sexta-feira, setembro 18, 2009

Decisão de Obama deve ser seguida de decisões noutros campos


O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, espera que os Estados Unidos, depois da decisão de renunciar ao escudo anti-míssil, renunciem também às limitações impostas à transmissão de novas tecnologias à Rússia, bem como à entrada da Rússia, Bielorrússia e Cazaquistão na Organização Mundial do Comércio.
Na véspera, Barack Obama, Presidente dos Estados Unidos, anunciou a revisão dsos planos do seu país sobre a instalação de elementos de um escudo anti-míssil na Polónia e República Checa, contra os quais a Rússia protestava.
“Trata-se de uma boa ideia. Espero muito que, após essa decisão correcta e ousada, se sigam outras, incluindo a suspensão total das limitações à cooperação com a Rússia, à transmissão à Rússia de altas tecnologias e ao trabalho com vista ao aumento do número de membros da Organização Mundial do Comércio à custa da Rússia, Bielorrússia e Cazaquistão”, declarou Putin hoje, no Forum Económico Internacional de Sotchi.

Antes, fonte militar russa, citada sob anonimato pelas agências russas, confirmou que as “medidas de retaliação” anunciadas pelo Presidente Dmitri Medvedev, em Novembro de 2008, seriam “congeladas, se não mesmo abandonadas”.

Ainda há menos de dois meses o sucessor de Vladimir Putin, hoje primeiro-ministro, reiterara que iria colocar no pequeno enclave russo, situado entre a Polónia e a Lituânia, quatro a cinco sistemas tácticos de curto alcance Iskander – mísseis de elevada precisão que, a partir daquela posição, podiam alcançar não apenas todo o território polaco, mas também partes da República Checa e da Alemanha.

8 comentários:

Anónimo disse...

Mais do que curta, a decisão é enganadora. O sistema antimissil vai existir e os russos não poderão gostar.

Anónimo disse...

Com fala robusta e jeitão típico dos militares norte-americanos que vemos no cinema, o coronel David M. Glantz, da Reserva do Exército dos Estados Unidos, esteve no Brasil para lançar a edição em português do seu livro Confronto de Titãs , sobre a Segunda Guerra Mundial (deflagrada há 70 anos). O autor foi diretor do Centro de Estudos de Exércitos Estrangeiros, do Exército norte-americano, em Fort Leavenworth, no Estado do Kansas, e dedicou-se a elaboração de trabalhos sobre a participação da Rússia durante o combate mundial. Para ele, os americanos sempre conheceram a história da guerra do ponto de vista alemão por conta de uma série de escritos dos generais daquele país. A sua ideia é voltar o foco para os combatentes russos que conseguiram conter o avanço das tropas de Hitler tendo participação decisiva na vitória dos Aliados. Na entrevista abaixo ele conta dos três momentos da derrota alemã e lembra dos principais generais russos não tão conhecidos


http://www.youtube.com/watch?v=03HTQaCoDbk&feature=player_embedded

MSantos disse...

"Mais do que curta, a decisão é enganadora. O sistema antimissil vai existir e os russos não poderão gostar."

Caro Anónimo

Na sua comunicação do abandono dos planos de instalação dos interceptores/radar, o Presidente Obama finalizou com uma declaração muito clara que relativamente aos países da NATO, quem atacasse um atacava todos.

Apesar de isto ter passado despercebido, marca uma histórica posição de abandono da política americana de usar a aliança como ponta de lança das suas intervenções militares no mundo e implementa de novo o desígnio inicial da aliança em se constituir uma organização de defesa no contexto geográfico europeu.

Aí a Rússia terá de respeitar esse desígnio e porventura a sua batalha será restringida a impedir os países que considera a sua zona de influência (Ucrânia e Georgia) de aderirem à organização.

Na minha opinião a NATO não deverá aceitar esses países, pois o tom beligerante russo cresceu apenas no caso da Georgia que não esteve directamente ligado ao assunto NATO. No caso da Ucrânia, os diferendos nunca assumiram inuendos de intervenções militares apesar das vozes alarmistas.

Independentemente dos juízos de valor, a Rússia e salvo eventuais poucas exepções que nem me recordo agora, tem seguido uma política externa calma e responsável.

A NATO iria ficar com problemas enormíssimos e aí sim, teríamos uma nova guerra fria caso fosse para a frente a incorporação destes dois países.

Outra mensagem que está a ser veículada pelos neo-conservadores é de que Obama terá feito esta concessão a troco de nada, o que não é verdade. Se o escudo fosse instalado teríamos baterias de mísseis Iskander em Kaliningrad, provavelmente seriam deslocadas divisões blindadas para a fronteira oeste da Rússia e esta provavelmente avançaria com as bases na Venezuela.

Sobre o sistema anti-míssil alternativo, até agora os russos não demonstraram nenhuma animosidade e tudo indica que irá permanecer assim.

Cumpts
Manuel Santos

MSantos disse...

Apenas um pormenor curioso: recordo-me ter ouvido que fontes do Pentágono referiram que o sistema que foi agora abandonado poderá ser reactivado por volta de 2015.

Cumpts
Manuel Santos

Anónimo disse...

O MSantos deixa que a sua côr política tolde a razão e revela não perceber nada de estratégia. A melhor defesa é o ataque. Se Bush estivesse na presidência, o 11 de Setembro nunca tinha acontecido.

Anónimo disse...

"O MSantos deixa que a sua côr política tolde a razão e revela não perceber nada de estratégia. A melhor defesa é o ataque. Se Bush estivesse na presidência, o 11 de Setembro nunca tinha acontecido."

Pois, parece que ele só reparou que estava na Presidência dos EUA depois do 11 de Setembro. Mas ainda foi a tempo de fazer tudo o que queria...

Hércules de Santarém

MSantos disse...

Pelos vistos as minhas eventuais tendências políticas andam a incomodar algumas pessoas ultimamente.

Seguindo o raciocínio do Anónimo das 13.45 talvez fosse melhor os EUA iniciarem um ataque em grande escala contra tudo e contra todos, não?
Foi precisamente isso que um indivíduo de baixa estatura e bigodinho ridículo (não, não estou a referir-me a Charlot) pensou e executou há 70 anos atrás.

Presumo que a presidência a que se refere seja de Bill Clinton.Clinton deixou uma América establizada e com superávit que quem veio a seguir desastrosamente desbaratou além de ter preconizado políticas de regulação que não teve tempo de aplicar no intuito de evitar a grande crise que aí vinha e os abusos do sector financeiro.

E foi firme com o terrorismo quando teve que ser como foi o caso dos ataques aos campos da Al-qaeda no Sudão e Afeganistão. E ainda houve a campanha juguslava.

Cumpts
Manuel Santos

MSantos disse...

E já agora é precisamente isso que está a tornar, na minha opinião, o sector conservador americano com os seus aliados em outros países uma das principais ameaças à paz global.

Esse mesmo sector tentou fazer o impechement a Bill Clinton por uma questão da sua vida pessoal.

Está a tornar a presidência de Barack Obama um inferno, nomeadamente ao insurgir-se contra o "escândalo" de o presidente querer assegurar assistência médica a um quarto da população que não tem acesso a quaisquer cuidados médicos.

Mas relativamente a um presidente que deixou o país com uma dívida enorme, delapidou a classe média para os tornar em novos pobres, permitiu o cenário terceiro-mundista do furacão Katrina, e invadiu um país baseado numa mentira consciente matando milhares de pessoas inclusivé seus concidadãos, no pasa nada!

Cumpts
Manuel Santos