O número de estudantes universitários diminuirá para metade na Rússia dentro de três ou quatro anos, declarou hoje Andrei Fursenko, ministro da Educação e da Ciência da Rússia.
“Hoje a situação é tal que não escolhemos, mas procuramos pessoas para ingressarem nas escolas superiores. Isso deve-se à situação demográfica, que se deteriora catastroficamente. Dentro de três ou quatro anos, o país terá duas vezes menos estudantes universitários do que hoje”, declarou Fursenko numa entrevista à rádio Eco de Moscovo.
O ministro precisou que, até 2012, o número de finalistas das escolas secundárias na Rússia pode diminuir até 700 mil pessoas, face às 1,3 milhões em 2006.
“Se não há alunos, não há emprego para os professores. Isto devemos ter em mente”, afirmou.
Andrei Fursenko sublinhou também que, nas universidades russas, “estudam verdadeiramente de 15 a 20 por cento dos estudantes”, acrescentando que esse número chega “aos 30 por cento nas boas escolas superiores”.
“É preciso compreender que, hoje, a motivação para estudar no ensino superior é um pouco diferente”, disse o ministro, e explicou: “antes, a instrução era para um círculo bem limitado de pessoas, mas, hoje, entram nas universidades não só os que podem, mas também os que não querem”.
“Para estes últimos, trata-se da possibilidade de adiarem o que vão fazer na vida durante algum tempo”, concluiu o ministro.
Uma sondagem, recentemente realizada na Rússia pelo centro sociológico do portal SuperJob.ru, mostrou que 53 por cento dos licenciados com menos de 30 anos pretendem trabalhar no estrangeiro, predominando países como Estados Unidos, Grã Bretanha, Alemanha e Austrália.
11 comentários:
perae?: 47 dos russos querem ficar na russia? ue pq se eu for ver a tv brasileira parece que a russia ta um verdadeiro caos assim que ngm aguenta vive ai. enfim muitos brasileiros tbm querem viver no exterior e algo muito natural.
as coisas vao mudar pode apostar nisso
Culpa dos métodos contraceptivos e do aborto. Ambos não são coisas de Deus.
Infelizmente, penso que a Rússia não está numa situação muito pior que a Europa Ocidental, ou seja, estamos todos com uma impressionante queda de natalidade.
Isso já foi discutido neste blog, talvez há um mês atrás.
As razões apontadas variavam desde os problemas económicos às necessidades crueis da economia moderna, do alcolismo ao edonismo, etc., etc.
Tomando de empréstimo uma célebre frase, lanço o repto:
"Europeus de todo o mundo, reproduzi-vos!"
É uma questão a ser olhada por investidores. Pois de onde virão os novos cerébros da Rússia? Com a diminuição de universitários, consequentemente virá uma menor probabilidade de se ter bons cientistas e mestres. Mas a diferença entre a Rússia e Europa é que a Europa soube aproveitar a fase de transição demográfica que coincidiu com forte crescimento económico e absorção dos cerébros. A Rússia ainda não criou uma economia moderna para absorver toda a sua gente da universidade, mesmo em tempos de bonanças, houve fugas de cerébros. Agora que eles serão poucos tudo pode ficar pior numa economia dependente de materias primas e o mercado interno ficará menor, ou seja a Rússia dependerá cada vez mais do crude e gás.
Cpmts
A Rússia está colhendo o que plantou.
Hoje ninguém mais quer ser médico, engenheiro, Farmacêutico, físico...
A juventude quer ser "Bizmesmen", mafioso, etc.
Além do mais, com a economia russa pouco diversificada, e o processo de desindustrialização e semi-cololonização do país a todo vapor, a tendência é piorar.
Sobre a baixa natalidade, o governo é de um cinismo monstruoso:
Ontem estive na casa de um casal de amigos com dois filhos, e a mulher não sabe quando vai voltar a trabalhar, pois NÃO HÁ CRECHES E JARDINS DE INFÂNCIA em Moscou em número suficiente. O déficit é grande, e só há duas opções: Pagar uma fortuna por uma creche particular; ou esperar até 4 anos na fila, além de pagar gordas propinas, para matricular nas creches públicas.
Sem falar na especulação imobiliária, que inviabiliza a formação de famílias.
Com isso, entre outros, esse problema de natalidade na Rússia persistirá ainda por muitos anos. E essa diminuição dos universitários é só um pequeno reflexo.
""As razões apontadas variavam desde os problemas económicos às necessidades crueis da economia moderna, do alcolismo ao edonismo, etc., etc."""
O camarada Pippo confunde causa com consequência.
E sim, Pippo: A situação da Rússia é pior que a da Europa.
se eu nao me engano a russia vai ter 50% de muçulmanos em 2050. eu axo a frança e alemanha tbm . nao vejo tanta diferença entre a europa e a russia
"O camarada Pippo confunde causa com consequência."
Olhe que não, Gilberto, olhe que não! Actualmente, na Europa em geral, e em Portugal (infelizmente) em particular, um trabalhador médio ganha menos de 1000 euros/mês mas tem de entrar no seu local de trabalho quando acordam as galinhas e sai quando o patrão deixa. Os filhos, esses, deixa-os na cheche (privada), onde paga a partir de 100 euros/filho (e estou a ser baratucho, que a maioria são mais caros, e sei do que falo) ou então nos Tempos Livres, se estiver em idade escolar, onde também se paga, e não é pouco. Creches estatais só para quem é pobre ou não declara rendimentos (ou seja, os patrões), ou quem tem "amigos" que "dão um jeitinho".
Aos baixos salários e elevados horários há que juntar a precaridade laboral, o que em muito ajuda os casais a terem estabilidade para terem filhos.
Quanto ao edonismo "ocidental" e ao alcolismo da ex-URSS, isso daria para mais conversa mas já se vai fazendo tarde.
Em suma, quero apenas dizer que as razões apontadas são todas elas causas, não consequências.
Sou de Porto Alegre (RS, Brasil) e estive na Rússia em 2008. Este "êxodo" russo é facilmente explicável considerando-se que a minha mãe como professora aposentada no Brasil ganhar o quádruplo se comparado a um professor exercendo a mesma atividade na Rússia. E o custo de vida em SPB por exemplo, é superior ao da cidade onde moro.
"E o custo de vida em SPB por exemplo, é superior ao da cidade onde moro."
É uma das coisas que notei em Moscovo. Se os transportes, por exemplo, eram muito baratos, já muitos outros bens e serviços custavam o mesmo ou mais do que cá em Portugal.
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