terça-feira, março 02, 2010

Coligação parlamentar que apoiava Iúlia Timochenko desintegrou-se

Vladimir Litvin, presidente da Rada Suprema (Parlamento) da Ucrânia, anunciou o fim da coligação parlamentar que servia de base ao Governo de Iúlia Timochenko, podendo levar à demissão da primeira-ministra.

“Em conformidade com a Constituição da Ucrânia e com o regulamento da Rada Suprema da Ucrânia, declaro o fim da actividade da coligação de grupos parlamentares na Rada Suprema da Ucrânia “Desenvolvimento Nacional, Estabilidade e Ordem”, declarou hoje Litvnin.

Essa coligação era constituída pelos blocos Iúlia Timochenko, Nossa Ucrânia – Autodefesa Popular (NU-AP) e Litvin.

O dirigente do Parlamento da Ucrânia precisou que a desintegração da coligação se deveu à saída dos deputados do bloco Nossa Ucrânia – Autodefesa Popular, organização parcialmente dirigida por Victor Iuschenko, ex-Presidente do país.

Os dirigentes da NU-AP já se mostraram prontos a começar conversações com outros grupos parlamentares com vista à criação de uma nova coligação.

Porém, este bloco pretende ver o seu candidato no cargo de primeiro-ministro.

“Ao falar do cargo de primeiro-ministro, temos em vista que ele será um deputado do bloco NU-AP. Propomos que o Governo seja dirigido por um homem experiente e altamente profissional, que não teme chamar a si uma enorme responsabilidade”.

Este candidato poderá ser Arseni Iatseniuk, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e dirigente da Rada Suprema da Ucrânia, que ficou em quarto lugar na primeira volta das presidenciais no país, realizadas a 17 de Janeiro.

Victor Ianukovitch, Presidente da Ucrânia, não esconde que pretende afastar Iúlia Timochenko do cargo de primeira-ministra e avançou três nomes para substituí-la: Arseni Iatseniuk, Serguei Tiguipko, banqueiro que conquistou o terceiro lugar na primeira volta, e Vladimir Azarov, dirigente do Partido das Regiões.

Para que Ianukovitch nomeie novo primeiro-ministro terá de receber o apoio de pelo menos 226 dos 450 deputados, mas como o Partido das Regiões, sua principal base de apoio, tem apenas 173 parlamentares, vê-se obrigado a recorrer a uma coligação com o bloco NU-AP e o bloco de Vladimir Litvin ou com o bloco NU-AP e o Partido Comunista.

Caso não se conseguia chegar a uma nova coligação, Ianukovitch terá de convocar eleições parlamentares antecipadas, saída aceite por poucos devido à instabilidade social e económica no país.

7 comentários:

HAVOC disse...

Claro que Timochenko irá ser demitida... Ela não tem mais o apoio da CIA!!! A CIA está se retirando da Ucrania!

Estas eleições foram para a CIA a sua 2ª maior derrota em toda a sua história, só perdendo para os Atentados de 11 de Setembro...

Esta Agencia elegeu um agente secreto como autoridade máxima na Ucrania, porém o seu mandato acabou!!! Tentaram colocar outro agente para tentar desestabilizar o país e também a Rússia, mais perderam. E agora estão tirando o pé fora do território ucraniano. E agora a Ucrania não tem aliados!!! Está perdida.

Polonia e Republica Tcheca também irão para este mesmo caminho. Estão cuspindo na cara da Terra Mãe, compraram F-16's e Jas-39's, abriram seus mercados para a América como uma prostituta faz para ganhar dinheiro. Esqueceram as raízes e não demorará muito para serem relegados á 2º plano, para a União Européia e USA!!!

Não existe amizades entre países, apenas negócios!!! Todos estes países, mais Lituania, Estonia e Letonia, estão dando um tiro no próprio pé ao darem as costas para a Rùssia!!!

Onde está o apoio americano á Geórgia??? É tudo passageiro, e agora aquele nefasto presidente não sabe mais o que fazer!!! Afundou a Geórgia para o fundo do esgoto!!!! E a Abkhazia e Ossétia do Sul estão fortes, como nuunca!!!

E para qualquer ameaça, o URSO irá responder com o peso de sua patada!!!!

Relembrem agosto de 2008!!!!!

PortugueseMan disse...

...Caso não se conseguia chegar a uma nova coligação, Ianukovitch terá de convocar eleições parlamentares antecipadas, saída aceite por poucos devido à instabilidade social e económica no país.

Concordo. Tempo é coisa que eles não dispõem, é urgente começar a tratar das coisas.

Jest nas Wielu disse...

Alone Hunter, como a maioria dos russofílicos tem a memória não curta, mas curtíssima mesmo. Apenas em Dezembro Timoshenko (quando se encontrava em Kyiv com Liliputine) era "uma figura política responsável" e até amiga da Rússia. E já em Março se torna a "amiga da CIA". Será que alguém anda abuzar da branquinha?

E depois diz que a Ucrânia não tem aliado. Não tem como?, se o nosso aliado agora é o grande e poderoso império de se lavanta do chão (todos os dias).

E já mais a sério, acho que o primeiro - ministro será uma pessoa da CIA, quer dizer Arseniy Yatsenyuk. Ou por ser o primeiro - ministro no Governo "azul" o seu passado da CIA pode ser considerado como limpo?

Jest nas Wielu disse...

off top:

Show “Geórgia tem talento”, Levan Shavadze, aldeia de Satsikhuri, Adjara:
http://www.youtube.com/
watch?v=J8YgiOY2iw4

Jest nas Wielu disse...

Visitando Bruxelas, o novo presidente ucraniano, proFFessor Yanukovich, contou a anedota clássica sobre “toucinho e o negro”. José Manuel Durão Barroso ficou contente…
http://www.youtube.com/
watch?v=Vnn-8SkDbwE

++
Artigo do Mikhail Khodorkovskiy sobre o estado actual da jurisprudência russa, actual “Violência legalizada”:
http://www.ng.ru/printed/237578

MSantos disse...

Para bem da Ucrânia e independentemente das cores e partidos políticos, Iulia Timoshenko deverá ser afastada.

Se ela ficar no poder, tornará a presidência de Ianukovitch ingovernável assim como o fez com Iushenko.

A senhora já revelou que não admite poderes que não o seu.

Cumpts
Manuel Santos

Cristina disse...

A propósito do artigo de Khorkovski:
Khorkovski diz que “violência legitimada”irá sepultar o Estado russo
(RIA Novosti/Nezavissimaya Gazeta)

Mikhail Khodorkovski, dono da petrolífera Yukos, condenado em 2005 a oito anos de prisão por evasão fiscal, qualifica o actual sistema de justiça e segurança na Rússia como “violência legitimada” e afirma que este acabará por sepultar o Estado.
“A cadeia repressiva que substituiu o sistema de justiça será a sepultura do actual Estado russo, pois predispõe contra ele, com crescente regularidade, milhares de cidadãos activos, razoáveis e auto-suficientes, de cujas escolhas depende em grande medida o futuro do Estado”, adverte Khodorkovski num artigo publicado hoje na Nezavisimaya Gazeta.
Khodorkovski afirma que a Polícia, os tribunais, a Procuradoria e o sistema penitenciário na Rússia não são estruturas autónomas. “Uma vez nas garras do Sistema, apercebeste-te de que este é na realidade uma empresa cujo único negócio é a violência legitimada”.
Na opinião de Khodorkovski, coloca-se o seguinte dilema: ou os dirigentes máximos da Rússia mostram vontade de destruir esta cadeia repressiva e de adequar os elementos do Sistema à Constituição, ou tal destruição far-se-á pela via tradicional na Rússia, ou seja, de baixo para cima e de forma violenta.
A própria cadeia repressiva vai formando uma minoria contrária ao Sistema. Trata-se de 3% da população mas este segmento, por ser mais activo, representa “a massa crítica necessária e suficiente para levar a cabo mudanças radicais”.