sábado, setembro 11, 2010

Medvedev deu à Rússia mais democracia do que Putin


O Presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, considera que a democracia é a única possibilidade para o desenvolvimento da Rússia e que, apesar da sua história controversa, deve evoluir como instituto político.
“Na democracia está o desenvolvimento da Rússia, tanto do seu sistema político, como do económico, e é normal que evolua, visto que se trata de uma instituição política”, declarou Medvedev numa reunião com politólogos russos e estrangeiros durante o forum político internacional de Iaroslavl.
Medvedev frisou que, no seu país, actualmente há mais democracia do que "há cinco anos atrás". 
Nessa altura, a Rússia era dirigida por Vladimir Putin, hoje primeiro-ministro russo. 
O Presidente russo assinalou, por outro lado, que não vê nenhuma alternativa à modernização que está a ser realizada na Rússia e que já se transformou num fenómeno interiorizado pela sociedade russa.
“Não existe nenhuma alternativa constitucional à modernização da economia e do sistema político”, sublinhou Medvedev, acrescentando que o que se debate são “as formas de levá-la a cabo”.
Porém, ele reconheceu que a modernização não avança com a rapidez desejada, embora já tenha dado alguns resultados.
Além disso, frisou que os funcionários e o mundo dos negócios ainda não deram conta de que se trata de um processo a longo prazo.
“O problema não reside em que alguns estejam contra a modernização, mas em que a maioria dos funcionários e empresários vêem-na como algo passageiro”, lamentou.
Quanto às relações com os Estados Unidos, o dirigente russo aconselhou a Casa Branca a “ultrapassar os ciúmes” e a avançar para um novo sistema de segurança na Europa.
“O mundo não poderá sobreviver sem ele”, frisou.
Medvedev recordou que as estruturas de segurança existentes na Europa, incluindo a OSCE, não funcionaram quando a Geórgia usou da força para recuperar o controlo da Ossétia do Sul.
“É necessário criar instituições operativas que integrem os países da NATO e os não membros..., unir todos os Estados, as estruturas sociais e as alianças militares numa plataforma onde a segurança não seja fragmentada, mas seja debatida nos mais diversos aspetos”, concluiu.   

3 comentários:

António disse...

Mas será que alguém ainda leva este fulano a sério? O poder autocrático está totalmente consolidado e as instituições dançam todas à batuta de Putin, com as ocasionais simulações de pluralismo democrático para fingir que a opinião de alguém que não o primeiro-ministro conta para alguma coisa. E não é de prever que algo mude, uma vez que a proximidade com o regime é uma "cash cow" que não interessa de todo abater.

Alguém tem alguma ideia se existe sequer um plano de modernização? E seria também interessante saber quais os "resultados" a que Medvedev se refere, especialmente tendo em conta que a produção industrial está em declínio, o nível de inovação é virtualmente zero e os economistas (até muitos dos que estão próximos do poder) são unânimes em afirmar que o país caminha para um cenário de estagnação económica comparável ao que ocorreu na era Brezhnev.

Seria mais honesto admitir que a modernização não passa de um slogan e que o estado está efectivamente contra ela, já que tal significaria introduzir o conceito de "responsabilização" das instituições, com a consequente perda das rendas da elite.

Medvedev mostrou de uma vez por todas o que realmente é: um relações-públicas do Kremlin ainda mais patético do que Clinton a negar o seu envolvimento com Monica Lewinsky.

António Campos

Anónimo disse...

o que tu queres sei eu
deixem-nos entrar que já não mais sairão

Jest nas Wielu disse...

luta pelo poder em 2012 poderá ser interessante...