sexta-feira, dezembro 17, 2010

Bielorrússia: Eleições presidenciais onde já se conhece o vencedor

"Я не подписывался за кандидатов и вообще не решил, пойду ли на выборы. До политики нам нет никакого дела. Мы поем о том, что видим в окне", - заявил порталн Udf.by один из участников дуэта Михей Носорогов

Dez candidatos lutam pela presidência da Bielorrússia nas eleições de domingo, mas o vencedor deverá ser o atual dirigente do país, Alexandre Lukachenko, há 17 anos no poder e conhecido como "o último ditador da Europa".
Durante a campanha eleitoral, tudo trabalhou para a vitória de Alexandre Lukachenko na primeira volta: a oposição não conseguiu apresentar um candidato único, os vários candidatos da oposição praticamente não tiveram acesso aos órgãos de informação e toda a máquina do Estado trabalhou para garantir a maioria absoluta de Lukachenko.
“Os programas eleitorais dos candidatos da oposição são iguais e não são sérios”, considerou Natália Petkevitch, dirigente da Casa Civil do Presidente bielorrusso.
“No fundo, todos os programas são iguais e baseados num só princípio: primeiro, dizer mal de tudo o que foi feito. Depois, prometer absolutamente tudo. Mas ninguém diz como ganhar dinheiro, onde é que o Estado vai obter lucro”, declarou à televisão bielorrussa.
Lukachenko não participou nos debates televisivos com os restantes candidatos e deixou a publicidade da sua candidatura às empresas de comunicação e «media».
Além disso, o dirigente bielorrusso chegou a acordo com a Rússia sobre o trânsito de petróleo russo para a Europa através da Bielorrússia, travando assim a forte campanha dos órgãos de informação russos contra Lukachenko.
Ao mesmo tempo, conseguiu uma certa aproximação da União Europeia.
Um dos candidatos da oposição, o escritor Vladimir Neliaev, apelou à desistência dos restantes para inviabilizar a eleição de Alexandre Lukachenko, mas nenhum apoiou esta proposta.
Mais de 07 por cento dos eleitores - sete milhões - optaram por votar antecipadamente. Esta opção, efetuada em mesas de voto preparadas para uma «votação antecipada», é vista pela oposição como mais uma possibilidade de os resultados finais serem falsificados a favor de Lukachenko.
A oposição já prometeu que irá esperar os resultados no centro de Minsk, capital da Bielorrússia, mas Lukachenko também já preveniu que não irá permitir distúrbios.
“Deus nos livre de alguém ultrapassar a linha. A reação dos órgãos de segurança e dos militares deverá ser adequada e dura”, ameaçou.
A Bielorrússia, uma antiga república soviética situada entre a Rússia e a União Europeia, é governada há 17 anos com braço de ferro por Alexandre Lukachenko.
O Presidente bielorrusso é acusado de ter transformado o país num lugar de negócios para os seus familiares e amigos, bem como de ter eliminado vários adversários políticos.

30 comentários:

António disse...

Na verdade, as pessoas estão a ser "encorajadas" (coagidas, no meu dicionário) a votar antecipadamente.

António Campos

MSantos disse...

Embora fora do assunto, será caso para perguntar porque é que isto não aparece no WikiLeaks:

http://www.publico.pt/Mundo/prisioneiros-servios-eram-engordados-antes-de-serem-mortos-e-ficarem-sem-os-rins_1471507#Comentarios

Cumpts
Manuel Santos

Anónimo disse...

É um escárnio esse tipo de coisa ainda acontecer em pleno Século XXI, e pasmem, na dita europa...

Cristina disse...

Com a complacência de muitos países ....

MSantos disse...

O que será dos anticomunistas primários quando estes países desaparecerem da face da terra...

Cumpts
Manuel Santos

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Caro Manuel Santos, passam a secundários!

MSantos disse...

Caro JM

Fez-me efectivamente rir.

:o)

Cumpts
Manuel Santos

MSantos disse...

E já agora, JM, provavelmente estará a par do novo caso entre a Polónia e a Rússia por causa do acidente que matou o presidente?

Cumpts
Manuel Santos

Anónimo disse...

A própria Comissão Europeia já faz parte do complôt. É com medo das represálias de Lukaschenko.

Os democratas de vistas largas (ideias curtas) têm que organizar uma grande cruzada para tirar o faminto, inculto e martirizado povo Bielorruso das garras do tirano.

Ainda há gente corajosa.

José da Crimeia disse...

E ainda bem.

José Manuel disse...

Já conhecemos bem essa classificação de "ditadores" e "democratas" feita pelos países da UE e dos EUA. Na realidade não bate a bota com a perdigota. É apenas propaganda. Basta analisar quais são os democratas que são apresentados como modelo em contraponto a esses "ditadores". Por exemplo o UCK do Kosovo e o PM Thaci eram os democratas e Milosevic o "ditador".Afinal parece que o UCK dedicava-se a actividades como sequestro e assassinato para tráfico de orgãos.

http://www.elpais.com/articulo/internacional/Kosovo/engordo/presos/serbios/traficar/rinones/elpepiint/20101217elpepiint_10/Tes

Ou o caso de Uribe da Colômbia, que afinal tinha ligações com esquadrões da morte onde se mandavam executar aldeias inteiras.

http://www.publico.es/internacional/352393/el-asesinato-de-civiles-era-algo-habitual-en-el-ejercito-de-uribe

Por isso essas classificações da UE e dos EUA não são mais do que uma farsa.

António disse...

Wikileaks: telegramas do departamento de estado colocam Lukashenka à cabeça da lista dos oligarcas na Bielorrússia, com uma fortuna estimada em 9 mil milhões de dólares.

António Campos

Cristina disse...

José Manuel
Não são só os EUA ou a UE que classificam a Bielorrússia como ditadura, somos nós, os simples cidadãos, especialmente os portugueses que sabem muito bem o que são presos políticos e falta de liberdade. Eu, pelo menos, ainda me lembro desses tempos, embora fosse pequena.
Não é farsa nenhuma e cada pessoa pode pensar pela sua cabeça e ver onde existe democracia e liberdade e onde não existe.

António disse...

FACTO: num jantar em Vitebsk numa casa onde habitam uma médica, um farmacêutico e uma terapeuta da fala, todos empregados, preparei um empadão de peixe para quatro pessoas que continha exactamente: 2 tomates, 1,5 kg de batatas, 1 cebola, 1 molho de salsa, 4 talos de aipo, 2 cenouras, 300 g de queijo Cheddar, 700 g de peixe fumado, um saco de 200 g de camarões congelados, chili, coentros secos, noz moscada e sal qb.

O prato foi um sucesso, mas um dos participantes afirmou com tristeza que era uma pena que não fosse possível para eles preparar o mesmo mais vezes, uma vez que sairia demasiado caro.

António Campos

António disse...

Mas será que alguém tem a veleidade de pensar que somos todos estúpidos ao ponto de classificar como "democracias" ou "ditaduras" os países que a UE e os EUA nos mandam classificar como tal? Que não falamos com pessoas comuns que vivem essa realidade no dia a dia? Que não vamos lá para ver com os nossos olhos o que se passa?

Realmente, é preciso ter uma paciência de Job.

António Campos

Anónimo disse...

Depende de com quem se fala?

A prudência manda que se escutem todas as opiniões.

E as boas regras de imparcialidade assentam precisamente nesses pressupostos.

Quando EUA+UE falham nas suas avaliações, é ao cidadão comum que compete fazer correções?

Isso não será defender a balburdia, para criar mais confusão?

Essa terefa parece que fica melhor entregue aos especialistas.

Anónimo disse...

Pois é aqui em Portugal e outros países da Europa, há licenciados que nem uma coidêa de pão seco lhes resta para dar ao queixo.

Querem ainda maior miséria social que preparar refeições nas ruas das nossas cidades para alimentar desempregados, reformados, jovens que ainda não conseguiram entrar no mercado de trabalho?

Em Portugal há 300 mil jovens entre os 15 e os 30 anos desempregados.

Há crianças que a única refeição condigna que comem é a que lhes é fornecida na cantina da escola, por isso durante as férias de Natal muitas autarquias decidiram manter as cantinas abertas.

Na Bielorrússia será assim também?

Unknown disse...

José Manuel, foi com grande satisfação que li seu comentário inteligente, de uma pessoa que não se deixa enganar pelos clichês e classificações de "ditadores" e "democratas" feita pelos países da UE e dos EUA. Em outras palavras, e para ser breve:
Aos títeres, marionetes do império da América do Norte, é conferido o título de "democrata", país do bem. Aos demais...
Bem, José Manuel, é um prazer ter consciência da existência de pessoas como você. Isso me faz pensar que há esperança para o mundo.
Um abraço!

Zuruspa disse...

1,5 kg de batatas com mais 900g de "conduto" (peixe fumado e camaröes) serviriam cá em casa para 8, e näo 4.

Também neste país civilizado näo poderia fazer tal petisco todos os dias, nem todas as semanas! E somos uma família de licenciados de médio rendimento.

Quer isso dizer que Portugal está pior que a Bielorússia? ... bem 200.000 emigrados entre 2009 e 2010 talvez possam responder melhor que eu...

Anónimo disse...

««««««««António disse...
Wikileaks: telegramas do departamento de estado colocam Lukashenka à cabeça da lista dos oligarcas na Bielorrússia, com uma fortuna estimada em 9 mil milhões de dólares»»»»»»».

Senhor Campos traduza esta noticia para repor a verdade sobre a falsidade que escreveu. Tem coragem? Se não tem faço-o eu!

. 19 декабря, Минск /Татьяна Полежай - БЕЛТА/. Президент Беларуси Александр Лукашенко сегодня, отвечая на вопросы журналистов на избирательном участке, прокомментировал озвученную "Викиликс" информацию о якобы хранящихся на его счетах $9 млрд., передает корреспондент БЕЛТА.

"Если найдем $9 млрд. - женщинам чуть больше отдадим, мужикам - поменьше, - сказал Президент. - $9 млрд. - это все же стоящее дело. Найдете - мне, пожалуйста, 1%, 99% - себе".

António disse...

Pois...a ligeira diferença é que o peixe fumado custa aqui 50 euros o quilo e lá custa 20 vezes menos.

E daqui ao menos podemos emigrar.

António Campos

Cristina disse...

António, há dificuldades de as pessoas emigrarem na Bielorrússia?

Anónimo disse...

Emigrar é um previlégio?

Ou será por necessidades economicas!

Zuruspa disse...

50/20 = 2,5€/kg por kg de peixe fumado? Quem me dera! Aqui nem o frango!
Deixa cá ver... 1.500/20 = 75€/mês
... cheira-me que o ordenado médio lá na Bielorrússia é um catuxinho mais que 75€/mês, logo parece que com estas contas até vale a pena!
A matemática é um batata... sem molho!

"E daqui ao menos podemos emigrar.
António Campos"

Olha que rica vantagem!
Mas ao contrário do que insinua, pode-se sair da Bielorrússia, que aquilo pode ser mau mas näo é o Portugal de 24/04/1974!
E da maneira como isto está, até fico curioso em saber quanto já foram de Portugal para a Bielorrússia!!!

António disse...

Cristina, a seguir à Arménia e à Moldávia, a Bielorrússia é o país resultante da desagregação da antiga URSS onde mais pessoas exprimiram o seu desejo de abandonar o país. De acordo com uma sondagem da Gallup realizada este ano, 20% da população é potencialmente migrante. Mais do que países como o Quirgistão, a Ucrânia, o Cazaquistão e a Geórgia. Em contraste, na Rússia, apenas 11% dos inquiridos manifestaram o desejo de emigrar.

Que eu saiba, não existem restrições administrativas à saída de bielorrussos do país. Mas os problemas são sempre os mesmos: cada vez maior dificuldade em obter vistos, idade, dificuldade do reconhecimento de diplomas e, mais importante que tudo, a língua. São pouquíssimos os bielorrussos que falam mais do que uma língua. Todos estes factores reduzem drasticamente a mobilidade que assistimos actualmente na Europa ocidental. Por exemplo, a esmagadora maioria dos polacos com idades até 35-40 anos fala inglês.
Ainda assim, algumas estimativas avançam com números entre 3 e 3,5 milhões de bielorrussos a viver no estrangeiro. Ou seja, um número que quase corresponde a 40% da população que reside actualmente no país.

A Bielorrússia é também o país com a maior taxa de suicídios per capita do mundo.

http://rt.com/politics/press/nezavisimaya/belarusians-demolish-the-myth-of-their-prosperity/en/

António Campos

António disse...

Caro zuruspa, com esses cálculos tolos não se chega a lado nenhum. Usando a sua lógica, e pegando no preço de um qualquer bem ao acaso, tal como um automóvel, chegaríamos a conclusões disparatadas do género que o salário médio em Portugal é o dobro do do Reino Unido, seja, cerca de 4500 euros mensais. Não é assim que as contas se fazem, infelizmente. As paridades de poder de compra calculam-se com base em cabazes de bens essenciais.

Se pretende alguma informação mais concreta, posso dar-lha: o salário médio anda em torno dos 250-300 euros, sendo que as profissões menos especializadas auferem salários que podem descer a 100-150 euros por mês. Um apartamento em Minsk novo com duas assoalhadas pode custar em torno dos 120 a 150 mil euros e pode ser adquirido com crédito a 40 anos. Um maço de cigarros anda em torno de 1 euro. O gasóleo anda em torno dos 75 cêntimos o litro e a gasolina custa perto de um euro. As zonas de frescos nos supermercados em geral não têm mais de 10 metros quadrados, uma vez que os preços pedidos são demasiado elevados para a maioria da população, limitando-se esta a consumir as frutas e legumes que cultiva nas hortas da família. Os supermercados vendem fundamentalmente congelados e não-perecíveis.

Tal como o peixe fumado, o caviar é infinitamente mais barato do que em Portugal, mas mesmo assim está fora do alcance da maioria da população.

Para avaliar a evolução dos níveis de pobreza na Bielorrússia, a melhor referência disponível é o estudo de Grigorieva et al., do INstituto Max Planck para a Investigação Demográfica, "Living Conditions and Poverty in Belarus: Concepts and Measures", que já referi neste blog, que critica a abordagem "oficial" (rendimentos) na avaliação do nível de vida da população, especialmente devido ao facto de não ter havido, contrariamente ao que seria de esperar, evolução significativa na expectativa de vida à nascença, em consonância com as anunciadas "melhorias" da qualidade de vida, medidas simplesmente através do rendimento per capita.

Mais uma vez, segue o link: http://paa2009.princeton.edu/download.aspx?submissionId=91111

E já agora, para sua informação, vivem actualmente cerca de 47 portugueses na Bielorrússia, a maioria funcionários de agências de investimento, órgãos da ONU ou da UE e multinacionais.

António Campos

Anónimo disse...

Os técnicos das ONU são mesmo uma cambada de pantomineiros , não tiveram o atrevimento de escrever isto em relação a 2009. Só para nos enganarem.

Houve um Português que acabou de descobrir que é tudo uma aldrabice. Não é de agora que os Portugueses têm a mania das descobertas já lá vão uns séculos.



68 Belarus 0,826*************
69 Santa Lúcia 0,821
70 Albânia 0,818
71 Federação Russa 0,817
72 Macedônia 0,814
75 Brasil 0,813
77 Colômbia 0,807
78 Peru 0,806
79 Turquia 0,806
80 Equador 0,806
82 Cazaquistão 0,804

IDH médio (0,800 >=0,500)
84 Armênia 0,798
85 Ucrânia 0,796
86 Azerbaijão 0,78
87 Tailândia 0,783
88 Irão, República Islâmica do 0,782
92 China 0,772
93 Belize 0,772

É preciso ter lata! Goebells morreu, ficou a demagogia.

O IDH da Bielorrussia é classificado como alto meu Caro Senhor.

Anónimo disse...

Segundo rezam as "crónicas" existem muitos Bielorrussos a trabalhar em Angola, na Argélia, no Irão, no Cazaquistão e noutro países da CEI.

Quais os requisitos que impedem que os cidadãos Bielorrussos trabalhem em pé de igualdade na Rússia como os outros imigrantes?

Qual os destino que aconselham aos Bielorrussos para imigrar se as portas estão todas fechadas aos cidadãos de fora da U E? Podem ter vontade.

Isso é que tem que ser dito não é vir para aqui vender balelas a pataco furado.

Zuruspa disse...

Pois é, sr. António, os meu cálculos são "tolinhos" porque desfazem a sua frágil argumentação.

Para vermos quão frágil, pegando no seu próprio exemplo, e visto que um automóvel custa exactamente o mesmo em Portugal e no Reino Unido, chegamos é à conclusão de que os preços em Portugal são em paridade de poder de compra o dobro ou mais que no RU, ou na Irlanda, onde os salários médios são mais do dobro que em Portugal. A Bielorrússia não é um paraíso, tampouco esse Inferno que você pinta. E nem eu preciso de dizer, esses gajos da ONU já o descobriram, e o Lucrécio achou!

Mas pronto, fique cá em Portugal que isto é uma beleza... estamos aqui estamos todos em Grodno!!!

António disse...

Caro Zuruspa, até conseguir a desfazer os meus "frágeis" argumentos, o senhor terá que ainda comer muito, muito pão.

Seja como for, tudo o que posso dizer é, que se quiser saber realmente alguma coisa sobre a Bielorrússia faça como eu: viva lá bastante tempo, fale como as pessoas, observe como elas vivem, ou melhor ainda: tente arranjar um emprego e depois tente viver do seu salário e depois calcule lá os índices que quiser.

Sem passar por essa experiência, todas as suas manipulações numéricas não passam de ilusões mentecaptas para distorcer a realidade, e que não têm qualquer valor real, a não ser para mentes simples gue engolem qualquer patranha sem conhecimento de causa.

Já agora, e curiosamente, o meu carro custou em Portugal pouco menos do dobro do que custa no Reino Unido.

António Campos