Dezenas de manifestações realizadas pelas mais diversas forças políticas assinalaram, na Rússia, a “Festa da Primavera e do Trabalho”, como é denominado, agora, o “1º de Maio” no país.
O Partido “Rússia Unida”, dirigido pelo primeiro-ministro Vladimir Putin, e a Federação dos Sindicatos Independentes realizaram manifestações nas grandes cidades russas de apoio à política do Governo e do Presidente do país, Dmitri Medvedev.
Em Moscovo, os manifestantes transportavam cartazes com as palavras de ordem: “Medvedev! Putin! Rússia em frente!”, “Apoiamos a modernização!”.
Desta vez, as autoridades não impediram a realização de manifestações da oposição em Moscovo, mas ela decidiu manifestar-se separadamente. Cerca de seis mil comunistas saíram para as ruas da capital russa para protestar contra a política dos atuais dirigentes russos.
Depois de lançar fortes críticas a Putin e Medvedev, o líder dos comunistas, Guennadi Ziuganov, sublinhou: “o nosso partido propôs um programa real, que permitirá renovar o país, restabelecer a União, recriar uma verdadeira união da Rússia, Bielorrússia, Ucrânia e Cazaquestão, criar condições reais para o trabalho eficaz de todas as produções modernas”.
O dirigente comunista voltou a lançar fortes críticas à participação de “tropas da NATO na parada da Vitória”.
O Kremlin convidou soldados de países (estados Unidos, Inglaterra, França) que participaram na guerra contra a Alemanha nazi para participarem nas celebrações do próximo dia 9º de Maio, decisão contestada por comunistas e nacionalistas.
O partido liberal Iabloko reuniu mais de mil apoiantes no centro da capital russa.
“A Rússia necessita de mudanças, por enquanto ouvimos apenas palavras sobre a modernização, mas não vemos ações reais”, declarou Serguei Mitrokhin, líder desse partido da oposição sem representação parlamentar.
Mitrokhin manifestou-se contra “a falsificação das eleições”, “o parlamento obediente”, defendendo “um novo poder que não lute contra a oposição, mas contra a corrupção”.
O movimento “Solidariedade”, organização da oposição extra-parlamentar, juntou cerca de cinco centenas de manifestantes para exigir “Rússia sem Putin!” e “Eleições honestas!”.
A polícia deteve um dos dirigentes deste movimento por portar um quadro onde se via Putin a beijar Leonid Brejnev, antigo dirigente comunista soviético.
Esta última manifestação foi acompanhada por um forte dispositivo policial, sendo o número de agentes várias vezes superior ao número de manifestantes.
10 comentários:
"recriar uma verdadeira união da Rússia, Bielorrússia, Ucrânia e Cazaquestão,"
sabe detalhes desse projeto José Milhazes?
Caro Serguei, essa é uma ideia defendida pelos comunistas russos e penso que o Kremlin a tenta concretizar, mas, como sabe, as dificuldades são muitas, devido à divergências de interesses. Por exemplo, as divergências constantes entre a Rússia e a Bielorrússia.
JM, relativamente ao desfile da Parada da Vitória, sabe se, por acaso, os russos terão convidado tropas polacas a desfilar? Como sabe, o exército polaco foi um dos mais numerosos a participar na 2ª GM ao lado dos Aliados (penso que a 4ª ou 5ª força mais numerosa no Teatro Europeu), e lutou até ao fim, nomeadamente na Itália e Frente Leste.
A par do apaziguamente pretendido relativamente a Katyn, dos quais muitos ainda culpam os russos (apesar de ter sido um acto soviético), seria interessante enderessar um convite à nação polaca para desfilar em Moscovo. Os polacos são dos quem mais o merece.
"Esta última manifestação foi acompanhada por um forte dispositivo policial, sendo o número de agentes várias vezes superior ao número de manifestantes"
Não sei se alguem realmente os persegue, mas o número de apoiantes desta "solidariedade" fala por si. Tambem é preciso dizer que, segundo eu entendo, quando a polícia detem algum destes ativistas, ele é sempre libertado umas horas depois, parece que eles até gostam.
Quanto á ideia de recriar "uma verdadeira união etc." acho que o governo, o presidente estão dispostos a desenvolver a cooperação desde que isso corresponda a interesses economicos da Russia, claro que de maneira nenhuma se trata da reconstrução da URSS.
Não vi aqui a notícia sobre o último atentado em Kabardino-Balkária, uma explosão no hipódromo de Náltchik. No entanto, esse atentado mostra muito bem a verdadeira esséncia da guerrilha de hoje, pois quem sofreu foram as pessoas civis (todos ou quase todos caucasianos, se não me engano). Uns 30 feridos e um morto - um caucasiano de 104 anos de idade(!) que morreu no hospital, ainda por cima ele foi veterano da segunda guerra mundial. Parabens, os atos destes radicais que querem criar no Caucaso o seu "jamaat-imarat" islámico, são cada vez mais dignos.
Agente do FSB Ekaterina Gerasimova (Mumu):
http://www.telegraph.co.uk/news/
worldnews/europe/russia/7639592/
Amateur-model-known-as-Katya-revealed-
as-Russian-honeytrap-bait.html (inglês + foto)
http://chornogora.livejournal.com/626134.html (em russo + foto)
O chefe do PC “ucraniano”, Pyotr Simonenko(v) vende os seus livros via … iPhone (!)
http://itunes.apple.com/app/petr-simonenko/id326065307?mt=8#
A história da Robbialac estalinista na iReport CNN:
http://www.ireport.com/docs/
DOC-438453
“Monstração” do dia 1° de Maio (cidade Novosibirsk)
Visite o nosso blogue:
http://stoprobbialac.blogspot.com
fala mais sobre isso "recriar uma verdadeira união da Rússia, Bielorrússia, Ucrânia e Cazaquestão,"
E interresante.
Se os russos soubessem no que deu esse discurso da modernização, em Portugal, retiravam era esses cartazes...
Caro Pippo, na Parada vão participar tropas da Polónia, vestidas com fardas da época da 2º guerra mundial. Na tribuna até irá estar o antigo rei da Roménia, Mihai I.
"na Parada vão participar tropas da Polónia (...) Na tribuna até irá estar o antigo rei da Roménia, Mihai I."
Excelente! Espero que este (bom) clima se mantenha por muitos e longos anos.
Sobre a aproximação de algumas das ex-republicas sovieticas (Rússia, Belorússia, kazaquistão, talvez agora Ukrânia): trata-se, em primeiro lugar, das tentativas de estreitar laços economicos. Foi criado o espaço alfandegário único (não sei como traduzir melhor) entre os primeiros 3 países mencionados. Mas, como foi dito aqui, às vezes aparecem obstáculos, na maior parte das vezes do lado Belorusso, onde o presidente ora quer a aproximação, ora não quer muito, ora começa a se qeuixar de algumas coisas, ora exige algo da Rússia (alguns descontos etc). Não estou muito a par disso ultimamente.
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