O Tribunal de Khomovnik de Moscovo adiou para o dia 27 de dezembro a leitura da sentença no segundo processo contra o ex-dono da petrolífera russa YUKOS, Mikhail Khodorkovski, e o presidente do grupo Menatep, Platon Lebedev.
Várias centenas de jornalistas e pessoas que pretendiam assistir à leitura da sentença chegaram ao tribunal e depararam com um aviso na porta do edifício sobre o adiamento da leitura da sentença.
Tatiana Vassilieva, porta-voz do tribunal, recusou-se a revelar aos jornalistas as causas do adiamento, sublinhando apenas que “o juiz Viktor Danilkin informou a prisão onde se encontram os réus”.
“Não foram dadas explicações sobre o adiamento, mas, se vierem a aparecer, talvez dirão que o juiz não teve tempo de escrever o veredito”, considerou Vladimir Krasnov, advogado da defesa.
Iúri Shmit, outro advogado de defesa do antigo patrão da YUKOS, admitiu que o adiamento da leitura se pode ter devido ao fato de as autoridades desejarem “retirar impacto ao acontecimento”.
Numerosos diplomatas, deputados, políticos e jornalistas estrangeiros vieram especialmente à capital russa para assistir à leitura da sentença.
Iúri Shmit recordou que o mesmo aconteceu durante o primeiro processo, quando Khodorkovski e Lebedev foram condenados a oito anos de prisão em 2005 por fraude e evasão fiscal.
O segundo processo foi aberto pelas autoridades em 2006: Khodorkovski e Lebedev foram acusados de terem roubado mais de 200 milhões de toneladas de petróleo e legalizar o dinheiro procedente de actividades ilegais.
Vladimir Putin, primeiro-ministro russo, acusou Khodorkovski de ter os braços afundados em sangue até aos cotovelos.
A acusação pede 14 anos de prisão e a defesa pede uma “sentença absolutória”.
Organizações russas e internacionais de defesa dos direitos humanos consideram este julgamento um processo político.
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