“Estamos a viver uma situação muito difícil, alguns alunos já foram expulsos das residências e não têm onde viver. A autorização de residência já caducou e não sabemos quando é que o problema irá ser tratado”, declarou à Lusa, por telefone, Iancuda Sanha, dirigente da Associação de Estudantes da Guiné-Bissau em Voronej, cidade russa situada ao sul de Moscovo.
Segundo ele, “em Voronej, são quatro os estudantes que se encontram nessa situação”, sublinhando que estão a viver “situações dramáticas” por terem passado a “ilegais na Rússia.
“Começam a ser perseguídos, não têm onde dormir”, frisou.
Óscar Fernandes, dirigente da Associação de Estudantes da Guiné-Bissau na Rússia, afirmou à Lusa ter hoje ficado a par dessa situação e acrescenta que está a desempenhar esforços para que o Governo de Bissau resolva a situação.
“A situação desses e outros estudantes não é boa, pois o frio está a chegar e eles devem abandonar os lares estudantis. Vou entrar uma vez mais em contacto com o nosso Governo para tentarmos resolver o problema”, precisou.
O dirigente estudantil guineense revelou à Lusa que nas universidades russa estudam cerca de 245 estudantes vindos da Guiné-Bissau, encontrando-se 20 numa situação de não conseguirem regressar ao país.
Por lei, o Governo da Guiné-Bissau é responsável pelo regresso a esse país dos estudantes finalistas que frequentaram universidades russas com bolsas concedidas por ele, mas as dificuldades financeiras provocam o mesmo problema todos os anos, obrigando os estudantes a ficarem na Rússia ilegalmente.
Os bolseiros guineenses que vão estudar para a Rússia com bolsas do Governo de Moscovo recebem mensalmente 1200 rublos (cerca de 30 euros), quantia claramente insuficiente para se viver nesse pais.
“Claro que semelhante dinheiro não dá para nada. Por isso, temos de nos desenrascar: receber dinheiro dos pais ou parentes, arranjar algum trabalho”, disse à Lusa Aldemar, outro estudante guineense.
A Lusa tentou numerosas vezes contactar com a Embaixada da Guiné-Bissau na capital russa, mas sem êxito.
2 comentários:
A notícia tb poderia ser:
"Estudantes portugueses não podem regressar ao país após termo dos doutoramentos"
Em vez de dinheiro, o problema é falta de interesse em pessoal competente.
Invadam a embaixada. Vergonha!
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