O russo Alexandre Smilievski e o italiano Diego Urbina pisaram hoje, pela primeira vez, “a superfície marciana” no quadro da experiência internacional Marte 500, informa o Centro de Controlo de Voos Espaciais da Rússia.
Numerosos jornalistas presenciaram ao emocionante momento em direto, através de um ecrã instalado no Centro, nos arredores de Moscovo. Às 9.00 horas de Portugal Continental, Smolievski e Urbina pousaram os seus pés na “superfície marciana” que, neste caso, se encontra a apenas alguns quilómetros de distância, num módulo construído para a experiência no Instituto de Problemas Bio-Médicos de Moscovo (IPBM).
“Os “astronautas” colocaram na superfície as bandeiras da Rússia, China e Agência Espacial Europeia (ESA) e fizeram um breve discurso de saudação em russo e inglês, depois do qual procederam ao programa de exploração no terreno.
Smolievaki, Urbina e outros quatro voluntários rigorosamente selecionados vivem fechados desde junho passado, por um período de 520 dias, num simulador de uma nave espacial que viaja a Marte.
Chegados ao Planeta Vermelho no passado 12 de fevereiro, a tripulação separou-se em dois grupos. Um ficou a bordo da nave na órbita marciana, enquanto que o outro vai realizar, nos próximos dias, visitas à superfície.
A de hoje foi a primeira. A segunda, em que participarão Smolievski e o chinês Wang Yue, está prevista para o próximo 18 de fevereiro. A última, realizada por Smolievski e Urbina, realizar-se-á a 22.
Durante os desembarques, os participantes da experiência vão explorar o terreno com a ajuda de dois veículos robotizados, farão perfurações para encontrar água e realizarão outros simulacros.
O módulo de aterragem deixará a “superfície marciana” no próximo 23 de fevereiro e, no dia seguinte, acoplará à nave principal. A viagem de regresso à Terra começará a 1 de Março.
A Rússia está representada no Marte 500 por três voluntários: Alexei Sitev, chefe da expedição, o médico Suirob Kamolov e o investigador Alexander Smolievski. São acompanhados pelo francês Roman Charles, engenheiro de bordo, pelo italiano Diego Urbina e pelo chinês Wang Yue.
O objetivo da experiência consiste em testar os mecanismos de adaptação fisiológica e psicológica às condições de um voo autónomo de longa duração, as particularidades das relações entre os tripulantes e o centro de controlo, assim como o funcionamento de sistemas vitais e de investigação.
Cada um dos voluntários irá receber cerca de 80 mil euros pelos 520 dias de viagem.
Os “astronautas” vivem num espaço de 550 metros cúbicos e contatam com o mundo exterior basicamente através do correio eletrónico.
A “viagem a Marte” pode ser seguida através do Google.
1 comentário:
Trata-se de uma excelente iniciativa.
Algo que nenhum outro pais fez até agora.
Desta experiência podem ser obtidos dados importantissimos para uma eventual viagem real a Marte.
E a Russia fez bem em incluir cidadãos de outros paises, que além de ajudarem nos custos do programa dão maior projecção internacional, ao projecto.
Será que eles esrão mesmo a ponderar uma futura viagem tripulada a Marte? Se não tivessem minimamente essa intenção não teria sentido fazerem esta experiência.
Mas por outro lado, a não ser que tenham algo altamente secreto não se lhes conhece tecnologia capaz de uma missão desta envergadura.
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