quinta-feira, agosto 27, 2009

Rússia, país com "passado imprevisível"


As postagens sobre o "regresso" de Estaline ao Metropolitano de Moscovo e sobre a morte do autor das letras dos hinos soviético e russo fizeram-me recordar a frase muito popular na Rússia de que este país tem um "passado imprevisível".

Não sou daqueles que defendem que a História de um país é definitiva e não pode ser revista ou precisada, mas considero que as alterações devem corresponder à publicação de novos documentos e a uma lógica bem fundamentada.

Porém, isto não acontecia na URSS, nem na Rússia actual. Cada dirigente que chega ao poder considera-se com poderes e legitimidade para reescrever a história do país. E sempre a pretexto da "justiça histórica". No caso do metropolitano de Moscovo, as pessoas que decidem as alterações devem seguir uma lógica, que não seja uma tentativa de adivinhar o que os chefes supremos querem ou de lançar "iniciativas" para ver como reage a opinião pública a esta ou aquela tentativa de rever a história ou de reabilitar esta ou aquela figura do passado.

Se assim for, deverão fazer voltar tudo ao início, ou seja, dar os nomes originais às estações do metro da capital russa, incluindo àquelas recentemente rebaptizadas como as estações Prospekt Marksa (Avenida de Marx), em honra de um dos teorizadores do socialismo e do comunismo, ou Dzerjunski, em honra do fundador da polícia política soviética.

Mas tal não acontece. O que se vê nos últimos tempos é a reabilitação de uma personalidade política concreta, do ditador comunista José Estaline.

Os comunistas russos ficam felizes ao verem a reabilitação de um dos seus dirigentes, o mais odioso, mas, por outro lado, compreendem que isso não implica a reabilitação da ideologia marxista-leninista-estalinista. Mas mesmo assim ficam contentes, pois nada mais lhes resta do que contentar-se com tais "êxitos".

O aparecimento, na historiografia, de termos como "manager eficiente" para caracterizar Estaline, a defesa da justeza do Pacto Molotov-Ribbentrop e o restabelecimento da justiça histórica no metropolitano de Moscovo têm um objectivo: mostrar que Estaline foi um estadista forte, defensor dos interesses da URSS. E que os actuais dirigentes russos mais não fazem do que continuar a sua obra, ou seja, não poupam forças para devolver à Rússia o estatuto de super-potência.

Se não me engano, foi Karl Marx que afirmou que a história se repete. A primeira vez, de forma séria e a segunda, de forma cómica. No caso da Rússia, só espero que a repetição não provoque o mesmo número de vidas da primeira vez. Mas a Humanidade tem por hábito não ter em conta os seus erros do passado, ou, como dizem os russos, "pisa-se o mesmo ancinho duas vezes".

100 comentários:

Anónimo disse...

Caro Zé,

ainda continuas na Russia? Bolas! A bolsa ainda não acabou? Lembro-me bem de ti, comunista com dentes de aço! Estás cada vez mais parecido com um taliban piedoso.

Anónimo disse...

isso é democracia.Vc pode não querer isso ou aquilo, outros querem.

Agora querem ditar o que à Rússia deve ou não deve fazer.Falar é sempre mais fácil.

Anónimo disse...

Esse blog deveria mudar de nome.

Como falar mal da Rússia!

Sérgio disse...

Wandard, existem oportunidades de negócio no Brasil para investidores estrangeiros neste momento? É uma pergunta que já ando há algum tempo para lhe fazer. Vou acompanhando a situação do Brasil por varias fontes, mas gosto também de não descurar uma visão de quem vive nessa realidade, ao contrário de que o Pippo possa afirmar. As minhas desculpas ao sr. Milhazes por mais uma vez o tópico da minha conversa não ter nada a ver com o seu artigo.

Manteiga Rançosa disse...

Dado que este recuperar do "mito" Stalin não prenuncia nada de bom, acho que as democracias, mesmo seguindo um programa de desarmamento, deviam guardar umas "pedras" no bolso. Com "artistas" que reabilitam figurinhas sinistras e maquiavélicas mais vale a pena andar prevenido...

Wandard disse...

Sérgio,

No auge da crise vários segmentos mantiveram os investimentos no Brasil, as indústrias farmacêuticas por exemplo ao contrário do que acontecia na Europa, a exemplo da Astra-Zêneca que fechou três fábricas no continente europeu se não me engano, não só manteve como intensificou seus investimentos no Brasil. Respondendo sua pergunta, sim existem muitas oportunidades.

Nuno disse...

Todos os povos gostam de saber que ja foram grandes. (tb Portugal já mandou no mundo no sec.XV!) A Rússia foi uma nação muito grande com Estaline.

O preço que pagou foi muito alto, é certo. Mas com a crise actual, apetece mais sonhar sobre quando faltou pouco para dominar a Europa, do que sobre os tostões que começam a escassear no bolso.

Marx e Dzerjunski não provocam a mesma ilusão. As mentalidades são como as mulheres: não interessa dizer que se é o melhor, mas sim faze-las crer que elas são importantes.

Anónimo disse...

Este sr. milhazes é mesmo um triste...

seja coerente e remova partes das sinapses que tem no cerebro que formam criadas no tempo em que você era comunista..

você tem a cabeça cheia de estalines e lenines e nem se dá conta disso..

Anónimo disse...

Poderíamos chamar este blog de "o pior da Rússia"

só tem desgraça...

PortugueseMan disse...

Caro JM,

Relativamente a energia, vou escrever aqui um pouco sobre a China dado que tem impacto importante sobre a Rússia e é também um tópico já aqui falado.

Deve recordar-se (se tem lido os meus posts), de que tenho chamado a atenção sobre a grande "sede" chinesa. Sairam algumas noticias interessantes que gostava de chamar a atenção.

Tenha em mente que já tenho dito que não concordo quando se diz que a Rússia precisa mais da Europa como cliente do que a Europa precisa da Rússia e já mostrei isso aqui. O que vou escrever a seguir reforça ainda mais o que considero um jogo perigoso da Europa (ou parte dela) em empurrar a Rússia para os braços àvidos da China.

China Oil Demand Jumps for Second Consecutive Month

China consumed 33.23 million
metric tons of oil in May, up a strong 6% from the same month in 2008, a
Platts analysis of official data showed June 18.

The data means Chinese demand has shown a year-on-year increase for a second
consecutive month, evidence that demand for fuel in the world's second largest
oil-consuming nation is in recovery. In April, Chinese oil demand rose for the
first time in six months...


http://www.reuters.com/article/pressRelease/idUS155176+18-Jun-2009+PRN20090618

Meu caro, veja estes dados impressionantes, o mundo na recessão e no entanto o que está a acontecer na China? o consumo de energia não pára e até está a aumentar. Este é o país que está à procura de energia pelos 4 cantos do mundo e imagine como eles vêem a presença dos EUA na Àsia Central... e lembre-se dos exercícios que estão a ser feitos em movimentação de forças em larga escala.

É preferível para a Rússia ser ela a ter o pulso na Àsia Central, para a sua própria segurança. A Rússia ou mostra os dentes na zona, tanto para os EUA, como para todos os países que ainda duvidam duma Rússia resoluta, ou mais tarde ou mais cedo a China terá que entrar para garantir que de facto a energia vai em direcção do Oriente. Tal situação não é desejável para a Rússia a não ser que não consigam conter os EUA na zona, embora esta situação pareça claramente controlada, os EUA abriram várias frentes e agora são demasiados "fogos" para apagar.

PortugueseMan disse...

Russian oil to China pins hope on pipeline

A pipeline set to join China's energy demand with Russia's oil supply will spur production and spark refinery construction and, when fully flowing in 2012, could greatly reduce Beijing's need for crude from elsewhere.
Russian crude imports to China in the second quarter of this year rose by 30 percent from the first three months to average 346,692 barrels per day, a 37 percent rise year on year...

...Moscow trailed in fourth place, though that could change once a 20-year supply agreement begins and effectively doubles the volume of Russian oil to China...

...Chinese state oil firms have been tasked with securing energy supplies to fuel the fast-growing economy, and in May China said it was boosting refined state fuel reserves to 10 million barrels by 2011.
To do this, China has bought up nearly one quarter of seaborne West African crude cargoes this year and loaned out about $45 billion to Russia, Brazil, Venezuela, Kazakhstan and Angola in exchange for access to oil supplies...

...On Friday Russian Prime Minister Vladimir Putin is set to attend an opening ceremony for the Vankor oilfield in eastern Siberia. Once up and running, it should supply ESPO, which will also run to the Pacific Ocean and provide oil for Japan, with 25 million tonnes annually...


http://www.guardian.co.uk/business/feedarticle/8668131

Repare neste valores, estamos a falar de aumentos simplemesmente brutais a cada ano que passa e nem uma recessão mundial abranda a China que ainda por cima tem estado a aproveitar a dificuldade de muitos países para obter contratos muito vantajosos. (Não se esqueça de que afirmo que a Rússia está a fazer o mesmo, investe nos sectores considerados stratégicos e compra lá fora o que precisa de comprar, PORQUE está com essa capacidade de actuação)

Chamo a atenção que hoje ao que o artigo indica, Putin vai atender a uma cerimónia destinada a fornecer mais energia ao Oriente. O que trás uma outra preocupação acrescida para a Europa, a Rússia dará cada vez mais atenção aos seus clientes orientais e que ainda por cima não dão tantas dores de cabeça...

PortugueseMan disse...

Deparei-me também com este artigo, onde muitas das minhas opiniões acerca deste assunto estão aqui indicadas, nomeadamente a sede chinesa, a oportunidade que é para que tem dinheiro em investir e fazer bons negócios com o mundo em recessão e mais preocupante e que as pessoas não se estão a aperceber é que a China está a desviar a maior parte da energia disponível no mundo e está a desviá-la também dos tradicionais fornecedores dos EUA que ainda é o maior importador de energia. E embora agora não se note assim tanto porque o consumo está em baixo nos EUA, se este começar a aumentar, vamos debater com novos (velhos...) problemas. O preço da energia vai disparar novamente e mais grave, não haverá as quantidades necessárias para satisfazer a procura, porque esta já está a ser desviada para a China. O que irá implicar um choque de potências, esfomeadas por energia e estamos a falar de grandes potências.

Why China is the Next Big Oil Play

As my firm has been reporting for the past several years, China has been on a global commodities shopping spree, which includes locking up every source of oil that it can. The Red Dragon has cut deals in Africa, South America, Russia, and the Middle East -- and won't stop there. Even the mainstream news media is finally becoming aware of this crucial trend...

Just this year alone:

China and Russia have signed a multi-billion-dollar, intergovernmental agreement to construct an oil line from Russia that will supply directly to China. Actually seven agreements in one, the terms depict a deal worth trillions of dollars...

...In Africa, China's CNOOC Ltd. (CEO) and Sinopec Shanghai Petrochemical (SHI) are teaming up to buy a $1.3 billion stake in Angolan offshore development rights from US-based Marathon Oil (MRO)...

...The Wall Street Journal did report earlier this month that China National Petroleum (CNPC) is interested in buying all or a part of Argentina's YPF SA (YPF) for $14.5 billion...

...Reports continue to circulate that CNPC will be taking the majority stake in Iraq's Rumaila oilfield from BP. Rumaila is Iraq's biggest oil field, producing more than a million barrels of crude oil per day...

...By scouring the earth for oil at a time when the West is hamstrung by the global financial crisis, not only is China able to strike more favorable deals at more favorable prices, but it's locking up huge supplies of commodities for its own use for years, even decades, to come. In doing so -- and this is the part of the equation so many experts don't get -- these resources are no longer available for use here in the United States...



http://finance.yahoo.com/news/Why-China-is-the-Next-Big-Oil-minyanville-2893763705.html?x=0

Repare com atenção nesta última parte caro JM, a chamada de atenção sobre o que isto significa para os EUA...

Bulhões disse...

Um passado e futuro imprevisivel, infelizmente.

Esta é a actual Rússia com homens obcecados pelo poder de mudar e moldar tudo conforme a dança deles.

PortugueseMan disse...

Para terminar, pois estes posts já estão muito longos, mais uma aquisição chinesa:

A Sinopec adquiriu a Addax, uma empresa de petróleo Suiça e esta opera em África, principalmente na Nigéria que é um dos maiores fornecedores americanos e era até há bem pouco tempo o maior fornecedor africano. Portanto neste momento podemos dizer que a China já tem na mão os dois maiores produtores africanos, Angola e Nigéria (e não conto com o Sudão porque este já é um fornecedor chinês). Mais, vai reparar que no artigo anterior faz referência que a China por incrível que pareça até no Iraque está a entrar, tal é a confusão que reina naqueles sítios, com a aquisição duma parte que pertence à BP. Pois esta empresa suiça também opera no Iraque e na parte Curda. Portanto os chineses estão a entrar e em força também no Iraque. O que é simplesmente impressionante.

Com isto deve pensar no seguinte: compra quem PODE, vende quem PRECISA. Os chineses e russos têm estado a comprar e quem tem estado a vender?

Nos últimos 2/3 anos, as aquisições chinesas aceleraram muito, neste último ano, ainda mais depressa andaram. O que significa que neste momento já estamos numa nova realidade, o mundo não está a alimentar os EUA, o mundo prepara-se para alimentar a China. Só que os EUA ainda cá estão e também precisam dela. Neste momento e sem alternativas energéticas viáveis a curto/médio prazo, estamos à porta de um confronto e não vejo outra maneira de resolver esta coisa a não ser pela força.

Nos próximos anos, vamos a ver a situação agravar-se entre estes dois e a Rússia terá um papel central, pois fornece energia, armas, está bem posicionada na Àsia Central, no Ártico e vê os EUA como o seu principal fonte de problemas.

Vamos a caminho dum mundo ainda mais violento caro JM, muito mais violento.

P.S.

Os artigos que coloquei, só têm aqui algumas partes, aconselho a leitura integral dos mesmos.

Anónimo disse...

Parabéns Milhazes!

Exponha mesmo a hipocrisia e os fatos que fazem da Rússia um país ditatorial e criminoso , inclusive com a própria história.


Não se intimide com esses covardes anônimos que vomitam revolta contra os FATOS que vc noticia.

São só alguns comunistas de boutique (90% deles portugueses e alguns brasileiros), acompanhados de alguns neonazistas que gostam de apoiar a Rússia porque veem lá o paraíso da xenofobia mundial.


Ods: Quanto ao fato de o Milhazes ter sido comunista na juventude, quem deu o direito à vcs, pobres russófilos analfabetos, de apontarem vossos dedos sujos na direção do dono deste blog? Ele pelo menos teve a coragem de ir ver de perto como funciona essa ideologia maldita. Se decepcionou. Se arrependeu. Teve caráter de assumir isso e hj defende a democracia e a liberdade.

E vcs? O q fazem da vida além de apoiarem um criminoso que assassina quem n concorda com ele? O que fazem da vida além de apoiarem o racismo e o totalitarismo?


HIPÓCRITAS!!!!

"NÃO julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós. "

Ítalo Almeida

Anónimo disse...

Concordo totalmente com o Ítalo.
Sempre que o JM toca em pontos sensíveis, seja a reabilitação do Estalinismo, seja o FSB, aparecem logo estes anónimos a insultá-lo, a atacá-lo, utilizando sempre os mesmos argumentos (estudou na União Soviética, mudou de convicções), como se isso fosse alguma vergonha para ele!
JM, com certeza que a sua experiência de vida lhe diz que estes ataques são sinal de que toca de facto em coisa importantes: caso contrário, estes "anónimos de serviço" não se dariam ao trabalho de o atacar.
Peço-lhe que continue, porque daqui a 20 ou 50 anos, os nossos filhos saberão o que acontece hoje na Rússia.
João Mestre

Anónimo disse...

blog da inquisição, e onde apenas a verdade fica estanpada nos artigos aqui publicados.

Quem aqui não é hipocrita?Se isso aqui é um espaço democratico, estão os anonimos tem todo direito de expressar suas opiniões assim como vc
João Mestre.

A hipocrisia começa por vc.

Jest nas Wielu disse...

Agora os adoradores da Rússia do Putin podem ficar mais contentes, pois em São – Petersburgo, os peritos judiciais deliberaram, que os slogans “Rússia para os russos!” e “Mata o khach” (nome depreciativo que os russos dão aos naturais da Ásia Central, províncias muçulmanas russos, etc., parecido com o termo americano “hajji”) não são nacionalistas. Baseando-se nesta deliberação o Comité Judicial recusou-se a investigar o caso do espancamento grave do estudante de São – Petersburgo, Tagir Kerimov, pois não encontrou no caso nem o extremismo, nem a xenofobia.
http://www.gazeta.ru/politics/2009/08/27_a_3241783.shtml

Viva a Rússia – 88!

Jest nas Wielu disse...

http://www.gazeta.ru/politics/
2009/08/27_a_3241783.shtml

Wandard disse...

"Mas a Humanidade tem por hábito não ter em conta os seus erros do passado, ou, como dizem os russos, "pisa-se o mesmo ancinho duas vezes".

Sr. Milhazes,

Finalmente encontramos um ponto de concordância, vejamos um bom exemplo:

A Inglaterra invadiu e ocupou o Afeganistão( 1830 - 1919), por temerem uma invasão Russo-Persa e por não conseguirem um acordo que atendesse os interêsses do I´mpério Britãnico com Dot Mohamed, a União Soviética invadiu o Afeganistão e ocupou (1970-1989), cometeu um grave erro e foi duramente criticada pelo ocidente (Europa (Otan) e Estados Unidos, já este forneceu armas aos Mujahadin, cujas divergências tribais entre eles permitiram a ascenção e o controle do Taliban sobre o país, um dos líderes guerrilheiros que os americanos treinaram e armaram se voltou contra o Grande Satã e os Estados Unidos e aliados europeus que tanto criticaram a União Soviética invadiram o país em 2001 e lá o estão ocupando até hoje.

"mostrar que Estaline foi um estadista forte, defensor dos interesses da URSS."

Existe um erro na expressão que querem usar para Stalin como "Estadista", pois foi sim, um Ditador, como Franco, como Salazar, Hitler e muitos outros. massacrou milhões de pessoas durante seu regime, mas quanto à defesa dos interesses da União Soviética, independente dos erros ou meios ele buscou a defesa destes interesses.

Se quisermos criticar a historiografia de qualquer país teremos de revisar a de todo o mundo e imagine a conta que pagariam as antigas potências européias e os Estados Unidos.

Anónimo disse...

A Ucrânia, após os seus actuais patrões falharem ainda se há-de virar para a Rússia a implorar a sua integração e aí será a Rússia a fechar-lhe a porta na cara.

Anónimo disse...

JM, andava eu no gozo de que o navio tinha as joias do Czar, e não é que apareceram AGORA as joias perdidas dos Romanov, na Suécia? Malandrice ou grande coincidência? Isto há coisas do diabo, mesmo.Vamos ver se aparecerão também umas palates de cuequinhas de senhora a flutuar algures...(risos)

Anónimo disse...

JEST
mas o Medvedev quer abrir um canal tv islâmico, afinal como é?
PM
bom esforço na repescagem de artigos, só que atrasados. O campo Vakor foi inaugurado há uma semana, bem como a maior mina de diamantes a ceu aberto do mundo!!! Ai!Ai! E anda o pessoal a trabalhar um ano para comprar um diamante caganito para dar à noiva...Quem tem tem, quem não tem...suspira.

Raul disse...

é de longe reconhecido que a Rússia não conhece nem sua própria história. A história desse país sempre foi atrelada às opiniõas de seus governantes. Isto é, o que o Putin acha que é, É!...não importa se historiadores sérios comprovem o contrário.
Os dirigentes russos parecem criaçans brincando no play da história. Cada um adapta e altera a história conforme seus desejos e interesses.


É uma pena...um páis com um potencial imenso atrelado a esse atraso.

Anónimo disse...

Pelos vistos o Ocidente democrático não perdoa o facto de a Rússia não se ter submetido e resolvido tomar nas suas mãos o seu destino.

Anónimo disse...

Milhazes, poderá dar-nos uma explicação quanto ao que se passou hoje no centro de Moscovo? A notícia diz que vários edificios, incluindo a Duma, ficaram sem agua quente por rutura nos canos na rua. Então a agua quente vem da rua? Pensavamos nos que só existia dentro das casas. Ou é por ser um pais frio?

Pippo disse...

Na Rússia recuperam a memória histórica do Estaline, e isso parece que é mau; na vizinha Espanha, à conta da Lei da Memória Histórica, apagam-se todos os traços históricos do Franco e do franquismo, e isso parece que já é bom.
É curioso.

As gerações parecem ter problemas em enfrentar o seu passado, destruindo, apagando ou omitindo aquilo que lhes parece embaraçoso. Não deveriam, ao invés, assumir a sua História, com tudo o que houve de bom e de mau? Isso seria sinal de maturidade.
Mas talvez seja engano meu.



PM, mais uma vez, obrigado pelos seus artigos.
As nossas indústrias fecham para reabrirem na China, os nossos salários baixam para se equipararem aos dos chineses, e qualquer dia já nem há petróleo que nos possa valer, mas enquanto isso acontece andam aqui alguns assustados com o Urso quando deveriam temer o Dragão.
Na verdade, esta crise económica até pode ter "salvo" a China de um sobreaquecimento, risco a que o país estaja sujeito caso não diminuisse a sua produção e não arranjasse rapidamente fontes de energia. Agora parece que esse problema já está sanado.
Eu tenho ainda a "esperança" que os excessos a que a China está a ser levada se voltem contra ela: sobre-poluição; desertificação e envenenamento dos solos; gigantescas assimetrias sociais; etc.
Mas é possível que isso até venha a polemizar a situação, envolvendo necessariamente os EUA, a Rússia e os vizinhos de Pequim.

MSantos disse...

PortugueseMan

No caso africano, a recente visita de Hillary Clinton a vários países africanos não foi por acaso e efectivamente uma das razões será já estarem a sentir o petrólio a fugir-lhes por entre os dedos.

De qualquer forma, o crescimento do consumo chinês e a rota de colisão entre os 3 grandes está a tornar-se assustador.

Cumpts
Manuel Santos

MSantos disse...

Apenas uma informação: a Rússia recebeu hoje cerca 5600 biliões de dolares da injecção total de 250 biliões que o FMI injectou nos bancos centrais.

Cumpts
Manuel Santos

MSantos disse...

Pippo: à custa deste brutal e desequilibrado crescimento, os problemas sociais e estrurais na China estão a tomar proporções astronómicas.

Frequentemente neste blog se afirma a ameaça de a China se virar para as vastidões siberianas mas a própria China sofre de desertificação nas suas zonas rurais onde a miséria grassa e cresce, devido às populações se estarem a concentrar nas metrópoles de uma forma insustentável. Mais: devido aos factores culturais e neste momento económicos, os casais são instigados a terem filhos de sexo masculino havendo grande número de abortos em fetos de sexo femenino o que em 20 anos causará uma assimetria entre sexos brutal e poderá vir a provocar um colapso populacional repentino.

E o mal que aconteça devido a estes factores não será nada bom quer para a China quer para o mundo.

Cumpts
Manuel Santos

Anónimo disse...

Ah, estes rapazinhos do FSB pegaram agora ao serviço. Notou-se.

PortugueseMan disse...

MSantos,

Não percebi essa relação do FMI e Rússia e os valores são estranhos. Pode dar mais detalhes?

Anónimo disse...

http://www.vesti.ru/doc.html?id=312642&cid=1

Desculpe a insistência, mas não percebo.

MSantos disse...

PortugueseMan

O FMI injectou hoje cerca de 250 biliões de dólares nos bancos centrais a nível mundial de modo a reforçar o combate à crise económica. Na minha opinião e além do factor directo de proporcionar maior liquidez=> maior capacidade de investimento através de crédito atribuído, existem duas razões:

- Cimentar o crescente otimismo e primeiros sinais de saída da recessão.

- Preparar as economias mundiais para o embate das correcções que terão de ser efectuadas para normalizar os déficits que segundo alguns economistas poderão provocar o prolongamento da recessão.

Poderá ver a alocação por país neste link:

http://www.imf.org/external/
np/tre/sdr/proposal/2009/0709.htm

Cumpts
Manuel Santos

MSantos disse...

É verdade anónimo.

Embora no FSB mas temos de trabalhar durante o dia.

...e tenha cuidado não vá a gente um dia destes bater-lhe à porta ás 4 da manhã.

;)

MSantos disse...

Peço desculpa mas os valores vêem em divisa de câmbio internacional (SDR) que apresenta diariamente alguma flutuação em relação ao dólar.

Cumpts
Manuel Santos

Anónimo disse...

Os comentários que começam a aparecer neste blogue são de bradar aos céus…

“[Estaline] pois foi sim, um Ditador[…], massacrou milhões de pessoas durante seu regime, mas quanto à defesa dos interesses da União Soviética, independente dos erros ou meios ele buscou a defesa destes interesses.”

Pode dizer-se exactamente o mesmo de Hitler, cujo patriotismo e defesa dos interesses da Alemanha, com níveis de fanatismo, nunca foram postos em causa. As consequências da sua versão de patriotismo estão bem documentadas e foram (e continuam a ser) estudadas em profundidade com base em amplas fontes testemunhais e documentais. Mas não me parece que haja alguma tendência de reabilitar a “memória histórica”, de quem é seguramente o político mais influente do século XX, e também um dos mais destruidores.

Também não se consegue perceber como é que um ditador que matou mais cidadãos soviéticos do que todos os inimigos da URSS juntos durante os seus mais de 70 anos de existência pode ser considerado um “defensor dos interesses da nação”.

O mais grotesco disto tudo é que, de facto, o aprofundamento da “memória histórica” de Estaline está a ser impedido pelo actual regime russo, uma vez que é praticamente impossível para os historiadores fazer uma análise imparcial dos acontecimentos com base em fontes documentais. Qual seria a razão para alimentar estas polémicas, bloqueando o acesso a informação credível, se não há nada a esconder?

Não se está a fazer história. Estão a criar-se mitos com base em manipulação selectiva da informação. E, para além de tudo o resto, esta manipulação (e os comentários dos que a defendem) constituem um insulto repelente às vítimas do estalinismo.

António Campos

PortugueseMan disse...

MSantos,

Cabe à Rússia 5600 Milhoes.

E eu não tenho a ideia de ser a Rússia a receber esse valor mas sim a parte que cabe à Rússia "comprar" de modo o FMI atingir uma reserva de 250 Biliões.

E por este prisma a participação russa é bastante significativa.

Embora não tenha a certeza se estou a ver isto correctamente, porque disto não posso dizer que percebo, mas é a ideia que tenho.

Joaquim disse...

"Pelos vistos o Ocidente democrático não perdoa o facto de a Rússia não se ter submetido e resolvido tomar nas suas mãos o seu destino."

sinceramente, você não pode estar falando sério...você deve bater palmas pra coréia do norte tb.
A Rússia perdeu nessa década a chance de ser integrada na Europa, como era o seu destino natural. Russos são eslavos como thecos, polacos, eslovenos, etc...pertencem à um dos 3 eixos étnicos da Europa (que inclui os germânicos e latinos).
O que o Putin e Cia fez nesses últimos anos foi um crime contra o povo russo. Transformou uma nação que estava caminhando pra se tornar completamente européia em uma nação que vive agora à moda asiática.

Laurindo disse...

MSantos disse...
Mais: devido aos factores culturais e neste momento económicos, os casais são instigados a terem filhos de sexo masculino havendo grande número de abortos em fetos de sexo femenino o que em 20 anos causará uma assimetria entre sexos brutal e poderá vir a provocar um colapso populacional repentino.
"

concordo, os chineses com excesso de homens está olhando cada vez mais para a Rússia, onde existem belas mulheres fogosas dando sopa. Sem falar que nesse país a maior parte dos homens são bêbados que tem uma expectativa de vida de menos de 50 anos...acredito que as mulheres russas estão em perigo! Atençao Putin!!!!

hahaha

Sérgio disse...

http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=14839

Wandard, obrigado pela informação. Aqui fica em cima um "doce" para o caro amigo, já que é tão avesso a qualquer investida dos ianques. De qualquer forma vale a pena ler e reflectir. Uma coisa, a Russia ao querer encontrar à viva força um aliado na China, poderá estar a meter-se na "toca do lobo" e a criar verdadeiramente um sério perigo para a sua existencia enquanto nação como a conhecemos. Acerca do último comentário sobre as mulheres Russas estarem em risco, de facto já o estão, basta ver as que se oferecem por essa internet fora à procura de um Americano ou Europeu abastado, é sem duvida um indicio muito claro de até onde chegou esse país. Quanto aos Chineses, acho que li em qualquer lado que já existem neste momento vinte milhões de homens a mais do que as mulheres, portanto já sofrem também actualmente as consequencias da conjugação de um conjunto de factores nomeadamente das suas politicas e cultura em que se valoriza um filho homem, dando origem à pratica de crimes ignobeis como são a morte de crianças do sexo feminino só para se poder conseguir o tão ambicionado filho varão. Os Russos que já têm uma visão discriminatória dos povos da Asia Central considerando-os seus subordinados, ainda se vão "juntar" aos Chineses, realmente isto é que é
ter visão estrategica por parte dos Russos, nem sei como ainda hoje se mantêm como nação independente. A ver se a história não se repete e não lhes acontece o mesmo que ocorreu com o Pacto Molotov-Ribbentrop. Até já estou a ver a desculpa que irão apresentar, a mesma da II Guerra Mundial, na altura foram obrigados a cair nos "braços" dos Alemães porque a isso foram obrigados pelos Franceses e companhia, agora caiem nos dos Chineses devido às forças Ocidentais,:).

Sérgio disse...

Quanta mediocridade.

Sérgio disse...

Na altura tinham um bode espiatorio, Estaline, e hoje têm...agora começo a perceber o papel de Medvedev nesta história toda...

Anónimo disse...

"Na Rússia recuperam a memória histórica do Estaline, e isso parece que é mau; na vizinha Espanha, à conta da Lei da Memória Histórica, apagam-se todos os traços históricos do Franco e do franquismo, e isso parece que já é bom.
É curioso.
" de pippo


o sr. aparenta ser uma pessoa inteligente, fico no entanto supreendido como consegue lidar com esta gente de tão baixo nivel intelectual sem se "passar da cabeça"..

jest, a sua legitimidade moral para acusar os outros do quer que seja é 0.

italo, o seu complexo de inferioridade é tão evidente que chego a ter pena de si.

sr. milhazes, saúdo-o pela evolução, no entanto, nada apagará o seu passado de comunista, branquear o passado é um crime inqualificável.

Grande é a Rússia, a prova disso é que não alinha em sentimentos dos fracos que são a culpa, o arrependimento e a vergonha.

A rússia não tem nada que se envergonhar do seu passado, a europa precisa da rússia e não irá sobreviver sem ela, aqueles que tentam afasta-la da europa não passam de traidores e inimigos da civilização europeia.

Vicente

Anónimo disse...

para os brilhantes analistas que usam o bicho papão de hitler para tentar demonstrar que reabilitar Estaline é mau digo o seguinte:

idiotas!

a alemanha se não fosse um pseudo país democrático teria estatuas, letreiros etc desse homem.

Em portugal don Afonço Henriques matava mouros sem piedade, efectuou uma limpeza étnica, batia na mãe e agora vamos o que? destruir as estatuas do fundador da nação e renega-lo?


vicente.

Anónimo disse...

Vicente, vc é um neonazista empedernido.


cuidado com LEI........

MSantos disse...

PortugueseMan

É de facto injecção de liquidez nos respectivos bancos centrais e esta mesma injecção integra dois factores históricos muito importantes:

- é a maior injecção de dinheiro efectuada pelo FMI desde que ele existe.

- Pela primeira vez na história a divisa utilizada não é o dólar mas sim o Direito Especial de Saque ou Special Drawing Right (SDR) a divisa criada por este fundo com cotação indexada a um cabaz que contem as 4 principais moedas mundiais, ou seja a tal nova unidade monetária que se pretendia substituir o dólar. Isto resultou do facto do FMI ter respondido ao apelo dos BRIC ppara passarem a efectuar os movimentos de capital nesta divisa.

Pela cotação actual 1SDR= 1,56392 US$

Acertei quando referi os 250 biliões mas os 5600 são SDR e o valor será 8758 milhões de dólares.

Como diria o outro, é só fazer as contas.

Isto representa mais um passo rumo á nova divisa de transações mundiais e um duro golpe para os Estados Unidos.

Cumpts
Manuel Santos

MSantos disse...

Relativamente ao tema do post pergunto como será possível tanta indignação, não pondo em causa ser justificada, relativamente ao resurgimento do nome de Estaline no metro e outros locais por parte do JM e de alguns comentadores, perdoem-me o termo, quais virgens ofendidas e não haver indignação relativamente ao monumento com uma enorme estátua deste carniceiro bem no centro de Gori, na tão "democrática" e tão pró-americana Georgia.

São estes factos que me levam a duvidar por vezes da honestidade intlectual por parte de quem quer pôr a Rússia no role dos estados-pária e leva-me a pensar quis os verdadeiros motivos que estarão por detrás do constante esforço de demonstrar a Rússia como a única vilã (independentemente de o ser ou não) como se o problema seja a Rússia estar a ser obstáculo para algum objectivo ou para alguém ou ambos.

Cumpts
Manuel Santos

MSantos disse...

Sobre o hino volto a afirmar que fizeram muito bem pois é lindíssimo e seria quase criminoso tão bela música ficar no limbo depois da queda da URSS.

O Salazar também cantava a Portuguesa.

Isto para dizer que há símbolos que são tão supra-nacionais que estão acima dos homens que governam, para o mal ou para o bem.

Cumpts
Manuel Santos

Sérgio disse...

Há quem pense de forma diferente do MSantos e considere os DES apenas mais do mesmo que temos vivido até agora. Uma coisa é certa não vejo grande avanço quando ficam de fora do cabaz de referencia as divisas de todos os Bric.

http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=14794

Anónimo disse...

O cara comparar Afonso Henriques com Stalin é de matar!!!

Literalmente.. analfabeto!!!!!


Ítalo

AERM disse...

...E a gestão desse passado podia ser uma profissão de alto risco: por exemplo, no periodo de Estaline o Museu da Revolução em Moscovo teve oito directores diferentes - e nem todos morreram nas suas camas. Quem não fosse expedito ou não conseguisse pressentir as consequências de uma nova purga arriscava alguns problemas de saúde...

Sérgio disse...

Quem tiver disponibilidade e vontade pode ler aqui as previsões Americanas para 2025 em 120 páginas:

http://www.dni.gov/nic/PDF_2025/2025_Global_Trends_Final_Report.pdf

Sérgio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Sérgio disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
MSantos disse...

Sérgio

Acredite que é. Uma coisa é uma transação em que a unidade é 1,00us$; outra é quando esse mesmo dolar passa a ser apenas 0,44 da unidade.

Foram os BRIC que pediram isto ao FMI e mesmo os BRIC não têm interesse em que o dólar desapareça da noite para o dia pois muitas das suas reservas estão em dólares. Mas é um primeiro passo para a diminuição da sua importância e isso já é uma vitória para os BRIC cujo objectivo final não é imporem as suas divisas mas impedir que o dolar continue dominante.

A própria UE se se aproximasse mais da Rússia concerteza ganhava um aliado no establecimento da primazia do Euro face ao dólar pois a Rússia já deu sinais de estar solícita a uma maior prevalência da moeda europeia.

E o Sérgio devia ser o primeiro a ler o artigo do link que enviou pois é mais ou menos isto que está lá escrito. E além disso devia estar contente pois até então nas transações internacionais tudo era em dólares e agora está lá 34% da moeda que o Sérgio utiliza diariamente e que tem nas suas poupanças, no banco.

É efectivamente um passo importante para acabar com o domínio económico global que os EUA exercem sobre o mundo.

Uma coisa que me indignou plenamente quando esta crise começou, despoletada pela crise criada nos Estados Unidos foi ninguém a nível da UE ter posto a questão óbvia:

" O que poderemos fazer para ficar indepependentes ou de atenuar a dependência da economia americana?"

Cumpts
Manuel Santos

Anónimo disse...

MSantos.
às 4 da manhã pode levar com um balde de agua pela mona abaixo. Apareça às 4 da tarde e podemos tomar chá.
Ah,e deixe-se de ameaças estupidas. Use a cabeça de vez em quando.

Anónimo disse...

O FSB paga muito bem o MSantos ;)

MSantos disse...

Entre a minha pretensa estupidez e a dita do seu primeiro comentário até referir o tom anedótico da minha resposta como ameaça, exprimente você usar a sua cabeça pois aqui ainda ninguém viu nada.

O que lhe incomoda na realidade é o facto de eu pensar diferente de si e não apoiar o que você apoia.

Para isso tenha a hombridade de demonstrar os seus pontos de vista e de os fundamentar devidamente se conseguir e tenha a humildade de aprender a conviver com pessoas com ideias diferentes das suas.

PortugueseMan disse...

Obrigado MSantos,

Eu confesso que não compreendo bem a situação, o FMI injecta dinheiro, mas quem está a injectar esse dinheiro no FMI? Até os BRIC têm estado mais activos nisto, entrando com dinheiro no FMI, portanto para mim é algo confuso esta injecção de SDR's para toda a gente.

PortugueseMan disse...

Obrigado MSantos,

Eu confesso que não compreendo bem a situação, o FMI injecta dinheiro, mas quem está a injectar esse dinheiro no FMI? Até os BRIC têm estado mais activos nisto, entrando com dinheiro no FMI, portanto para mim é algo confuso esta injecção de SDR's para toda a gente.

Anónimo disse...

"Se não me engano, foi Karl Marx que afirmou que a história se repete." - sim engana-se, Marx disse "a nao se repete ela por vezes gagueja" ou "a história quando se repete ela vem sob a forma de uma farsa". Talvez "A história repete-se; essa é uma das
coisas erradas da história" -
Clarence Darrow

MSantos disse...

PortugueseMan

Muitas coisas são mais simples de que aparentam ou que alguns eruditos querem fazer delas. A economia é uma delas.

O FMI (Fundo Monetário Internacional) é como o nome indica um fundo mundial onde tal qual um serviço nacional de pensões, há países contribuintes e países em dificuldades que vão receber dinheiro emprestado. Esta é uma das suas principais funções além de supervisionamento à escala da economia mundial, entre outras.

Todos os anos os países contribuintes depositam uma soma estipulada.

Nos anos conturbados do PREC Portugal foi um estado beneficiário (recebeu fundos emprestados para estruturar a sua economia).

Por exemplo o Brasil deixou há pouco tempo o estatuto de estado beneficiário para passar a estado contribuinte e é um ótimo sinal quando isso acontece.

Neste caso concreto foram buscar 250 biliões ao fundo (não sei qual é actualmente o total amealhado) e injectaram na economia mundial proporcionalmente em cada banco central.

Para mais informações consulte:

www.imf.org

Cumpts
Manuel Santos

PortugueseMan disse...

Mas repare Msantos,

Daquilo que eu tenho ideia sobre o FMI, o valor de 250 Biliões era o total de capital que o FMI possuia até há pouco tempo.

Este ano houve várias notícias acerca do duplicar ou triplicar o capital do FMI. E aqui os BRIC tornaram-se notados, pois querem ter voz activa sobre o FMI. Portanto os BRIC injectariam dinheiro para aumentar o capital do FMI, mas querem participar nas decisões do FMI. Além claro de diminuir a importância do dólar, ou melhor dizendo querem que o FMI, não ande a emprestar unicamente em dólares e daí o tal objectivo de arredar o dólar como a moeda mundial.

O FMI empresta dinheiro aos países que estão em dificuldades, neste caso uma injecção de 250 Biliões, (o que se estou ver correctamente era o total do capital do FMI, até há pouco tempo, portanto estamos a falar duma soma muito considerável), para todos os países é algo que me faz confusão. Isto é um empréstimo? não me parece que seja. tem que ser devolvido o dinheiro? é oferecido a toda a gente? se não o é, terá que ser empréstimo, mas para países que participam no próprio capital do FMI, não vão agora receber dinheiro.

Isto parece confuso, mas é assim que me sinto em relação a esta soma gigantesca e o que estão a fazer com ela.

MSantos disse...

PortugueseMan

É tal como diz. Sei que li algures que o valor do fundo até anteontem era de cerca de 500 biliões.
Não me pergunte como apareceram 250 biliões em tão pouco tempo. Se algum leitor souber, agradecíamos o esclarecimento.

E não se trata de emprestar. É injecção pura ou como quem diz dar ou chover dinheiro.

E foram de facto os BRIC a condicionar a decisão de pela primeira vez na sua história, o FMI não ter usado o dólar mas sim o SDR, diminuindo a importância do primeiro.

E mesmo os tradicionais contribuintes vão receber. Os EUA receberão a maior fatia que é de 50 biliões.

Cumpts
Manuel Santos

MSantos disse...

PortugueseMan

Pelo que compreendi tudo isto foi planeado na reunião do G20 em que estes conseguiram establecer o fundo de 500 biliões já com o propósito de libertar os 250 biliões nos mercados mundiais nesta precisa data.

Ver o link:

http://www.imf.org/external/np/
exr/faq/sdrfaqs.htm

Cumpts
Manuel Santos

Anónimo disse...

Pois, MSantos, você com esses oculos não vê nadinha. Experimente em mudar e deixe de me chatear ou eu vou fazer queixa ao chefe...

Anónimo disse...

JM
afinal ha agua quente na rua em Moscovo ou não? Não entendo porque não responde a uma coisa tão simples.

----------
Vicente
D, Afonso nunca bateu na mãe. Eu estava lá e asseguro que a tratava muito bem.

Anónimo disse...

Esta conversa das injecções de milhões é da treta, porque o valor das reservas russas ao contrário do que se pensa têm vindo a aumentar de mês para mês, mesmo com tantos gastos. E depois digam que o Putin é mau...

PortugueseMan disse...

Sim, mas e quem injectou os 250 Biliões? tem que ser uma coisa recente e quem neste momento, com uma recessão económica mundial, onde todos andam aflitos, como é que aparece uma soma destas e quem contribuiu?

Por isso é que tenho a ideia disto não ser uma injecção de capital nos bancos centrais, mas sim um valor possível de se obter, caso seja necessário, tipo garantia. Mas a ser uma coisa destas onde todos participam...parece-me estranho.

Falta aqui algo e deve estar para aparecer alguns artigos mais esclarecedores sobre como é que isto está/vai ser feito.

Anónimo disse...

"Esta conversa das injecções de milhões é da treta, porque o valor das reservas russas ao contrário do que se pensa têm vindo a aumentar de mês para mês, mesmo com tantos gastos. E depois digam que o Putin é mau..."

Aumentou graças as novas altas do preço do crude. O crude faz mais pela Rússia do que a corja de Putin e Silovikis.

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Ao leitor que me emendou no que diz respeito à frase atribuída a Marx, obrigado pela emenda.
Ao outro leitor, que perguntou sobre a água quente em Moscovo. Houve uma avaria na canalização de água quente no centro da cidade que foi já liquidada. Em minha casa, a água quente corre tão bem como a fria.

Anónimo disse...

Então a agua quente vem da rua? Eu bem dizia que nunca tal tinha visto. E como se paga o aquecimento dessa agua, se vem da rua? É de borla?

Cristina disse...

Caro Anónimo
Nas zonas urbanas da Rússia existe um sistema de canalização pública de água quente, tal como existe para a água fria (são separados). A água quente é produzida (aquecida) em grandes centrais térmicas e depois é distribuída através de condutas subterrâneas, devidamente isoladas, para todos os edifícios. Esta água quente, para além de ser utilizada nas cozinhas e casas de banho, também serve para aquecimento dos radiadores nos meses de Inverno.
O pagamento é incluído na factura dos "serviços habitacionais", que inclui a electricidade, água fria, água quente, taxa de remoção de lixo, etc.
O pagamento da água quente costuma ser feito em função da área das casas.
Nos últimos anos, também se constroem casas com aquecimento autónomo (caldeira), sendo este sistema mais próprio das zonas rurais.
Cristina Mestre

Cristina disse...

P.S.

O pagamento também costuma ser, para além dos metros quadrados, em função do número de pessoas registadas oficialmente com residência em cada apartamento.

Anónimo disse...

Cristina Mestre:
grato pela explicação (finalmente!). Os paises que conheço não têm tal sistema, mas não são tão frios, de facto. Todas as casas por lá têm aquecimento central. Mas os russos terão provavelmente optado pela escolha mais economica e racional, dado o frio.Pronto. Agora já percebi a noticia.
Obrigado.

Anónimo disse...

Aqui fala-se em biliões de dolares como se fossem formigas ou outros insectos. Complexo de tios patinhas!

Anónimo disse...

Sendo a Cristina Mestre tão crítica da Rússia porque vive nesse país? Deve ser um inferno viver na toca do urso.

Cristina disse...

A Rússia é um país fantástico e tem uma característica muito especial: não pode ser visto a preto e branco.
Tem coisas altamente criticáveis, como seja toda a administração do Estado, a sua relação com os cidadãos, e coisas muitíssimo louváveis como sejam a sua cultura, espiritualidade, Natureza e muitas outras. Às vezes, concordo, é difícil entender este dualismo, mas ele é um facto.
Cristina Mestre

Jest nas Wielu disse...

2 Anónimo 15:50

1. Não tenho nada ver nem com medved, nem com os islâmicos.
2. A Rússia já algum tempo possui o canal da TV em língua árabe.

2 Vicente

O que um vicente como V. Excia sabe sobre a minha legitimidade moral? Lol

Anónimo disse...

Caro, jest, eu explico..
Eu conheço muitos ucranianos sabe, mas nunca conheci nenhum que fique feliz por ver a Rússia a ser humilhada, espezinhada, tenho a sensação que a sua posição alem de ser ridícula não é tolerada pela esmagadora maioria do povo ucraniano. A preferência do povo ucraniano é e será sempre por cidadãos/países que pertenceram à URSS.
Seria o mesmo que por exemplo, os portugueses alinharem numa aliança mundial isolando a Espanha, teria algum sentido Portugal coligar-se aos EUA/China/marrocos para destruir a Espanha, um país que foi e é essencial para a existência física de Portugal, como também nós fomos e somos importantes para os nuestros hermanos.
Bem, cá em Portugal existem alguns idiotas que pensam que o inimigo e Portugal continua a ser a Espanha, o seu estilo, enquadra-se no perfil desta gente.
O Sr. Critica o passado da Rússia, então que tal começar a ser coerente, toca a corrigir os erros..
Porque não, devolver os territórios anexados à polónia, Checoslováquia e Roménia?
Porque não devolver a Crimeia à Rússia?
Porque não assumirem que a parte sul/leste da Ucrânia foi conquistada ao império otomano, com recurso ao exército imperial Rússo?
E que tal julgar os criminosos ucranianos que mataram, violaram e destruíram pela Europa fora, estamos a falar de mais de 1/5 do exército vermelho, sabe que os russos eram apenas 50%.
Se o Sr. Admite que Estaline foi um criminoso e que cometeu actos ilegais, então terá de aceitar que as fronteiras da Ucrânia são ilegítimas, eu desafiava-o a refutar esta afirmação
O seu problema é este, a sua incapacidade de ser justo e coerente naquilo que diz.
É que a Rússia está apenas a tentar encontrar o seu lugar no mundo, a seguir o caminho de uma grande nação europeia, a Ucrânia está a transforma-se num estado satélite.
Tenha juízo e entenda que quando a Ucrânia entrar na EU a Turquia vai povoar novamente os seus ex-territórios, sim, a Turquia vai entrar na EU, porque esta entidade (EU) não respeita a história, cultura e muito menos quer saber se no futuro os europeus serão extintos.

Você por acaso acredita que todos os brasileiros querem que portugal se torne numa mistela cultural e racial? é obvio que não, muita boa gente no brasil tem vergonha destes trastes que vêm para aqui defender imigração ilimitada para portugal e europa devido ao ódio que eu lhe falei em cima.
Um brasileiro branco decente descendente de portugueses deseja que manter a unidade étnica e cultura da patria mãe.

Podia estar aqui eternamente a explicar-lhe o quão absurdo é a sua visão/perspectiva da Rússia, mas tenho a certeza que o Sr. Nunca iria aceitar nada, porque os seus valores são contrários aos meus. Repare que, a sua posição, normalmente só é apoiada por sul-americanos sem orgulho étnico, é esta a ameaça, está a compreender? A ameaça da Europa se transformar num continente sem unidade étnica e cultural o que tornará este espaço um local povoado de miscigenados sem auto-estima e com ódio aqueles que possuem orgulho étnico que os europeus sempre tiveram.

vicente

Anónimo disse...

"Vicente
D, Afonso nunca bateu na mãe. Eu estava lá e asseguro que a tratava muito bem."

highlander! Obrigado por corrigir esta imprecisão histórica, é que a informação que tinha é que lhe bateu e ainda a mandou prender.

mas lembre-se..there can be only one!

Vicente...Porto.

Anónimo disse...

Este homem, d. Afonso Henriques sacrificava a própria mãe pela sua pátria, grande contraste com os actuais lideres(faz de conta) europeus

Anónimo disse...

JEST:
não é canal em lingua arabe, é canal islamico em russo.
Vicente:
Pois é, e eu sou o ONLY ONE (risos)
A Dona Tereja esteve confinada ao seu castelo porque ou era assim ou quem estaria confinado era o Afonsinho. Há alturas decisivas na vida em que ou se confina ou se é confinado...ou finado...

Jest nas Wielu disse...

2 Anónimo vicente 01.52

1. É claro, que Vicente perguntou pessoalmente “a esmagadora maioria do povo ucraniano” sobre os seus sentimentos em relação ao nosso vizinho? Foi?
2. Não alinhamos no isolamento da Rússia, basta olhar para a geografia para perceber que isso não é possível.
3. Territórios: porque o ordenamento territorial da Europa pós – 1945 é regulado pelo tratado de Yalta. Um dia podemos devolver a Crimeia aos seus legítimos donos, os tártaros da Crimeia, acredito que na altura os russos terão muitas saudades nossas.
4. Para saber que fomos parte do império russo não precisamos a ajuda de V. Excia, está tudinho nos nossos livros da História. Acho que “a esmagadora maioria do povo ucraniano” poderá lhe oferecer um livro da história da Ucrânia.
5. O exército vermelho era comandado a partir de Kremlin, se tem algum familiar seu violado pelos militares soviéticos, terá que se queixar ao Putin & Medved.
6. Fronteiras actuais da Ucrânia: ver ponto 3.
7. É claro, que Vicente tem uma enorme capacidade de ser “justo e coerente”, do tipo negar a Ucrânia o direito de “encontrar o seu lugar no mundo, a seguir o caminho de uma grande nação europeia”.
8. Se a Turquia decidir povoar a Crimeia, então o cenário por mim desenhado no ponto 3, se tornará a realidade. E ai perguntarei, valeu a pena provocar o bom povo ucraniano?
9. Não entro na guerra luso – brasileira, resolvem lá os vossos próprios complexos sozinhos.
10. Nunca me importo com a cor da pele daqueles que apoiam os meus pontos de vista, dou valor às ideias e não aos preconceitos da classe, raça, nacionalidade, etnia.
11. Repare o bom amigo Wandard, as suas opiniões antiamericanas só são respeitadas enquanto favorecem Vicente e Kº, de resto vocês serão primeiros a serem descartados. Como dizia Lenin: “Enforcaremos o primeiro menchivique, após enforcar o último socialista – revolucionário (eser)”.

Jest nas Wielu disse...

O vice – chefe do partido da direita “Acção da Direita” (ex – União das Forças da Direita), Leonid Gozman, exortou o patriarca do IOR, Kirill levantar a sua voz contra a reabilitação do Stalin:
http://www.sps.ru/?id=232336

LUH3417 disse...

Pippo:

"As gerações parecem ter problemas em enfrentar o seu passado, destruindo, apagando ou omitindo aquilo que lhes parece embaraçoso. Não deveriam, ao invés, assumir a sua História, com tudo o que houve de bom e de mau? Isso seria sinal de maturidade.
Mas talvez seja engano meu."

Não, não é engano seu. E nem sequer acontece apenas quando um país decide camuflar alguns factos ou simplesmente resumir a história a três ou quatro pontos. Ando a ler um livro de Lord Russel of Liverpool, que se chama "O Regresso da Suástica" que retrata exactamente esse movimento de esquecimento ou recusa do passado, principalmente na Alemanha (RFA); após a ocupação dos Aliados, esta técnica foi levada ao extremo. Como toda a população da Alemanha tinha estado envolvida com o Partido Nazi, uns mais adeptos do que outros, não eram capazes de lidar com os crimes de guerra e o ensino escolar não falava de quase nada do que tinha acontecido, o que resultou na camada juvenil ser ignorante na maioria dos acontecimentos e recusarem factos como a morte em massa dos judeus (que lhes parecia absurdo, pois não conheciam a política anti-semita do Reich); por outro lado, em casa, não se falava sobre o que tinha acontecido antes da ocupação aliada, pois os pais ou chefes de família não conseguiam assumir que tiveram ligados ao regime e assim compactuado com todas as acções do mesmo.

O facto das nações não saberem lidar com o que outrora fizeram, acaba por gerar situações perigosas como: o apaziguamento daquilo que realmente aconteceu, a recusa de recordar, porque o que aconteceu foi tão mau que as pessoas não querem de modo algum estar associadas ao mesmo. A falta de informação e reconhecimento, faz com que quem não viveu nessas épocas, até se torne simpatizante da causa e a probabilidade de surgirem movimentos iguais aumenta.

António Campos:

"Não se está a fazer história. Estão a criar-se mitos com base em manipulação selectiva da informação."

É verdade, mas não acontece apenas com Estaline; acontece com todo o material histórico desde a II Guerra Mundial. Só vêm a publico aquilo que interessa ao sistema e/ou às nações envolvidas.

E outra coisa, não desculpando Estaline, este actuou como todos os ditadores da História (tinha um território muito mais elevado tal como populacional, daí que as consequências tenham sido muito mais gravosas associadas às suas políticas). Mas em termos de malvadez e planificação, não se compara ao que Hitler fez. Todos mataram, okay. Mas de formas diferentes, com políticas diferentes. E perseguição política é totalmente diferente de perseguição e extermínio racial.
(venha daí Ítalo! Diga lá que comunismo é igual a nazismo, que nós já estamos à espera desse argumento original e digno de grande raciocínio intelectual).

Sérgio:

"Até já estou a ver a desculpa que irão apresentar, a mesma da II Guerra Mundial, na altura foram obrigados a cair nos "braços" dos Alemães porque a isso foram obrigados pelos Franceses e companhia, agora caiem nos dos Chineses devido às forças Ocidentais,:)."

Mas é exactamente isto, não tenha duvidas.

PS: continuo a achar que as pessoas aqui têm dificuldade em ler.

Jest nas Wielu disse...

2 Oh Well, Okay

Desculpe, mas estas no seu melhor:

“Todos mataram, okay. Mas de formas diferentes, com políticas diferentes. E perseguição política é totalmente diferente de perseguição e extermínio racial”.

Se as pessoas são massacrados por serem judeus ou ciganos é uma tragédia universal, se as pessoas são massacradas por serem “burgueses” então é “totalmente diferente” e se calhar já nem dói. E se são massacrados por serem ucranianos, é melhor ainda, pois são “russófobos”, não queremos esta gente nas nossas fileiras.

LUH3417 disse...

Jest:

Já sabemos, venha lá daí chorar as vitimas ucranianas.

É exactamente o que escreveu e mais ainda: matar crianças, explorar massas, deixar populações viverem na pobreza extrema em prol do progresso económico do Ocidente.
Tudo dentro do mesmo saco, então.

Hipócrita.

Anónimo disse...

Oh Well Okay és muito hipócrita e cínica

Anónimo disse...

É preciso dar muita ginástica à imaginação para conceber como é que, ao mesmo tempo que os alemães enveredavam por um “movimento de esquecimento e recusa do passado” e, ao mesmo tempo, logo desde o final da guerra, a Alemanha (e, na verdade, praticamente todo o mundo) iniciava um aceso debate público sobre a interpretação das causas e consequências do conflito e do papel dos nazis no mesmo. Que aliás, dura até hoje.

Conheço um número considerável de alemães da minha geração (os baby-boomers do pós-guerra) e todos sem excepção foram, desde crianças, expostos às realidades e às va´rias versões das causas do conflito, não havendo nenhum que não conheça a “Historikesreit”, controvérsia pública acesa que envolveu intelectuais e historiadores de esquerda e de direita, na qual estes últimos equiparavam a exterminação racial de Hitler aos Gulags de Estaline, considerando o holocausto uma reacção defensiva ao “extermínio de classe” soviético e os primeiros consideravam que tal não era mais do que um lavar as mãos do passado. Independentemente de quererem ou não enfrentar o assunto cara a cara, TODOS os alemães e austríacos estão perfeitamente cientes de que estes temas foram (e continuam a ser) debatidos publicamente até à náusea desde que a guerra acabou.

O mais importante é que quem aqui neste fórum pretende branquear os horrores estalinistas com relativismos do tipo “eles eram maus mas os outros também, e depois?”, refastelados no conforto das suas cadeirinhas e ligados à internet de banda larga do mundo ocidental, não nutre o mínimo respeito pelas vítimas desses horrores. Conheço pessoalmente várias dessas vítimas: o avô da minha mulher, ele próprio um membro do NKVD ,foi “purgado”, encarcerado e torturado em 1937 e acabou por ser libertado somente após a operação Barbarossa, tendo vindo a combater em Berlim; um polaco que tinha 18 anos quando a guerra acabou, foi preso durante 3 anos enquanto frequentava a universidade, na sequência de uma denúncia, sendo-lhe apenas possível consultar o arquivo do seu caso há poucos anos. Ficou a saber que o seu crime era falar francês, tendo sido por isso considerado um “elemento agitador perigoso”. Na esmagadora maioria dos casos, estas pessoas não querem mais do que respeito pelo seu sofrimento e um pedido de desculpas por parte dos herdeiros políticos dos responsáveis. E querem saber toda a verdade por detrás do seu sofrimento.

A pessoas como estas, frases como “todos mataram, okay” soam a não mais do que um insulto revoltante. E para ser totalmente honesto, a mim também.

António Campos

Jest nas Wielu disse...

2 António Campos

Muito bem dito, obrigado.
De facto, o relativismo moral que impera hoje nas cabeças da juventude Ocidental é assustador. Ficam revoltadíssimos com o “fascista” Pinochet cujo regime em 15 anos 81973-1988) anos matou cerca de 2.279 pessoas (http://en.wikipedia.org/wiki/Augusto_Pinochet%27s_arrest_and_trial) e exibem no peito Che Guevara, que é responsável directo de assassinato de cerca de 200 pessoas, por crimes tão “graves”, como de ser o autor “de um verso anti – revolucionário”.

Ver ponto: 85
This is supported by Lago who gives the figure as 216 executions ordered by Guevara across Cuba in three years (1957-1960).
http://en.wikipedia.org/wiki/
Che_Guevara

LUH3417 disse...

António Campos:

“É preciso dar muita ginástica à imaginação para conceber como é que, ao mesmo tempo que os alemães enveredavam por um “movimento de esquecimento e recusa do passado” e, ao mesmo tempo, logo desde o final da guerra, a Alemanha (e, na verdade, praticamente todo o mundo) iniciava um aceso debate público sobre a interpretação das causas e consequências do conflito e do papel dos nazis no mesmo. Que aliás, dura até hoje.”

Então:

1. Há toda uma ideia errada sobre o processo de desnazificação. Isto porque a ideia que temos é que o nazismo acabou aquando do fim do conflito e que tudo se tornou cor-de-rosa. Tal coisa não existiu como nos contam. Provas? Aqui estão elas:
- “de um total de 20 682 funcionários que haviam pertencido ao NSDAP ou partidos filiados; nada menos do que 14 443 «tinham sido ilibados da acusação de actividades partidárias sendo depois reintegrados» (…) porém o objectivo da desnazificação regulamentava que tais homens não pudessem reocupar cargos governamentais” in New York Times;
- “Demandos anti-semitas e explosão nazi (…) na véspera do Natal de 1959 até 28 de Janeiro de 1960 (…) no memorial erigido na Hansering de Colónia às vitimas do nacional-socialismo foi coberta com tinta negra a (…) inscrição” relativa aos falecidos; nas paredes do edifício da Sinagoga de Roomstrasse foram escritas mensagens como: “fora com os judeus” e pintadas várias suásticas; isto tudo obra de um grupo de jovens (que não tinha assistido de forma consciente ao governo nazi) adeptos de um dos vários partidos de extrema direita que surgiram após a II GM, como o DRP, e admiradores de Hitler.
- “A televisão da Alemanha Ocidental exibiu um documentário no Verão de 1959 sob o titulo “olhos postos na nossa juventude” onde se revelava que em cada 10 estudantes dos cursos secundários havia 9 que nada mais sabiam sobre Hitler a não ser que ele mandara construir auto-estradas, resolvera o problema do desemprego e organizara cruzeiros de férias da “força pela alegria”; só 1 escolar em cada 10 sabia que haviam sido assassinados milhões de judeus. (…) Além disso, sob o título de “números humilhantes” o Die Welt publicou as seguintes estatísticas que revelam os espaços atribuídos ao recente passado em duas edições diferentes de um livro de história oficialmente adoptado (…) uma das edições saídas em 1949 e outra em 1958 (primeiro em relação à edição de ’49 e segundo em relação à de ’58): História do Regime Hitleriano – 41 pag/13 pag; Incêndio de Reichstag – 2 pag/0 pag; Perseguição dos Judeus – 3 pag/14 linhas; Movimento de Resistência – 8 pag/0 pag; Campos de concentração – 5 pag/ 0 pag; perseguição religiosa nazi – 2 pag/ 4 linhas”. Conclusão: “estes números falam por si mesmo. Não são quiméricas as dificuldades encontradas por muitos professores, porque se eles tentam esclarecer os seus alunes, como alguns fazem, embora recebam frequente e forte apoio da empresa, não recebem nenhum por parte dos pais das crianças que, em certos casos talvez manifestem receio pela verdadeira apresentação dos factos”.

(continua)

LUH3417 disse...

2. Falando sobre a reintegração dos nazis na vida política, económica e social alemã, exemplos: Hans Trossmann foi eleito presidente do Bundestag da RFA, no entanto entre ’40-42 exerceu funções administrativas no ghetto de Lodz (Polónia), estando estritamente ligado à política anti-semita e ao massacre de 43 000 judeus, e em 1947 tornou-se um dos principais membros do CSU (designação para a CDU na Baviera); Georg Vogel, foi nomeado embaixador da RFA no Equador (1961) mudando depois para a Venezuela; fez parte do NSDAP em ’37, em ’43 tinha o cargo de conselheiro da Legação Alemã em Atenas, estando ligado à deportação de milhares de judeus gregos e durante a ocupação aliada (de 1946 a 1949) exerceu a função de juiz em território alemão; Karl Friedrich Vialon, teve um papel importantíssimo na realização da solução final judaica, iniciou uma carreira política no Ministério da Justiça Nazi e mais tarde no Ministério das Finanças, ajudou a expoliar a Alsácia, em ’41 tornou-se chefe da secção de Finanças do Comissariado do Reich para o Regime Oriental e disse coisas lindas e fofinhas como “os judeus serão levados para unidades de trabalho no Leste (…) os mais aptos serão transportados em largas colunas de trabalho, homens e mulheres separados, a fim de construírem estradas (…) acabarão por sofrer perdas naturais. Aos que escaparem deve ser dado tratamento especial” (leia-se a morte); Vialon desempenhou o cargo de secretário do estado até 1966, reformando-se e recebendo uma boa pensão pelos seus actos. Pessoas que deviam ter sido julgadas e presas, acabaram a exercer cargos importantes na função pública. Estou um pouco cansada de escrever, mas situações semelhantes aconteceram na área industrial, com o caso de empresários como Krupp, Otto Ambros, Dr. Durrfeld e Flick, apoiantes de Hitler e que usaram trabalho escravo dos campos de concentração, foram “perdoados” e voltaram ao negócio.
3. No que toca à juventude, ou seja, crianças e jovens que viveram sob a governação nazi, haviam sido influenciados pela propaganda e pelas organizações juvenis, como a Juventude Hitleriana. Provas, mais uma vez: “prova mais concreta sobre a aterradora falta de conhecimento por parte dos jovens alemães sobre a época hitleriana seja a que foi revelada por um relatório (…) debatido no Televisão Alemã em Maio de 1939: (…) o resultado mostrou que 9 em cada 10 estudantes, com idades dentre os 15 e 17 anos, nada sabiam sobre Hitler ou acreditavam que Hitler fizera mais coisas boas que más; aos estudantes era posta a seguinte pergunta “o que é que sabe a respeito de Hitler?” observou-se que um em cada 10 forneceu uma resposta (…) acentuando que o nazismo fora “uma mescla de crenças anti-semitas, nacionalistas e socialistas” os restantes dez responderam com frases do como: “Hitler deu uma vida nova à Alemanha. Solucionou a questão do desemprego e mandou construir auto-estradas”. Um jovem afirmou “como é que nós poderíamos sequer pensar em mencionar essas coisas diante dos nossos pais? Como seria possível fazê-los pensar que os estávamos a relacionar, ainda que remotamente, com os terríveis acontecimentos ocorridos nessa época? (..) os meus pais respondiam mais ou menos satisfatoriamente ao que lhe perguntava. Porém, acerca do passado não podem responder porque ele é o seu tabu.” Isto diz tudo sobre o sentimento existente entre as camadas jovens, que até teriam interesse em saber mais sobre o que aconteceu, mas não tinha forma de.

(continua)

LUH3417 disse...

Ora bem a 2ª Guerra Mundial durou de Setembro de 1939 a Setembro de 1945. Os dados que escrevi foram tirados de um livro escrito em 1969. E toda a informação de resume ao espaço temporal dessa época. O meu comentário inicial era referente a estas datas, à ocupação ocidental da Alemanha (RFA). Não dei corda à imaginação nem inventei nada.

“O mais importante é que quem aqui neste fórum pretende branquear os horrores estalinistas com relativismos do tipo “eles eram maus mas os outros também, e depois?”, refastelados no conforto das suas cadeirinhas e ligados à internet de banda larga do mundo ocidental, não nutre o mínimo respeito pelas vítimas desses horrores.”

Lá estão as generalizações. Lá me conhece o senhor para saber aquilo que eu sou ou o que conheço. Nutro imenso respeito pelas vítimas, seja do estalinismo ou do nazismo. Sei é ver que foram praticas com objectivos e efeitos diferentes, e com isto não significa que desculpe os actos de um em função do outro. Também é outro comentador que interpreta erradamente os comentários e faz falsos julgamentos.
Assim, também deve ser contra o funcionamento da justiça? Já que há condenações diferentes para diferentes tipos de assassínios, motivações e interesses…Enfim, os moralistas do costume por aqui. Não surpreende. :)

PS: peço desculpa pelo texto enorme.

Anónimo disse...

Oh Well, Okay.

Hitler foi um grande homem, os nazis são homens belos, inteligentes honrados e corajosos.

um soldado das forças SS valia mais do que todo o lixo junto que era o exercito vermelho...

Nada a ver com a "plebe" comunistan que na maioria são miseraveis, feios, imundos e cobardes.

heil hitler!

você deve ser uma mulher muito feinha e triste para defender algo tão mostruoso como o socialismo/comunismo.

sua grande besta!
apelida-la de humana é um exagero!

LSP

LUH3417 disse...

LSP:

Os nazis que eu conheço são portugueses, morenos, baixinhos e ligeiramente gordos. Pondo de parte a minha opinião feminina, não acho nada sensual ou bonito.

Anónimo disse...

A entrada de um estado derrotado em negação colectiva é absolutamente normal. A admissão de culpa não é fácil. Basta entender a psicologia dos que se sentem colectivamente responsáveis pela destruição de um continente inteiro. Até Günter Grass, considerado por muitos a consciência moral da Alemanha, só no final da vida admitiu que foi membro das Waffen-SS perto do final da guerra. É impossível evitar também compadrios que levem a reabilitações de indivíduos cujo passado deveria ter sido mais bem investigado. No entanto, até tais reabilitações podem ser alvo de discussão: não nos esqueçamos do desastre que foi a “desbaathificação” da sociedade iraquiana, que a privou de elementos-chave competentes ao nível das estruturas civis e de segurança no país. Por outro lado, caso os americanos não tivessem reabilitado Von Braun, cuja utilização de prisioneiros dos campos de concentração como trabalho escravo na fabricação das V-2 é ainda alvo de controvérsia, a tecnologia espacial, e todos os benefícios que dela tirou a humanidade, levaria muito mais tempo a chegar onde chegou.

A questão mais importante é, no entanto, que todos estes fenómenos foram publicitados e discutidos por toda a sociedade civil, revelando claramente o ultraje dos comentadores, como aliás demonstram as inúmeras fontes citadas no seu comentário. Em realidade, as revelações e a sua discussão envolveram não só meios de comunicação de primeira linha, como o meio académico e o literário. Não só publicações obscuras e marginais, tais como agora são a Novaya Gazeta e a rádio Ekho Moskvy.

Relativizar assassínios em massa, afirmando que a intenção diferencia a matança é monstruoso. No limite, levará a que haja alguém no futuro que tente justificar assassínios com base em pretensas nobrezas de intenções. Em termos absolutos, Estaline é o maior assassino em massa da história, com a agravante de, ao contrário de Hitler, ter travado uma guerra sem quartel indiscriminada contra o seu próprio povo, com consequências desastrosas de proporções bíblicas, tanto ao nível social como humanitário. Que se vão fazer sentir por gerações.

Em última análise, os objectivos dos dois tiranos eram políticos, ainda que os pretextos usados possam ter sido diferentes. E, do ponto de vista jurídico, nenhuma sociedade civilizada diferencia penas para “assassínios premeditados com especiais requintes de crueldade” em função do motivo.

António Campos

LUH3417 disse...

"a tecnologia espacial, e todos os benefícios que dela tirou a humanidade, levaria muito mais tempo a chegar onde chegou."

O desenvolvimento económico não é justificação para utilizar criminosos, muito menos quando esse mesmo desenvolvimento económico/industrial, serviu apenas a guerra fria (sim, já sabemos que sem a guerra fria grande parte da tecnologia não tinha sido desenvolvida, ou pelo menos não tão rapidamente, mas mesmo assim havia outras alternativas do que oferecer cargos a nazis reconhecidos e condenados).

"A questão mais importante é, no entanto, que todos estes fenómenos foram publicitados e discutidos por toda a sociedade civil"

Foram, mas sem a consciencialização necessária. Os governantes não reconheciam a maioria dos estudos e continuavam a passar a mensagem de que o nazismo havia sido destruído e nunca mais iria regressar, quando na realidade se formavam cada vez mais organizações políticas de extrema-direita e os actos de nacionalismo e defesa dos actos de guerra aumentavam.

"Relativizar assassínios em massa, afirmando que a intenção diferencia a matança é monstruoso."

Sua opinião. Eu acho que são coisas diferentes. Para mim é extermínio racial e repressão ou medidas políticas que conduzem à pobreza/fome das massas são coisas diferentes. Agora não interprete isto como se eu tivesse a dizer que uma coisa é mais aceitável que outra.

"Em termos absolutos, Estaline é o maior assassino em massa da história, com a agravante de, ao contrário de Hitler, ter travado uma guerra sem quartel indiscriminada contra o seu próprio povo, com consequências desastrosas de proporções bíblicas, tanto ao nível social como humanitário. Que se vão fazer sentir por gerações."

É. Então Estaline é pior que Hitler, porque Hitler se limitou a atacar e destruir outros povos/raças, enquanto Estaline foi mau com a sua própria nação? Meu Deus, depois eu é que digo coisas monstruosas. Já pensou que talvez Estaline tenha feito tanto mal porque nunca atacou nenhum país ocidental, ou melhor, porque nunca foi travado? Estaline teve muito mais tempo de governação do que Hitler, não admira que tenha morto mais. E adivinhe? As grandes potencias salvadoras da II GM não quiseram saber quantas crianças o comunismo matava nos seus caldeirões, a guerra fria era mais divertida e não surgia como uma ameaça directa aos seus territórios. Travar a luta capitalismo-comunismo no Vietname foi muito mais porreiro e extremamente necessário. Se Hitler tivesse uma política virada para o interior, talvez nunca tivesse existido II GM. O que é que interessa que ele andasse a exterminar judeus lá pela Alemanha? Desde que não fosse nos EUA ou na Inglaterra, ou não fosse uma ameaça económica ao Ocidente, era deixa-lo andar a divertir-se.
É tudo tão hipócrita que tem uma certa piada; no fundo os culpados pelos males da cena são sempre os mesmo, só que poucos o percebem. :)

Mesmo assim continuo a achar Hitler pior que Estaline. Mas já se sabe, eu sou uma adoradora de Estaline e Mao, não fique tão ofendido com as coisas que eu digo. *risos*

"E, do ponto de vista jurídico, nenhuma sociedade civilizada diferencia penas para “assassínios premeditados com especiais requintes de crueldade” em função do motivo."

Não? Andei enganada este tempo todo. Então se eu sair de casa e matar uma pessoa só porque sim, sou exactamente condenada ao mesmo castigo que uma pessoa que decide praticar crimes raciais contra um vizinho de etnia diferente?
Sempre a aprender por aqui.

LUH3417 disse...

PS:

"A questão mais importante é, no entanto, que todos estes fenómenos foram publicitados e discutidos por toda a sociedade civil"

Teoricamente, o mesmo acontece na actualidade.
E mesmo assim, tendo toda a informação sobre o nazismo, ainda se vê coisas como o comentário um pouco acima, feito pelo anónimo neo-nazi.