quarta-feira, setembro 09, 2009

Blog dos leitores (Viagem à Rússia) - Parte 1




O leitor Manuel R. Ortigão esteve recentemente na Rússia e decidiu compartilhar as suas impressões e fotografias com os restantes leitores. Visto que o texto é longo, irei publicá-lo por partes.


"Foi há cerca de um ano que começamos a planear esta viagem. A lenta aprendizagem da língua Russa a que me vinha dedicando seria desde logo uma razão suficiente para querer viajar pela Rússia, mas a dimensão deste país e a sua extraordinária história e riqueza cultural foram de facto os factores preponderantes na escolha deste destino. Munidos dos guias Lonely Planet e DK fomos falando ao longo dos últimos meses com quem podíamos para recolher opiniões ou sugestões.

A viagem foi absolutamente fantástica e em 10 dias vimos, sentimos, ouvimos e experimentamos tantas coisas tão diferentes que decidi fazer este registo sobretudo para que os inúmeros detalhes não caíssem no esquecimento.

No dia 03/08, segunda-feira de manhã, partimos no novo vôo directo da TAP para Moscovo. A diferença de 3 horas mais as 5 horas de viagem permitiram-nos aterrar em Domodedovo às 17:30 locais, excelente hora para chegar a uma cidade desconhecida e algo intimidante à partida, pela dimensão e ritmo de circulação que se esperaria.

Na viagem de táxi para a cidade desde logo pudemos constatar que andar de carro neste país é perigoso já que as viaturas de alta cilindrada circulam a velocidades estonteantes pelas largas avenidas que rasgam a cidade. O Hotel Budapeste veio a confirmar a descrição do guia: um hotel de estilo soviético que mantém a decoração da época, aliada aos confortos do presente. Na parede principal está uma placa testemunhando que Lenine ali ficou hospedado duas vezes. Feito o check-in saimos a pé para explorar as imediações. Desde logo deparamos com diferentes lojas de moda das melhores marcas mundiais de Itália ao Japão, o que nos permitiu perceber que estávamos de facto no coração comercial da cidade. Nas ruas fomo-nos cruzando com pessoas elegantemente vestidas, com destaque para as mulheres já de si altas, mas usando sapatos com grandes saltos bem como mini-saias acentuadas. Os homens muitos deles com fatos de corte italiano, brancos ou claros e apropriados ao Verão, apresentam na sua generalidade sapatos bicudos também de cores claras. E assim nos começamos a habituar a uma população urbana moscovita que claramente preza a sua aparência exterior. As nossas caminhadas levaram-nos a uma rua pedonal, onde existem uma série de restaurantes com esplanadas, com um ambiente bem agradável. Escolhemos um café de nome francês: “Le pain du jour”, por coincidência da mesma cadeia de outro que tínhamos encontrado recentemente em Notting Hill, Londres, onde comemos uma refeição ligeira, saboreando não só a comida e a cerveja mas sobretudo o ambiente que nos rodeava. Começavamos a sentir-nos bem em Moscovo!

No segundo dia partimos a pé na direcção do Kremlin e da Praça Vermelha. Fomos caminhando pelas larguíssimas avenidas de Moscovo, ladeadas por edifícios enormes e imponentes. Ao fim de alguns minutos começamos a ouvir várias vozes em megafone a anunciar excursões turísticas. Estávamos ao pé da Praça Vermelha. Avistámos uma longa fila de pessoas e assustámo-nos a pensar que seria para entrar no Kremlin, mas viemos a perceber que era apenas para visitar o mausoléu do Lenine, e como não planeávamos lá entrar ficamos mais descansados. A Praça Vermelha é bonita mas mais pequena do que se imaginaria. Em Russo designa-se como “Кра́сная пло́щадь” e Кра́сная tem dois significados: Vermelha e Bonita. Assim, existe uma pequena polémica à volta de qual o significado pretendido originalmente para o nome da praça, ser apenas bonita ou de facto vermelha? De todas as formas o simbolismo histórico desta praça é enorme com a memória dos desfiles militares e discursos políticos que ali ocorreram.

Na Praça Vermelha está a catedral de S. Basílio que com as suas várias torres coloridas é possivelmente a imagem mais forte que povoa o nosso imaginário antes de visitar Moscovo. Mas como se refere num dos guias, a visão real da catedral supera sempre qualquer ideia ou expectativa que pudéssemos ter acerca da mesma. O colorido das suas torres é de facto impressionante mais parecendo uma imagem de um conto de fantasia. A igreja é composta por várias salas, de pequena dimensão, ligadas umas às outras, por escadas ou pequenos corredores, onde vamos encontrando os objectos de culto e principalmente os ícones que decoram as paredes. Numa das salas desta catedral estava um pequeno grupo coral masculino que cantava música sacra à capela, com um efeito extremamente bonito. Terminada esta visita e encantados com o que viramos dirigimo-nos para o Kremlin." cont.

5 comentários:

Anónimo disse...

A Rússia é um país encantador

As russas são lindas e gostam de inostrani :)

PortugueseMan disse...

Lê-se bem. Fico a aguardar pelo o resto.

Jest nas Wielu disse...

off top

Igor Yakovenko: Porque a Ucrânia não é Rússia?

Ucrânia como anti – Rússia retira gradualmente os EUA do retrato maniqueísta do mundo, próprio aos moradores do Olimpo político russo.

E não apenas porque a contraposição Rússia – EUA, apesar do seu prestígio, parece ser cada vez mais cómica, para um país, que não conseguiu atingir o seu objectivo público – alcançar o Portugal.

http://ej.ru/?a=note_print&id=9407

Anónimo disse...

Fico a aguardar ansiosamente pelo resto.

Anabela Teixeira

Ricardo disse...

Parabéns pelo blog. Gostei. Estivemos lá no ano passado. Convido para ver algumas fotos em http://viagemrussia.blogspot.com.br/ (clique em álbum de fotos).