terça-feira, novembro 30, 2010

Dmitri Medvedev não exclui a possibilidade de uma nova corrida aos armamentos no mundo

O Presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, não exclui a possibilidade de uma nova corrida aos armamentos no mundo caso não se chegue a um acordo sobre o sistema de defesa antimíssil.

“Nesta sala, gostaria de dizer abertamente que, nos próximos dez anos, ver-nos-emos perante a seguinte alternativa: Ou chegamos a um acordo sobre a defesa antimíssil... ou, se não conseguirmos acordos construtivos, começará um novo ciclo de corrida aos armamentos”, declarou ele na sua mensagem anual à nação.

“Então, teremos de tomar a decisão de instalar novos meios ofensivos”, acrescentou.

O dirigente russo frisou que o seu país está “pronto a trabalhar com os Estados interessados no reforço do mecanismo de travagem da difusão de mísseis”.

Entretanto, Dmitri Medvedev aunciou o investimento de mais de 20 biliões de rublos na modernização das forças armadas e defendeu o reforço da defesa anti-aérea da Rússia.

“É necessário prestar particular atenção ao reforço da defesa espacial e aérea do país, fundir os sistemas de defesa anti-aérea e antimíssil, de prevenção de ataques de misseís e de controlo do espaço aéreo”. Eles devem atuar sob um comando estratégico único”, frisou.

O Presidente da Rússia, considerou também que a União Europeia deve ajudar o seu país a ingressar na Organização Mundial do Comércio.

No seu discurso à nação, o dirigente russo revelou que, na próxima cimeira UE-Rússia, que terá lugar em Bruxelas na próxima semana, irá discutir as questões da adesão do seu país à OMC e do fim dos vistos com a União Europeia.

Medvedev considera que a “Parceria para a Modernização” deverá trabalhar em três sentidos: “primeiro, troca de tecnologias, harmonização de normas e regulamentos técnicos... e a UE deve ajudar-nos a entrar na OMC”.

“O segundo sentido é o reforço do sistema de vistos com o objetivo da sua liquidação total numa perspetiva próxima”, acrescentou.

“O terceiro consiste no alargamento significativo do intercâmbio profissional e académico. É precisamente nestes sentidos que irei conversar com os nossos parceiros em Bruxelas”, frisou.

O Presidente russo defendeu também que o alargamento da cooperação com a UE e os Estados Unidos são mais “uma reserva substancial” para a modernização tecnológica da Rússia.

“É preciso utilizar os mecanismos da parceria russo-americana com vista a estabelecer uma cooperação económica completa, a melhorar o clima de investimentos e a interagir na esfera das altas tecnologias”, sublinhou.

Dmitri Medvedev discursou no Kremlin perante os deputados das duas câmaras do Parlamento Russo, membros do Governo e representantes do poder local, bem como outras entidades civis, militares e religiosas

3 comentários:

HAVOC disse...

O único culpado por estas corridas armamentistas são os Estados Unidos.

A Rússia jamais teria ogivas nucleares se os Estados Unidos não tivessem testado primeiro a sua ogiva nuclear. A Rússia jamais teria um submarino de propulsão nuclear, se os Estados Unidos não tivessem desenvolvido o seu!!!

Vejam o que está acontecendo no Mar Amarelo. Num ato extremamente agressivo, a Marinha Americana realiza manobras militares quase dentro do litoral de Pequim. Isso é um ato inquestionável de provocação!

Mas quando a Rússia enviou 2 bombardeiros TU-160 e navios de guerra para a Venezuela, no final de 2008, a América rugiu...furiosamente!

Agora imaginem se a Rússia e a China realizassem juntos exercicios navais militares próximo á costa da California...

A América é o MAL!!!

PortugueseMan disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
PortugueseMan disse...

Foi publicado no "The Washington Times" um artigo interessante e que mostra o quanto errado pode ser o caminho tomado pelos EUA.

HOLMES: START over with the Russians to ratify treaty

The New START treaty has faced more opposition than the Obama administration expected. If it fails to win Senate approval, the administration has no one to blame but itself...

...it negotiated a very poor deal with Moscow, lined up some retired Republican officials to support it and demanded that GOP senators hop on board...

...the treaty should jealously guard U.S. security and interests - something New START just doesn't do...

...there's time to start over...The Russians may fume, but they'd come back to the negotiating table to see what they could get from us in a new round of talks...

...we must make absolutely certain that no mention is made of limiting missile defenses...

...It's not in our interest to even hint that the Russians have any say-so over how we defend Americans from nuclear attack...

...we should not reduce our deployed strategic warheads below the Moscow Treaty level of 1,700 to 2,220 unless the Pentagon has conducted a thorough review of whether doing so will harm U.S. security in an increasingly proliferated world...


http://www.washingtontimes.com/news/2010/dec/1/holmes-start-over-with-the-russians-to-ratify-trea/?page=2

Este artigo foi escrito por Kim R. Holmes e é uma pessoa bastante influente nestas matérias.

Se esta opinião reflecte a opinião dos republicanos que estão para ir a votos, então vai haver problemas. O tratado não é para reflectir os interesses de apenas um dos lados.

O artigo defende a separação dos assuntos entre redução de ogivas e o sistema anti-míssil.

Na minha opinião os russos não vão aceitar que os dois assuntos sejam tratados em separado. Se o tratado não for aprovado, a única alternativa será os EUA avançarem com o sistema anti-míssil e a Rússia aumentar a sua capacidade ofensiva.

É claro que com isto a tensão entre ambos vai aumentar e novas armas bem como as antigas que não avançaram devido a tratados semelhantes vão entrar no terreno.

Armas Anti-Satélite vão aparecer. Satélites com propulsão nuclear também. Sistemas laser vão avançar. E a Rússia tem dinheiro para entrar numa corrida destas.

A Rússia pode causar vários entraves.

A passagem para o Afeganistão tem o seu preço.

Se o sistema anti-míssil fôr colocado junto à fronteira russa, estes podem retaliar energéticamente.

Cooperação no espaço pode acabar (os EUA para o ano vão depender das naves russas para levar os seus astronautas para o espaço)

A Rússia pode vender o S-300 ao Irão

E irá também trazer tensões na Europa, pois esta irá ser afectada, pelas decisões destes dois.

Parece que com ou sem problemas económicos, dinheiro para a guerra haverá e em quantidades cada vez maiores.