terça-feira, julho 27, 2010

Programa espacial russo necessita de salto qualitativo


O programa espacial russo encontra-se numa encruzilhada fulcral do seu desenvolvimento, sendo necessário um salto qualitativo neste campo, defendem os especialistas.

Anatoli Kroteev, Presidente da Academia da Cosmonáutica da Rússia, considera que a revolução na indústria espacial passa pelo fabrico de novos módulos equipados com motores nucleares.
“No ano passado, na Rússia foi dado um passo extremamente importante com a decisão do Presidente de ordenar o fabrico de um módulo espacial de transporte movido a energia nuclear”, declarou Kroteev, num encontro ontem realizado com os jornalistas.
No dia em que se comemorou o 10º aniversário da criação da Estação Espacial Internacional (EEI), Kroteev considera que essas novas tecnologias serão “de dez a quinze vezes mais eficazes do que as atuais”.
Segundo ele, o objetivo é “fazer do Espaço uma base potencial para realizar uma revolução em várias áreas científicas”.
“A imponderabilidade e o vácuo especial permitirão criar novos materiais”, sublinhou o académico, acrescentando que “estamos na véspera de uma revolução no campo da ciência espacial”.
Alguns especialistas consideram que, no projeto da EEI, a Rússia tem-se limitado a garantir o transporte de cargas e astronautas, enquanto que Estados Unidos, Agência Espacial Europeia e outros países tenham dado prioridade à investigação científica.
Alexei Leonov, um dos primeiros cosmonautas soviéticos, defende que o planeta Marte deve ser o objetivo de novos programas espaciais, sublinhando, porém, que o regresso à Lua é fundamental para o êxito dessa iniativa.
“Na Lua há reservas de algumas matérias-primas que será vantajoso transportar para a Terra do que utilizar o petróleo, que se esgotará em breve”, declarou Leonov, numa entrevista ao diário eletrónico lenta.ru.
“No que respeita a Marte, a questão colocar-se-á mais tarde ou mais cedo perante a Humanidade, que precisará de um planeta-reserva. Mas para voar para Marte será necessário juntar os esforços de todos os países, para lá não voará um russo, nem um americano, mas uma equipa, formada por representantes de pelo menos seis países”, frisou.

15 comentários:

HAVOC disse...

"Programa Espacial Russo necessita de Salto Qualitativo"

Salto??? E o que dizer do programa espacial europeu? É um verdadeiro fracasso!!!

Não conseguem nem colocar em órbita um satélite, quem dera levar alguem para Marte...

O Programa Espacial Russo é talvez superior ao americano. Pois se não me engano, irão aposentar aqueles onibus espaciais e dependerão totalmente de Baikonur!

A Rússia tem mais conquistas espaciais do que qualquer país neste mundo!!!

HAVOC disse...

Toda a tecnologia empregada pelos russos no programa espacial foram conquistadas por décadas e décadas de pesquisa e desenvolvimento, empreendidas pelos heróicos e anônimos cientistas russos, que com todas as dificuldades impostas, conseguiram se igualar com os americanos em todos os aspectos que se possam analizar!!!

O que rege um país á se tornar uma grande potencia é a sua mão de obra especializada, financiada pelas instituições públicas, e que irá determinar o futuro de uma nação como lider tecnológica. O trabalho é árduo, difícil, mas os resultados vêm á longo prazo.

Devido ao seu sucedido programa espacial, hoje os russos desfrutam do mais alto prestígio perante a comunidade internacional, e direciona o país á liderança na produção de sistemas militares e civís. E é dessa fonte que vem a tecnologia empregada nos SU-35BM, nos PAK-FA, nos mísseis ar-ar da Vympel, e nos ICBM's que aterrorizam os estrategistas do Capitólio!!!

Meu país recentemente abriu uma grande concorrencia para a aquisição de novos aviões de combate para defender os céus. E o requisito mais importante nesta concorrencia é a Transferencia de Tecnologia. O Brasil quer saber como se faz um motor á jato, como se constroe um radar AESA, sensores de detecção de lançamento de mísseis, etc...

O meu país não possui a capacidade atualmente de produzir um caça de geração 4.5 sem a ajuda externa. E isto se deve a negligencia e ao descaso de uma política de curto prazo, de aquisição "tapa-buracos" que nada trouxe ao nosso país, apenas a defasagem e a dependencia externa.

Mas o que ocorre, é que nem Estados Unidos ( F/A-18), França ( RAFALE), ou Suécia ( JAS-39) estão dispostos á ensinar um país latino-americano á construir um avião de combate, porque isto se conquista unica e exclusivamente sozinho!

E este, meus amigos, é o principal motivo que me faz possuir uma admiração psyco pela Rússia, é isso que me fascina totalmente na Rússia. A capacidade de projetar, desenvolver, fabricar e incorporar sistemas espaciais, militares, civís produtos no Estado de Arte com 100% de soberania e que rivalizam ou até se sobrepõe aos sistemas americanos.

O que determina o sucesso de um país é a capacidade de projetar e incorporar um motor á jato do tipo Saturn Lyulka AL-31, um radar do tipo Phazotron N001 Zhuk de Pulso-Doppler com capacidade Track-While-Scan e capacidade Look Down/Shoot Down.

Toda esta capacidade tecnológica se origina unica e exclusivamente do Programa Espacial Russo!!!

E mesmo após o fim da URSS, esta tecnologia não desapareceu, está se aperfeiçoando, e os resultados estão aí. A Rùssia se apresenta um país promissor no cenário mundial, com grandes recursos naturais, e um parque tecnológico-espacial de primeiro mundo!!!

Quando eu comparo a Rússia com o meu país, me dá vontade de chorar!!!

PortugueseMan disse...

...Alguns especialistas consideram que, no projeto da EEI, a Rússia tem-se limitado a garantir o transporte de cargas e astronautas, enquanto que Estados Unidos, Agência Espacial Europeia e outros países tenham dado prioridade à investigação científica...

Isso é diminuir e muito a importância da Rússia na EEI. A estação não estaria lá sem a participação deles. Se a parte russa da estação fosse separada, o resto da estação não tinha como lá ficar, não é autónoma.

A Rússia é de longe o país com mais experiência em estações orbitais.

Dizer que os outros é que fazem investigação científica é muito vago. Seria necessário pormenorizar.

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caro PM, seja bem vindo. Claro que a EEI seria em possível sem a participação da Rússia, isso é indiscutível. O problema é que a falta de meios financeiros levou a que a Agência Espacial Russa se tenha centrado mais em ganhar dinheiro no transporte de astronautas e aparelhagem de outros países para o Espaço.
Isso não é prova de atraso, mas de que a Rússia não está a utilizar completamente as suas possibilidades. Daí aparecerem novas propostas para fazer avançar.

PortugueseMan disse...

Caro JM,

Realmente já há algum tempo que não andava por aqui e pelo o que conta, parece que tem andado a apanhar um bocado de calor...

Estamos de acordo a falta de meios financeiros afectou a Agência Espacial Russa e todos os projectos associados. Mas isso é a história para todos os projectos na Rússia seja de que sector fôr.

Temos que ter em mente que a parte parte acordada para a Rússia na estação espacial, implicava o assegurar do funcionamento da mesma incluindo a responsabilidade de levar astronautas, trazê-los, assegurar naves de socorro constantemente acopladas na estação e o envio de carga, até as alternativas estarem prontas, coisa que nunca chegaram a estar pois os EUA cancelaram um dos projectos e agora os shutles vão parar.

A Rússia para fazer isto teve que fazer um enorme esforço a todos os níveis. De seis em seis meses têm que ter duas naves prontas que agora parece-me que já são quatro, pois estão a assegurar o aumento do numero de pessoas na estação de 3 para 6.

Hoje a estação está mais dependente do que nunca da Rússia (sem shuttles os EUA pouco ou nada podem fazer) e esta está realmente a gastar muitos recursos "apenas" para a manter funcional.

Mas mesmo assim, a Rússia está a construir um novo cosmodromo, novos modelos de foguetões, e mais módulos russos foram colocados na EEI.

E além disso este esforço todo tem uma enorme compensação: Experiência.

A Rússia está adquirir uma experiência enorme em ter um sistema bem oleado para manter uma estação orbital activa. É o único país no planeta com essa experiência. Eles estão há mais de 10 anos, constantemente a enviar carga e tripulações sem nunca terem falhado, as naves vão a horas, a estação nunca esteve em risco por falta de um abastecimento crítico, os astronautas sempre tiveram uma nave pronta para voltar em caso de emergência.

Os shutles têm um tempo de preparação de meses, e raramente conseguiam levantar no periodo estabelecido, não se podia contar com estas naves para os abastecimentos críticos. Os Shutles são bons para aquilo que fazem, mas não servem para manterem uma estação orbital a funcionar e os EUA não têm outro tipo de nave.

A Rússia está bem encaminhada, para avançar para futuras estações orbitais mais complexas e para uma base na lua que na minha opinião será o próximo passo, ainda antes de Marte.

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caro PM, eu estou de acordo consigo, mas o problema é que a Rússia não se reduza apenas a meio de transporte especial, como receiam alguns dirigentes e cientistas, mas tenha em vista a investigação científica noutros sectores, nomeadamente no da criação de novos materiais.

PortugueseMan disse...

Caro JM,

Estava a aguardar se o meu post tinha chegado a si, dado que me tinha dado um erro de que o post era grande demais quando o submeti. Estava um pouco aborrecido, pois fiquei a escrever um bocado (como de costume...) e tinha perdido tudo.

Agora já posso então continuar e dizer que concordo consigo, sim existirá sempre essa preocupação de que a atenção não será canalizada para todos os projectos.

E é verdade. Acaba sempre por ser assim na vida, opções fazem-se tendo em vista as prioridades e o orçamento disponível e é importante chamar a atenção que se pode estar a descurar àreas importantes.

Nesta altura, em que eu considero que a Rússia está a tentar recomeçar tantos sectores em simultâneo, acredito plenamente que isto esteja a acontecer em muitas àreas.

Cumprimentos,
PortugueseMan

Nuno B. disse...

Caro José Milhazes,

parece que alguns media (russos?) insinuam que a nova ministra da economia da Georgia era stripper em Vancouver.

Será verdade ou não passa de mais um boato?

Cumprimentos.

Jorge Almeida disse...

Para os leitores não portugueses deste blogue ouvirem a voz do Doutor Milhazes, aqui vai o link do último trabalho que enviou para a rádio Antena 1 (ontem):

http://tv1.rtp.pt/noticias/?headline=46&visual=9&tm=3&t=Zenit-continua-em-conversacoes-para-aquisicao-de-Bruno-Alves.rtp&article=363589

Acho que dá para perceber aos leitores não portugueses do blogue porque é que o seu administrador é um dos correspondentes da comunicação social portuguesa no exterior mais conhecidos pelos portugueses. Com esta voz inconfundível, e com as barbas que dá para ver na foto que está no cabeçalho deste blogue, o Doutor Milhazes não passa despercebido a ninguém em Portugal.

Doutor Milhazes, um aparte: Bruno Alves é defesa, não é médio. Homem, como é possível este engano acerca dum seu conterrâneo?

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caro Jorge Almeida, eu não sou muito forte em futebol. Por isso peço desculpa pelo lapso.

Jest nas Wielu disse...

Viva Che Guevara!
Os anarquistas e anti-fascistas russos queimam e apedrejam o edifício da Administração Estatal de Khimki (grande Moscovo):
http://www.youtube.com/watch?v
=TqQFtJMBPbc

MSantos disse...

Para além do que já foi dito, existiram dois projectos de módulos de investigação russos para a ISS que foram cancelados devido a falta de financiamento.

Uma pequena parte do módulo POISK acopolado á ISS está resevado a expriências científicas

Está previsto para 2011 o lançamento do módulo NAUKA que será um verdadeiro complexo laboratorial superior ao norte-americano DESTINY.

O NAUKA será praticamente do tamanho de uma antiga estação SALYUT, incorporará também um posto adicional de acopolagem e será lançado pelo peso pesado PROTON.

Além disto, os russos estão a trabalhar na importantíssima sonda PHOBOS-GRUNT que retornará à terra amostras da lua marciana PHOBUS.

Está também em desenvolvimento a nave que substituirá a veterana SOYUS que por agora se designa por Prospective Piloted Transport System ou PPTS além da nova geração de foguetões RUS-M e ANGARA.

Cumpts
Manuel Santos

PortugueseMan disse...

Caro MSantos,

Você agora obrigou-me a ir ver que módulo é esse que fala o "NAUKA".

E fiquei a saber que é o MLM (Multipurpose Laboratory Module), erro meu por fixar principalmente as designações em inglês.

Pensei que aquele post que eu tinha colocado no ano passado tinha ficado incompleto. Recorda-se?

http://portugueseman.blogspot.com/2009/11/russia-envia-novo-modulo-para-estacao.html

Cumprimentos,
PortugueseMan

MSantos disse...

Caro PM

O módulo que menciona no seu artigo é o POISK que é muto mais pequeno, a principal função é de nodo de acopolagem e o pouco espaço que resta é para racks de laboratório.

Cumpts
Manuel Santos

PortugueseMan disse...

Caro MSantos,

Referia-me ao diagrama que coloquei lá, pensava que estava incompleto, pela falta do NAUKA, mas como NAUKA=MLM, está correcto.

O artigo foca o Poisk, mas também indica que o MLM está para ser colocado em 2011.

Cumprimentos,
PortugueseMan