Estados Unidos e Rússia vão iniciar hoje em Moscovo a primeira ronda de negociações formais para a assinatura de um novo tratado sobre redução de armas estratégicas (START).
A Rússia e Estados Unidos assinaram em 1993 o Tratado START-2, que previa uma redução significativa dos mísseis balísticos intercontinentais e das ogivas nucleares, mas a partir de 2002 a Rússia deixou de o cumprir respondendo assim à renúncia por parte dos Estados Unidos a um tratado de 1972 que proibia a criação de sistemas de defesa antimíssil.
A vigência do Tratado START termina em Dezembro de 2009 e os presidentes da Rússia e Estados Unidos, Dmitri Medvedev e Barack Obama, decidiram iniciar conversações para assinar um novo acordo.
O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, afirmou que durante as conversações a rússia irá ligar a redução de armas estratégicas à questão do sistema antimíssil norte-americano, que tem sido fonte de atrito no relacionamento de Moscovo com Washington e a NATO.
“Penso que não é preciso ser perito para compreender que se uma das partes quiser ou tiver um ´guarda-chuva´ contra todas as ameaças, passará a ter a ilusão de que tudo pode fazer e a agressividade das suas acções irá multiplicar-se muitas vezes e a ameaça de um confronto global atingirá um nível muito perigoso”, declarou Putin.
A primeira reunião será essencialmente dedicada à apresentação de posições, mas o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, manifestou-se optimista, lembrando que reuniões informais preparatórias das negociações permitiram a ambas as partes compreender que "há boas possibilidades de aproximar posições".
Além dos sistemas de defesa antimíssil, outro problema será determinar como contabilizar os mísseis que foram armazenados, mas não foram desmantelados.
A Rússia e Estados Unidos assinaram em 1993 o Tratado START-2, que previa uma redução significativa dos mísseis balísticos intercontinentais e das ogivas nucleares, mas a partir de 2002 a Rússia deixou de o cumprir respondendo assim à renúncia por parte dos Estados Unidos a um tratado de 1972 que proibia a criação de sistemas de defesa antimíssil.
A vigência do Tratado START termina em Dezembro de 2009 e os presidentes da Rússia e Estados Unidos, Dmitri Medvedev e Barack Obama, decidiram iniciar conversações para assinar um novo acordo.
O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, afirmou que durante as conversações a rússia irá ligar a redução de armas estratégicas à questão do sistema antimíssil norte-americano, que tem sido fonte de atrito no relacionamento de Moscovo com Washington e a NATO.
“Penso que não é preciso ser perito para compreender que se uma das partes quiser ou tiver um ´guarda-chuva´ contra todas as ameaças, passará a ter a ilusão de que tudo pode fazer e a agressividade das suas acções irá multiplicar-se muitas vezes e a ameaça de um confronto global atingirá um nível muito perigoso”, declarou Putin.
A primeira reunião será essencialmente dedicada à apresentação de posições, mas o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, manifestou-se optimista, lembrando que reuniões informais preparatórias das negociações permitiram a ambas as partes compreender que "há boas possibilidades de aproximar posições".
Além dos sistemas de defesa antimíssil, outro problema será determinar como contabilizar os mísseis que foram armazenados, mas não foram desmantelados.
17 comentários:
Pois é.
Isto vai ser muito muito complicado.
Eu não acredito que se consiga acordar algo, enquanto houver um sistema anti-míssil na Polónia/Rep. Checa.
Infelizmente não temos uma posição (uma vez mais) clara da UE, sobre o que acha do sistema anti-míssil na Europa. Isto de querer agradar a gregos e troianos, vai dar muita dor de cabeça.
E ainda por cima, não vejo que qualquer um deles possa recuar nas suas pretensões, o que caminhará para um desfecho: o deteriorar ainda mais a situação entre ambos. O que é muito mau.
Caro PM, na Polónia/Rep.Checa não há ainda sistema anti-míssil, mas um plano para a sua instalação. No entanto, concordo que esse será um dos maiores obstáculos a superar.
Eu por acaso tinha reparado nessa imprecisão da minha parte. faltava lá um "planeado".
Será o grande obstáculo. Neste item, eu não vejo nenhuma hipótese de recuo por parte da Rússia. E não estou a ver como os EUA possam recuar nisto. O mais certo é falhar o acordo para novos desarmamentos. O que de certo modo reflecte a realidade de hoje. O mundo não está a desarmar, antes pelo contrário, infelizmente.
Não me parece que os actores venham a confrontar-se directamente, isso seria da maior estupidez.
Contudo, é perfeitamente natural que intervenham localmente em países que pretendam manter sob a sua alçada (tipo Geórgia), ou que façam guerras indirectas, por "procuração". Esse é o cenário mais provável.
Em lugar de uma grande guerra teremos inúmeras pequenas, de baixa-média intensidade, com assimetria entre os opositores.
Cumpre-nos definir o nosso interesse nacional e estarmos preparados para esse tipo de guerras.
Já agora, reparou nisto?
China begins building oil pipeline to Russia
China began work Monday on an oil pipeline to connect its northeastern border with crude-rich Russia, state press said, as the Asian giant looks to supply its energy hungry economy...
...The construction is part of a 20-year deal signed in April between the two nations that will pump 15 million tonnes of Russian crude annually into China when the pipeline is completed in 2010.
As part of the agreement, China will help finance Russian oil firms Rosneft and Transneft with a total of 25 billion dollars in loans...
http://www.mysinchew.com/node/24688?tid=37
Caro Pippo,
"Não me parece que os actores venham a confrontar-se directamente, isso seria da maior estupidez..."
Realmente é uma estupidez, mas a criação de um sistema antí-míssil abre portas a essa possibilidade e aqui é que reside o perigo. As novas armas que os EUA estão a desenvolver sugerem que uma das hipóteses que têem em aberto é a possibilidade de um confronto em grande escala. E tanto a Rússia como a China estão a responder a essa hipótese. O que é mau, muito mau.
Sim, se virmos a coisa sob o prisma histórico, a corrida aos armamentos normalmente deu maus resultados. Contudo, nesta fase, ainda temos a possibilidade de destruição mútua assegurada, o que refreia certas loucuras.
O que pode ocorrer é os EUA ficarem convencidos de que o seu escudo anti-míssil é infalível, levando-os a tomar atitudes e acções ofensivas sem receios de resposta. Neste caso restará saber se a muralha defensiva é mesmo impenetrável. E como nós sabemos, nenhuma muralha o é.
Pippo e PM,
A muralha não é impenetrável, mas a insistência da instalação destes mísseis lançará as duas superpotências em uma nova corrida nuclear. A Rússia já se antecipou com a revalidação das suas ogivas ativas e na reserva, intensificou a produção dos Topol e dos Bulava, está cercando as cidades da Rússia européia com os S-400, e vem aos poucos reaparelhando e modernizando as forças estratégicas. Os americanos contavam com o desmantelamento da Rússia nos anos 90 e praticamente não investiram em um sistema antimíssil, atualizando suas defesas somente no sistema reativo de ataque, depois dos bilhões de dólares enterrados no Guerra nas Estrelas que não serve para nada, vieram à baila querendo mais uma vez colocar a batata quente na europa com a instalação do sistema proposto na Polônia e República Tcheca, de preferência nos calouros da Otan, para serem detonados primeiro claro. Se os americanos insistirem e a reunião não chegar a um acordo, Washinton deve acelerar a reintegração dos B-52, como andam fazendo secretamente e se preparar para a instalação de sistemas em Cuba e Venezuela e a europa provavelmente para o retorno dos mísseis de alcance intermediário, pois estes ainda existem e não foram desmontados e a instalação do sistema Izkander em kaliningrado.
Penso que até os próprios americanos estão cientes que em caso de acontecer o dia do juízo final, o escudo por mais bem equipado que esteja será sempre uma "rede de baliza a tentar apanhar petinga".
O que está sempre presente é o confronto convencional e se as bases do escudo forem avante, a Rússia fica em clara desvantagem.
Não serão os 10 míseros interceptores instalados na Polónia que garantirão vantagem estratégica mas sim a rede de radares instalados.
Através dos radares os EUA e a NATO podem visualizar o vôo de uma mosca e qualquer deslocação terrestre na Rússia europeia até aos Urais, em tempo real 24 horas por dia/ 365 dias por ano com maior precisão e sem as limitações dos satélites. Tudo isto sem qualquer necessidade de pôr um único avião no ar.
Obviamente que a Rússia está muito dependente do seu arsenal estratégico, pois as forças convencionais estão limitadas em termos de organização e tecnologia.
E ainda existe outro factor que vai obrigar a Rússia a manter um
2º arsenal que além de estratégico, provavelmente será forte em armas nucleares tácticas: a China.
Por muito bom que seja o relacionamento entre os dois países estará lá sempre presente o medo do assalto chinês aos territórios desabitados e por explorar, na Sibéria.
Em caso de invasão da Sibéria, que além da perda dos seus recursos poria em causa a integridade da FR, não tenhamos dúvidas pois a resposta imediata seria nuclear
(talvez apenas táctica, no início).
E face ás qualidades e capacidades dos sistemas S-300/S-400, provavelmente os Russos arriscariam contra os ainda toscos DF-31 (ICBMs chineses)
Não acredito que a Rússia monospreze este cenário e como tal vai manter uma reserva estratégica só para este cenário.
Cumpts
Manuel Santos
" Contudo, nesta fase, ainda temos a possibilidade de destruição mútua assegurada, o que refreia certas loucuras."
Creio que um confronto aberto opondo os Estados Unidos à Rússia não acontecerá por causa dessa mesma razão que o Pipo levantou.
De facto, as tensões ainda estão muito longe de desaguar num mar bélico.
Agora, o interessante é que, porquanto Estados Unidos e Rússia conseguem mostrar ao adversário que o preço de um ataque é enormíssimo, não nos esqueçamos que potências emergentes - e ambiciosas - como a Índia e principalmente a China, mas também o Japão, não têm essa capacidade. É aí que o conflito é mais provável.
E não esqueçamos as dinâmicas internas problemáticas na Rússia e nos Estados Unidos.
Na Rússia, a infiltração de milhões de imigrantes e o aumento de desiquilíbrios e tensões étnicas.
Nos Estados Unidos, o perigo de desintegressão. Obama trouxe muita divisão no seio Americano. E a constituição garante muita, muita liberdade aos Estados individuais.
Qualquer dia, os Estados Unidos precisarão de uma guerra patriótica para se manterem como Nação, e à medida que os Europeus se tornam uma minoria na América, principalmente nos grandes centros urbanos, maior é a tendência de partes dos Estados Unidos se rebelarem levando à desintegração do Estado.
Uma crise económica real ou uma verdadeira falência do Capitalismo, também seria um duro golpe.
Atacar aquilo que cimenta a ideia Nacional do Estado-Proposicional Norte Americano, pode levar à desintegração dos Estados Unidos.
E a Rússia sabe isso, e já provou que sabe explorar isso muito bem.
No fundo, o que queria dizer é que mais que o dualismo Russia Estados Unidos, muito interessante será observar a Índia, a China e o Japão, porque é aí que um conflicto em grande escala pode estalar.
Repare-se nestes actores:
Coreia do Norte, China, Taiwan, Coreia do Sul, Japão, Estados Unidos, Rússia.
Repare-se que quem agora governa os Estados Unidos é Barack Obama e ele não mostra qualquer vontade de seguir as políticas externas mais ou menos musculadas de Bush.
Obama é um fraco, creio.
Obama recuará nos compromissos que a América tem assumido com:
A Polónia;
A República Checa;
A Colômbia.
A minha crença é que Obama é tão fraco que até ao final do seu mandato, a China anexará Taiwan.
Esperemos e veremos.
Manuel,
Do ponto de vista tecnológico, os americanos apresentam um certo avanço, mas sinceramente como militar digo que não representa nehuma vantagem decisiva no campo de batalha. Um bom exemplo da falha da tecnologia americana ocorreu no Iraque e a própria tecnologia hoje se mostra ineficiente no Afeganistão. A capacidade convencional da Rússia já se recuperou bastante em relação aos anos 90 e em determinados setores como força de blindados é esmagadoramente superior, a estratégica nem se fala e hoje se encontra em patamar superior ao americano, tanto que esters estão procurando renovar o acordo de limitações de armas.
a China não tem capacidade de enfrentar a Rússia nem os Estados Unidos em termos convencionais e vencer, além de não ter poder suficiente para intimidar com forças nucleares pois são muito mais fracas e em quantidade muito menor. Como já comentei outras vezes o interesse chinês é Taiwan e sua preparação é para enfrentar os Estados Unidos, por este motivo é que testaram o míssil para derrubar satélites e nos últimos 5 anos pilharam o litoral com baterias de mísseis de pulso eletromagnético.
Eu, como militar reformado, posso afirmar categoricamente que esse senhor intitulado "Wandard" é totalmente delirante em suas ideias e projeções. Quase tudo que diz não reflete na realidade.
Peço que você estude um pouco mais, ao invés, de vomitar besteiras. Eu me sinto extremamente envergonhado se você for realmente um militar.
cordialmente
"Eu, como militar reformado, posso afirmar categoricamente que esse senhor intitulado "Wandard" é totalmente delirante em suas ideias e projeções. Quase tudo que diz não reflete na realidade.
Peço que você estude um pouco mais, ao invés, de vomitar besteiras. Eu me sinto extremamente envergonhado se você for realmente um militar.
cordialmente
Sr Roberto Fraga,
Se for militar reformado, não sei de qual das armas, em vez de falar que vomitei besteiras, comente com propriedade e me faça um favor, não envergonhe outros militares reformados como meu pai por exemplo, ao procurar assim se designar sem sequer mostrar qual o conhecimento que possui.
Há sim, entre outras formações que possuo, também sou militar.
Cordialmente
parabéns Roberto, enfim alguém tinha que dizer isso pra esse Wandard
Caro JM,
Reparou neste artigo?
U.S.-Russian Team Deems Missile Shield in Europe Ineffective
A planned U.S. missile shield to protect Europe from a possible Iranian attack would be ineffective against the kinds of missiles Iran is likely to deploy, according to a joint analysis by top U.S. and Russian scientists...
http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2009/05/18/AR2009051803055.html?wprss=rss_world/europe
Não deixa de ser curioso aparecer esta notícia, será que Obama está a preparar um recuo? Eu acho que Obama terá muitas dificuldades internas se optar por recuar.
Caro Pm, em política externa, tudo ´+e possível, poderá a estar a desenhar-se um acordo até Julho, para que a visita de Obama a Moscovo seja um êxito.
"Não deixa de ser curioso aparecer esta notícia, será que Obama está a preparar um recuo? Eu acho que Obama terá muitas dificuldades internas se optar por recuar."
Plenamente de acordo PortugueseMan, principalmente porque o alvo não é o Irão.
Cumpts
Manuel Santos
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