terça-feira, abril 07, 2009

Crise: quando vem, é para todos!


A situação económica na Rússia não difere substancialmente da situação mundial, caracterizada por um aumento do desemprego e uma redução do Produto Interno Bruto (PIB), constatou o primeiro-minisro russo, Vladimir Putin, no primeiro relatório sobre a actividade do Governo apresentado à Duma Estatal.
“Este ano, pela primeira vez depois da Segunda Guerra Mundial, a economia mundial conhece uma recessão”, afirmou ele, ao apresentar um programa de luta contra a crise.
Porém, Putin sublinhou que o Governo não tenciona alterar a sua linha estratégica.
O primeiro-ministro russo apresentou como duas vitórias importantes do seu Governo a “conservação do sistema bancário” e “a queda controlada do rublo”.
Segundo ele, em 2009, a Rússia concederá três biliões de rublos (cerca de 66,9 mil milhões de euros), dos quais 1,4 biliões de rublos (31 mil milhões de euros) estão previstos no Orçamento de Estado, para lutar contra a crise.
Parte significativa da ajuda irá para o complexo militar industrial.
“O consórgio MIG (que produz aviões militares) recebeu 15 mil milhões de rublos (334 milhões de euros) e o Centro Khrunitchev (que produz foguetões e mísseis) 08 mil milhões de rublos (178 milhões de euros). Outras empresas poderão ser igualmente objecto de decisões análogas, em primeiro lugar as empresas do complexo militar-industrial, para com as quais o Estado tem responsabilidades directas”, afirmou.
Segundo o primeiro-ministro, está prevista a concessão de 70 mil milhões de rublos (1,6 mil milhões de euros) para o apoio às empresas do complexo militar-industrial no contexto actual da crise económica.
O primeiro-ministro defendeu que a sociedade russa se deve unir face à crise e contribuir assim para a sua superação.
“Primeiro, a sociedade deve estar unida face aos desafios da crise. Quando o nosso país tem de enfrentar provas, devemos responder com a coesão”, declarou ele.
“Gostaria que, neste caso, a nossa sociedade reagisse de maneira adequada aos acontecimentos e elaborasse conjuntamente medidas de combate à crise”, acrescentou.
Putin prometeu continuar a combater a inflação, que deverá descer até 08 pc em três anos, contra os 13 pc actualmente, enquanto que o déficite orçamental deverá atingir 03 pc em 2011, contra 08pc em 2009.
A manutenção da estabilidade macroeconómica e da confiança dos investidores russos e estrangeiros face à política orçamental é uma das prioridades do plano anti-crise, assinalou.
O primeiro-ministro defendeu que a sociedade russa se deve unir face à crise e contribuir assim para a sua superação.
“Primeiro, a sociedade deve estar unida face aos desafios da crise. Quando o nosso país tem de enfrentar provas, devemos responder com a coesão”, declarou ele.
“Gostaria que, neste caso, a nossa sociedade reagisse de maneira adequada aos acontecimentos e elaborasse conjuntamente medidas de combate à crise”, acrescentou.
Depois de constatar que o Governo russo conseguiu impedir a catástrofe, Putin chamou a atenção para o facto de o ano de 2009 ser muito complicado.
“Garantir a combinação óptima das medidas anti-crise e dos projectos a longo prazo, não ficar à defesa, mas avançar, construir uma economia nova mais eficaz”, defendeu ele.
“Devemos não só conservar as produções fulcrais, mas acelerar também a transição da economia para a via do desenvolvimento inovador, não só apoiar o consumo interno, mas também realizar grandes projectos no campo das infraestruturas”, acrescentou.
Vladimir Putin concluiu dizendo que o Orçamento de 2009 será um “orçamento de desenvolvimento” e que “todos os programas sociais serão cumpridos sem alteração”.

49 comentários:

Anónimo disse...

Nem um comentáriozinho, Milhazes? Você é tão crítico, que isto deve ser sinal que o homem andou bem, pelo menos a discursar. Gostava de saber o que têm agora a dizer os meninos e meninas que por aqui andam a escrever que não há políticas sociais na Rússia.
Disse e repito: o homem não é perfeito, mas arranjem lá melhor, ok? troco o Sócrates pelo Putin anytime.

Gilberto disse...

OU seja, só bla bla bla. Não falou nada de substancial. A não ser um "não reclamem!" para o povo ficam quietinho e confiar nele.
-------------
"troco o Sócrates pelo Putin anytime."

Mas Portugal não tem petróleo, qual a serventia de um Putin? =P

Gilberto disse...

Anonimo,

Aqui NÃO há políticas sociais, isso é um facto.

Ou será que voce sabe mais sobre a Rússia do que a gente que vive aqui há anos?

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Leitor anónimo, mas comentar para quê? Compare o que ele diz e o que vou escrevendo ou você vai lendo sobre a situação real na Rússia.
Apenas queria citar um exemplo. Ontem, quando Putin declarou que as reformas e pensões na Rússia actual são baixas devido ao sistema soviética, na sala do parlamento ouviu-se um estrondosa gargalhada...

Sérgio disse...

Subscrevo o que foi dito pelo Gilberto.

Sérgio disse...

Sr. Milhazes essa gargalhada partiu de onde? Dos comunistas? Isso é politica Sr. milhazes eu não lhe tentaria encontrar grande significado.

PortugueseMan disse...

Caro José Milhazes,

Parte significativa da ajuda irá para o complexo militar industrial.
“O consórgio MIG (que produz aviões militares) recebeu 15 mil milhões de rublos (334 milhões de euros) e o Centro Khrunitchev...


Aqui a referência ao consórcio MIG chamou-me a atenção. Poderia esclarecer o seguinte. Estes são exemplos escolhidos por si (dentro de que terá sido dito relativamente a industria militar), ou foram citados concretamente por Putin?

É que estou a achar estranho esta referência específica para o consórcio MIG.

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Leitor PortugueseMain, se estão entre aspas foi porque os exemplos foram dados por Putin. A MIG está agora a preparar o caça de quinta geração. Mais logo, irei publicar uma informação sobre a convocação de greves nas empresas do complexo militar-industrial.

Anónimo disse...

Tudo bem, Milhazes. o homem é um aldrabão. Porque não arranjam melhor? Gaita! Será que não há mais gente nesse país? A mim cheira-me a comunice ressabiada essa forma declarar Putin incompetente sem oferecer alternativas. Quem tiver nostalgia do comunismo deve ir para a Coreia do Norte. Em relação ás políticas sociais,o Gilberto fala como se fosse o único habitante do país. Tenha juízo e não faça figuras tristes.

PortugueseMan disse...

Obrigado pelo o esclarecimento, não reparei nas aspas.

...A MIG está agora a preparar o caça de quinta geração...

Não. Quem está no projecto é a Sukhoi/UAC.

A citação da MIG indica que a empresa deve estar com problemas de financimento. As vendas da MIG não se compara com a Sukhoi e no entanto tem a seu cargo os MIG-31, que estão indicados como essenciais para a defesa do país, e deve estar sem dinheiro para os upgrades pedidos dado que eles só conseguem sobreviver com apoio estatal.

Mais logo, irei publicar uma informação sobre a convocação de greves nas empresas do complexo militar-industrial.

Ora isso é muito estranho, se existe indústria que está a sofrer menos com o problema da economia mundial é exactamente a indústria militar.

A Rússia dá sinais que é urgente e é para manter o processo a que deu início para renovar o seu material. Trabalho hoje é coisa que não falta, nada comparado com o que se passava até hà bem pouco anos atrás.

Fico a aguardar mais detalhes sobre essas greves.

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Leitor PortugueseMan, a MIG também está com um projecto de caça de quinta geração. Informe-se melhor. A Sukhoi tem outro.

PortugueseMan disse...

Olhe que eu até me considero relativamente bem informado nesta àrea.

Os 2 fabricantes concorreram de facto para construir o caça da 5ª geração, mas foi o do Sukhoi escolhido.

O único que conheço é o PAK-FA e é suposto este ano descobrirmos o que é. A curiosidade é muita, mas estão a conseguir manter a coisa mesmo secreta, não se sabe como vai ser o aspecto, só existem teorias.

Se a MIG está de volta de algo desconheço completamente. Se tem alguma informação ou nome do projecto, agradecia que indicasse de modo a tentar saber mais.

PortugueseMan disse...

Dado que falamos de aviação militar, vou acrescentar uns pormenores que acho muito interessantes.

Russia to deliver attack helicopters to Brazil this year

Russia will start deliveries of Mi-35 Hind attack helicopters to Brazil by the end of 2009...

...Fomin also said Russia's Su-35 fighter had a good chance of winning an ongoing tender for the delivery of over 100 fighters to the Brazilian Air Force...


http://en.rian.ru/russia/20090406/120935753.html

Embora a notícia seja acerca do helicóptero MI-35 onde o anúncio da escolha gerou bastante burburinho (toda a gente foi apanhada de surpresa, eu incluido) o que queria focar era focar a indicação de que o SU-35 tem grandes chances de ganhar o concurso.

O programa de escolha do novo caça para o Brasil dava uma autêntica novela. Lula herdou esta batata quente que se chamava programa FX e na altura a primeira coisa que fez foi adiá-lo.

Eu sou da opinião que o caça mais indicado para o Brasil é de facto o Sukhoi. Mas existem vários problemas associados com tal escolha.

O Sukhoi está pensado para grandes distâncias e o avião está implementado nos BRIC, com excepção do Brasil. Todos os países do BRIC são de grandes dimensões. Mas existem vários problemas e são principalmente políticos.

O facto de ser um avião russo, o facto de se comprar material militar russo, implica afinidades com a Rússia, etc.

Por outro temos o problema de colisão de interesses, o Brasil compra caças Sukhoi, quando a Sukhoi está a desenvolver um avião civil que vai em princípio criar sérias dificuldades à Embraer, justificando que não se pode ajudar uma empresa rival.

Temos o problema dos franceses que lutam arduamente para ganhar o concurso sendo para mim os favoritos nesta contenda, russos e franceses.

Temos outro problema que é o facto da Sukhoi se ter aliado à Avibras e os franceses à Embraer, havendo muitas discussões no Brasil sobre que tem capacidade de absorver a tecnologia, etc, havendo a meu ver uma preferência pela a Embraer.

Para agravar a situação o Brasil recentemente passou a ter capacidade de produzir armas nucleares, (coisa que gerou algumas chamadas de atenção por parte dos EUA, dado que estes andam a batalhar para que o Irão e Coreia do Norte não dominem o ciclo total de produção) e o seu programa espacial está a ser ajudado pela Rússia, depois do grave desastre que aconteceu.

Portanto o Brasil está a um passo de ter a opçao de criar mísseis nucleares com a ajuda da Rússia (pelo menos no que toca a foguetões) e a escolha do caça russo e de todo o potencial que ele possui mais as suas armas, introduz um novo e grande desafio para os EUA nesta zona do globo.

Outra dificuldade foi o facto de Chavez em 3 tempos ter decidido pelos os Sukhoi (problema que os americanos aceleraram com a recusa de fornecimento de peças para os F-16 da Venezuela, tornando básicamente toda a força àerea venezuelana inoperacional) e Chavez em diplomacia é um autêntico desastre, ficando Lula com a posição difícil de que ao escolher este avião estaria aliado de Chavez, com toda a publicidade negativa associada.

Mas existem outros factores que justificam esta escolha. A MERCOSUL é um pouco à imagem da UE e fala-se de uma estrutura militar associada tal como na Europa. A existir convinha ter material parecido e neste campo o que a Rússia oferece é muito interessante.

Mas o FX foi cancelado e quando foi reaberto o FX-2, a primeira surpresa foi o facto do avião russo estar de fora. Uma autêntica supresa para muitos, eu incluido. A outra surpresa é facto de ter entrado um avião americano e ele ser um dos favoritos, quando já há registos suficientes de problemas com quem comprou material americano na América do Sul.

O FX-2 para mim é um mistério e não compreendo a lógica. Mas este FX-2 também está a ter umas surpresas. No início deste ano o Ministro Nelson numa entrevista, falou que o Sukhoi iria ser revisto, mais confusão para o FX-2, dado que o Sukhoi está fora do concurso, como é que ele pode ser revisto. Mas o ministro falou, o que mostra que existe algo a nível político que está a ser ponderado e que não está a ser passado para fora e nem está a passar pelos canais normais.

Agora surge esta notícia de que existe boas chances de ganhar (mistério) e hoje sai nova notícia de que o Brazil pode obter uma licença de produção do novo caça de 5ª geração.

Brazil could make Russian new-generation fighters under license

Russia may allow Brazil to produce its fifth-generation fighters under a license in the future...

We are discussing with the well-known Brazilian company Embraer the transfer of technology and the construction of facilities for the future licensed production of the aircraft, including the fifth-generation fighter...


http://en.rian.ru/russia/20090407/120955182.html

Este artigo ainda adensa mais o mistério, diz que existe a possiblidade do Brasil ter acesso ao último caça russo, que o SU-35 está no concurso FX-2 e estão em contacto com a Embraer, o que demonstra que passaram da Avibras para a Embraer.

A escolha por parte do Brasil deste caça russo irá alterar completamente o panorama da América do Sul, a América do Sul passa a ter acesso a armamento topo de gama, (coisa que nunca teve) capaz de ameaçar os porta-aviões americanos. Mais, o Brasil tem agora uma janela de oportunidade política, dado ter havido mudanças nos EUA (Bush para Obama), onde este último está a lutar com vários problemas em simultâneo.

Podemos muito bem ver o Brasil a adquirir estas armas e isso vai chamar atenção a nível mundial.

PortugueseMan disse...

Caro José Milhazes,

Agora que vejo o tamanho com que ficou o meu post anterior, verifico que exagerei.

Caso queira apagar, pode apagar. Está enorme. Eu já guardei localmente no meu computador e depois logo vejo como condensar o que disse.

Cumprimentos,
PortugueseMan

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Leitor PortuguesesMan, não vou cortar, pois é importante. Eu também escrevi hoje para a Lusa sobre a possibilidade do Brasil vir a produzir caças de quarta geração.

PortugueseMan disse...

Escreveu?

Isso está acessível algures? fiquei com curiosidade.

Anónimo disse...

Ganda melga

Wandard disse...

Sr. Milhazes,

Foram lançados dois projetos de caça de 5ª geração, mais o projeto que está sendo desenvolvido é o T-50. O da Mig foi mantido durante certo tempo para confundir os serviços de inteligência.

Abraço,

Wandard disse...

O programa FX é um grande engodo desde FHC. O Governo Civil a partir de Sarney, procurou cumprir a Agenda dos Estados Unidos para América Latina, sucateando as Forças Armadas e eliminando a indústria de armamentos. Com o advento das invasões do espaço aéreo começarem a incomodar não só na mídia, bem como a questão do tráfico que passou a incomodar os Estados Unidos, o governo iniciou este projeto que não sai do lugar já fazem mais de 12 anos. Com certeza acabará comprando jatos usados e o mais provável que serão Mirages 2000, com a desculpa que será para discutir o projeto de uma aeronave com transferência de tecnologia.

Jest nas Wielu disse...

off top

Revolução em curso em Moldova

Hoje, a Moldova acordou com a Revolução na capital – Chissinau. As eleições foram ganhos fraudulentamente pelos comunistas (razoavelmente centristas e patriotas) e covardemente reconhecidas pela UE, mas amplamente contestados pelos cidadãos. Cerca de 30.000 manifestantes avançaram contra o Parlamento e Presidência da República. Após uma fraca resistência da polícia, ambos os edifícios caíram nas mãos dos manifestantes. Uma bandeira da União Europeia está hasteada na residência do Presidente da República.

Fotos do John McConnico (Associated Press) e Gleb Garanich (Reuters):
http://drugoi.livejournal.com/2914511.html

Actualização constante em Twitter (em russo): http://twitter.com/1arsz

Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=l0Bj0f2XOAs

É claro, que alguém pode dizer: “é pá, tanta violência, é feio...”, mas não se deve esquecer que como terminou o comunismo na vizinha Roménia (alias, a Moldova é a parte da Roménia, arbitrariamente criada pela vontade do Stalin). Por isso, nem todas as revoluções são tão pacíficas como a Revolução Laranja ucraniana ou a Revolução das Rosas na Geórgia.

Mas viva a Revolução Moldova!

Gilberto disse...

Jest,

vale lembrar qeu o presidente do país e cabeça do partido COMUNISTA moldavo, é o maior mafioso/bandido/oligarca e o homem mais rico do país, é um verdadeiro Tsar. Entre outras coisas é dono do maior banco do país(na verdade a maioria das coisas é no nome do filho).

MSantos disse...

Efectivamente o consórcio MIG está a atravessar dificuldades e o futuro não se adivinha risonho.

A MIG não conseguiu fazer valer o MIG-35 (MIG-29 modernizado) face ás estrelas da Sukhoi, perdeu a corrida do caça de 5ª geração e neste momento não tem nenhum projecto inovador.

Sofreu um desgaste terrível a nível internacional pois vendeu á Argélia cerca de 40 MIG-29 como novos, na sua versão mais moderna e os argelinos descobriram que as fuselagens eram de aviões antigos apenas com camada de tinta por cima e devolveram o lote.

Neste momento apenas estão só com o programa MIG-31M que não é mais que a modernização dos MIG-31 existentes, o avião de treino e a versão para porta-aviões do MIG-29, o MIG-29K (Korabl) cuja venda também será limitada á India, talvez China. A própria Armada russa anunciou a compra de alguns MIG-29K só para ajudar a fábrica.

Provavelmente será absorvida pela pujante Sukhoi num só consórcio exactamente como se passou alguns anos atrás em que a norte-americana Mcdonnel Douglas e outras foram integradas na Boeing

Cumpts
Manuel Santos

MSantos disse...

Esta declaração de Putin é ilustrativa das deficiências caractrísticas da economia russa. Enquanto nos EUA e Europa, as ajudas governamentais vão maioritariamente para a industria de grande consumo, nomeadamente a automóvel, aqui a indústria de peso a ser ajudada é o complexo militar industrial pois é o garante de entrada de divisas e a capacidade de manutenção de afirmação e independência (sob a ótica russa, é claro)

Cumpts
Manuel Santos

MSantos disse...

O programa brasileiro FX voltou atrás e repescou o SU-35 porque os americanos recusaram-se a transferência de tecnologia do F-18E/F para o Brasil, ou seja, o Brasil comprava os aviões (sem os montar) e toda a assistência e apoio técnicos eram providenciados por entidades americanas e sob última aprovação do governo americano.

Como é lógico, os brasileiros não gostaram desta opção.

Cumpts
Manuel Santos

Anónimo disse...

"Disse e repito: o homem não é perfeito, mas arranjem lá melhor, ok? troco o Sócrates pelo Putin anytime.
Porque não arranjam melhor? Gaita! Será que não há mais gente nesse país? A mim cheira-me a comunice ressabiada essa forma declarar Putin incompetente sem oferecer alternativas. "

Falou tudo! Esta aí mais uma prova que a Rússia é um país muito instável. Praticamente toda a sua política passa pelas mãos de um único homem: Putin. Vamos supor que ele fosse assassinado por um checheno qualquer? O país fica sem rumo, porque perdeu seu capitão! Não existe substituto para ele, imagine as disputas eleitorias se ele fosse pro beleléu? O país entra em convulsão!!!! Esses dias, estava vendo na TV um especialista em geopolítica falando que em breve a Rússia poderia sofrer uma Segunda Época de Turbulências (após a Era Putin) e que países como Alemanha, Turquia, China e Polônia estariam já sondando essa possibilidade.

Zé Carlos

MSantos disse...

"A escolha por parte do Brasil deste caça russo irá alterar completamente o panorama da América do Sul, a América do Sul passa a ter acesso a armamento topo de gama, (coisa que nunca teve) capaz de ameaçar os porta-aviões americanos. "

PortugueseMan aqui não concordo consigo.

Não creio que o busílis da foça militar brasileira seja ameaçar eventuais presenças americanas. Acho que mesmo um hipotético governo ainda mais á esquerda de Lula não envredaria por aí, pois creio não existir um grande antagonismo entre o Brasil e EUA pelo menos aparentemente (tirando alguns posts do nosso caríssimo amigo Wandard ;).

Wandard, posso estar enganado.

Na minha opinião a haver antagonismos será mais com os seus irmãos bolivarianos (de continente) nomeadamente alguns países de fronteira.

Não nos devemos esquecer da ambição brasileira de ser e manter o estatuto como maior potência sul-americana

Cumpts
Manuel Santos

Gilberto disse...

Eu já conversei com um piloto(ten-cel.) brasileiro de caça, e ele foi categórico a afirmar que o melhor para as necessidades do Brasil é o Sukhoi mesmo. Mas, como se sabe, as coisas são bem mais complexas, envolve política, questões economicas e estratégicas, etc...

Eu não tenho acompanhado isso, mas achei que já estava tudo acertado com a França, pela questão da transferencia de tecnologia.

Anónimo disse...

zé carlos
tem razão num aspecto: ninguém tem vida garantida e Putin está nitidamente cansado e parece ter o tipo de metabolismo que pode rebentar de repente.Só que, pelo que sei, as coisas estão arranjadas hierarquicamente para tudo continuar a funcionar mesmo sem ele. Agora que nessa eventualidade haverá turbulência, disso não duvido.

PortugueseMan disse...

Caro Manuel Santos,

Não creio que o busílis da foça militar brasileira seja ameaçar eventuais presenças americanas.

Repare, eu não digo que seja para ameaçar eventuais presenças americanas.

O que digo é que o Brasil passa a ter um potencial ofensivo com capacidade de ameaçar as frotas americanas e isto nenhum país da América do Sul possui, excepto agora a Venezuela que começa a dar passos nesse sentido.

Se o Brasil comprar os Sukhoi, a postura americana para a zona tem que ter em conta estes aviões. E tenha em mente que no ano passado os EUA voltaram a colocar a 4ª frota dedicada à América do Sul, o Brasil foi um dos que não gostou de ver isto, principalmente porque cada vez tem mais recursos energéticos apetecíveis.

Consulte a notícia colocada pelo departamento de defesa dos EUA.

Chief of Naval Operations Adm. Gary Roughead announced today the re-establishment of the U.S. Fourth Fleet...will be responsible for U.S. Navy ships, aircraft and submarines operating in the Caribbean, and Central and South America...

http://www.defenselink.mil/releases/release.aspx?releaseid=11862

Existe por aí muita análise que tenta ver o verdadeiro significado/impacto disto.

Pode também ver este:

U.S. Navy Reviving Fleet for Latin America, Caribbean

The U.S. Navy has been planning to build up its forces in the region...by a nuclear aircraft carrier, to patrol the waters of the Caribbean and Latin America in support of counter-terrorism operations.

...The move comes as South American nations, including Venezuela, Colombia, Brazil and Ecuador, boost military spending to counter tensions and protect oil reserves...


http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=20601086&sid=ahYX94CKdPRA&refer=latin_america

Tenha em mente que vários países da America do Sul, ponderam na criação de uma estrutura militar. Isto ameaça a posição dominante dos EUA nesta zona do globo.


Cumprimentos,
PortugueseMan

MSantos disse...

PortugueseMan

Em termos de potencial ofensivo de ameaça esta já existe, na minha opinião mais concretizável nas flotilhas de submarinos que as armadas destes países dispõem. Creio que a Venezula anda a negociar a compra de 6 submarinos classe Kilo. Isto será uma verdadeira preocupação para os americanos apesar dos excelentes meios anti-submarino que dispõem.

Se o Brasil for avante com o projecto de ter um submarino nuclear, passará a ter um meio de percorrer e permanecer submerso em todo o Atlântico constituindo uma potencial ameaça considerável.

Será sempre difícil mesmo com uma vintena de Sukhois em simultâneo de se constituirem como ameaça a um poderoso grupo de batalha norte-americano (a não ser que os armem com o Yahkont ou o Brahmos).

Um submarino, se não for detectado, é uma ameaça velada, escondida, algo que sabemos que está lá mas não o vemos o que em termos psicológicos vai-nos limitar os movimentos.

Esta foi a uma das grandes ameaças que os ingleses sofreram aquando da guerra das Falkland pois a eventual localização do submarino argentino San Luis condicionou toda a Royal Navy assim como o afundamento do cruzador General Belgrano pelo submarino inglês HMS Conqueror meteu toda a frota argentina no porto com receio de ir ao fundo.

Relativamente á 4ª Frota Caraíbas/Atlântico Sul foi mais um exemplo da diplomacia "elefante em loja de porcelanas" da administração Bush em que o objectivo foi defrontar o trio Venezuela-Bolívia-Cuba (sem qualquer efeito, diga-se) face aos recursos energéticos obviamente e acabou por irritar gratuitamente outras nações mais neutrais como é o caso do Brasil.

Claro que a administração actual, para manter a face vai dar continuidade a pretexto do combate aos carteis de droga na região etc.

Mas a sua verdadeira importância só aparecerá em função da eventual necessidade dos EUA obterem novas fontes de hidrocarbonetos na região.

Cumpts
Manuel Santos

Wandard disse...

Gilberto,

Como piloto minha opinião não é diferente do colega de caserna, mas acho difícil que seja fechado o Sukhoi, como já disse, provavelmente virão os Mirages 2000 que a França quer empurrar, com a esmola de transferência de tecnologia ultrapassada. Alguns "civis" arranjaram a desculpa que o acordo com a Rússia, não garantia a transferência de tecnologia porquê houve negativa para a Venezuela, mas não é bem assim. Os Russos vetaram o acesso a determinados ítens de aviônica e armamentos que seriam extremamente perigosos nas mãos de Chaves. Porém os Estados Unidos têm feito muita pressão para que o acordo se concretize com a Rússia. De resto é a velha política que comanda e a prioridade se tornou transportar os "políticos democráticamente" eleitos pelo país,afinal para que aviões de combate, ou melhor para que Forças Armadas se os americanos já entraram mesmo.

PortugueseMan disse...

Sem dúvida, os submarinos são armas letais e serão sempre uma preocupação. têm características únicas.

Em relação ao submarino nuclear brasileiro até ser construido e dar provas do que realmente é capaz, temos muito tempo a percorrer.

Nunca um porta-aviões foi alvo de aviões russos com mísseis pensado neles. A Rússia é quem mais se dedicou a criar armas que possam destrui-los e estamos até hoje (e esperemos que continuemos por muito tempo) sem saber o quanto são eficazes.

Nas Falkland, também tiveram problemas com mísseis. se não os tivessem aquilo poderia ter tido um desfecho muito diferente. A Inglaterra também teve uma boa dose de sorte.

Mas tudo isto é muito hipotético, falta saber primeiro, a quem o Brasil vai comprar os caças. Eu aposto na Rússia, penso serem os mais indicados ou então nos franceses que já lá têm o pé.

Cumprimentos,
PortugueseMan

Wandard disse...

Quis dizer que o acordo não se concretize com a Rússia.

Wandard disse...

"Nunca um porta-aviões foi alvo de aviões russos com mísseis pensado neles. A Rússia é quem mais se dedicou a criar armas que possam destrui-los e estamos até hoje (e esperemos que continuemos por muito tempo) sem saber o quanto são eficazes."

Realmente não ocorreu a ação com o efetivo disparo dos mísseis, mas a aproximação surpresa e sem nenhuma capacidade de reação do Porta-Aviões já, e foi com o Kitty Hawk.

PortugueseMan disse...

Caro José Milhazes,

Dê uma olhadela a esta notícia que fala do sukhoi superjet e ligação com os italianos.

Finmeccanica officially acquires stake in Sukhoi Civil Aircraft Company

http://www.flightglobal.com/articles/2009/04/07/324915/finmeccanica-officially-acquires-stake-in-sukhoi-civil-aircraft.html

Esta é ao fim e ao cabo uma das grandes apostas russas na diversificação da sua economia. A conseguirem irá trazer muito dinheiro, milhares de empregos e também prestígio. Mas é coisa para anos.

Jest nas Wielu disse...

2 Gilberto Múcio

Bom, claro que sei disso, só os leitores deste blog ainda acreditam que os membros do PCUS na URSS e membros dos partidos comunistas pós – URSS eram / são comunistas...

Acho engraçado a vossa discussão sobre os aviões russos, é tipo discutir se o Lada melhor que Niva ou se é a Niva melhor que a Lada. Quem é pobre (3° mundo), tem que comprar algo barato, quem tem a inteligência diz: “não sou tão rico, para comprar as coisas baratas”. E compra um Mercedes ou Toyota, mesmo que em 2-da mão...

As armas russas só têm (tinham) dois pontos fortes: a) eram baratas ou eram dados de graça; b) eram duráveis, feitos dos componentes da melhor qualidade, pois ninguém e nunca contou o custo real deste ou daquele tanque / BTR.

Lembro que por volta do ano 1994-95 a Malásia comprou uns tantos MIGs, o que é feito deles? Quantos deles ainda voam? A imprensa russa contava que os pilotos malaios lançavam “as sortes” para ver quem ficava com a desgraça de voar numa “Lada voadora”...

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Leitor PortugueseMan, há muito que acompanho o projecto do Superjet e é sabido que ele foi construído em cooperação com empresas francesas e italianas. O problema agora é fazer com que ele seja rapidamente construído em série e não ficar pelos dois exemplares. Este aparelho tem um imenso mercado na Rússia, pois virá substituir os Tupolev 134 e parte dos 154.

PortugueseMan disse...

Sim,

Eles ficaram tão desiludidos com os Mig-29 que compraram em 95 que em 2003 compraram mais 18 aviões russos.

PortugueseMan disse...

Caro José Milhazes,

Não vai ficar pelos 2 exemplares. Deve estar para breve o terceiro.

O que nós estamos a assistir é o processo normal de qualquer avião. Ele primeiro tem que receber as certificações e só depois começa a construção a sério.

Ele vai ser construido e terá a responsabilidade de recuperar toda a indústria aeronáutica civil russa, para este terá que haver sempre dinheiro mesmo com dificuldades económicas, existe demasiado em jogo.

E o mais importante será demonstrar que a Rússia volta a ser capaz de ser um fornecedor fiável. Os complicados anos 90 onde reinava a confusão, ninguém sabia quando havia peças seja do que tipo fôr para substituição. Nenhum companhia minimamente decente poderia arriscar-se a comprar aviões quando é posta em causa a sua operacionalidade.

Esta é a maior aposta que está a ser feita pela Rússia, aposta essa que já foi ganha no que respeita à aviação militar. Isto também foi um dos pontos que a Rússia andou a investir no últimos anos, mostrar que voltou a ser fiável e capaz de fornecer os seus clientes.

E com isto estamos a falar de muitos milhares de postos de trabalho que estão a ser criados/mantidos, daí a minha estranheza sobre a greve nesta àrea.

Anónimo disse...

Ainda relativamente às políticas sociais que existirão ou não na Rússia, posso contar o meu caso pessoal, pois vivi neste país seis anos durante o Governo de Putin(o meu marido é cidadão russo, temos dois filhos). Pois quando lá vivemos (legalmente) não chegámos a receber um único pagamento social, mesmo tendo necessidade. Assim, não conseguimos chegar a receber um simples abono de família para as crianças, por dificuldades burocráticas. Quando, na empresa onde trabalhava, vários meus colegas foram despedidos, eles que ganhavam cerca de 1000 dólares por mês, passaram a ganhar 2000 rublos de subsídio de desemprego. Para quem não saiba, 2000 rublos são mais ou menos 60 dólares. Conseguir assistência médica gratuita também era um problema, quando era preciso ir com as crianças às urgências, tínhamos muitas vezes de pagar...Até as vacinas na escola eram pagas...
O dinheiro distribuído pelo Governo para a política social deve ir para os bolsos de alguém...

PortugueseMan disse...

Anónimo,

Pode indicar quais os 6 anos que fala?

Dado que o seu marido é russo, como estavam as coisas antes desses 6 anos? melhores, piores ou na mesma?

Anónimo disse...

Vivemos lá de 2000 a 2006.

Sobre como estava a situação antes, há que distinguir a situação económica da política.
A nível económico, os anos de Putin foram sem dúvida melhores do que os anteriores anos 90. Nos anos que conheci, as pessoas passaram a ganhar mais, em Moscovo quase não havia desemprego, as reformas subiram, a cidade mudou para melhor em limpeza e modernização. A cultura também ressurgiu. Quanto à situação política foi o inverso: foram cortadas liberdades, quase deixou de haver liberdade de imprensa e de expressão, houve perseguições, aumentou o autoritarismo.Nos anos de Ietsin havia mais liberdade e alguma democracia, o que deixou de acontecer no governo de Putin.
Se fala da época soviética, era tudo ainda pior, seja a nível económico seja político. A única coisa que poderemos louvar desses anos era haver educação e assistência médica gratuitas. O resto era uma desgraça.

PortugueseMan disse...

Obrigado por partilhar a sua perspectiva/experiência.

Anónimo disse...

Para quem queira entender a actual crise económica e saber quem são os responsáveis fundamentais pela mesma, recomendo as obras de William Bonner a solo ou a meias com a sua companheira Lila Rajiva, ambos importantes jornalistas americanos.Vão certamente reconhecer muitos tópicos na leitura porque ultimamente anda toda a gente a citá-los. Ainda ontem isso era visível em dois artigos do Jornal Económico.

LUH3417 disse...

"Falou tudo! Esta aí mais uma prova que a Rússia é um país muito instável. Praticamente toda a sua política passa pelas mãos de um único homem: Putin."

Como se em Portugal as coisas não fossem quase iguais...

Wandard disse...

Manuel,

Agora entendi quando você se referiu à possibilidade de compra dos caças Russos, o que ocorre é que o Ministério da Defesa não está em sintonia com o Comando da Aeronáutica e uma das declarações do Ministro Nelson Jobim a respeito do retorno da SuKhoi e do Eurofighter às propostas, foi o que gerou as notícias que circularam. O pacote Francês continua a ser o mais interessante, só que com a proposta do Rafale porém o custo unitário de US 76 milhões e a limitação de produção anual são os maiores empecilhos, além disso a politicagem americana quer empurrar o Super Hornet mas ainda existe a resistência do congresso americano que não quer liberar os códigos-fonte e o repasse de armamentos.

Abraço,

Anónimo disse...

Resposta à Oh Well Okay:

Não, em Portugal as coisas não são quase iguais!

Conheço bem o sistema de Putin e o sistema do nosso Sócrates e o último "tem muito que aprender" com o primeiro em termos de supressão da democracia e autoritarismo.É claro que espero que nunca aprenda! Os portugueses que dêem graças a Deus por terem um Sócrates (mesmo com as suas trapalhadas todas) e não um Putin. Com o primeiro-ministro russo não se brinca!

MSantos disse...

Wandard

Eu nem sabia que o Eurofigther estava na corrida. Pensei que eram só o Gripen, o F-18E/F e o Rafale.

Em termos técnicos também me parece o SU-35 ser a melhor escolha dado o maior alcançe de combate que é muito importante na defesa de um país de tamanho continental como é o caso do Brasil. No entanto o Rafale é também é uma excelente aeronave.

O Gripen apesar de também ser muito bom, acho que tem as "pernas demasiado curtas" para ser eficaz na cobertura territorial.

Abraço
Manuel Santos

Anónimo disse...

O melhor diagnóstico da crise económica, copiado por todos e mais alguns a partir do momento em que foi recomendado pelo The Economist, é o livro de George Cooper, agora editado em português. É curto e devora-se rapidamente.