quinta-feira, fevereiro 18, 2010

Chefia militar russa previne Estados Unidos de ataque contra Irão

As consequências de uma possível decisão dos Estados Unidos de atacar o Irão “serão terríveis”, declarou hoje o general Nikolai Makarov, chefe do EMGFA da Rússia.

O general russo não exclui que Washington possa virar a sua atenção para o Irão depois de resolver as tarefas colocadas no Iraque e no Afeganistão.

“Penso que as consequências (do ataque) serão terríveis não só para o Irão, mas também para nós e para toda a comunidade da Ásia e do Pacífico”, afirmou o general numa conferência de imprensa.

Makarov recordou que a Rússia e o Irão mantêm relações e laços tradicionais de aliados em diferentes áreas.

O general Makarov mostrou preocupação face aos planos de alargamento do sistema de defesa antimíssil dos Estados Unidos na Europa Oriental, ao mesmo tempo que a Rússia reduz seus meios e força militares na região de Kalininegrado, enclave russo no Báltico.

Segundo ele, em 2008-2009, a Rússia retirou da região mais de 600 tanques, 500 blindados e cerca de 600 tipos de canhões e lança-mísseis.

“Realizámos a desmilitarização da região”, sublinhou.

“Tendo em conta essas circunstâncias, os planos norte-americanos provocam incondicionalmente certas emoções tanto na direção da Rússia, como nas suas Forças Armadas. A nossa posição face a isso é negativa”, disse, ao responder à pergunta de qual é a sua opinião sobre os planos norte-americanos sobre a instalação do terceiro círculo de defesa antimíssil na Europa.

Os Estados Unidos planeavam instalar elementos desse sistema na República Checa e na Polónia, mas o Presidente Barack Obama, em Setembro de 2009, anunciou alterações a esse plano.

Depois, a Roménia e a Bulgária ofereceram os seus territórios para a instalação desses elementos, decisão mal recebida por Moscovo.

O general Nikolai Makarov defendeu a aquisição de porta-helicópteros da classe Mistral a França.

Os navios deste tipo “são multifuncionais e superam três vezes os nossos vasos em todas as características”, afirmou, acrescentando que “a indústria naval russa será capaz de fabricar navios semelhantes apenas dentro de 5 a 10 anos”.

10 comentários:

MSantos disse...

O maior problema não é agora mas sim quando Barack Obama abandonar o poder.

Cumpts
Manuel Santos

Pippo disse...

Esta notícia é interessante por vários motivos.

Em primeiro lugar, o general, apesar de alertar para as consequências de um ataque ao Irão, não coloca a hipótese de uma intervenção russa.
As consequências parecem ser óbvias. Por um lado, teremos, quase de certeza, um renovar dos ataques a Israel por parte dos aliados de Teerão; por outro, é possível que o Irão retalie contra países do Golfo; além disso, resta saber qual a posição e reacção da China; e por fim, temos as consequências económicas de um ataque a um país petrolífero.

Em segundo lugar, desmitifica um suposto "pacifismo" ou "desanuviamento" da Administração Obama face ao "militarismo" de Bush Jr. Os EUA e a NATO mantém o plano de cercar a Rússia com um sistema anti-míssil, em vez de o posicionarem onde possa ser realmente eficar contra as ameaças declaradas. Isto não vai melhorar a desejada confiança entre a Rússia e o Ocidente.

E por fim, temos dito, preto no branco, o desejo da Rússia em adquirir know how ao comprar navios franceses, o que constitui uma importante alteração à vantagem tecnologica gozada pelo Ocidente relativamente à Rússia.

Anónimo disse...

O ataque contra o Irá será o maior desastre dos EUA.

Wandard disse...

"Em primeiro lugar, o general, apesar de alertar para as consequências de um ataque ao Irão, não coloca a hipótese de uma intervenção russa.
As consequências parecem ser óbvias."

Mais do que óbvio Pippo, a Rússia não vai fazer ameaças claras de intervenção, é um jogo a Rússia não dará o primeiro tiro ou abandonará o seu posicionamento de conversação, além do mais um ataque dos Estados Unidos ao Irã representa gastos financeiros que este país não possui condições de extender para mais uma zona de conflito, já estando atolado no Iraque e Afeganistão e tendo a necessidade só neste ano de cerca de 700 bilhões de dólares para sustentar sua máquina militar, caso os americanos ataquem e Russos e Chineses resolvam intervir, é certo que os grupos de combate da marinha americana localizados na região sofrerão sérios danos, desequilibrando o poder americano no oriente médio, já que são extremamente dependentes dos Porta Aviões. Tanto a China como a Rússia já provaram nos últimos dez anos as deficiências de detecção das Forças Navais dos Estados Unidos. De lá para cá a situação não mudou nem melhorou.

Hugo Albuquerque disse...

Um ataque ao Irã, invariavelmente, seria a Terceira Guerra Mundial, um desastre sem precedentes porque realmente forçaria a China e a Rússia a irem à desforra - por isso eu acho improvável, ainda que haja gente inconsequente o bastante nos EUA para achar isso uma hipótese discutível. O fato é que a forma como os EUA exercem a sua hegemonia apenas tem diminuído os EUA em relação ao mundo e enriquecido alguns grupos de interesse específico e, naturalmente, parasitários. São esses parasitas que podem levar o mundo ao colapso.

Unknown disse...

Apesar da gravidade de um conflito que envolva EUA, Rússia, Irã e Israel, sem citar outras potência europeias, o Irã não pode ser ignorado frente à ameaça de tornar-se possuidor de armamento nuclear! Não apoio a guerra, entretanto, creio que a Rússia não está em condições de atuar numa intervenção pró-Irã contra uma coalizão EUA-Inglaterra-Israel, a exemplo. Mais um fator pode ser inserido nesse complexo político: a China está em plena expansão sócio-capitalista, nisto, o gigante asiático não verá com bons olhos uma interferência russa numa futura aliança com o Irã.

Unknown disse...

Visitem também meu blog e vejam o texto analítico sobre o contexto atual envolvendo o Irã, sua questão nuclear, Israel e a oposição Oriente-Ocidente:
http://lhssociologoanalistaambiental.blogspot.com/

Unknown disse...

Agora, dizer que a Rússia tem melhor capacidade militar e tecnológica que os EUA e que este último sofreria grandes perdas bélicas, no tocante a deficiências sobre seu poderio naval, isso é meio questionável. A Rússia, com a queda do regime socialista soviético, vem enfrentando um sucateamento de alguns de equipamentos militares! Um exemplo disso são as frequentes quedas e acidentes ocorridos com aviões de combate, civis e submarinos. É claro que carros de combate, mísseis e helicópteros russos estão sendo aperfeiçoados, a exemplo de um blindado denominado Terminator, e da exportação de armamentos à Venezuela e ao Irã. Aliás, este último ponto, a exportação de armamentos e tecnologia russos ao Irã é o fator chave ao possível laço entre os dois países. Quanto à China, essa já demonstrou ser totalmente contra a belicosidade nuclear iraniana, somado a isso, dois outros pontos são preponderantes: crescimento chinês na aquisição de unidades produtivas estadunidenses e a histórica rivalidade com a Rússia. Visitem o blog e vejam a análise sobre a questão iraniana e a oposição Oriente-Ocidente:
http://lhssociologoanalistaambiental.blogspot.com/

AHMED disse...

UM FATO: Se os eua, os sionistas e a ue atacarem o IRÃ, vão ter pela frente: TURQUIA, CHINA, RÚSSIA, SÍRIA, HISBOLLAH, LÍBANO e toda uma estrutura militar preparada. os sionistas não podem se dar ao luxo de sofrerem bombardeios, pois destruirão seu mini territóri, em apenas 1 dia. As bases americanas no Oriente médio sofrerão destruição em 90% de sua capacidade operacional. A ue teria somente o império decadnte britãnico, frança e alemanha como principais combatedores, que seriam silenciados pelo poderio Russo. A China neutralizaria os combatentes na Ásia e retomaria Formosa (Tawiuan); A Coréia do Norte com seu exército de 1.300.000 efetivos neutralizaria quem se assanhasse por perto. Índia e Paquistão não interviriam no conflito. Porém se alguém ousasse urar armas nucleares, aí sim seria o fim do império do eixo do mal: sionistas,eua e ue emais alguns chaleras.

Gilson D´Assunção Soares Cabral disse...

Uma coisa é certa os estados unidos não vancerão nenhuma guerra com ou sem os seus aliados.Cada vez mais países estão fartos da propaganda bélica americana para promover o medo internacional e superioridade. Isso não dá muito que pensar mas, o silêncio desses países mete medo e serão frentes de batalha que os norte americanos são psicológicamente fracos históricamente.