Uma família russa residente em Portugal ficou privada de educar a filha adotiva, de três anos, que sofre de grave doença genética, informa hoje o primeiro canal da televisão russa ORT.
Segundo a televisão, “os médicos portugueses, no lugar de ajudar, acusaram a mãe e do pai de maus tratos, proibiram-nos de falar com ela em russo e, depois, privaram-nos completamente da possibilidade de ver a criança”.
A menina, de nome Sabrina, encontra-se agora num lar de crianças.
A mãe adotiva, Maria Beliakova, declarou: “O primeiro dia foi simplesmente histérico. Tudo foi inesperado, rápido. Eu cheguei ao hospital e já não estava lá ninguém. Conversei com o médico e perguntei: como ousaram fazer isso? Ele respondeu: “Faço o melhor que posso para a Sabrina”.
O jornalista russo relata que Sabrina foi muitas vezes internada: “é uma daquelas crianças a quem chamam de “cristal”. Os seus ossos são de tal forma frágeis que se podem partir devido ao peso de um cobertor. O diagnóstico: formação incorreta dos ossos e articulações, foi feito na Rússia”.
“Em Portugal”, continua o jornalista”, os médicos não deram ouvidos aos colegas russos e consideraram que a criança foi vítima de maus tratos, depois de na radiografia terem visto sinais de numerosas fraturas e uma enorme cicatriz no lábio”.
Anna Novikova, neurologista que observou a criança em Moscovo, declarou ao canal televisivo: “Durante o dia, ele tinha ataques frequentes, ou seja, caía para o chão, começava a bater com a cabeça na parede, no chão, ou seja, a agitar os bracinhos, as perninhas, momentos de histeria”.
O canal televisivo russo informa que a menina se encontra internada “num centro infantil especial nos arredores de Lisboa”.
“O centro infantil é um apartamento no segundo andar de uma casa residencial numa região problemática. Ninguém jamais adivinhará que aqui se salvam crianças dos seus pais. A porta está fechada. É impossível saber em que condições vive a doente Sabrina”, continua o jornalista.
O pai adotivo, Serguei Beliakov, afirma: “Somos também acusados de que nós falamos com ela em russo quando a queremos ver”.
A Embaixada russa em Lisboa afirma que, depois de uma conversa com os membros da comissão médica, soube que foi decidido retirar a criança da família após uma conversa com a menina.
Dmitri Potapov, dirigente da secção consular russa em Lisboa, declarou à televisão: “À nossa pergunta, como decorreu a conversa, responderam-nos que ela decorreu em português, o que, claro está, provocou o nosso espanto, visto que a menina tem três anos e meio, viveu a maior parte da vida na Rússia e, por conseguinte, não fala português”.
Segundo ele, foi-lhe recusada uma cópia do resultado da comissão de trabalho, alegadamente por “falta de tinta na impressora”.
“O julgamento começa dentro de duas semanas e o casal Beliakov espera ganhar o processo e voltar a ver rapidamente a filha”, concluiu o jornalista.
Esta notícia está a ser fortemente noticiada na Rússia. Foram os médicos do Hospital do Barreiro que fizeram o diagnóstico e não seria mau se as coisas se esclarecessem rapidamente para que Portugal não seja alvo das acusações de que foi a Rússia no "caso Alexandra".
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