O primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, anunciou toda uma série de medidas com vista à aproximação económica entre a Rússia e a Ucrânia e à integração mais estreita deste último país na Comunidade de Estados Independentes.
Numa reunião do Comité para a Cooperação Económica entre os dois país, Putin revelou ter assinado um decreto que anula as taxas de exportação do gás russo para a Ucrânia, o que vai permitir a Kiev adquirir combustível azul com um desconto de 30 por cento. Porém, o desconto não pode ser superior a 100 dólares por mil metros cúbicos.
Foi também assinado um acordo que permite às empresas ucranianas não pagarem imposto de exportação para a Rússia de 260 mil toneladas de tubos ucranianos
Putin propôs também a criação de consórcios mistos em áreas como exploração e transporte de gás, esfera nuclear, construção e manutenção de aviões de carga Antonov.
“Eu e Nikolai Ivanovitch (Mykola Azarov, primeiro-minisdtro ucraniano) demos ordens aos dirigentes dos respectivos ministérios e departamentos russos e ucranianos para começarem a preparar a concretização de todas essas iniciativas”, acrescentou o dirigente russo.
À margem do encontro, Serguei Kirienko, presidente da Agência de Energia Atómica da Rússia (Rosatom), declarou que o seu país fará um desconto de mais de mil milhões de euros caso seja assinado com a Ucrânia um contrato de 25 anos para o fornecimento de combustível nuclear”.
“Quanto maior for o prazo, maior será o desconto... Estamos a falar de um desconto, e não do valor do contrato”, frisou.
Na conferência de imprensa realizada após o encontro, Putin anunciou igualmente que a Rússia e a Ucrânia acordaram criar “um grupo especial de alto nível para estar a integração da Ucrânia nos processos de integração no espaço da CEI”.
O primeiro-ministro russo mostrou-se disponível a fazer um empréstimo ao país vizinho “num valor até 500 milhões de dólares”.
“Graças aos descontos no gás, os nossos vizinhos poderão investir na sua economia, em dez anos, mais de 40 mil milhões de dálares. No fundo, trata-se de um salto qualitativo nas relações bilaterais, da criação de condições económicas para a construção de uma parceria estratégica real entre os nossos Estados”, acrescentou.
Segundo ele, “na interação russo-ucraniana forma-se uma situação radicalmente nova... torna-se possível a realização de grandes projetos conjuntos no campo da indústria, energia, aviação, agricultura, telecomunicações e transportes”.
P.S. Deixo aqui apenas uma pergunta: a esmola russa não é demasiada generosa?
14 comentários:
Putin propôs também a criação de consórcios mistos em áreas como exploração e transporte de gás, esfera nuclear, construção e manutenção de aviões de carga Antonov.
Para mim, é aqui que está a questão.
Como é que estes consórcios vão ser criados. Para mim muitas das empresas, terão que passar para controlo russo.
E não é uma questão de esmolas caro JM. A Rússia é o único país que lhes pode dar assistência.
Mas... A Ucrânia terá que mostrar "algum agradecimento" por isso.
Caro PM, não somos nós que dizemos que o pobre deve desconfiar quando a esmola é farta demais?
Mas não é uma esmola meu caro. As coisa têm um preço.
Agora você sabe muito bem, que isso nao pode ser dito directamente à população que há um preço a pagar e a oposição vai fazer todo o barulho possível.
O dia 1° de Maio em São - Petersburgo:
http://tr00per.livejournal.com/669133.html
Em Maputo houve a manifestação habitual dos trabalhadores, mandados à Praça dos Trabalhadores pelas suas empresas.
Bom almoço para todos!
Comunistas protestam em Moscou contra desfile de tropas da Otan
01 de maio de 2010 • 11h40
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Milhares de comunistas saíram hoje às ruas de Moscou para protestar contra o desfile de tropas aliadas do próximo dia 9 na Praça Vermelha, que lembrará os 65 anos da vitória sobre a Alemanha nazista.
"Permitir a entrada de tropas da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) na Praça Vermelha é uma humilhação para os veteranos da Grande Guerra Patriótica", assegurou hoje Gennady Ziuganov, líder comunista russo, em referência à parte soviética da Segunda Guerra.
Em discurso, Ziuganov acusou expressamente o primeiro-ministro Vladimir Putin de convidar os soldados da Otan a desfilar contra o "sagrado" mausoléu de Lenin, fundador da União Soviética.
Numa das maiores manifestações comunistas dos últimos dez anos, os saudosos da URSS conduziram hoje em Moscou uma grande marcha entre a Praça de Outubro, onde está a estátua de Lenin, e a Praça do Teatro, em frente ao monumento dedicado a Karl Marx.
"As tropas da Otan que bombardearam o Iraque e a antiga Iugoslávia não têm o direito moral de pisar na Praça Vermelha", assegurou à Agência Efe um porta-voz do Partido Comunista Russo.
Os comunistas apontam a Otan como "um agressivo bloco militar antirrusso", que não abandonou a ideia de se expandir até as fronteiras da Rússia.
Ao contrário de outras ocasiões, entre os manifestantes foi possível ver muitos jovens, que erguiam cartazes com palavras contra o Kremlin e o Ocidente.
O Kremlin confirmou esta semana que soldados de Estados Unidos, Reino Unido, França e Polônia, todos membros da Otan, desfilariam pela primeira vez na Praça Vermelha.
A Rússia se propôs a celebrar em grande estilo este ano o 65º aniversário da derrota de Hitler. Os eventos terão a presença, entre outros líderes, da chanceler alemã, Angela Merkel, do presidente francês, Nicolas Sarkozy, e do primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi.
A parada terá mais de 11 mil soldados e cerca de 300 equipamentos militares, entre mísseis intercontinentais, baterias antiaéreas, carros blindados, caminhões, aviões e helicópteros.
O Kremlin retomou em 2008 os desfiles militares com mísseis intercontinentais e armamento pesado na Praça Vermelha, suspensos após a queda da URSS.
Segundo estatísticas oficiais, mais de 26 milhões de soviéticos, sendo quase nove milhões de soldados do Exército Vermelho, morreram durante a Segunda Guerra Mundial.
ESSAS MÚMIAS AINDA ESTÃO VIVAS?
A Ucrania é parceira estratégica da Rússia. Isso não há o que negar. Tanto pelos laços culturais, como pelos laços militares,agora extendidos por mais 25 anos.
O problema é que os políticos de direita demonizam a Rússia devido á seu passado. São as heranças de anos de União Soviética. Isso acabou, de uma vez por todas.
De acordo com a Constituição Russa, que foi adotada após um referendo nacional, no dia 12 de dezembro de 1993,a Rússia de hoje é uma Federação, onde o líder de Estado é o presidente da República e o Primeiro Ministro líder do Governo. Existem na Rússia 3 poderes bem destacados:
a) Poder Executivo
b) Poder Legislativo
c) Poder Judiciário
O mundo se mostra um lugar imaturo para absorver mudanças radicais. As pessoas sempre rotulam as coisas, tudo tem um rótulo.
O único país que nunca virou as costas para a Ucrania é a Rùssia. Até o eixo daqueles países que agora cospem na cara da Terra-Mãe ( Lituania, Letonia, Estonia, Georgia, Moldávia ) são assistidos por Moscow.
A América só extende o braço quando tem algum interesse em vista. Depois, vira as costas, deixando ás minguas.Qual a importancia de um país, como a Geórgia, para os Estados Unidos? Qual a real razão do ex-vice presidente Dick Cheney ter declarado total apoio á Geórgia na Crise de 2008, tendo inclusive visitado o país?
A razão é e sempre será desestabilizar a Rússia. O Ocidente (América e NATO ) não podem aceitar o ressurgimento do Urso, porque sabem que isso irá leva-los para a segunda-linha.
Caso um país necessite de apoio militar, e não encontra apoio da América, para quem recorre? Para a Rússia!!!!
Quem construiu as redes de gasodutos, as usinas nucleares, as infra-estruturas de energia e transporte ucranianos? Quem que construiu as rodovias, as ferrovias, as usinas hidrelétricas de países como a Ucrania e Polonia?? Foram os russos!!!
Digam-me quais os principais investimentos americanos na Ucrania? Eu nunca ouvi nada parecido!!
O mundo todo sabe que Rússia e Ucrânia são dois membros de um mesmo corpo. O propalado "nacionalismo Ucraniano" é mais fomento da NATO para fustigar a Rússia, trata-se de um verdadeiro folclore. A Ucrânia NUNCA foi nação soberana. O grande temor do Ocidente é o reagrupamento da União Soviética e a coesão dos POVOS ESLAVOS...
Marcelo Łukaczewski
Alguns analistas dizem que o governo russo considera real a ameaça da faléncia da ucrânia o que podia influenciar negativamente a economia russa tambem. È tambem por isso que dão tantos descontos a Ucrânia.
Por sinal, a Rússia foi o único país que deu o apoio real económico à Ucrània. Os outros até agora só participaram em criar mais tensão entre os dois estados, mas ninguem nem mexeu um dedo para ajudar a Ucrânia a sair do buraco nos tempos do mandato de Iuchenco.
Por sinal, é mais um bom motivo para pensar para os países do espaço pos-sovietico. Mas acho que os tempos quando alguns podiam pensar "renegamos a Rússia e os EUA (ou UE) nos ajudam" já se foram. Todos já viram que na realidade ninguem vai cuidar deles, ninguem precisa deles, e todas essas palavras sobre a "democracia" e outras coisas são apenas hipocrisia e politica, como sempre.
Caro José,
O Armando Cró participou nas investigações na altura do acidente ou colaborou na sua investigação?
Um abraço
A Ucrânia não tem outra opção e precisa do tal plano Marshall venha ele de onde vier.
Curiosamente há uma certa analogia entre esta e a situação económica portuguesa.
Tal como eles se puseram a jeito para serem "conquistados" também nós nos pusemos a jeito (e continuamos a pôr) para os ataques dos especuladores e o ataque ao Euro (€).
Cumpts
Manuel Santos
2 Marcelo
Excelência, a Organização dos Nacionalistas Ucranianos (OUN) foi fundada em 1929, e a NATO em 1949. Vamos estudar a parte material antes de “opinar” ou não?
Caríssimo Jest nas Wielu, sobre o comentário: "Excelência, a Organização dos Nacionalistas Ucranianos (OUN) foi fundada em 1929, e a NATO em 1949. Vamos estudar a parte material antes de “opinar” ou não?" Eu não disse, em momento algum, que não existam nacionalistas ucranianos. Até aqui no Brasil existem. Alguns até acreditam piamente que existe um país chamado Ucrânia. O que eu disse é que o nacionalismo em si, como uma política de confronto com a Rússia, é fomento da NATO. Quando eu disse que a Ucrânia nunca foi uma nação soberana, não é opinião, é fato. "Organizações" de nacionalistas ucranianos e grupos folclóricos ucranianos existem até em Rio Azul, no interior do Paraná. Não disseram para eles que o idioma ucraniano já não se fala mais na Ucrânia. Nós eslavos temos que pensar mais no conjunto de todos os povos eslavos. Não em miudezas, em fragmentação. Nossa vocação não é a de capacho do ocidente.
Marcelo Łukaczewski
Pelo que está exposto, a Rússia está simplesmente a preparar-se para associar a economia ucraniana à sua. As parcerias, consórcios, etc., são um meio de obter para a Ucrânia o que de melhor a Rússia tem, e vice-versa. Deste modo, com uma economia tão interdependente, nenhum político ucraniano poderá, no futuro, querer cortar os laços com a Rússia como o quis fazer este último presidente.
Os descontos, JM, não são "esmola", são isso sim um excelente meio de "fidelização" do cliente ("quanto maior o tempo do contrato, maior o desconto"). É um negócio, e a longo prazo, normalmente quem ganha é quem faz o desconto.
2 Marcelo
Não sejas tão colonialista, pois decerto deverias saber, que inúmeras nações africanas não são muito mais velhas que a Ucrânia. Mas terás a mesma “coragem” de dizer que, por exemplo, a Namíbia não existe? Duvido muito bastante.
Para tirar a sua dúvida sobre o uso de língua ucraniana na Ucrânia, poderias comprar o filme do brasileiro Guto Pasko “Made in Ucrânia”, vende-se em Curitiba em todo o lado, mesmo no parque João Paulo II (50 reais). Se não disponhas deste valor, aqui poderás ver um pequeno trecho (a partir de 1’49’’ fala a senhora que mora na Ucrânia):
http://www.youtube.com/watch?v=F1itb6IBbD8
Se a nossa vocação eslava “não é a de capacho do ocidente”, não é menos verdade que a nossa vocação muito menos é de sermos capachos de Kremlin.
p.s.
Nunca vi um judeu pró – nazi e é sempre curioso falar com um polaco estalinista…
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