contribuir para o disparar do preço do gás natural e para a desregulação dos mercados."Há disposições em contradição com os acordos russo-ucranianos a longo prazo, o preço do gás poderá subir e prejudicar tanto os consumidores ucranianos, como europeus", disse.Uma grande parte da Europa ficou privada de gás natural no último Inverno, por causa da "guerra do gás natural" russo-ucraniana.Cerca de 80 por cento do gás russo consumido na Europa transita pela Ucrânia."
Vladimir Putin ficou claramente nervoso porque Bruxelas começou, finalmente, a dar passos no sentido de defender e acautelar os seus interesses no campo energético, entrando em territórios onde Moscovo continua a considerar ter "interesses especiais".
Mas vamos por partes. A Ucrânia conseguiu um dos seus principais objectivos da guerra do gás com a Rússia. Se o projecto com a UE for para a frente, Moscovo terá de vender o seu gás à UE não na fronteira entre a Ucrânia e a UE,como acontecia até agora, mas na fronteira entre a Ucrânia (cujo sistema de transporte de gás passará a fazer parte do europeu) e a Rússia, ou seja, Kiev dá um passo gigante no campo da integração energética europeia. Não exagero se escrever que este passo equivale à adesão da Ucrânia à NATO.
Quanto à UE, as vantagens também são evidentes pois terá possibilidade de participar na modernização e gestão de uma das veias vitais de fornecimento de gás russo à Europa. Além disso, se tiver coragem política para isso, poderá contribuir para tornar mais transparente o negócio do transporte do combustível azul através da Ucrânia.
É também de salientar que, durante a guerra do gás, no início do ano, Kiev assinou com Washington um acordo semelhante que não teve seguimento, mas cumpriu o principal objectivo do Presidente Victor Iuschenko: alertou a UE e a Rússia para o risco de terem de tratar os fornecimentos de gás através dos norte-americanos. O acordo foi assinado por Vladimir Ogrizko, ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, que foi demitido há pouco tempo.
Para a Rússia, o acordo entre a UE e Ucrânia só é uma derrota do ponto de vista das pretensões de Moscovo. Vladimir Putin não escondia, nem esconde, que o seu país pretendia controlar o sistema de transporte ucraniano de gás, pois ganharia mais uma forte alavanca de pressão política e económica sobre o vizinho. Além disso, deve-lhe ter custado especialmente ver que o acordo foi assinado pela primeira-ministra ucraniana, Iúlia Timochenko, candidata apoiada pelo Kremlin nas futuras eleições presidenciais, bem como ver que o documento teve o apoio de dois políticos ucranianos mortalmente rivais: Timochenko e Iuschenko. Poderá ser este o início da conciliação? Duvido, mas...
Por isso, o Partido das Regiões da Ucrânia, que se estava a ver ultrapassado por Timochenko na conquista do apoio do Kremlin, já veio dizer "raios e coriscos" do acordo e deverá tudo fazer para impedir a sua realização.
Não se pode ignorar a ameaça de Vladimir Putin de rever as relações com a UE, mas, por outro lado, é preciso ter em conta que a Europa é o maior consumidor do gás russo e, caso Moscovo não o venda às empresas europeias, não terá a quem o vender, pelo menos nos próximos anos. Ora, as exportações de gás são uma das maiores fontes de rendimento do Orçamento russo. Por isso, UE e Rússia terão de chegar a um entendimento mutuamente vantajoso.

40 comentários:

Sérgio disse...

Bem vou ser breve, afinal quem ameaça é o primeiro ministro e não o Presidente, por aqui se vê quem manda nesse país. Depois, mais uma ameaça do sr. Putin quando deveria ter ficado contente por se estar a trabalhar no sentido de tornar a Ucrania um parceiro fiavel no transporte do gás Russo, recorde-se uma das acusações à Ucrania por parte da Russia e que esteve na origem de conflitos anteriores entre estes países. Quero ver o que irão dizer os que por este blog ainda pensam que o sr. Putin e a Russia é a esperança de uma Europa forte e unida.

Anónimo disse...

Não concordo com a sua perspectiva José Milhazes.

Você atribui demasiada importância à Ucrânia e aos seus supostos ganhos.

O que eu acho escandaloso nisto não é o facto de Putin barafustar com estas reuniões entre UE e a Ucrânia, mas sim o facto da UE estar a preparar para subsidiar o gás ucraniano, com um suposto upgrade às infrastruturas ucranianas.

Não fosse o facto da UE estar refém da Ucrânia como a principal linha de fornecimento de gás russo, estaria a UE numa altura de crise grave como que estamos a atavessar, investir nas infrastruturas ucranianas, quando estão em construção novas linhas de fornecimento e sendo também aumentado o caudal via Bielorússia?

Mas faz sentido algum aumentar o caudal via Ucrânia aumentando ainda mais a nossa dependência de um país?

Claro que não faz, mas como é que a Europa vai pagar o gás ucraniano sem ser acusada disso?

Eu já tinha dito isto mesmo anteriormente a Europa vai ter que subsidiar o gás ucraniano de modo o seu fornecimento não ser afectado, mas isto não pode ser dito preto no branco que rebentava o escândalo nos países europeus, onde toda a gente precisa de dinheiro, o BCE luta contra a crise e agora ainda vai ajudar um país com biliões de dólares para eles poderem pagar o gás a valor de mercado, isto qd temos empresas a falir e desemprego generalizado na europa.

Kiev dá um passo gigante no campo da integração energética europeia. Não exagero se escrever que este passo equivale à adesão da Ucrânia à NATO.

Nem pensar. A Ucrânia está cada vez mais longe da Nato e Kiev não está nada mais próximo de uma integração energética europeia.

A Europa é que necessita de estabilidade no maior país de trânsito de energia russo e vai ter que pagar por isso até, estarem prontas as alternativas.

Quando houver alternativas, A Europa não precisa de subisidiar o gás ucraniano, nem estes podem fazer da Europa refém, porque tanto a Rússia tem novas alternativas para escoar, como a UE tem de receber.

O que você fala é de ganhos a curto prazo e se prefere ver assim, é consigo. Mas ilude-se completamente sobre os hipotéticos ganhos da Ucrânia. Estes estão metidos num molho de bróculos e só estão a ser agarrados devido às consequências desastrosas que apareceriam.

Quanto à UE, as vantagens também são evidentes pois terá possibilidade de participar na modernização e gestão de uma das veias vitais de fornecimento de gás russo à Europa.

Nem a brincar. Vantagens evidentes em aumentarmos a nossa dependência num país trânsito? Nem sei como é que se consegue visualizar assim.

alertou a UE e a Rússia para o risco de terem de tratar os fornecimentos de gás através dos norte-americanos.

Desculpe, mas a Rússia tem algum tipo de problemas com isso? podem aparecer os intermediários que quiserem, desde que paguem a ela o valor de mercado. Você parece esquecer-se que a Rússia tem estado a subsidiar o gás ucraniano e como tal a Ucrânia não tem margem de manobra.

Como agora a Rússia reclama o valor de mercado e a Ucrânia não tem como pagar, está na hora de chamar os americanos para servir de intermediário. Até podem chamar os marcianos. ALGUÉM tem é que pagar à Rússia o valor que ela pede, o de MERCADO.

Embora hoje já se saiba quem vai ter esse papel, os europeus.

...preciso ter em conta que a Europa é o maior consumidor do gás russo e, caso Moscovo não o venda às empresas europeias, não terá a quem o vender, pelo menos nos próximos anos.

Francamente, com a Rússia a criar novas linhas para a Àsia, e com a Europa a ver crescer o seu consumo, pode alguma vez pisar o risco com a Rússia? é só eles começarem a fazer esse jogo e a Rússia mudar a sua política para a Àsia, e vemos logo o que irá acontecer.

Acho impressionante este tipo de lógica.

Se você precisar de comer e não lhe venderem comida, você vai dizer que não tem a quem vender e como tal estão lixados?

Claro, enquanto os outros ainda comem, você morre de fome. Mas serve-lhe de consolação que não vão poder vender a mais ninguém por uns tempos.

A Rússia não vende? Imagine uma Europa sem gás e tente descobrir quem perde mais.

Anónimo disse...

Bem mais interessante que este suposto nervosismo por parte da Rússia é a nova aposta da Rússia e China em atacar o dólar.

China: replace dollar as reserve currency

China has called for ditching the US dollar as the international reserve currency, sweeping away a decades-old system to stabilise the world monetary climate and protect its massive forex reserves...

...Russia has also proposed the summit discuss creating a supranational reserve currency. The IMF created the SDR as an international reserve asset in 1969, but it is only used by governments and international institutions...


http://news.yahoo.com/s/afp/20090324/bs_afp/financeeconomychinausforex_20090324095847

Esta guerra de modo a atingir o dólar e os EUA, sabe o que aconteceu ao último país que se atreveu a vender petróleo em euros?

De certeza que sabe.

Mas a Rússia e alguns países da OPEC andam a querer abandonar o dólar como a moeda de transação de energia.

O impacto de tal situação é enorme. principalmente para o maior importador de energia do mundo que necessita de um dólar forte, para comprar essa energia.

Você esta a imaginar uns EUA, com vários problemas económicos e com dificuldades em apoiar os seus aliados? e o significado disso tanto para a Rússia como para a China?

Anónimo disse...

Relativamente á Rússia e necessidade de diversificação...

Russia plans to develop new oil deposits

Russia is working to develop new oil and natural gas reservoirs and new infrastructure, including a pipeline to the Pacific Ocean.

Work on the Pacific pipeline between Russia and China is set to begin in April, Itar-Tass reports.

Russia will "develop new deposits which will be aimed at winning a foothold on other sales markets … to remove a redundant volume from traditional markets, which do not permit now our companies to work efficiently," Deputy Prime Minister Igor Sechin said.

Other plans for infrastructure include the Nord Stream and South Stream pipelines.

"The interruption with deliveries to Europe last January showed the need for diversification," Sechin said.

The plans suggest Russia's economy will continue to rely on oil and gas for the next 15 to 20 years.


http://www.upi.com/Energy_Resources/2009/03/23/Russia_plans_to_develop_new_oil_deposits/UPI-88731237815855/

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caro Leitor Portugueses Man, leia com atenção o que eu escrevi... Logo que puder, respondo-lhe. Mas, desde já lhe digo que investir no sistema de transporte ucraniano não é ficar refém da Ucrânia, até porque a Rússia está a construir duas alternativas. As correntes sul e norte.
Quando eu digo que isto para a Ucrânia é equivalente a uma adesão à NATO, pois o seu sistema irá ser integrado nbo sistema europeu. Quanto à integração na NATO, isso é outra coisa.
Presentemente, a Rússia não tem mais a quem vender o gás que fornece à Europa. Isto é um facto. Por isso, tem de chegar a acordo com a Europa. Leia a última frase do meu texto. Eu não quero dizer que é preciso ignorar ou marginalizar a Rússia, mas que a UE tem de falar com ela em pé de igualdade e, se tiver uma política comum a sério, conseguirá isso.

Anónimo disse...

Fico a aguardar a sua resposta, mas entretanto alguns reparos:

...desde já lhe digo que investir no sistema de transporte ucraniano não é ficar refém da Ucrânia,...

Tenha presente na sua resposta que eu não disse que investir no sistema é ficar refém.

Digo o contrário, neste momento a europa está refém da instabilidade ucraniana este "investimento" é uma solução temporária para a crise, até haver alternativas.

Você não me arranja justificações decentes para a Europa descobrir agora que é necessário investir no sistema de transporte ucraniano.

Numa altura em que todos gritam por dinheiro na Europa, se fosse realmente "investimento", este seria adiado para melhores dias e remediavam-se com o que têm actualmente e que me parece que tem dado conta do recado.

A Ucrânia neste momento não precisa de dinheiro para melhorar o sistema, precisa é de dinheiro para pagar a conta ao final do mês.

E para isso anda a pedir dinheiro a todos, Rússia incluido.

...a UE tem de falar com ela em pé de igualdade e, se tiver uma política comum a sério, conseguirá isso.

A UE não consegue falar a uma só voz, pq existem várias linhas de opinião internas.

Por exemplo:

Poland defies Germany over Nabucco pipe

Polish Prime Minister Donald Tusk said Central and Eastern European countries will push for the Nabucco gas pipeline project during an EU summit on 19-20 March in Brussels. The statement came as Germany refused to back public funding for the pipeline, which aims to reduce the EU’s dependency on Russian gas...

http://www.euractiv.com/en/eu-summit/poland-defies-germany-nabucco-pipe/article-180409

Repare, temos uma guerra interna dentro da UE.

Você já reparou que os paises a Norte, apoiam um pipeline a Sul, pipeline esse patrocinado pelos os EUA?

Já reparou que a Polónia vai ter um problema sério com a abertura do Nord Stream? A Alemanha deixa de estar dependente da Polónia, como país de trânsito.

O que significa que em retaliação do sistema anti-míssil a Rússia passa a ter como fazer pressão em afectar a Alemanha.

Será muito difícil falar a uma só voz, com tantos interesses opostos internos.

No entanto a Europa tem como falar a bem com a Rússia, não pode é pisar-lhes os calos.

Anónimo disse...

Correcção:

...como fazer pressão sem afectar a Alemanha.

Anónimo disse...

E para além disso, a Rússia podereá, eventualmente, denunciar o acordo que tem com a Ucrânia, uma vez que as premissas se alteraram de forma unilateral. Isto é, poderá passar, pura e simplesmente, a vender o gás à Ucrânia a preços "europeus". A seguir o que virá? Mais subsídios da UE para "modernizar" o sistema de trânsito ucraniano?

As guerras internas no seio da UE, entre russófobos e neutros, poderão minar ainda mais esta estrutura podre e pouco credível. Talvez até seja bom, pois daqui poderá surgir a ideia de Europa como entidade cultural, mais do que política.

Se a UE estivesse realmente interessada em tornar-se independente investiria nas energias renováveis. Mas prefere continuar dependente de terceiros. Aponta o dedo à Rússia mas fica dependente da Ucrânia e da Turquia. Bela troca de senhores...

Anónimo disse...

Lamentável reacção desse Putin, como de costume dando uma de carroceiro. Esse está expondo cada vez mais suas fragilidades. Quem só sabe agredir e ameaçar não é forte. Razão tem a oposição que desde há muito diz ser ele um balão insuflado sem sustância. E recordo agora da tal festança "gato escondido com rabo de fora". Parece que estará melhor nessas folias que a dirigir seu país. O homem está tornando-se perigoso porque falta-lhe dinheiro e inteligência. O português Durão foi duro mesmo e inteligente demais e lhe deu uma surra. Lembram todos como foi destratado quando foi a Moscú? E Putin sempre dizendo que era só economia com o trato com a Ucrania. Se fosse só agora tinha mesmo era de agradecer. Foi sujeira mesmo pra meter pata e controlar e agora levou pra contar. Gostei. A Europa que mande um assesssor pra ensinar pra ele como tratar com gente civilizada. Carudo metido à besta, viu? Que vai fazer? Deixar de vender gás? Essa é de gargalhada. Que suba a tarifa e cale a boca, porque é isso que é fornecedor. Que tem ele de se meter no sistema gasífero ucraniano? E o tal de Med faz de Presidente, que é ele mais que o advogado de Putin? Representação e procuração, se bem lembro é o poder que o cliente dá pro advogado.É o que está acontecendo. E não confio na estampa dele arrumadinho, que advogado é sempre pior, mais negrudo que cliente. A Rússia caminha para uma pior com esses dois dando a louca na política e economia.
E pra terminar, digo a todos que venho acompanhando esse bom blog do amigo Milhazes como outros blogs do Público, e tou muito admirado com essa safadeza de tocar brasileiro contra português, jogando uns contra os outros é coisa de estrangeiro, porque para quem sabe tá na cara que brasileiro e português é família. Estou há mais de 3 anos em Lisboa e nunca trataram brasileiro nenhum mal que eu visse. Essa gente é boa mesmo.Nem li nunca coisas ruins escritos contra o Brasil, nem em blog. Que é isso então por aqui gente? Que tem a Rússia contra Portugal? Tá com inveja do clima? Sei não, mas isso é tudo muito esquisito, essa história não tem cabimento. Calha bem é mesmo manobra de FSB, mas o pessoal não cai nessa não. Como diz na minha terra" roda outra, qu'essa não girou".
Xavier Paulista
Saravá pra todos!

MSantos disse...

PortugueseMan

A sua análise é irrepreensível e o seu argumentário irrefutável, como já nos habituou.

Mais um episódio da luta entre a "velha Europa" e a Europa Stars n' Strips

Cumpts
Manuel Santos

Anónimo disse...

É como Sèrgio disse, quem vai pagar a conta é a UE, claro a Rússia perde influência na Ucrânia, mas quem pagará a conta se a Ucrânia não pagar (o que é quase certo) serão os membros da UE. Por esse lado é muito vantajoso pra Rússia e mais, esse dinheiro que a UE vai dar a Ucrânia é só pra manutenção, para a reconstrução desses tubos ( que é necessária devido a idade deles) seria necessário pelo menos 16 bilhões de doláres americanos, quem pagará essa conta? Um palpite: a UE

Anónimo disse...

Perdão, é como o PortugueseMan disse...

Sérgio disse...

Mas será que temos dirigentes tão estúpidos na UE que não sabem exactamente aquilo que estão a fazer e não tiveram em conta os riscos e custos associados a este projecto? Ou têm de vir ler os comentários de leitores do Da Russia para se aperceberem das implicações do que andam a fazer? Vou reflectir sobre o assunto.

Sérgio disse...

Claro que tem de se falar a bem com a Russia, eles ameaçam e nós cedemos. Eles invadem e nós cedemos. Qualquer dia nem podemos espirrar sem pedir permissão a Putin porque senão isso poderá ser interpretado como uma atitude hostil para com os interesses Russos. Mas tudo pela manutenção das boas relações de vizinhança. Desculpem lá, mas acho que quem está a ser ameaçado aqui é a UE, e deve esta falar a bem para com o seu coactor?

Sérgio disse...

Aqui está um artigo que em muito reflecte a minha posição relativamente à Russia.

http://eng.globalaffairs.ru/numbers/22/1175.html

Sérgio disse...

Ainda este sobre a evolução da população, e segundo este artigo em 2050 a Russia pouco mais terá do que cem milhões de habitantes se nada for feito para inverter esta evolução. Apresenta ainda alguns perigos para a Russia que muitos consideram como imaginários, como os vizinhos China e India.

Sérgio disse...

desculpem esqueci-me do link, aqui fica,

http://eng.globalaffairs.ru/numbers/22/1178.html

Anónimo disse...

Ai, Sérgio, que panca! Mas lá que eu gostava que o Putmed tivesse verdadeiros tomates, gostava. E aí já se via o sarilho em que a Ucrânia e a UE estão metidas. Conselho a Putmed, se é que me ouvem !!!: esqueçam a Ucrânia. Invistam esses biliões em Portugal.Eu, por exemp+lo, sou um óptimo investimento e estou a precisar desesperadamente de dinheiro.

Anónimo disse...

Huuummm, Sérgio, concretamente que invasão russa foi essa, que eu não estou a ver? Não se refere à Geórgia, pois não? É que foi esta a iniciar as hostilidades contra uma região que nunca quis ser parte integrante deste país. Os russos só vieram proteger os atacados. Até os observadores internacionais o reconheceram, como já foi referido algures neste blog.

Quanto às "ameaças", se o acordo UE/Ucrânia altera os factores na relação Ucrânia/Rússia, em deterimento desta, é natural que Moscovo proteste. E talvez reaja retirando os apoios que pretendia dar à Ucrânia, os quais poderão já não se justificar.
Se a UE pretende investir nas redes ucranianas, está no seu direito. Do mesmo modo que está no seu direito investir no Nord Stream ou no Nabucco. Mas se pretende trocar de senhores, passando a depender de Ucranianos, Turcos ou outros, a aposta não é muito sensata.

Sérgio disse...

Claro que sim Pippo, assim como deveria alguem intervir nos mesmos moldes da Russia para proteger as populações da Tchetchenia e permitir a sua auto-determinação. Os Russos interviram na Abcasia que nem sequer tinha nada a ver com o que se estava a passar na Ossetia, e a Russia desde os inicios dos anos noventa que apoiou essas regiões separatistas, se não fosse essa intromissão inaceitavel num pais soberano essas situações não tinham chegado ao ponto que chegaram. É natural os protestos entre países que têm um comportamento normal, não será natural as ameaças continuas de um dirigente de um país, senão com o objectivo de intimidar, embora na minha opimião isso não passe de fanfarronices de um arruaceiro, como já várias vezes o disse, e como faz questão de frisar o pregador do sabe sabe (prega há pelo menos seis meses sobre estes e outros assuntos segundo ele próprio, ou seja uma sumidade nestas matérias), o Putin e companhia não intervêm por lhes faltar coragem (afinal o homem foi membro do KGB) mas porque pura e simplesmente aquilo é só conversa sem qualquer fundamento na realidade Russa. Ele melhor do que ninguem sabe da impotencia Russa para lidar com os desafios que se lhe colocam e da sua fraqueza.

Sérgio disse...

Por fim Pippo, se me quer dizer, com o trocar de senhores, que a UE já tem um senhor, penso que se esteja a referir à Russia, olhe que há uma interdependencia entre ambos, não vejo uma relação de supremacia, deve a UE no entanto tomar todas as medidas para assegurar uma maior autonomia quer doa muito ou pouco à Rússia, quer seja o investimento nas renovaveis, a diversificação de fornecedores, o investimento nas redes de transporte, etc.

Jest nas Wielu disse...

VVP e Medved Jr. podem se preparar para pedir o auxílio humanitário na China, pois como diziam os manifestantes em Vladivostok (me parece que são os russos decentes e não são nem os ucraniano – georgianos, nem os NATO – polacos), “Putler – kaput!”

Anónimo disse...

"países que têm um comportamento normal"... quais?
Refere-se a quem? Ao Reino Unido, que se aliou a Espanha e Portugal para dar o aval à benéfica intervenção norte-americana no Iraque? Ou à Alemanha, que forçou a guerra nos Balcãs? Ou refere-se aos países da NATO que bombardearam a Sérvia, destruindo o seu tecido económico, para "salvar" os "kosovares" (albaneses) de um "genocídio" que não existiu, tudo para separar esta região do Estado soberano à qual ela pertencia?
Pois é, se era a estes que se referia como sendo "países normais", olhe que, de quando em quando, os "países normais" mostram laivos de anomalia.

Refere a intervenção russa na Abkházia "que nada tinha a ver com o que se estava a passar na Ossetia"... mas será que ignora que as duas situações estão intimamente ligadas? Que ambas as regiões são separatistas por vontade própria e quase em simultâneo? Que são os próprios abkhazes e ossetas quem quer os russos no seu território?

Quer a Ossétia quer a Abkházia, tal como a Chechénia, foram conquistadas pela Rússia, não pela Geórgia. Porque é que ossetas ou abkhazes teriam de ser obrigados a pertencer a um país que eles não escolheram e que não os conquistou?

Quanto à troca de senhores, volto a perguntar: porquê tantas questiúnculas contra a Rússia quando nos sujeitamos voluntariamente a depender de ucranianos e turcos? Serão estes mais benevolentes, ou melhores?

Sérgio disse...

Ó Pippo será que alguma vez poderemos falar da Russia sem ir buscar os EUA e NATO, é que é este o argumento constantemente usado neste espaço para desculpar os erros da Russia.

Sérgio disse...

Pelo seu raciocinio também a Crimeia foi conquistada pela Russia e não pela Ucrania, então o Jest e companhia que se despeçam desse território, também os Tchetchenos não querem ser Russos...

Anónimo disse...

CITAÇÃO:
"senão com o objectivo de intimidar, embora na minha opimião isso não passe de fanfarronices de um arruaceiro, como já várias vezes o disse, e como faz questão de frisar o pregador do sabe sabe (prega há pelo menos seis meses sobre estes e outros assuntos segundo ele próprio, ou seja uma sumidade nestas matérias)"
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REPITO: Sérgio, vai-te tratar , homem. Que grande pabca!!!!Eu chamei arruaceiro e fanfarrão a Putin? Mostra lá onde.
Quanto a ser eu sumidade, quem sabe, sabe e não és tu, de certeza quem sabe...

Sérgio disse...

Sabe sabe, tenha lá calma se faz favor, a sua triste forma de se comportar faz-me lembrar alguém, mas quem?

Anónimo disse...

Sérgio, você devia ter vergonha na cara e deixar-se de insinuações. Tem algo a dizer de mim? Diga. Pôr na minha escrita o que não disse, é inadmissível, e quanto a tristes comportamentos, também vou querer saber ao que se refere.Acho bem que ponha as coisas em pratos limpos para ver se temos aqui homens ou palhaços.

Sérgio disse...

Ó Sabe sabe, ao ponto que chegou ter que se esconder desta forma. Realmente é uma pessoa corajosa, arrisca muito, sabe sabe, sumidade das asneiras. O seu comportamento é avaliado por todos aqueles que leem este blog e não apenas por mim, portanto tenha calma que ainda pode ser absolvido, apesar das suas palhaçadas.

Sérgio disse...

Mas o Sabe sabe é um homem de certeza que o é, agora falta saber é o patamar da evolução humana em que se encontra.

Anónimo disse...

Sérgio:
Pois, vou querer saber da avaliação dos tais leitores que acham que sou palhaço, ignorante e que me escondo. Vá lá, mostre lá onde estão e quem são. Sabe tanto, porque não diz? Ou também trabalha para a Secreta? Olhe que se calhar quem trabalha para a Secreta sou eu. Ou você também saberá quem eu sou. Se calhar até me conhece desde pequeno. Palhaço e mal educado é você com as suas insinuações torpes. Tem o que apontar, aponte. Quem, onde, como. Estou muito interessado em saber de tais discussões e desatinos dos leitores e do dono do blog acerca da minha reputação e da minha pessoa. Ande. Và a jogo, ou cale-se. De vez.

Sérgio disse...

"Mas lá que eu gostava que o Putmed tivesse verdadeiros tomates, gostava. E aí já se via o sarilho em que a Ucrânia e a UE estão metidas." citação do Sabe sabe, grande mestre e pregador há pelo menos seis meses de não se sabe muito bem o quê mas que ele juga ser importante, sumidade de todas as asneiras e palhaçadas.

O que vale é que o senhor Sabe sabe tem-nos no sitio, ve-se logo pelo tom autoritário com que me trata, mais uma dessas e remeto-me mesmo ao silencio caro senhor, tal é a intimidação.

Anónimo disse...

ser aliado da Rússia nunca é bom, porque ao final das contas eles só defendem o seu rabo...vejam o exemplo de um dos países mais fiéis à Rússia: Sérvia! E o que aconteceu? O país foi desmembrado de todas as formas apesar da gritaria russa na época. Por mais que muitos imbecis nesse blog não percebam, nunca é bom ser dependente de um país como a Rússia. Esse país, já mostrou centenas de vezes, que vai usar o seu poder energético como arma, ou não??? Será que os imbecis que vivem a milhares de quilômetros (Portugal) desse país tem moral pra falar alguma coisa? Será que esses mesmos imbecis querem ver uma União Européia escrava energeticamente? Será que esses imbecis querem ver uma UE com medo de criticar a Rússia para todo o sempre? Que diabo de UE vocês querem?!?!?!

sérgio

Anónimo disse...

Olhe Sérgio, cale-se mesmo, que você é um caso perdido. Insulta-me e depois vira o bico ao prego; põe na minha escrita o que não escrevi e insinua que tenho mau comportamento e que me escondo ( de quê? porquê?) para além de dizer asneiras e fazer palhaçadas ( aqui estará ver-se ao espelho, certamente). Como de provas nada apresentou, considero-o merecidamente mal educado e difamador, e eu com gente dessa nem falo. Quanto aos tomates russos, que eu encorajo e você detesta, preocupe-se com os seus e deixe os dos outros em paz, porque quem procede como você procede com quem não conhece num blogue, deve ter algum problema nos ditos.ERGO,vá chatear outro.

Sérgio disse...

"Ai, Sérgio, que panca!", isto até pode ser um miminho para o Sabe sabe, mas da próxima vez tenha mais cuidado para com quem o usa, senão sujeita-se a ouvir o que não quer. Deixe-me que lhe diga que o senhor das duas uma, ou é mesmo pouco inteligente e nem tem noção daquilo que diz ou se o tem, só poderia estar de má fé neste seu discurso que quase me fez ter compaixão de si, tal é a sua dignidade demonstrada e vis as torpezas contra si cometidas, Ó Sumidade e Grande mestre, Pregador do blog Da Russia.

Anónimo disse...

Estou com tanto medo de si Sérgio que até vou pedir protecção policial. Factos são factos. Avie-se.

Anónimo disse...

Ó Sérgio, se estamos a falar de política internacional, então podemos e devemos comparar casos similares. Como tal, posso referir as intervenções na NATO/EUA sempre que falarmos da Ossétia e Abkházia. Se não gosta, paciência.

Aliás, lembro-lhe que foi o Sérgio que começou a desviar a conversa, quando referiu que os russos "interviram" [sic] na Abkházia e "se não fosse essa intromissão inaceitavel num pais soberano essas situações não tinham chegado ao ponto que chegaram.". Ora intromissões por intromissões, as intromissões na Jugoslávia e na Sérvia/Kosovo foram bem mais graves, e os "países normais" molharam o pãozinho no molho, não é verdade? Assim sendo, ou há moralidade ou comem todos.

Quanto à Crimeia, precisamente, ela deveria ser parte da Rússia, e só não o é porque um rapaz chamado Nikita a entregou à Ucrânia nos anos 60. Creio que já perdi longos minutos a debater esta questão com o russófobo Jest.

Quanto aos Chechenos, estes têm todo o direito em não quererem ser russos. Por isso se rebelaram. E não tiveram capacidade de triunfar. Ao contrário dos ossetas e abkhazes. E estes nem precisaram de bombardeamentos maciços russos contra a Geórgia para se libertarem (ao contrário do tal território que beneficiou da tal intervenção sa NATO da qual, ao que parece, não se pode falar...).

Afonso Henriques disse...

" Não exagero se escrever que este passo equivale à adesão da Ucrânia à NATO."

Anedocta da semana. A sério que consegui arrancar-me umas gargalhadas ó senhor Milhazes...

Muito têm eles medo da Rússia...

Afonso Henriques disse...

O primeiro e o segundo comentário do Sérgio.

Parabéns Sérgio, uma evolução. Afinal parece que começa a abrir a mente o rapaz.

Sérgio disse...

Ó Pippo desculpe lá mas não pode não senhor fazer esse tipo de comparações, a minha envolvia a Russia e em como ela perante situações iguais reage de formas diferentes, usando o tal dois pesos e duas medidas conforme lhe dá jeito ou não. Assim:

1 - Caso da Geórgia e regiões separatistas, passa a defensor da autodeterminação das populações;
2 - Caso da Tchetchenia, autodeterminação longe com ela e poderio militar para abafar qualquer oposição;
3 - Crimeia, que se ponha a pau a Ucrania e não entre para a NATO senão a Russia vai ter que intervir para defender sabe-se bem lá o quê, mas com as nacionalidades atribuidas entretanto também se chega lá;
4 - Aquando da independencia do Kosovo, há aqui de el rei que não havia direito...

Isto é que são situações semelhantes, a Russia intervem em todas elas assumindo posições distintas, e pergunto com que legitimdade defende a sua posição, senão a da ambição desmedidada dos dirigentes Russos? Vem-me agora justificar a intervenção Russa com posições de países terceiros que nem sequer são intervenientes directos...