Texto traduzido e enviado pelo leitor António Campos:
"O jornalista Michael Bohm, editor da coluna de opinião do Moscow Times, acaba de publicar uma peça extremamente interessante sobre a corrupção no sistema educacional russo, o seu impacto no processo de modernização do país e, sobretudo, sobre a vontade das autoridades para resolver o problema. Aqui vai:
Falsos Diplomas = Falsa Modernização
Há três semanas, a cadeia de televisão NTV relatou que mais de 70 engenheiros a exercer actividade numa fábrica de aeronaves em Komsomolsk-no-Amur, na região de Khabarovsk, tinham obtido falsas licenciaturas em engenharia de uma universidade técnica local. Esta fábrica militar de alta segurança, pertencente ao grupo Sukhoi, detido pelo estado, realiza a montagem dos caças Su-27, Su-30 e Su-35, bem como do aguardado avião comercial Superjet 100. É claro que o comércio de diplomas falsos não é novidade nenhuma. No entanto, o número de funcionários envolvidos neste caso é desconcertante.
Os gestores da Sukhoi mostraram uma atitude desinteressada em relação ao escândalo e recusaram-se a despedir os funcionários, referindo-se a uma regra da empresa que indica que os mesmos só podem ser despedidos caso tenham cometido "crimes graves" (de acordo com o Código Criminal, a compra de um diploma falso está sujeita a uma sentença máxima de 80.000 rublos e dois anos de "trabalhos correccionais"). A mesma equipa de gestão explicou também que os diplomas constituíam uma mera formalidade, uma vez que os engenheiros eram funcionários da empresa há vários anos, tendo garantido que nenhum dos visados estava envolvido na produção de aeronaves.
Este é um caso clássico de negação da realidade. A Shukhoi fingiu ter "aumentado as qualificações dos trabalhadores", transformando instantaneamente dezenas de empregados com curso secundário em engenheiros com graus universitários. Até terem sido apanhados, todos parecem ter ganho com o esquema. A fábrica reportou à sede da Sukhoi em Moscovo que cumpriu o plano relativamente ao número de engenheiros universitários no seu pessoal, os trabalhadores receberam um pequeno bónus pelo seu novo nível de competências e todos fingiram que estavam a fabricar aviões melhores.
O escândalo dos diplomas falsos na fábrica da Sukhoi foi também único na medida em que foi dado início a uma investigação. Estes esquemas quase sempre passam despercebidos (com a excepção de casos deliberadamente mediáticos, tal como quando as autoridades quiseram desacreditar o então presidente da câmara de Archangelsk, Alexander Donskoi em 2006, revelando que este tinha comprado o seu diploma). Existem também muitos casos ridículos que obtêm notoriedade pública; por exemplo, em Outubro, quando um grupo de falsificadores tentou vender diplomas de Harvard a russos por 40.000 dólares cada, ou quando foi tornado público que Marina Petrova, vencedora do prémio de "Melhor Professora na Rússia - 2007", tinha comprado um diploma universitário falso.
De acordo com uma peça do Izvestia de 20 de Julho, os diplomas falsos mais populares são em direito, seguindo-se-lhes os de medicina.
Embora o problema seja enorme, as entidades empregadoras raramente verificam a validade dos diplomas dos seus candidatos. O FSB, o Ministério do Interior e outras organizações governamentais na área da segurança e da defesa, têm o dever de verificar todos os diplomas, sendo porém negligentes na matéria, tal como o escândalo da Sukhoi demonstra. Sensivelmente um em três polícias tem um diploma falso, diz Alexander Yudin, antigo director de pessoal do Ministério do interior, nessa mesma peça do Izvestia.
No sector privado, a maioria das empresas russas não se dá ao trabalho de verificar os diplomas dos candidatos, e as poucas que o fazem dão com o nariz na porta das universidades, que alegam que a informação é "confidencial" (é interessante notar que são aplicadas regras totalmente diferentes aos estrangeiros candidatos a autorizações de trabalho russas. Estes devem apresentar às autoridades apostilhas provando a validade dos seus diplomas estrangeiros).
Durante anos, o governo prometeu criar uma base de dados centralizada para que as entidades empregadoras possam verificar os diplomas apenas com um clique do rato. Contudo, tem vindo a haver falta de vontade política para iniciar o projecto. No entanto, mesmo que essa base de dados fosse criada, seria inútil contra os que pagam para que os seus diplomas falsos sejam registados oficialmente numa universidade, com a aprovação do reitor.
Os estudantes que se esforçam honestamente levam por tabela. Independentemente dos seus esforços, os seus diplomas serão inevitavelmente desvalorizados pela corrupção generalizada no sistema de educação superior do país. No meio desta desvalorização a nível nacional, demasiadas pessoas passam a encarar um grau académico como uma mera formalidade, tal como o caso Sukhoi demonstra.
Para os que se arrepiam um pouco face à pura e simples compra de um canudo, existe uma forma mais "respeitável" de conseguir essencialmente a mesma coisa: pagar a alguém para escrever a tese de doutoramento ou de candidato (que é um grau entre um mestrado e um doutoramento).
O número de pós-graduações disparou desde o colapso da União Soviética. Mikhail Kirpichnikov, director do Comité de Certificação Superior, órgão governamental que regula a concessão de pós-graduações, relatou ao News.ru em 2006 que cerca de 30% dos seus detentores compraram as teses. Em 2008, Oleg Kutafin, antigo reitor da Academia Estatal de Direito de Moscovo, colocou a fasquia nos 50%.
Os graus académicos avançados obtidos através de teses compradas são especialmente populares entre os gestores de topo e o exército inchado da burocracia intermédia e superior. São também populares entre os presidentes da câmara, governadores e seus auxiliares, bem como entre os deputados da Duma, para quem um novo grau académico é um símbolo de status respeitável que combina bem com a dacha, o Mercedes, o chauffeur e a luzinha azul na capota do carro.
Para este segmento, aparência barata conta tanto como substância. No início da década de 90, a elite considerava prestigioso comprar certificados falsos demonstrando ascendência nobre. Agora tornou-se fino poder escrever nos cartões de visita "Candidato em Ciências" ou "Doutor em Ciências".
De acordo com a edição russa da Newsweek, cerca de metade dos deputados da Duma possui pós-graduações. Os restantes são activamente perseguidos por produtores de teses com espírito empreendedor, que tentam vender os seus serviços por 25.000 dólares o canudo.
Entre os deputados com pós-graduações, temos o líder do partido liberal democrático, Vladimir Zhirinovsky. Em 1998, aos 52 anos, recebeu o seu grau de doutor em filosofia pela Universidade de Moscovo, com a tese "O Passado, o Presente e o Futuro da nação Russa", curiosamente enquanto servia como deputado, e passando totalmente por cima do grau de candidato. O líder do partido comunista, Gennady Zyuganov, obteve o seu grau de doutor em filosofia em 1995, com 51 anos, ao mesmo tempo que exercia as funções de deputado. De entre os ministros do governo, poderá constituir uma surpresa saber que Sergei Shoigu tem um grau de candidato em economia, atribuído em 1996, aos 41 anos, obtido enquanto exercia as funções de ministro para as situações de emergência.
Têm surgido questões sobre o grau de candidato em ciências de Vladimir Putin, atribuído em Junho de 1997 pelo Instituto das Minas de São Petersburgo, enquanto o mesmo exercia em Moscovo as funções de adjunto do chefe da administração presidencial durante o mandato de Yeltsin. Em 2006, Clifford Gaddy, membro sénior da Brookings Institution, comparou a tese de Putin com um estudo de gestão publicado por dois professores da Universidade de Pittsburgh, tendo chegado à conclusão de que 16 páginas do trabalho daquele, incluindo tabelas, eram exactamente idênticas às desse mesmo estudo, apenas com uma ou outra pequena modificação. Putin nunca comentou as descobertas de Gaddy.
Infelizmente, o Kremlin não se parece preocupar muito com a forma com o plágio académico tem vindo a corroer o sistema educacional. Durante a reunião de quarta-feira do conselho de estado, o presidente Medvedev e o ministro da educação Andrei Fursenko produziram relatórios detalhados sobre os problemas mais graves que afectam o sistema, e como os mesmos bloqueiam a modernização do país. Curiosamente, nem uma palavra foi pronunciada sobre diplomas falsos ou plágio académico.
É óbvio que não existem soluções fáceis. A fraude académica, da mesma forma que a corrupção em geral, é um problema sistémico na Rússia. No entanto um bom ponto de partida seria forçar as universidades mais prestigiadas a adoptarem um código de honra que todos os estudantes (e também os docentes) deverão cumprir, sob o risco de expulsão.
Ao final do dia, a verdadeira questão é saber como a Rússia vai resolver os seus problemas mais prementes, com tantos falsos gestores, engenheiros, economistas, médicos, advogados, burocratas e políticos.
54 comentários:
Parabéns, António, belo artigo sobre um problema que, de facto, não tem tido a devida atenção.
Com tanto material factual (que qualquer pessoa que vive na Rússia pode comprovar que é mesmo assim), faltou apenas indicar um aspecto: os estudantes do ensino superior que pagam sistematicamente aos professores determinadas quantias, quer no ensino público, quer privado, para terem boas notas e para passarem nos exames.
Muitos professores universitários, formados ainda no período soviético, que não querem pactuar com o sistema de corrupção e que têm ordenados irrisórios preferem abandonar a carreira e dedicar-se a outras coisas, contribuindo para a quebra na transmissão de conhecimentos entre as gerações.
Desta forma, não ser de facto fácil modernizar o país.
É impressionante. nunca imaginei que esse tipo de crime pudesse sequer existir.
Corruptos existem em td lugar, porém... comprar notas?
Essa é nova pra mim.
É uma pena ver a Sukhoi envolvida numa situação destas.
A Sukhoi que luta para entrar no mercado civil aeronáutico e além dos ataques que sofre externamente também sofre ataques vindos dentro do próprio país.
...e todos fingiram que estavam a fabricar aviões melhores...
É uma pena que o autor do artigo além de fazer as críticas à Sukhoi, não tenha verificado que de facto a Sukhoi está cada vez melhor e que tem estado a passar nos últimos anos por várias modernizações.
A Sukhoi é a marca russa mais prestigiada (e de sucesso) neste meio, a Sukhoi está a tentar entrar no mercado civil usando para isso a sua reputação no mercado militar que a cada ano que passa está cada vez melhor.
É através da Sukhoi que depende toda a estratégia da Rússia para levantar todo o seu complexo aeronáutico civil e por causa de 70 trabalhadores, uma companhia com 30000 colaboradores vê-se arrastado para a única coisa que interessa ao jornalista, o escândalo, afinal é com estas coisas que os jornais vendem, não é a dar as notícias positivas que vão acontecendo.
E isto tudo numa altura em que o Sukhoi superjet anda a passar por uma fase importante de certificação, nada melhor que ir já começando a dizer quem anda a construir este avião, uns curiosos com uma chave de parafusos na mão.
Para todas as pessoas que andam de avião, ao ler um artigo destes, vão continuar a pensar negativamente sobre aviões russos, porque não se apercebem que a Sukhoi é um pouco mais que 70 trabalhadores e à gente lá que sabe bem o que anda a fazer.
O autor nem foi capaz de mencionar que o Sukhoi Superjet está a ter um volume de vendas muito bom e que no dia anterior (2 de Setembro), a Sukhoi vendeu mais 10 aviões à companhia americana, Willis Lease Finance Corporation.
Até estou admirado não ter visto indicações de que os empregados da Sukhoi além de terem apenas a 4ª classe, passavam a vida agarrados a uma garrafa de vodka e é assim que se inspiram para fazer aviãos "cada vez melhores".
Felizmente que o mundo também tem pessoas que pensam positivo e conseguem ver mais além.
Nao sei onde vivem os autores do artigo mas era bom que fosse só na uniao soviética.
Este é um problema que existe nas melhores universidades do mundo em que é sabido que ha estudantes que compram o diploma.
Enquanto isso, num país da Europa Ocidental (i.e. civilizada) da Zona Euro, o 1.o Ministro tem uma licenciatura tirada por fax num Domingo...
... pelos visto estamos muito modernos!
Os brigadistas de serviço gostam muito de empregar estas tácticas de deflexão para tentarem desviar a atenção das audiências do problema principal em debate. Felizmente, toda a gente com dois dedos de testa entende que a peça NÃO é sobre a Sukhoi, mas sim sobre um problema grave e generalizado que tem contribuído para arruinar a reputação do sistema académico russo, e que constitui um sério entrave a quaisquer esforços de modernização que o governo não parece estar minimamente interessado em resolver. Aliás, tal não é grande surpresa, se atendermos aos indícios de que o próprio Vladimir Putin plagiou a sua tese. A Sukhoi aqui é apenas a ponta de um icebergue colossal.
Aliás, também é interessante verificar como as ratazanas à porta do Kremlin descrevem um caso em que as autoridades judiciais desmascararam uma fraude académica numa importante empresa estatal como um "ataque" a essa mesma empresa. Pela mesma lógica, revelar que uma grande parte dos "médicos" e "advogados" do país não têm qualquer qualificação que lhes permita exercer a sua actividade, com as óbvias consequências nefastas para a sociedade, será certamente considerado com um "ataque" ao sistema judicial e ao sistema de saúde da Rússia, com o objectivo pernicioso e injusto de os desacreditar.
Morte aos sabotadores!
António Campos
Pois é, António, muito provavelmente é isso que vão pensar de nós, que estamos a denegrir a imagem do país.
Ninguém se lembra que a função da imprensa é precisamente denunciar o que está mal para que possa ser corrigido.
Ninguém consegue andar se não tiver "feed-back" sobre a posição do corpo.
Cara Cristina,
...Ninguém se lembra que a função da imprensa é precisamente denunciar o que está mal para que possa ser corrigido...
Só me falta dizer que a imprensa é completamente honesta e que não tem também os seus próprios interesses.
Como tudo na vida, existem as linhas de conduta, mas isso não quer dizer que toda a gente ande por essas mesmas linhas.
Há bons e maus jornalistas, há bons e maus artigos e há muitos interesses ocultos.
Diga-me, o facto de 70 empregados (onde não se sabe o que eles fazem na Sukhoi) terem comprado um canudo, como é que se chega a uma conclusão destas? "...e todos fingiram que estavam a fabricar aviões melhores..."
Diga-me como é possível chegar a uma conclusão destas, como é que o jornalista faz um artigo à custa da Sukhoi. Você acha que na Sukhoi são uma cambada de aldrabões e que andam a fazer caixões em vez de aviões?
E não é curioso este artigo estar a ser feito numa altura crítica para a Sukhoi? E você já pensou no impacto que este artigo que se espalhou pelo o mundo, vai ter para as vendas da Sukhoi?
Há por aí muito construtor de avião que agradece todas as rasteiras que possam fazer, para evitar a chegada de um novo concorrente.
E há quem goste de participar (inocentemente ou não...).
Os brigadistas de serviço gostam muito de empregar estas tácticas de deflexão para tentarem desviar a atenção das audiências do problema principal em debate.
Bom, lá vai o tempo em que o que eu dizia só o fazia rebolar e rir às gargalhadas...
Mas o que esperar de um indivíduo que até acha que a China tem um comportamento positivo relativamente à iniciativa privada...
Eu nem queria acreditar no que estava ler, o que será que certas pessoas gostariam de ver aplicadas na Rússia, quando a China é um exemplo a seguir?
De facto qualquer pessoa com dois dedos de testa, percebe o que você anda a fazer...
Cristina, o kremlin não tem interesse em atacar este problema, uma vez que tal levaria provavelmente à constatação de que metade ou mais dos técnicos a todos os níveis (e em todo o país) não está qualificada para exercer as suas profissões, e que o sistema educacional russo está totalmente desacreditado. Assim, é melhor fingir que o problema não existe. As consequências desta calamidade, para não falar no respeito por quem realmente se esforça, não fazem certamente parte da equação.
Ao final do dia, esta questão diz volumes sobre a seriedade com que as autoridades estão a encarar o tema da "modernização". Mais uma evidência de que a mesma não passa de conversa de chacha.
António Campos
Cara Cristina,
Artigos destes eu até compreendo que apareçam no estrangeiro, tal como este escrito sobre um outro projecto importante e que apareceu na CNN:
Atenção que é um artigo de 2009.
What on earth is happening with "Russia's GPS"?
...Russian "birds" fall flat
Currently, however, there are only 19 in orbit and just 15 of them are operational. (Three broke down just around the time of the war in Ossetia, in 2008, and, last week, the Russian space agency announced it was taking yet another satellite out of commission for technical reasons.) And because 18 operational satellites are needed for 100% coverage of Russian territory, the current Glonass configuration falls just short of that milestone, too, providing spotty coverage even at home. Coverage around the world is still more fractured and unreliable.
This, of course, makes it hard for Glonass to compete with the GPS system, which is fully operational and has nearly spotless coverage almost everywhere in the world.
...Meanwhile, the GPS system, developed for American military use, was made available to the public free of charge in 1993, without any major setbacks...
...Europe later froze the development of its system, Galileo, because it didn't seem profitable, but China and Russia, two countries capable of pouring vast sums of money into giant state ventures, plowed ahead...
...In addition to those dud satellites whirling around space, the three satellites scheduled to be launched in September were found to have an unspecified "malfunction." ... It is now December, and not one of the six satellites scheduled to be launched before the new year will make it up there on time...
...And so Glonass hobbles on with 15 satellites, a full nine satellites short of the number needed for 100% worldwide coverage...
...In a country full of the most elaborately conspicuous cell phones, there are no mobile devices with Glonass readers...
http://tech.fortune.cnn.com/2009/12/01/what-on-earth-is-happening-with-russias-gps/
Este artigo é impressionante. Qual das funções da imprensa está a ser utilizada neste artigo?
O artigo critica o sistema GLONASS e não explica, que o sistema está a ser reactivado e a ser modernizado, se calhar também por pessoal com canudos comprados...
Não é possível ter o sistema pronto em 2009, porque ainda não está completo.
O artigo chega a dizer que o projecto GALILEO (Europeu) parou, o que é falso, apenas para reforçar a ideia de que se a Europa desiste, porque é que a Rússia e a China insistem em criar um quando os EUA têm um a funcionar.
Até diz que não há receptores GLONASS, mas porque é tem que haver JÁ receptores se o sistema ainda não está completamente operacional?
O artigo pretendo apenas dizer uma coisa, este é um projecto de um menino mimado chamado Putin. Não deveria andar a gastar dinheiro em coisas destas e o GPS americano chega perfeitamente.
É claro que ninguém gosta de concorrência, mas o artigo nem é capaz de ver o evidente, estamos uma vez mais a falar de um mercado enorme, dominado por muito poucos, que requer muita mão de obra qualificada e com um potencial enorme.
Mas quem lê isto a mensagem que fica é:
O GLONASS é uma aventura dos seus governantes, que só tem avarias e não consegue atingir os seus objectivos, ou seja a cobertura global do planeta.
É para isto que a imprensa existe? é para isto que são precisos jornalistas? Se a jornalista fosse aos dados concretos e se tivesse que mostrar um gráfico da evolução do GLONASS até 2009, só poderia mostrar uma coisa: EVOLUÇÃO.
Quem se quer candidatar a atirar areia à cara das pessoas com desinformação na forma de teorias conspiratórias palermas para a desviar a atenção de problemas importantes, é preciso pelo menos ter um farrapo de inteligência, para não cair no ridículo. E mais ridículo do que isto não poderia ser, tendo em conta que a fonte da notícia foi o próprio ministério público, que foi citado pela NTV, a cadeia de televisão controlada pela Gazprom. Somos então forçados a concluir que a Gazprom (e por inferência, o estado) tem um "interesse oculto" em desacreditar a Sukhoi num momento tão importante da sua existência, utilizando calúnias baseadas em factos sem qualquer importância.
E que tal agora passar à discussão do verdadeiro fulcro do artigo, resumido no seu último parágrafo: "Ao final do dia, a verdadeira questão é saber como a Rússia vai resolver os seus problemas mais prementes, com tantos falsos gestores, engenheiros, economistas, médicos, advogados, burocratas e políticos"?
Nah, provavelmente isso não interessa muito…
António Campos
PortugueseMan
Então acha você que o artigo é uma rasteira pregada à Sukhoi, uma peça de kompromat encomendada pelos concorrentes? Pois veja lá que o problema, que é nacional e não dessa empresa em particular, foi levantado pela NTV que, como sabe, já não pertence a Vladimir Gussinsky mas sim à Gazprom Media.
O José da Crimeia perguntou legitimamente se esse crime também tem seguidores em Portugal, mas o distinto autor ignorou a minha pergunta.
Ainda dizem que no tempo da gloriosa URSS havia censura!
Falso patriotismo russo a-la “people tacha”:
http://www.youtube.com/watch?v=nRBISxvRxcg
Caro PM
Eu não perderia muito tempo a tentar rebater convicções de pessoas que já demonstraram inúmeras vezes ao que é que andam.
Sobre o caso do exemplo chinês eu nem quis dizer nada.
Alguém que se preocupa tanto com as vítimas e os malefícios dos comunistas mas logo a seguir aplaude os mesmos comunistas, partidários de Mao, quando estes não abdicando dos princípios adoptam "atitudes pragmáticas que sejam boas para o negócio", é de bradar aos céus.
Talvez o grande erro de Estaline tenha sido tão somente não ter aberto a URSS aos mercados financeiros e aí já seria irrelevante se deportava, aniquilava ou matava e claro "Com ou sem trabalho escravo". Isso é de somenos importância.
Sugiro ao leitor Francisco que concilie a doutrina de Lenin com as teorias dos mercados financeiros para se tornar num correlegionário do António.
É como tal e qual como a outra que recebeu o "Freedom Endowments Award" das mãos da Dª Condolezza para depois dizer que os "liberais" não ganham porque deixam os pobrezinhos votar. Que horror!
Efectivamente a Rússia tem gravíssimos problemas mas infelizmente os "cães assanhados" à volta até conseguem tornar a autocracia corrupta e retrógada de Putin como a melhor das hipóteses, tal é esta dita oposição "liberal"
E a grande tragédia da Rússia é efectivamente não ter uma oposição capaz, madura e efectivamente interessada nos verdadeiros interesses russos. Caso existisse estou plenamente convencido que seria o próprio povo russo a dar o pontapé no traseiro do Vladimir Vladimirovitch. Com ou sem eleições!
Ainda por cima apontam casos que só podem acontecer na Rússia quando é sobejamente sabido que isto infelizmente acontece no mundo inteiro. Recordo-me vagamente de um escândalo ou em Princeton ou Harvard em que alunos compravam trabalhos e teses para obterem diplomas.
Nem vou falar do caso português.
Por último, acho positivo que estas notícias venham a público e isso é necessário. O problema muitas vezes são as más intenções por detrás. E se elas vêm de um órgão publico talvez afinal ainda haja liberdade de expressão na Rússia.
Venham eles!
Cumpts
Manuel Santos
Cara Cristina,
Reparo que você não respondeu à minha questão. No entanto, peço-lhe outra coisa:
...Ninguém se lembra que a função da imprensa é precisamente denunciar o que está mal para que possa ser corrigido...
Então, será que me pode dar mais pormenores sobre este caso? Dado que o artigo só menciona a Sukhoi?
A Sukhoi estava envolvida na falsificação?
A Sukhoi estava a contratar empregados com diplomas falsos?
Qual a Universidade que está a associado aos diplomas falsos? O nome da Sukhoi é relevante mas a Universidade não?
Eram pessoas que já trabalhavam na Sukhoi? Se sim, qual o objectivo de apresentar um diploma? apenas ganhar mais dinheiro?
...Então acha você que o artigo é uma rasteira pregada à Sukhoi, uma peça de kompromat encomendada pelos concorrentes?...
Minha cara,
Se reparar na minha primeira intervenção neste artigo, apenas foco a seguinte frase:
...e todos fingiram que estavam a fabricar aviões melhores...
A Sukhoi está de facto a fabricar aviões melhores e isso não deveria ser posto em causa, pelo o facto de 70 pessoas terem diplomas falsos.
O artigo sugere que a Sukhoi anda a brincar aos "construtores de aviões", quando não é o caso.
...Pois veja lá que o problema, que é nacional e não dessa empresa em particular, foi levantado pela NTV que, como sabe, já não pertence a Vladimir Gussinsky mas sim à Gazprom Media.
O problema não é nacional, o problema não se passa só na Rússia, como todos bem o sabemos.
O problema afecta todos os sectores, mas neste artigo é a ÚNICA empresa mencionada e sugere que na Sukhoi existe uma falsa modernização, quando isso não é verdade.
Caro PM
Sobre o GLONASS nem para eles são bons.
Aqui vai a constelação actual que são de 13 satélites activos com conclusão prevista para 2011
http://www.russianspaceweb.com/uragan.html#42
A notícia da CNN tem a seguinte razão de ser:
A Lockheed-Martin está a oferecer à India um contrato de aquisição de F-16 modernizados e em grande nº, que obviamente utilizam o GPS.
Mas na corrida também está salvo erro, o MIG-35 (MIG-29 modernizado) e a família SU-35 que usam o GLONASS.
A Índia está a aderir ao GLONASS e cria um precedente "perigoso" para os EUA que além de declinar negócios a empresas norteamericanas torna as FAs indianas independentes de sistemas americanos.
Cumpts
Manuel Santos
...E que tal agora passar à discussão do verdadeiro fulcro do artigo, resumido no seu último parágrafo: "Ao final do dia, a verdadeira questão é saber como a Rússia vai resolver os seus problemas mais prementes, com tantos falsos gestores, engenheiros, economistas, médicos, advogados, burocratas e políticos"?
Nah, provavelmente isso não interessa muito…
De facto isso interessa. E é importante que se lute contra estas coisas e que se fale.
Mas eu APENAS foco este artigo e o que o autor refere em relação à Sukhoi.
Possivelmente nem se dariam ao trabalho de fazer um artigo destes com uma empresa menos conhecida.
O autor não tem nada a que andar sugerir que a Sukhoi é constituida, por uma cambada de curiosos a brincar ao "constroi o avião".
Se fosse honesto, fazia era um artigo do que a Sukhoi tem feito nos últimos anos.
Mas quem quer saber disso?
Caro Manuel Santos,
É do domínio público que há muito deixei de depositar fé na possibilidade de dessa cabecinha sair alguma coisa em que valha a pena reflectir, mas credo, deixar-se manipular desta maneira pelas ratazanas de serviço vai muito para além da minha mais louca imaginação, confesso.
Caso não tenha reparado, o meu comentário sobre a China foi em resposta a uma tirada igualmente iluminada de uma qualquer alma penada anónima, que, sabe-se lá porquê, relacionou o volume de investimento estrangeiro nesse país com a existência de trabalho "escravo". Como na Rússia não há trabalho escravo, então os investidores não vão para lá.
Ora será preciso fazer um desenho para explicar que os investidores investem (passe o pleonasmo) em locais onde o risco é pelo menos comportável? Na linguagem dos economistas, o "beta" é a medida do risco incorrido pelos investidores num determinado projecto de investimento, e há quem ande a calcular "betas" para os países, para ajudar quem tiver ideias de fazer um investimento directo num desses países. Uma dessas entidades é a conhecida consultora de gestão AT Kearney, que publica regularmente um índice de confiança do IDE (investimento Directo Estrangeiro).
Ora agora precisamos de uma explicação muito boa para que a China se encontre já há alguns anos em primeiro Lugar no ranking sem que o seu governo tenha uma atitude positiva relativamente aos empresários. Coisa que obviamente nem o Manuel Santos nem os outros alucinados que aparecem de vez em quando por aqui não têm. Curiosamente, os países mais atractivos a seguir à China são os Estados Unidos, em segundo lugar, a Índia em terceiro, o Brasil em quarto, a Alemanha em quinto e a Polónia em sexto. Todas conhecidas pelo seu volume assustador de trabalho escravo, não é?
Parte 2
A Rússia, que estava num interessante oitavo lugar em 2007, passou para um humilhante décimo oitavo em 2010, sendo agora menos atractiva do que a países como a Roménia, o Vietname, o México ou a República Checa, mesmo com os seus 140 milhões de consumidores, as incomensuráveis riquezas naturais e o potencial que estes países não têm. Daí que muitos economistas estejam convictos de que a sigla BRIC não é adequada, devendo deixar cair o R, uma vez que se apercebem que a Rússia é um monstro de pés de barro com uma infra-estrutura a cair de podre, que vive à custa das rendas da venda de petróleo e gás, grande parte das quais sifonadas para os bolsos da sua elite. E que apresenta um risco (que é totalmente político) decorrente de o estado se estar nas tintas para os empresários, sejam eles estrangeiros ou locais, pelas razões que estou farto de apontar. É essa a razão pela qual, apesar do potencial assombroso da Rússia, os investidores fogem dela a sete pés.
Fui suficientemente claro desta vez, ou quer que explique de novo, mas mais devagarinho?
António Campos
Caro MSantos,
O GLONASS tem bem mais satélites activos.
Espreite aqui:
http://www.glonass-ianc.rsa.ru/pls/htmldb/f?p=202:20:1957979059542755::NO
E se quiser espreite o meu site.
Cumprimentos,
PortugueseMan
dr. milhazes, lamento ter de o informar que cá em Portugal a situação académica é mais degradante ainda, de uma forma ainda mais perversa.
Só posso falar da minha experiência pessoal, frequêntei um curso superior(informática) e no projecto final fiquei com 10. TODOS os restantes colegas acabaram com >15, alguns 18, o curioso é que fui o único que realmente fez a aplicação informática sem qualquer tipo de "ajuda".
Os restantes "sacaram" da net e fizeram plágio(pratica comum nos cursos de informática)
nessas bandas pagam e já está, não se perde tempo.
lucas
E caro Manuel santos, talvez fosse um bocadinho mais enriquecedor do debate se se deixasse das insinuações ambíguas que atira para o ar e fundamentasse um bocadinho mais as suas alegações difusas de "cães assanhados", começando talvez por explicar, por exemplo, porque é que considera políticos como Andrei Illarianov, Vladimir Ryzhkov ou mesmo Boris Nemtsov, ou, quem sabe, Alexander Lebedev não constituiriam alternativas credíveis e de muito melhor qualidade do que Putin e os seus esbirros, caso lhes fosse dado tempo de antena. Talvez se entendermos com mais clareza os seus pontos de vista (se é que na realidade os tem) seja possível haver algum debate que se veja, e não este chorrilho de tiradas a ver se pegam, ao estilo neo-soviético, que não levam a lado nenhum.
Também seria interessante saber, quando menciona o tal escândalo de Princeton ou Harvard, se o seu objectivo é afirmar que o nível de corrupção do sistema educativo na Rússia é equivalente ao dos Estados Unidos, ou mesmo de Portugal, fazendo fé na insinuação que teve a amabilidade de atirar à parede a seguir. Como mais uma vez foi (decerto deliberadamente) vago, fiquei sem perceber muito bem. E tenho a certeza de que não fui o único.
Talvez a sua linha de raciocínio funcione assim: também há alcoólicos em Portugal, Espanha, Brasil, Estados Unidos; logo estão todos automaticamente a par da Rússia nesse flagelo, pelo que nem vale a pena falar nisso. É assim?
Mas como o objectivo da peça é chamar a atenção para o NÍVEL de fraude académica e o seu impacto na sociedade, e não a sua existência (ninguém precisa da sapiência do Manuel Santos para saber que fraude académica ocorre em todo o mundo), o seu comentário fica um bocadinho fora de contexto.
Ilumine-nos, caro Manuel Santos.
António Campos
Em Portugal temos a certificação das "NOvas Oportunidades" para o ensino secundário que é semelhante mas com a vantagem de que é legal e grátis.
No ensino universitário, com a reforma do Processo de Bolonha também caminharemos em breve para lá.É que as universidades serão financiadas não pelo nº de alunos mas sim pelo nº de diplomas que passarem.
Mesmonas mais prestigiadas universidades americanas isso acontece. Fica é muito mais caro. Basta fazer uma boa doação para a Universidade. Ou em alternativa ser jogador de basquetebol ou futebol.
...A Rússia, que estava num interessante oitavo lugar em 2007, passou para um humilhante décimo oitavo em 2010, sendo agora menos atractiva do que a países como a Roménia, o Vietname, o México ou a República Checa...
Ora mas que interessante. Parece que temos dados de novo.
Se não se importa, coloque aqui a fonte desses dados, para todos podermos constatar a sua afirmação.
Não vai pensar que depois de todo o seu historial de falar em dados concretos sem apresentar fontes, vou agora pensar que você é honesto pois não?
Mostre lá às pessoas que você sabe do que fala. Se tiver coragem.
"Pois é, António, muito provavelmente é isso que vão pensar de nós, que estamos a denegrir a imagem do país.
Ninguém se lembra que a função da imprensa é precisamente denunciar o que está mal para que possa ser corrigido.
Ninguém consegue andar se não tiver "feed-back" sobre a posição do corpo."
Cara Cristina,
Com todo o respeito ao trabalho do jornalismo, que considero de suma importância para trazer ao público não só informações muitas vezes ocultas mas também como importante ferramenta para difusão do conhecimento, porém a imprensa é também responsável por divulgar informações que não condizem com a veracidade dos fatos, ou por falta de dados completos ou por dados errados obtidos através de suas fontes que nem sempre são fidedignas, ou simplesmente pelos profissionais envolvidos na construção de determinada matéria que a fazem seguindo as ordens e interêsses de seus empregadores que por conseguinte seguem os seus interêsses e ligações políticas. De forma alguma estou querendo dizer que representa os artigos que você aqui escreve, mas representa 99% das postagens alojadas neste blog e 100% dos artigos que são escritos pelo Antonio Campos, se o objetivo não é denegrir a imagem da Rússia, então qual é pois estes artigos só mostram mazelas e quando se faz o comparativo com as mesmas falhas, defeitos e erros de outras nações, temos do senhor Milhazes a retórica de que não se pode justificar os erros dos outros em contraposição aos erros da Rússia, o que na minha opinião parece a frase do Leão da Montanha do desenho animado, na qual o caro JM usa uma saída estratégica para fugir do telhado de vidro.
Abraço,
Já andam todos à trolha outra vez.
Você tem de meter mão nisto, Milhazes.
Caros leitores, calma e contenção na forma como comentam.
Caro Wandard,repito: o objectivo deste blog não é denegrir a Rússia.
...Já andam todos à trolha outra vez.
Você tem de meter mão nisto, Milhazes.
Não pode pensar assim. É uma discussão onde existe duas perspectivas diferentes sobre um tema e que estão a ser defendidas.
Desde que exista moderação como o JM pede (infelizmente na minha opinião essa moderação não está a existir, pois sinto-me insultado), o debate enriquece sempre e permite-nos olhar de vários ângulo o mesmo assunto.
Independentemente da sua opinião sobre este tópico, tem a oportunidade de ver duas opiniões divergentes.
Aqui o alucinado bem como quase de certeza muitos outros alucinados deste blog ficaram apenas perplexos com a ligeireza com que você, caro Campos, tratou esse "parâmetro secundário" que é o trabalho escravo.
Claro que você nem se dá conta e sabendo também como essa cabecinha funciona é algo que não me surpreende.
Sabe, dado o baixo preço do trabalho escravo, poderá existir uma hipótese embora muito remota de isso ter algum peso na decisão dos ditos enterpreneurs e também o facto dos pragmáticos comunistas chineses fazerem vista grossa às condições de exploração do seu próprio povo. E claro há a falsidade de equiparação com os países desenvolvidos incluídos pois são economias mais que concorrenciais, são dominantes. E também, claro, a Polónia, que todos sabemos porque estão a apostar forte e com que fim.
Mas obviamente, a China por muito forte que venha a ser é apenas e será uma potência regional ainda para mais poderá criar problemas ao verdadeiro inimigo que sempre lá esteve: a potência transcontinental.
Como vê preocupo-me para que esteja consciente dos meus delírios.
Continua...
Continuando o delírio e fazendo as contas, a tal conceituada AT Kearney que vamos partir do princípio que é uma entidade insuspeita e com a melhor das intenções, claro que a grande expansão que teve na Rússia nos anos Ieltsin não tem nada a ver, coloca essa mesma Rússia numa posição alta até 2007, o que é estranho.
Estranho porque o seu odiado Putin já está no poder à 7 anos logo são praticamente 2 mandatos presidenciais. Que eu saiba não houve grandes alterações na política económica do Kremlin desde 2007.
Claro que não vou delirar nem dizer que em 2007 a Rússia ainda era vista como uma potência dócil e decerta forma, submissa ( e talvez fosse admissível nessas condições, o Estado russo estar-se nas tintas para os empresários). Fazia barulho de vez em quando mas só para mostrar desagrado o que até mostrava a pluralidade dos aliados da “guerra ao terror”.
Não havia problema nenhum em entrar por Juguslávias adentro nem apoiar os freedom fighters do Cáucaso.
Nem sequer delirarei com o argumento que algo completamente inesperado aconteceu em Agosto de 2008 (foi quando caiu o tal R dos BRICs) e aí o urso mostrou as garras, pronto para parar o avanço da NATO e defender a sua zona de influência. E tirando o uso da guerra energética contra a Ucrânia pelo mesmo motivo, nada mudou na sua política económica.
Mas a partir daí tinhamos outra Rússia, e claro essa nova Rússia merece sempre baixar nos rankings dos tão conceituados e insuspeitos think tanks alguns até davam AAA na véspera da insolvência da Lehman Brothers.
E realmente pequei em fazer a tal comparação que afirmou pois como sabe eu sou o primeiro a reconhecer os pontos negativos da Rússia, dado não estar preso a nenhum modelo ideológico antagónico.
Claro está quando você publica os seus textos também nos fartamos de ler coisas positivas da Rússia. Realmente foi desonesto da minha parte.
Sabe Campos, eu realmente deliro muito, mas todas estas coisas,...sempre com os mesmos...epá, não sei!
Eu já estou farto de lhe dizer que estou cansado destes testamentos, mas você gosta disto.
Cumpts
Manuel Santos
Caro PM
Como seria de esperar o seu artigo está excelente.
Aconselho a todos. Delirantes e outros:
http://portugueseman.blogspot.com/2010/09/sistema-gps-russo-um-passo-dos-100.html
Cumpts
Manuel Santos
"Já andam todos à trolha outra vez.
Você tem de meter mão nisto, Milhazes."
Caro Anónimo: em vez de estar aí de fora a dizer essas coisas, saque de uma moca e venha participar na zargata também.
:o)
Cumpts
Manuel Santos
Vamos ver se nos entendemos de uma vez por todas. Eu e mais algumas pessoas neste blog já tentaram por diversas vezes clarificar estes e muitos outros pontos, mas parece que essas clarificações, por motivos que me escapam, acabam por cair em saco roto. Assim, vou repetir os esclarecimentos, esperando que não seja necessário fazê-lo mais vez nenhuma.
1. o artigo em causa é obviamente sobre a extensão da fraude académica na Rússia e o impacto da mesma nos múltiplos e graves problemas que a Rússia enfrenta. O caso da Sukhoi foi citado pelo autor do artigo porque foi uma das poucas situações recentes que mereceram a atenção dos media russos e do público, e que aliás foi grave ao ponto de ter comprometido por algum tempo a certificação dos motores do Superjet, situação que não foi certamente causada pelo autor deste artigo nem por quem o leu. Aliás, é muito possivelmente por haver tanta coisa em jogo no caso da Sukhoi que as autoridades decidiram deixar de fingir que o problema não existia, levando a coisa para os tribunais. De resto, qualquer pessoa poderá constatar que o artigo é generalista, sendo este caso usado apenas como uma ilustração (importante) de um problema incomensuravelmente maior. A Sukhoi é aqui apenas uma gota de água num oceano de corrupção, a maior parte dela oculta. Agora se quiserem continuar a bater no ceguinho a dizer, sabe-se lá porquê, que o autor do artigo foi contratado pela Boeing para botar a Sukhoi abaixo, be my guest…
Parte 2
2. admito que venham a este blog muitas pessoas cuja cultura democrática não esteja desenvolvida ao ponto de entenderem o papel da expressão da opinião crítica sobre um determinado regime político, e que não compreendam a utilidade que tais críticas têm numa sociedade livre. O problema é que essas pessoas são presas fáceis de outras menos bem intencionadas, que tentam, de forma organizada, manipular o debate com técnicas de desinformação cuja dinâmica foi já estudada por alguns autores (ver Grigory Svirsky, Anna Polyanskaya, Andrei Krivov, Ivan Lomko, entre outros). A fórmula, que já referi aqui várias vezes e que está carimbada neste blog por todo o lado, não varia muito e nem sequer é muito sofisticada: presença constante do mesmo grupo nos comentários, plasticidade ideológica, sempre consistente com a posição do governo, apologia quase incondicional do presidente e do primeiro-ministro, críticas ao Ocidente, relativismo moral (no Ocidente é a mesma coisa ou pior, etc.), ataques concertados aos comentaristas percebidos como "inimigos ideológicos", acusações de filiação em organizações "inimigas da Rússia" (tais como a CIA, a Mossad ou as mais variadas ONGs), tentativa de desvio da discussão para tópicos irrelevantes, ataques à personalidade de figuras da oposição (tais como Nemtsov, Kasparov, Politkovskaya, Illarianov, Muratov, Latynina e tantos outros), ataques a Khororkovsky e a Berezovsky e a mais pálida neutralidade relativamente aos oligarcas nas boas graças do regime, apelos aos administradores dos fóruns sobre "comportamentos incorrectos" dos opositores, e a minha favorita, a mais clássica de todas e que se vê praticamente todos os dias, que é a de que criticar o governo equivale a "denegrir a imagem da Rússia". A tão adorada cartada da "russofobia". (bocejo).
Ah, e à laia de fait-divers, e uma misteriosa predilecção por discussões intermináveis sobre equipamento militar.
Parte 3
Os intervenientes são invariavelmente anónimos e muitas vezes utilizadores de múltiplos nicknames, elogiam-se mutuamente e é garantido que nunca ninguém os verá em público quando a ocasião o proporciona.
Quando comecei a ler, e mais tarde, a contribuir para este blog, não tinha a noção deste fenómeno. Mas rapidamente comecei a estranhar que um pequeno grupo de comentadores se empenhasse tanto, e de forma tão concertada e sistemática, em tentar desmontar toda e qualquer observação crítica feita ao regime. Tentativas atrás de tentativas de justificar o injustificável, utilizando as tácticas moídas que referi acima. Como qualquer pessoa minimamente atenta, comecei a achar esquisito.
A coisa ficou clara quando me apercebi de que o objectivo destas pessoas não é o debate. Conheço bem o trabalho de diversos bloggers apologistas do regime de Putin que ganharam notoriedade pela sua inteligência. A estes, pelo menos, interessa-lhes o debate. Pessoas como Mark Adomanis, Anatoly Karlin, Sean Guillory, ou mesmo Mark Ames do extinto eXile, (que começou a carreira a criticar o establishment e virou a casaca após lhe terem encerrado o seu jornal e oferecido em troca um tacho no Russia Today…mas pelo menos tem piada), despidos da cobardia de se esconderem atrás de um pseudónimo qualquer, assinando as suas opiniões com os próprios nomes, ganharam notoriedade pela frontalidade, inteligência e detalhe com que defendem as suas posições. Posso não concordar com eles, mas pelo menos tenho-lhes o respeito intelectual que gostaria de ter relativamente aos putinóflos anónimos parasitas do darrussia, cuja missão parece não ser mais do que torpedear qualquer hipótese da ocorrência dos debates construtivos que esperamos encontrar numa sociedade onde existe verdadeira liberdade de expressão.
Agora, vou fazer uma experiência científica com resultados certamente divertidos. A quem passa a vida a atirar barro à parede, utilizando todas as oportunidades para exigir "fontes", tal como se elas não estivessem acessíveis a toda a gente com um computador em casa e um browser da internet a funcionar (e claro, uns gramitas de cérebro para os saber usar), vou então "revelar" (já estou a ouvir os tambores a rufar…)a fonte do índice de confiança do IDE da AT Kearney e aguardar ansiosamente por uma análise crítica do mesmo, destinada a rebater a minha opinião já expressa. Lamento, mas não posso citar o nome do agente da CIA que me passou o dossier.
Mas tendo em conta o número de análises críticas baseadas nas revelações das "fontes" dos números que muitas vezes cito (que foram até agora, como toda a gente sabe, zero), não me parece que venha a ter grande sorte.
http://promexico.gob.mx/work/sites/mim/resources/LocalContent/210/2/ATKEARNEY_FDICI_2010.pdf
António Campos
Senhor Campos o outro alucinado sou eu? Não pretendo entrar em contendas de produtos vendidos a retalho e ao desbarato.
Quando pretender intervir não vou ter necessidade de recorrer a chavões nem frases feitas. Será para lhe dar a resposta baseada no rigor dos factos.
Já lá vai o tempo que me dispunha a entrar em desgarradas.
... O caso da Sukhoi foi citado pelo autor do artigo porque foi uma das poucas situações recentes que mereceram a atenção dos media russos e do público, e que aliás foi grave ao ponto de ter comprometido por algum tempo a certificação dos motores do Superjet, situação que não foi certamente causada pelo autor deste artigo nem por quem o leu...
Santa paciência,
Mas o que tem uma coisa a ver com a outra? A Sukhoi não fabrica os motores para o SuperJet.
Os problemas da certificação dos motores em nada tem a ver com esta situação da Sukhoi.
...Os intervenientes são invariavelmente anónimos e muitas vezes utilizadores de múltiplos nicknames, elogiam-se mutuamente e é garantido que nunca ninguém os verá em público quando a ocasião o proporciona...
Você, claro, é o Sr. Honesto.
A pobre vítima, que gosta de colocar aqui verdadeiros arrozoados, que faz afirmações sem mostrar as fontes onde se baseia, porque óbviamente traz-lhe problemas...
E gasta a maior parte dos seus comentários a fazer insinuações de todo o género e insulta quem não concorda consigo, você que detem o conhecimento universal.
Você num fórum com moderadores, já tinha levado um pontapé por não saber discutir os assuntos civilizadamente.
Assim que aparece alguém que o contradiga passa logo para os insultos. e ainda por cima, você nem a razão tem na maioria dos casos.
Pode haver gente que goste de ler a sua ladainha da banha da cobra, mas eu tenho dias que até salto da cadeira com as alarvidades que coloca aqui.
E confesso que até tenho tenho uma regra que criei ao longo dos anos em que participo em fóruns que é não responder a mal-educados, mas com as coisas que você coloca aqui, tenho dias que é dificil ficar calado.
Caro PortugueseMan
Não me parece que as suas respostas convençam ou façam mossa no António Campos, cujo nível de argumentação é inegável.
Ora bem, nós, apaixonados pela Rússia, estamos a aproximar-mo-nos do estilo de comunicação na blogosfera russa: muitas críticas pessoais e anónimas e pouco debate de ideias. Se calar os moscovitas já "nos contaminaram"....
Se amamos este país, vamos lá falar da essência das questões!
...Agora, vou fazer uma experiência científica com resultados certamente divertidos. A quem passa a vida a atirar barro à parede, utilizando todas as oportunidades para exigir "fontes", tal como se elas não estivessem acessíveis a toda a gente com um computador em casa e um browser da internet a funcionar (e claro, uns gramitas de cérebro para os saber usar), vou então "revelar" (já estou a ouvir os tambores a rufar…)a fonte do índice de confiança do IDE da AT Kearney e aguardar ansiosamente por uma análise crítica do mesmo, destinada a rebater a minha opinião já expressa. Lamento, mas não posso citar o nome do agente da CIA que me passou o dossier...
Sempre com um insulto, sempre com uma insinuação. Impressionante.
Mas pronto ora vamos lá a ver então falar desses dados:
O MSantos, já disse práticamente tudo.
A Rússia teve uma posição bastante interessante até 2007, durante o reinado de Putin.
A queda foi como o MSantos indicou por várias situações que ocorreram nos anos seguintes:
As guerras do gás, a guerra de Agosto e o trambolhão económico a nível planetário.
Nada tem de humilhante a descida. Esta Rússia pós Yeltsin é recente, e há sempre interrogações sobre a estabilidade política, interrogações sobre a sua capacidade económica, principalmente devido à sua grande dependência do preço do petróleo.
O facto é que a Rússia suportou bem estes problemas, a guerra do gás foi tratada, a guerra da geórgia também e a Rússia não se despenhou com a contracção económica.
Não pediu a ninguém, não pediu ao FMI, tratou dos seus bancos e ainda tem países que lhe pedem empréstimos.
Portanto é aguardarmos um pouco e vamos ver novamente a Rússia a subir neste Index.
Também no "Global Retail Development Index" a Rússia caiu 8 posições agora em 2010, passando para 10º Lugar, mas em 2009 estava no 2º lugar e mesmo este ano continua no "Top 10".
http://www.atkearney.com/images/global/articles/2010_Global_Retail_Development_Index_1-3.png
Se a descida agora é humilhante, então o que dizer pelo o facto de ter atingido estas posições? foi com os mesmos governantes.
Importante sim é ver se a situação se mantém nos seguintes anos. Podemos voltar a esta conversa em 2011 e ver qual a tendência, se sobe se desce.
Agora não é pelo facto de vermos uma queda e ignorando todos os dados anteriores, que vamos logo a corre fazer afirmações de que as coisas estão mal.
Caro Manuel santos, tiro-lhe o chapéu. Você é certamente o mais engraçado da equipa. Ficámos então com a ideia, através de mais um chorrilho de afirmações vagas e, como sempre, insubstanciadas, que a sua visão do mundo envolve insinuar que afinal a AT Kearney é uma empresa fantoche ao serviço dos interesses dos poderes instalados na Rússia os anos 90 (lacaios dos neoliberais? Neoconservadores? Ou qualquer outra coisa começada por "neo" que agora não me vem à cabeça?) , que "todos sabemos" que investir na Polónia tem o objectivo de criar um baluarte anti-Rússia às suas portas e que a Rússia desceu no ranking IDE como "castigo" por ter mostrado as garras na Geórgia. E uma que francamente confesso não ter percebido, que é a de que é falso incluir a Alemanha e os EUA na comparação porque são economias concorrenciais e dominantes. O que quer isto dizer exactamente? Que pagaram para entrar no ranking? Ameaçaram os seus partners?
Claro está que para o Manuel Santos é irrelevante o facto de a AT Kearney não ser think tank nenhum nem estar envolvida na classificação do risco de dívidas soberanas. Tal como a McKinsey, a Roland Berger e a Boston Consulting (por acaso, todas com escritórios em Moscovo), a empresa é apenas mais uma das inúmeras consultoras de gestão que ganham a vida a ajudar as empresas, e que compila o seu índice de IDE com base em entrevistas a um número de empresários a nível mundial, responsáveis por uma facturação combinada de cerca de 2 biliões de dólares.
Parte 2
Numa coisa o Manuel Santos tem razão: as coisas não mudaram na Rússia, e é exactamente esse o problema. Mas quem é que falou em "política económica", meu deus? Se o Manuel Santos não achasse que o que escrevo é chinês, teria percebido que a "política económica" é o menor dos problemas da Rússia em termos de investimento. Quantas vezes é necessário dizer que o que torna a Rússia pouco atractiva para os investidores é o risco decorrente da fraca protecção que o país oferece aos empresários: corrupção endémica, desrespeito pelos direitos de propriedade, interferência estatal arbitrária e sistema judicial ao serviço das do crime organizado ("privado" e estatal). Que o diga William Browder, que aqui há uns anos era um dos mais acérrimos empresários não russos defensores de Putin e agora não o pode ver nem pintado, depois de a sua empresa ter sido roubada e usada, com o auxílio das autoridades, para perpetrar a maior fraude fiscal de que há memória no país. E é pena que não possa dizer o mesmo de Sergei Magnitsky, que foi assassinado pelas autoridades antes de poder dizer fosse o que fosse.
É talvez por isso que as autoridades russas, desesperadas por equilibrar o orçamento, tenham recentemente "baixado as garras", desdobrando-se em manobras de charme junto dos investidores estrangeiros, com os seus clubes de Valdai, Skolkovo, o presidente a imitar o Schwarzenegger para as câmaras e a dar beijinhos ao Steve Jobs e ao Bill Gates, e a recente aparência de "flexibilidade" na sua anteriormente agressiva política externa. Parece que agora a "esfera de influência" já não é tão importante assim. Pena para eles que estas patacoadas, que pegam muito bem junto do eleitorado russo, não funcionem tão bem junto de empresários estrangeiros, uma vez que estes já perceberam, para lá dos problemas que enumerei acima, que a "política económica" russa, como o Manuel Santos lhe chama, é uma bandeira esfarrapada que ondula ao sabor do preço do petróleo nos mercados internacionais.
António Campos
Cara Cristina,
Não me parece que as suas respostas convençam ou façam mossa no António Campos, cujo nível de argumentação é inegável.
O nível de argumentação é inegável é a sua opinião, minha cara, não a minha.
E não se ponha a defendê-lo, pois ainda se arrisca a ser acusada de ser um dos múltiplos nicks anónimos que andam por aqui a elogiarem-se mutuamente.
...Ora bem, nós, apaixonados pela Rússia, estamos a aproximar-mo-nos do estilo de comunicação na blogosfera russa: muitas críticas pessoais e anónimas e pouco debate de ideias...
Eu faço uma crítica ao autor do artigo, devido ao associar da Sukhoi e uma falsa modernização e que resposta vejo do António?
Os brigadistas de serviço...
... as ratazanas à porta do Kremlin...
Diga-me, é nestes termos que quer que passe a falar consigo? é só pedir, porque também sei falar forte e feio.
É curioso que esteja a ocorrer, há já algum tempo, um debate aceso nos círculos jornalísticos sobre a legitimidade dos comentadores anónimos nos blogs, e se seria vantajoso bani-los ou não. Há quem seja da opinião de que bani-los seria um atentado à liberdade, ou que muitos deixariam de comentar/criticar simplesmente pelo receio de represálias dos visados (por exemplo, um funcionário a criticar a empresa onde trabalha); outros, tais como o colunista Leonard Pitts, do Miami Herald, são ferozes: "obriguem-nos a dar os nomes. Parem de dar às pessoas uma forma de atirarem pedras e esconderem as mãos".
Convenhamos que atirar farpas às escondidas não abona lá muito em favor da integridade moral dos seus autores, diga-se o que se disser.
Uma coisa é certa: nenhum parlamento, onde ocorrem diariamente discussões muito mais acesas do que estas, teria a veleidade de ocultar a identidade dos seus membros. A credibilidade de quem crê ter uma opinião válida é sempre infinitamente maior quando se dá a cara. Nessa mesma linha, tenho também a certeza absoluta de que se neste blog passasse a ser obrigatória a revelação da verdadeira identidade como pré-requisito para a participação nos comentários, os nossos amigos "comissários" desapareceriam de um dia para o outro no buraco de onde vieram.
António Campos
GLONASS = Lada Kalina, GPS = Mercedes, o que estão a debater?
Vou apenas atalhar caminho pelo seguinte, António Campos:
Você apresenta com grande fé e alta credibilidade à política atlantista, respectivo modelo económico e respectivas fontes.
Eu não atribuo nenhuma credibilidade nem boas intenções a essa corrente de pensamento e acho que a Europa devia se tornar mais "continental" para defender os seus verdadeiros interesses.
A História se encarregará de demonstrar quem é que tem ou não razão.
Independentemente dos defeitos ou qualidades da Rússia.
Apenas isso.
Cumpts
Manuel Santos
"muitas críticas pessoais e anónimas e pouco debate de ideias"
Aproveitando o mote da leitora Cristina, e na sequência das acusações do leitor PortugueseMan, estando eu próprio de consciência plenamente tranquila neste campo, quero apresentar duas censuras minhas que já as trago hà algum tempo:
- Ao leitor António Campos que independentemente de ideologias já teve vários episódios onde demonstrou nítida incorrecção e falta de educação mesmo com pessoas que sempre o trataram com o devido respeito. Nem me refiro ao caso actual porque houve casos bem mais graves no passado e que apesar de não terem sido comigo me indignaram particularmente e me envergonhariam se viesse de alguém que defendesse os meus pontos de vista. E aqui não há nível de argumentação que corrija esse facto. Embora sem qualquer razão pessoal de queixa em relação ao António faço-lhe o apelo para que se modere nestas situações dado que a grande maioria das pessoas que por aqui andam são correctas e educadas.
É apenas o meu apelo, vale o que vale.
- Ao proprietário do blog, José Milhazes que na minha opinião deveria ter intervido pois até já o vi, e bem, chamar a atenção por bem menos.
Cumpts
Manuel Santos
Apenas um esclarecimento: entendo uma economia dominante como detentora de capital de investimento e/ou empresas que lhe permitam establecer domínio num mercado concorrencialmente aberto.
Por exemplo os Estados Unidos com as suas empresas de ponta na informática (Microsoft, Apple, etc) obviamente dominam neste mercado a nível mundial.
Muito deferente de outras economias que não possuam nem empresas ou capital logo serão totalmente absorvidas.
Cumpts
Manuel Santos
...Nessa mesma linha, tenho também a certeza absoluta de que se neste blog passasse a ser obrigatória a revelação da verdadeira identidade como pré-requisito para a participação nos comentários, os nossos amigos "comissários" desapareceriam de um dia para o outro no buraco de onde vieram...
Pois é...
Uma verdadeira chatice.
Bom, você sempre pode criar um blogue e criar as regras que lhe apetecer, convidar quem quiser, e escrever o que lhe apetecer.
AQUI, sujeita-se às regras do dono deste blogue. E o JM permite o anonimato.
Azar, experimente ser educado para quem não concorde consigo. Acredito que seja uma experiência nova para si, mas há sempre uma primeira vez para tudo.
Sobre a questão do anonimato, de certa forma todos nós somos anónimos, pois lá por publicarmos um determinado perfil não quer dizer que seja o nosso nome ou dados verdadeiros.
Pessoalmente não vejo qualquer problema nos comentários anónimos pois quando são de argumentação fundamentada e correcta merecem resposta. Caso contrário são ignorados pois falam por si só, bem como certos comentários de participante não anónimos que eles próprios são respostas às afirmações que puseram, isto para quem tiver 2 dedos de testa e o mínimo de senso.
Para mim só tem sentido essa preocupação no impedimento de certos comentários para quem tem asco de opiniões diferentes da sua e não consegue conviver com visões diferentes e de certa forma quer impor os seus pontos de vista como verdade absoluta.
Para quem não tem quaisquer problemas de convivência democrática e pluralista, isso não é qualquer problema.
Cumpts
Manuel Santos
A blind, self-taught lawyer imprisoned by Chinese authorities in 2006 after years of exposing government abuses was freed on Thursday and confined to his home in Shandong Province, surrounded by guards and watched by closed-circuit surveillance cameras.
The lawyer, Chen Guangcheng, earned global attention — and the government’s enmity — by challenging the legality of government policies that exploited farmers, discriminated against the disabled and brutally enforced China’s one-child policy.
(...) His principal defense lawyer was accused shortly before the trial of stealing a wallet, and was released from custody only after the trial had ended.
(...) “Because his case has attracted international attention, Beijing authorities have given the instruction to local affiliates that he should not be able to cause embarrassment to China for his work, and local authorities should not do anything that raises his profile,” he said. “So in the end, what they do is to prevent him from doing anything without arresting him.”
http://www.nytimes.com/2010/09/10/world/asia/10china.html?ref=world
PS - pensei ainda em assinar esta notícia como "anónimo" mas... baaaah, porque não assina-la com a minha verdadeira identidade?
Para que conste, o anónimo anterior resolveu apropriar-se da minha identidade para publicar uma qualquer diarreia de baboseiras. Fica aqui o aviso aos leitores habituais.
Esta é nova, mas na verdade não é nada que me surpreenda.
António Campos
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