quarta-feira, junho 09, 2010

Faleceu a bailarina que salvou a dança clássica na União Soviética


A lendária bailarina russa Marina Semionova faleceu hoje no seu apartamento de Moscovo com a idade de 102 anos, anunciou Anatoli Iksanov, diretor do Teatro Bolshoi.


“O bailado russo chora a morte de Marina Semionova, lendária bailarina cujo nome faz recordar as mais belas páginas da história do Bolshoi. Ela manteve-se fiel toda a vida a este teatro, ao qual deu todo o seu talento: inicialmente como primeira bailarina, depois como ensaiadora e professora de dança. A sua arte elevou o bailado russo ao mais alto nível mundial”, frisou ele.

Formada na Escola de Coreografia de Leninegrado (atualmente São Petersburgo), Marina Semionova estreou-se como bailarina no Teatro Marinski, onde dançou até 1930, depois ingressou no Bolshoi de Moscovo. Ela brilhou em interpretações caracterizadas pelo rigor do estilo académico e que exigem grande mestria.

Marina Semionova foi a primeira bailarina soviética a atuar no estrangeiro antes da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), tendo triunfado no bailado “Giselle” na Ópera de Paris em 1935.

Depois de abandonar os palcos, Semionova deu aulas de dança no Bolshoi até aos 97 anos, tendo preparado bailarinas mundialmente conhecidas como Maia Plissetskaia, Rimma Karelskaia, Ninna Timofeeva, Natália Bessmertnova.

Entre os seus alunos está também Nikolai Tziskaridzé, um dos grandes bailarinos atuais do Teatro Bolshoi.

“Quando, em 1925, os comissários (comunistas) decidiam se devia ou não existir bailado, Vaganova (famosa professora russa) convidou-os para um concerto com a sua querida aluna, Marina Semionova. A sua beleza e o seu talento conquistaram os comissários, por isso a questão do bailado foi resolvida de forma positiva, foi concedido dinheiro ao teatro e à escola de coriografia”, recorda Tziskaridzé.

“Por isso, pode dizer-se que o bailado russo é Marina Semionova”, concluiu.

3 comentários:

Sergei Korolev disse...

Vá com deus.

Sergei Korolev disse...

E imaginar que as vezes tantos devem a tão poucos

Anónimo disse...

que pena!