sábado, fevereiro 12, 2011

Não tem sentido realizar conversações sobre litígio territorial neste momento de tensão, MNE



O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, considerou hoje não terem prespetivas as conversações sobre o tratado de paz entre Rússia e Japão enquanto em Tóquio prevalecerem “abordagens radicais”.
“E claro que, quando no Japão imperam abordagens radicais das questões do tratado de paz com a Rússia, e isso ocorre periodicamente e com o apoio da direcção do Estado, não tem perspetiva qualquer conversa sobre esse tema nessas condições”, declarou Lavrov, num encontro com o seu homólogo nipónico.
“Esperava recebê-lo num ambiente político mais favorável do que o que se formou ultimamente devido a uma série de ações inadmissíveis no chamado “dia dos territórios do Norte”, acrescentou.
No passado 07 de fevereiro, “dia dos territórios do Norte” (denominação nipónica para as islas Curilhas do Sul), militantes da extrema-direita japonesa profanaram a bandeira russa junto da Embaixada da Rússia em Tóquio.
Por sua vez, Seiji Maehara, ministro nipónico dos Negócios Estrangeiros, revelou que Tóquio está disposto a cooperar com a Rússia, não obstante “entre a Rússia e o Japão existirem problemas territoriais”.
“Temos de armar-nos de sabedoria e resolvê-los de acordo com os interesses de ambas as partes”, frisou.
Lavrov propôs a criação de uma comissão conjunta de historiadores para estudarem o problema dos territórios letigiosos.
“Nós continuamos virados para o trabalho com vista à elaboração de um tratado de paz, mas sem condições prévias, sem ligações históricas unilaterais. Consideramos que as questões complexas da história comum devem ser discutidas pelos cientistas, estivemos interessados em criar com o Japão uma comissão de historiadores a exemplo do que fizemos com outros vizinhos”, propôs ele.
Porém, Maehara recebeu a ideia com ceticismo.
“No que respeita à questão da criação da comissão de peritos, hoje constatámos a diferença nas posições e não houve aproximação. Até hoje houve várias discussões ao nível de peritos no campo da história, mas duvido que tenham dado resultados utéis para ambas as partes”, retorquiu.
O diferendo sobre quatro ilhas da Cordilheira das Curilhas, conhecidas como Territórios do Norte do Japão, impede há 65 anos a assinatura de um tratado de paz entre os dois países.
Em 1956, a URSS mostrou-se disposta a devolver as duas ilhas mais meridionais do arquipélago (Habomai e Chikotan) em troca da assinatura de um tratado de paz, mas Tóquio recusou.


2 comentários:

MSantos disse...

Uma clara e nítida barreira controladora dos acessos do Mar de Okhotsk.

Cumpts
Manuel Santos

HAVOC disse...

Os japoneses foram os primeiros á sentirem o cheiro da poeira nuclear solta pelos americanos e serão também os primeiros á sentirem o cheiro da poeira nuclear solta pelos russos!

TOPOL-M nesses nipônicos!