segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Um quinto dos russos morrem devido a consumo excessivo de álcool


Um em cada cinco habitantes da Rússia morre devido ao consumo excessivo de álcool, informa a Organização Mundial de Saúde.
Segundo um relatório da OMS, publicado hoje pelas agências russas, “a maioria das mortes é devida a traumas provocados em estado de embriaguez, bem como por câncros, doenças cardíacas e cirrose hepática, provocados pelo consumo excessivo de álcool”.
Os especialistas chamam a atenção para o fato de a situação ser agravada pelo consumo de bebidas alcoólicas de má qualidade.
Segundo a Associação russa de Vinhos Importados, “apenas dois por cento da população russa bebe vinhos de qualidade”.
O deputado Mikhail Blinov, presidente do Conselho de Controlo de Produção e Venda de Bebidas Alcoólicas, chama a atenção para o fato de a maior parte dos vinhos de má qualidade ser produzida na Rússia.
“A situação com vinhos de qualidade no nossos país está longe da desejada: mais de 80 por cento das fábricas de vinho russas não têm videiras próprias e transformam materiais vinícolas”, declarou ele à agência Interfax.
“Desconhece-se de que são produzidos mais de 70 por cento dos vinhos russos fortificados e os Portwine russos podem ser considerados armas de destruição massiva”, sublinhou.
Vinhos com a denominação de “Portwine”, “Madera” e Jerez começaram a ser produzidos na Rússia no séc. XIX para substituirem os análogos de qualidade importados de Portugal e Espanha.
Clássicos da literatura russa como Anton Tchekhov ridiculazaram os consumidores desses “vinhos”, que os serviam em festas como sinal de riqueza, mas, na realidade, não passavam de bebidas alcoólicas de baixa qualidade, produzidas, no melhor dos casos, a partir de frutas e bagas, mas engarrafadas em tara de vidro e com etiquetas copiadas dos vinhos portugueses e espanhóis.
Na era soviética, o “Portwine” passou a ser um dos “símbolos do proletariado” devido ao seu alto teor alcoólico e baixo preço.
O Vinho do Porto original voltou ao mercado soviético depois do 25 de Abril de 1974, passando a ser também conhecido como “sangue, suor e lágrimas do camarada Álvaro Cunhal”.
Porém, o seu alto preço tornava-o pouco acessível.
Atualmente, os “Portwine” e “Madera” russos continuam a ser muito procurados entre as camadas mais desfavorecidas da população.

21 comentários:

Josi Freitas disse...

É um verdadeiro absurdo deixarem chegar neste ponto...

Anónimo disse...

Rússia: veredicto de magnata do petróleo foi imposto ao juiz

O veredicto que prolongou em dezembro até 2017 a pena do magnata do petróleo Mikhail Khodorkovski foi imposto ao juiz do tribunal moscovita responsável pelo caso, afirmou nesta segunda-feira uma funcionária do Judiciário que denunciou aquilo que chamou de "trama política".

Natalia Vassilieva, uma assistente do juiz Viktor Danilkin que também atuou como porta-voz do tribunal durante o julgamento, fez a declaração em uma entrevista ao jornal virtual Gazeta.ru e ao canal Dojd.

"Desde o princípio, antes mesmo de Danilkine ler a sentença, o controle era permanente", disse a funcionária. "Danilkine começou a redigir o veredicto. Suspeito que o que estava nesta sentença não era satisfatório para as instâncias superiores. E recebeu um veredicto diferente que teve que anunciar", completou.

"Quando as coisas não iam no sentido desejado, o juiz devia informar o Tribunal Central de Moscou e recebia instruções sobre a atitude que devia adotar". "Tais casos políticos estão orientados desde o início a uma conclusão concreta", destacou.

O tribunal de Moscou denunciou uma "provocação" e negou qualquer pressão. Em 20 de dezembro, as penas de prisão de Khodorkovski, ex-presidente do grupo petroleiro Yukos, e de seu principal sócio, Platon Lebedev, presos desde 2003 e condenados em 2005 a oito anos de detenção por fraude e evasão fiscal, foram prolongadas até 2017 por roubo de petróleo e lavagem de dinheiro.

O segundo julgamento foi denunciado por diversos analistas como a continuidade de um ajuste de contas com um homem que enfrentou o Kremlin e financiava a oposição.

Inácio Cristiano disse...

Nos idos anos de 1975...85...95 o vinho mais popular em Angola, era comercializado em Luanda com a designação de Capo-Roto.

Vendia-se no mercado do Roque Santeiro.Dentro dos principais consumidores registava-se a comunidade internacionalista dos diferentes assessores militares dos diferentes paises do leste europeu.

Era do conhecimento geral, que se tratava de uma bebida alcoólica cujo principal engrediente utilizado eram as baterias alcalinas de 1,5V muito populares em Angola, para uso dos rádios portáteis.

Também se dizia que o seu fabrico era feito segundo o controlo de técnicos russos, especialistas em vitivinicultura soviética.

A ingestão desta bebida, deveria ter contribuido para mais mortos, por sirrose hepática nas hostes do MPLA, do que mortes nas fileiras da UNITA por estratégia "guerrilheira" made in URSS.

Ricardo disse...

Digamos que não seja um problma exclusivamente russo.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110212/not_imp678585,0.php

Pippo disse...

De facto, JM, o consumo excessivo de álcool é um flagelo na Rússia e não só!
O meio social em que tal consumo ocorre é importante. Por exemplo, entre a nossa juventude, consomem-se quantidades absurdas de álcool (sobretudo cerveja e “bebidas brancas”) porque “é giro”. Quem não se embebeda é “careta”, é “certinho”, e os putos “certinhos” não têm estilo, não são engraçados e não arranjam gaja. Com elas é mais ou menos similar.
No caso dos adultos (e neste campo creio que o meio russo é similar ao que encontramos em certas zonas da nossa província), consome-se álcool “porque sim”, “porque está frio” ou “porque está calor”, “porque não há mais nada para fazer”, etc.. No fundo, bebe-se, de preferência com os amigos, para se escapar à apatia. A bebedeira é um acto social, equivalente ao consumo do qat no Iémen.
Relativamente ao consumo de álcoois de baixa qualidade, bem, sei que na URSS houve pessoas que chegaram a destilar anti-congelante! Depois do seu consumo, obviamente, morreram!
Lembro-me, quando estive em Moscovo, de ver bêbados, mas bêbados a sério, não como os bebedolas que temos por cá, estendidos pela neve mas agarrados a garrafões de 5 litros de vodka barata…

Quanto a vinhos de qualidade… enfim, esses comerciantes não devem estar a ver bem a coisa. Ou muito mudou muito desde então (e duvido que assim seja, mas o JM poderá elucidar-me), ou os vinhos mais acessíveis continuam a ser os moldavos e os caucasianos. Não são maus mas também não são realmente bons, e são muito mais caros de que uma garrafa de vodka razoável…
Lembro-me também que havia vinhos importados. Recordo-me de ver, com um colega argentino, uns vinhos sul-americanos que ele catalogava como “zurrapa”, mas que eram vendidos como se fossem dos melhores. E claro, também havia vinhos franceses, italianos, espanhóis e portugueses (o invariável vinho do Porto e mais um ou outro de que não me recordo agora), mas esses eram para quem tinha a carteira recheada.

Dado que o consumo de bebidas de qualidade é impraticável pela maioria das pessoas, terão as autoridades russas, e dos restantes países saídos da URSS (e de todos os outros onde haja este flagelo), fazer campanhas intensivas para mudar os hábitos da população.
Uma das melhores formas é dar a mostrar o que acontece a quem bebe muito. No caso dos homens, normalmente os maiores consumidores, é atacar-lhes onde nos dói mais: na virilidade! Façam-se boas peças teatrais ou séries televisivas onde o gajo que bebe muito perde a mulher para outro e fica sem …“mojo”! Funcionará melhor do que falar do mau exemplo para os filhos, da perda do emprego, etc.
A luta contra o alcoolismo poderá ser, talvez, uma luta inglória, mas derrota é cruzar os braços e não lutar.

Francisco Lucrecio disse...

««««««“sangue, suor e lágrimas do camarada Álvaro Cunhal”»»»»»».


Oh Doutor Milhazes o Senhor é mesmo daquelas pessoas embirrantes.

Prove aquilo que diz?

Que transformação se opera no cérebro de um ser humano, para num determinado período da sua vida defender uma determinada causa, para de seguida entrar em contradição profunda com o seu próprio passado?

Não condeno quem muda, todos têm o direito de mudar, eu também já mudei e voltarei a mudar se necessário. Condeno sim, aqueles que mudaram utilizando a traição para subir na vida.

Os que mudam por convicção merecem ser respeitados, aos outros a abominação é pouco.

Cristina disse...

Francisco Lucrécio
Não quer passar a comentar noutro blog?

Francisco Lucrecio disse...

A minha presença incomoda-a assim tanto?

Ou receia que seja também revelado o seu passado politico?


Eu há muito que me tinha apercebido que há certas pessoas neste espaço que se consideram os donos absolutos da verdade.


Também vive assim tão distraida que não se apercebe das grandes tranformações que estão a ocorrer à sua volta?

Minha Senhora o seu tempo já lá vai,mas continua a pensar como se vivesse nos anos 90.

Cristina disse...

Olhe Francisco Lucrécio
A sua presença de facto incomoda-me.
Incomoda-me que insulte o autor do blogue, de quem me considero amiga, incomoda-me que lhe chame traidor, incomoda-me que entre neste blogue para atacar quem escreve nele, da mesma forma que me incomodaria alguém que entrasse numa casa para insultar o dono. Incomoda-me a sua falta de tolerância em relação aos que constataram o fracasso da ideologia comunista, no fundo incomoda-me a ausência de educação e de consideração.

Francisco Lucrecio disse...

«««««Incomoda-me a sua falta de tolerância em relação aos que constataram o fracasso da ideologia comunista, no fundo incomoda-me a ausência de educação e de consideração»»»»».

Dona Cristina não proceda desse modo, fica-lhe bastante mal. Ou isso ainda são reflexos daquilo que aprendeu nas “malditas” universidades comunistas? Acalme-se faz favor. A verdade incomoda-a assim tanto para a levar a taxar os seus interlocutores de mal educados e intolerantes aos primeiros sinais de derrota? Primeiro que tudo saiba responder a rigor, não se desligue do assunto, para mandar apenas alfinetadas.


Porque não basta acusar as outras pessoas daquilo que lhe apetece, tem que justificar e prová-lo. Será que a Senhora à falta de argumentos inventa factos? Por favor habitue-se a responder devidamente às questões que lhe colocam, não se afaste da área politica, estamos aqui para isso mesmo, discutir politica . Até pode chamar-me aquilo que muito bem entender, desde que seja relacionado com essa temática não tenho que me parecer mal.

Mais; desejava saber quais foram os pejorativos que usei, para a Senhora, com tamanha habilidade heurística me rotular daquilo que lhe veio à mente? Minha Senhora eu disse verdades, por favor prove o contrário?

Ou a Senhora também se sentiu atingida por aquilo que eu respondi ao Doutor Milhazes pela razão de ele ter inserido uma nota totalmente descontextualizada sobre o assunto em questão ( vinho do Porto). Para sair a terreiro toda abespinhada?

Reagi daquele modo ao Doutor Milhazes pelo facto de ele aproveitar todas as ocasiões para zurzir nos seus antigos patronos.
Cont…..

Francisco Lucrecio disse...

Eu compreendo-a muito bem minha Senhora e compreendia-a ainda melhor se a Senhora tivesse coragem para me responder às questões que lhe tenho colocada sobre a degradação catastrófica que tomou conta do espaço ex-Soviético, a todos os níveis (social, industrial, tecnológico, militar, agrícola, etc.) hoje estão abaixo do patamar de 1991.

Portanto os factos comprovam, que o fracasso está no sistema Capitalista e não no Comunismo como afirma. Isto porque o Capitalismo além de não ter conseguido resolver nenhum dos problemas herdados do Socialismo, agravou-os todos severamente. Por outro lado criou ainda novos problemas estranhos a essas populações.


No entanto a Senhora recusa-se a aceitar esta negra realidade.

Porque sempre que a tenho confrontado com estas questões esquiva-se ao assunto.

Portanto ao contrário daquilo que julga, compreendo-a perfeitamente bem. Se existe intolerância é da sua parte na medida em que sempre se recusou neste espaço aceitar a opinião daqueles que não partilham das suas opiniões de privilegiada social. Nem admite tão pouco outros modelos políticos além do seu.


Seria bom que pensa-se desse modo antes de adquirir estatuto à custa da ideologia que passou a odiar ferozmente (comunismo).
Cont……..

Francisco Lucrecio disse...

Está esquecida daquilo que me respondeu , quando eu disse que já tinha votado no BE? «««« É lamentável que existam pessoas que não têm amor ao seu país»»»». Portanto para si aqueles que não partilham os ideais burgueses, são traidores?

Qual era a sua opinião quando foi estudar para URSS? Pelos vistos só começou a ser patriota depois de ter o curso na mão? Esqueceu-se facilmente da mão que a amparou na subida?

Para a Senhora hoje patriotas são aqueles que afundaram Portugal, meteram o país na situação ruinosa em que está?
Acha que as ajudas maciças da U E e o endividamento externo do nosso país se destinaram a melhorar as condições económicas e sociais da população Portuguesa? Construir universidades, escolas, hospitais, infantários, , habitação social, apoio à terceira idade, melhorar as redes viárias do interior, etc.

Nada disso! Serviu para meia dúzia de “senhores” da alta finança e os seus amigos do circulo politico que nos tem governado nos últimos trinta anos encherem os “bolsos”, construir marinas, Resorts de luxo, campos de futebol, auto-estradas onde não são necessárias, e quejandas.

Agora é o povo que tem que arcar com as consequências.

Qual é a área politicas dessa gente? São aqueles que eu não me canso aqui de criticar.

Quais foram os responsáveis destes desmandos? São tudo pessoas da sua área politica minha Senhora, aqueles em que se revê e apoia. São esses mesmos que destruíram o meu país, roubaram as esperanças à juventude da minha pátria, atiraram milhões de reformados para a miséria e a solidão, criaram a angustia e a incerteza em milhões de trabalhadores.

Estão a provocar o desespero em centenas de milhares de desempregados.

Por esse facto desiluda-se que nunca podemos estar de acordo. Porque não posso pactuar com a camarilha de corruptos, ladrões e incompetentes que destruíram todo o sector produtivo Português, venderam o meu país a retalho ao estrangeiro, estão a tentar apagar 800 anos da minha história.

Cont…..

Francisco Lucrecio disse...

Mais; a Senhora aqui neste mesmo espaço também teve o desplante de lançar criticas verrinosas contra Hugo Chaves, acusando-o de ditador.

Entre muitas outras coisas ignora que a Venezuela já tinha petróleo muito antes de H. Chavez ser eleito democraticamente. No entanto a miséria atingia a maioria da população.

Ignora ainda que Chavez retirou milhões de Venezuelanos da miséria, permitiu o acesso à Universidade a todos os jovens que desejem frequentar essas instituições, erradicou o analfabetismo, proporcionou assistência médica a toda a população, mandou construir milhões de casas retirando outros tantos milhões de Venezuelanos dos bairros degradados, distribuiu terras abandonadas aos camponeses.

Em suma deu esperança e vontade de viver ao povo Venezuelano.


A sua intolerância politica também a leva a não aceitar que Chavez é o presidente mais escrutinado democraticamente a nivel mundial com a participação da maioria do eleitorado, como é de esquerda, e mexe com os interesses estabelecidos, não admite, e vai daí nada melhor que rotula-lo de ditador

Sabe qual foi a taxa de abstenção nas ultimas eleições em Portugal?

Não é diferente daquilo que acontece na maioria das Social-Democracias bafientas da Europa.


Afinal quem é intolerante?

José Maria da Fonseca disse...

Ao F.Lucrécio

Com todo o respeito, acho-o culto e sério, ingénuo mas optimista.
Acredita no homem novo ! naquele que estava a ser "moldado" nas faculdades soviéticas !
- e o alcool pá , o alcool ! o tema do post ?
Bresniev pouco antes de morrer disse que o sol da terra (URSS) teria atingido o estádio supremo de desenvolvimento que se traduziria :- Do partido para todo o povo !
Afinal veio a descobrir-se que era apenas "zurrapa" o que vinha do partido do proletariado.

Camarada, só nos resta esperar que o Homem Novo nasça na Venezuela, fruto da revolução bolivariana e com o apoio do uph, aph,socrático aph "Magalhães".
Mas...por aqui o pessoal fuma mais do que o que bebe, nanmm...é só fumaça!
Talvez ...no Chile haja mais potencial!!

Francisco Lucrecio disse...

Caro José Maria da Fonseca.

Lamento recusar o seu produto, mas tornei-me abstémio por motivos de saúde.
Quando podia consumir era grande apreciador daquele excelente moscatel de retorna , como também nunca me negava a saborear as delicias de umas encorpadas gambas grelhadas regadas com um branco João Pires bem fresquinho. Tudo produtos da sua famosa marca, “JMF” (excepto as gambas, talvez capturadas nos mares do Faralhão, Comporta ou Carrasqueira?) .


Quanto ao resto que escreve sobre as minhas qualidades e virtudes,. Confesso-lhe que depois de ter feito uma visita à Grécia, tenho tentado seguir escrupulosamente a divisa inscrita no frontão do templo de Apolo. Embora ainda não me conheça muito bem a mim próprio, no entanto esforço-me bastante para eliminar tudo o que considero pernicioso à harmonia e respeito dos seres humanos entre si e a natureza de que fazemos parte.

Precisamente por esse facto mesmo, não consigo adaptar-me a uma sociedade doente, que contamina e destrói tudo quanto está sob o seu domínio.
No entanto obrigado pelos elogios.

Meu Caro, ao contrário daquilo que afirma não sou ingénuo, nem tão pouco optimista. Sou bastante realista, e estou muito preocupado com o rumo que o actual sistema politico e económico está a levar a humanidade. Na medida em que o modelo de desenvolvimento em vigor não pode ser mantido por muito mais tempo. Cria cada vez mais desequilíbrios e desigualdades sociais. Gerador de ódios, revoltas populares, guerras e insegurança de toda a ordem, esses sinais já são visíveis por toda a parte.


Além de ser insustentável para a natureza a forma desordenada como se estão a explorar os seus recursos. O homem com o fito do lucro fácil e imediato está a provocar alterações ambientais que ignora as consequências a longo prazo, outras já estão a ser conhecidas, algumas delas irreversíveis.

Está a ver que até sou muito pessimista?

Cont………

Francisco Lucrecio disse...

Também não sou apologista desse tal homem novo, nem do homem renovado. O homem deve traçar o seu futuro alicerçado na experiencia do passado, mas não tem nada que se amarrar a esse passado, na medida em que o passado foi ontem (já foi) , hoje é o presente (tem que saber geri-lo) e o futuro será amanhã (tem que saber prepara-lo).

Eu sei sim que 80% da humanidade não tem qualquer tipo de proteção social, 2/3 passam fome enquanto uma minoria restrita acumula riqueza equivalente àqueles que ganham menos de 1 dólar por dia “2 600 M” .

Isso para mim é inadmissível, na medida em que o nosso planeta consegue produzir bens suficientes para sustentar todas as pessoas que nele habitam.

Além disso meu Caro JMF, não julgue que com aquilo que defendo vivo preso a dogmas e sistemas que tiveram a sua época.

As sociedades são dinâmicas ninguém as pode parar. É necessário sim, reconstruir um modelo e uma prática social que não estejam agrilhoadas á nostalgia daquilo que devia ter sido e não foi, daquilo que deu bons resultados num determinado período e numa conjuntura favorável.

Hoje tem que se saber repensar todos essas experiencias, para se construir e organizar com a participação de todos uma sociedade mais justa virada ao futuro.

Porque uma sociedade que funcione a golpes de individualismo, cultural e socialmente desmembrada é como um navio sem leme mais tarde ou mais cedo naufraga.

Isto porque não basta exigir apenas a integração politica de todos, excluindo a maioria dos direitos económicos.
A riqueza produzida deve, tem que ser distribuída por todos com sentido de justiça.
Cont…..

Francisco Lucrecio disse...

Sobre aquilo que escreve a respeito da URSS, sei isso tudo que diz, até lhe vou confessar mais, aquela tranquitana era insustentável não se podia manter por muito mais tempo. Por um lado devido ao período de estagnação de Brejnev .

Por outro, devido àquela chusma de parasitas e de oportunistas que se infiltraram em todos os órgãos de poder, fizeram o “brinquedo” rebentar como uma bola de sabão.

Sabe dizer-me onde estão esses mesmos hoje? Primeiro eram uns distintos comunistas, impunham a ideologia ferreamente.

Depois de terem provocado a derrocada do sistema, roubaram tudo o que tinham à mão, acumulando fortunas colossais, e veja no que se transformaram? Uns liberais de primeira cepa.

E andam por aí alguns (reparou que escrevi alguns?) disfarçados, que subiram na vida com os favores do sistema. E agora são os que mais o criticam. Ora isso não se faz, além de ser deslealdade, pretendem fazer dos outros parolos e lerdaços.

Também não devemos diabolizar totalmente a "coisa" porque não era assim tudo mau. Os “senhores” que se seguiram (os mesmos de antes, mas com outro disfarce) com ânsia de apagar todos os vestígios “daquilo” destruíram o que tinha de bom, introduziram quanto é pior no neoliberalismo financeiro e hoje uma parte significativa da população vive em pior condições que vivia nesse tempo. Como consequência dessas asneiradas todas, o PIB chegou a cair 50% e ainda não recuperou para os níveis de 1991.

Cumprimentos

José Maria da Fonseca disse...

Caro F. Lucrécio,

Sábia escrita, de pena leve, sem constrangimentos de consciência, só ao alcance daqueles que viram "mundos" além da Taprobana e provaram dos melhores nectares da excelsa uva consagrada para alimento dos deuses (a propósito, que vinho bebem os padres russos Hortodoxos na celebração da santa missa, espero que não seja nada parecido ao Capo-Roto angolano!).

Entrementes aconselho-o a intervalar a abstenção alcoolémica e a provar os recentes nectares de 2005 e 2007 da minha concorrente Ermelinda Freitas, que tem vinhas nas terras do Poceirão, onde o camelo do mário lino pasta, antes que lá construam o novo aeroporto numa àrea identificada por um estudo da CIP...lembra-se?
(Ideia da CIP para o povo!) onde já ouvi isto...?
Aquelas cepas na base das piriquitas, trincadeira, aragonês e joão pires fazem mostos de excelência e inspiram os blogers de toda a peninsula de Setúbal que o tentam consumir todo, antes que vá para exportação hic, hic.

José Maria da Fonseca disse...

Continuação...

Caro F.Lucrécio,

Aos russos zarolhos (tipo Camões, que só viam pelo olho esquerdo)podem não saber fazer poemas, mas em contrapartida souberam confiscar os tais meios de produção que tanto jeito lhes têm feito nos dias que correm, ou não fossem eles marcxistas (sem ofensa para o Grouch).
Agora os russos já podem ter grandes equipes de futebol, guifts e carros ocidentais e parecerem democratas civilizados, graças aos apparatchiks do anterior regime.

Eu também já tive o poder nas mãos (no sentido maoista) mas nunca me servi dele, nem para apanhar pombos verdes nas bolanhas da Guiné, quanto mais as ostras do tarrafo que as comia às toneladas acompanhadas de cerveja fresca, que as pagava do meu bolso... e pensava que aquilo era o paraíso do inferno, no outro lado , às vezes ouvia as Kalachnicov...!
Olho hoje para a Guiné e penso...
o homem, a religião , a ideologia, o caminho, eu apenas quero-me encontar comigo mesmo...
...está tudo por fazer !
cumprimentos

Francisco Lucrecio disse...

Caro JMF.

Excelentes opiniões.
Por favor não me continue a aguçar o apetite, ao fazer-me lembrar da Dona Ermelinda, fico a balançar entre render-me a Baco ou a obedecer às recomendações do médico.

Conheço razoavelmente essa região que refere. Ainda conheci um dos maiores vinicultores dessas paragens, o Espanhol de Algeruz, lembro-me também das adegas do Murta funcionarem em pleno, já lá vão uns bons aninhos.

Repisando no tema do alcoolismo, devemos não esquecer que normalmente este drama assenta em problemas sociais. Há quem defenda razões culturais. Considero que vai tudo dar ao mesmo (pendor, origem, social)

Havia um “senhor” que desgovernou este país, tinha como lema “quem bebe vinho dá de comer a 1 milhão de Portugueses”

Recordo-me (e não há assim muitos anos) que nas regiões do país onde os Invernos são mais rigorosos, as escolas não dispunham do mínimo de condições, davam aguardente (catchaça) às crianças para “resistirem” ao frio. Portanto isto são pruridos muito difíceis de sarar num curto espaço de tempo, só alterando os hábitos, e oferecendo melhores condições de vida, esta problemática se consegue erradicar.

Portanto não basta ficar-se por denunciar o problema, devemos recuar às causas para se conhecer toda a trajetória deste e de outros dramas sociais.

Eu por sinal já tinha lido isto na imprensa Russa.
Intervim apenas por um bitate que o Doutor Milhazes disparou sobre uma figura publica Portuguesa (como se costuma dizer não dá ponto sem nó) que não tinha nada a ver com a noticia. Só que depois saiu uma Senhora a terreiro toda abespinhada ( ignorava ela, que eu já não lavo a roupa à mão no lavadouro publico, evolui; já uso máquina de lavar) por isso demorei-me aqui um pouco mais, e andei bem porque acabei por encontrar o meu Amigo JMF.

Entretanto a Senhora enrolou a trouxa em silencio e sumiu-se, devia ter ido lavar para a ribeira. Qualquer dia solarengo regressa outra vez.

Resumindo; do que deduzi desta noticia divulgada pela imprensa Russa, os governantes pretendem ilibar-se desta terrível chaga que está a corroer a sociedade, tentado descarregar as responsabilidades naqueles que directamente são afectados por o problema. Mas pouco ou nada fazendo para enfrentar a situação.

Não é apenas nisto, a incompetência, o desleixo, a corrupção, os favorecimentos, em suma, a degradação institucional está a varrer a Rússia tal como nos anos 90, desta vez quase silenciosamente.

Cumprimentos.

Gustavo Mouro disse...

"A Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu um boletim informativo onde revela que a Rússia é o país com o maior número de viciados no tabaco: 44 milhões de pessoas.

Segundo o estudo, elaborado em 2009, mais de 60% dos homens e 22% das mulheres são fumadores,"

Estima-se que entre 350.000 e 500.000 pessoas morrem na Rússia todos os anos por causa do tabaco.
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2010 (onda de calor)
Mais de 500 pessoas morreram afogadas na Rússia desde o início de agosto, durante uma onda de calor inédita na história do país, anunciou hoje o Ministério para as Situações de Emergência russo.
“A principal causa da morte é o banho em estado de embriaguez ou em lugares não preparados para nadar”, acrescentou, citado pela agência noticiosa RIA-Novosti.
Segundo dados oficiais, 506 pessoas morreram afogadas e 385 foram salvas, desde o princípio deste mês.
A onda de calor que se regista na Rússia há dois meses, com temperaturas próximas dos 40 graus centígrados no centro do país, fez aumentar o número de mortos por afogamento nos vários rios e lagos russos.
Em Julho, 1229 pessoas morreram por afogamento, 15 por cento menos que em Junho (1244 mortos).

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Na Ásia a Rússia só perde na taxa de mortalidade pro Afeganistão.

Rússia 14,2 a cada 1000 pessoas
Afeganistão 19,2 a cada 1000 pessoas

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Passei pelo Blog porque estou fazendo um trabalho sobre a Ásia, as informações encontradas aqui ajudaram no esclarecimento do alto indice de mortalidade na Rússia.

Obrigado!

Att
G.Mouro