Treze empresas portuguesas que produzem produtos alimentares tentaram utilizar a Portugal Market Week, realizada em 01 e 02 de Junho na capital russa, para apresentar os seus artigos no mercado russo, mas, para algumas delas, esta apresentação constitui o regresso depois de um afastamento devido à crise financeira global.
A empresa Vieira de Castro – Produtos Alimentares já exportou bolachas para a Rússia até 2008, mas a crise financeira mundial fez com que os seus clientes russos tivessem falido e deixado de comprar os seus produtos.
“Trata-se de uma segunda fase exploratória, mas temos a vantagem de os clientes russos não se terem ainda esquecido da nossa marca”, declarou à Lusa Vitor Barbosa, gerente de exportações dessa empresa de Vila Nova de Famalicão, acrescentando: “a Rússia insere-se na nossa estratégia face aos BRIC’s a longo prazo. Estamos no Brasil e na China, iniciamos a presença na Índia e queremos voltar ao mercado russo”.
Desta vez, o leque de produtos portugueses apresentados foi bastante amplo, sendo o azeite um dos principais.
“É a primeira vez que viemos à Rússia. Estas coisas exigem tempo. Encontrámos contactos e teremos de voltar para tratar de questões mais concretas”, disse à Lusa Elsa Courela, representante do azeite Gallo, não escondendo que será preciso concorrer com produtos espanhóis, italianos e gregos.
A empresa Minhofumeiro, de Ponte de Lima, trouxe enchidos artesanais.
“Os nossos produtos são de alta qualidade e consideramos que terão lugar no mercado russo. Desde o presunto, passando pelas alheiras e os chouriços, trazemos produtos para um consumidor exigente”, declarou António Paulino, diretor-geral da empresa.
A julgar pela atividade dos provadores russos, os presuntos do Minho não ficam atrás dos espanhóis, muito populares na Rússia.
Outro produto bastante apreciado nas provas foram os queijos de cabra e ovelha da Lactovil de Trancoso.
A Fábrica de chocolates Imperial, de Vila do Conde, tenta entrar espaço num mercado muito complicado, onde é muito forte a presença de multinacionais, mas o seu representante, Daniel Maia, considera que essa empresa tem produtos para concorrer na relação qualidade-preço.
Após o 25 de Abril de 1974, as conservas de peixe portuguesas rapidamente conquistaram popularidade junto do consumidor soviético, mas, com o tempo, desapareceram das lojas. Agora, a Santa Catarina Conserveiras, dos Açores, tenta voltar a trazê-las para o mercado russo, sendo a prioridade dada ao atum.
“Os produtos são de boa qualidade, mas Portugal trabalha devagar, demorou muito tempo a chegar ao mercado russo”, declarou à Lusa Alexei, um importador russo presente na amostra.
1 comentário:
Qualquer coisa que tenha que ver com gastronomia é sempre boa notícia, para mais quando se trata de exportar os (bons) produtos portugueses.
Afortunados moscovitas!
Enviar um comentário