segunda-feira, novembro 01, 2010

Movimento “31” divide-se depois de ter sido autorizado a manifestar-se em Moscovo

Митинг на Триумфальной площади

Várias correntes da oposição ao Kremlin tentaram, numerosas vezes, manifestar-se na Praça do Triunfo, no centro da capital russa, mas esbarravam nos cassetetes da polícia de choque. Mas quando foram autorizados a manifestarem-se livremente, divergiram na atitude face a esse passo do poder.
Os dirigentes do Partido Nacional-Bolchevique (extrema-direita) e da Frente de Esquerda (extrema-esquerda) recusaram-se a aceitar essa “prenda”, pois as autoridades permitiram a reunião de 800 pessoas, enquanto o movimento “31” exigia juntar 1500. Por isso, decidiu avançar para um comício ilegalmente convocado para a Praça do Triunfo.
A oposição liberal (movimento Solidariedade, organizações de defesa dos direitos humanos como Memorial, Grupo de Hesínquia, Pelos Direitos Humanos) aceitou as condições das autoridades. Por isso, a polícia decidiu cercar com uma armação o local onde se realizou o comício autorizado.
Mal as manifestações começaram, a polícia interveio para deter mais de uma dezena de jovens que tentaram derrubar a armação e lançaram 'very-lights'.
Porém, os agentes de segurança tentaram sem êxito deter três vezes Eduard Limonov, dirigente do Partido Nacional-Bolchevique. De megafone na mão, Limonov apelava aos manifestantes que não se dirigissem para o comício legal, mas se juntassem a ele, enquanto que os seus apoiantes impediam que a polícia o detivesse.
“Não queremos ser metidos em reservas, temos direito a reunir-nos onde quisermos”, declarou à Lusa um jovem manifestante.
Não ajudaram os apelos à unidade de Boris Nemtsov, antigo ministro do Governo de Ieltsin e dirigente do Solidariedade .
“Surgiu um conflito entre as organizações desta iniciativa. Não podemos oferecer às pessoas prendas como a cisão… No dia 31 de Dezembro, devemos recordar que o artigo 31 da Constituição autoriza manifestações. Por isso, devemos reunir-nos aqui e avançar no sentido do Kremlin”, frisou ele ao discursar no comício.
A polícia tentava canalizar os manifestantes para o território cercado, mas a maioria passou para o outro lado. Limonov conseguiu juntar cerca de 1500 pessoas, enquanto os seguidores dos liberais foram cerca de mil.
Oleg Orlov, dirigente da organização Memorial, não está de acordo com estes números, considerando que a manifestação autorizada reuniu mais de duas mil pessoas, tendo sido mais numerosa do que a outra.
Seja como for, era evidente que qualquer uma das manifestações juntou mais de 800 pessoas, ultrapassando assim o número permitido.
“Precisamos de outra Rússia!”, “Eleição do Presidente da Câmara de Moscovo!”, “Rússia sem Putin!”, gritavam de ambos os lados da praça.
Serguei Udaltsov e outros dirigentes da Frente de Esquerda ficaram espantados com o fato de não terem sido detidos pela polícia quando chegaram à Praça do Triunfo e constaram que os agentes se comportaram de uma forma “mais suave” do que em manifestações anteriores.
Em São Petersburgo, as autoridades proibiram a realização da manifestação do movimento "31", tendo a polícia detido dezenas de pessoas.



3 comentários:

Jest nas Wielu disse...

Os empresários Platon Lebedev e Mikhail Khodorkovsky deram a entrevista pessoal ao jornal moscovita Novoya Gazeta:
http://www.novayagazeta.ru/data/2010/122/00.html

Anónimo disse...

Partido Nacional-Bolchevique??????????

O que prega esse tipo de "partido"?

A ressurreição do açougueiro Stalin?

Ítalo

Anónimo disse...

Assim sendo; pela postagem devemos deduzir que os democratas Russos são pessoas tipo Nemstov?
Qual foi o tipo de democracia, liberdade, insenção e honestidade que ele usou, enquanto desempenhou cargos políticos?