quarta-feira, março 02, 2011

Planos de rearmamento das Forças Armadas russas falharam


Os planos ambiciosos de rearmamento das Forças Armadas da Rússia falharam na primeira etapa, escreve hoje o diário Nezavissimaia Gazeta, citando documentos do Ministério da Defesa.
Segundo um relatório recentemente apresentado por Anatoli Serdiukov, ministro da Defesa, a Dmitri Medvedev, Presidente da Rússia, foram realizados apenas 30 por cento das encomendas de armamentos feitas pelo Estado ao complexo militar-industrial.
Boris Nakonetchni, vice-chefe da Direção de Encomendas do Departamento de Armamentos do Ministério da Defesa, reconheceu que as Forças Armadas não receberam: “uma corveta, dois submarinos 955 e um 885. Dos nove aviões de treino Iak-130, foram entregues apenas seis, 78 dos 151 veículos blindados BMP-3.
Além disso, o jornal recorda a perda, em dezembro passado, de três satélites que caíram no oceano logo após terem sido lançados, o que provocou prejuízos da ordem dos 600 milhões de euros.
O Ministério da Defesa acusa o complexo militar-industrial de não cumprir os contratos assinados e estes acusam o primeiro de pagamentos em atraso.
Peritos militares consideram que um terço das empresas do complexo militar-industrial estão falidas, que a Rússia investe dez vezes menos nesse complexo do que os países desenvolvidos e cinco vezes menos na renovação dos fundos e na preparação de quadros.
“Mais de 70 por cento das tecnologias que garantem as necessidades da produção estão física e moralmente ultrapassadas, mais de metade das máquinas gostou 100 por cento da sua capacidade de produção, a idade média dos operários no complexo militar-industrial é superior a 50 anos e, nos institutos de investigação militar, ronda os 60”, declarou Vladimir Dvorkin, general na reserva que antes respondia pela elaboração de programas de modernização das forças nucleares.
O “Nezavissimaia Gazeta” sublinha que, depois do fim da URSS, em 1991, na Rússia não foi cumprido até ao fim nenhum dos programas de rearmamento e que não se vê a restruturação global da produção militar.

5 comentários:

PortugueseMan disse...

Que exagero.

Mas se não for assim como é que os jornais vendem?

Plano de rearmamento falhou? se colocassem questões ao jornalista que escreveu o artigo, para se perceber como é que ele chegou a esta brilhante conclusão, teríamos uma surpresa.

Mas isso não interessa, o que enche o olho é o suposto falhanço, pormenores não interessa.

E uma vez mais, vem à baila o falhanço do lançamento de três satélites.

Alguma palavra de apreço aos russos que participaram em todos os outros lançamentos de sucesso? Mas que jornal vai publicar notícias de coisas boas?

Lá como cá e como em todo o lado, o que se vende são as desgraças, os acidentes, os falhanços.

Se o mundo fosse só feito de pessoas assim, nem teríamos passado da idade da pedra.

Pedro disse...

Pelo que tenho visto no site Ria Novosti, tem estado a chegar equipamentos novos este ano.
Helicopteros KA-52, MI-28 e outros.
E ainda recentemente foi entrege á marinha um Submarino nuclear novo.

Como não sabemos a extensão do programa e datas não dá para perceber se a noticia é exagerada ou tem algum fundo de verdade.

Mas tal como já disse o PM as más noticias vendem melhor que as boas.

Pedro disse...

E ainda hoje foi testado com sucesso o segundo protótipo do T-50 pak-fa.
Cá está, uma boa noticia (do ponto de vista militar para os russos) que não tem o mesmo impacto da outra.

Imaginem o que seria se um destes bichos se despenhasse durante o teste de voo.
Era noticia em todo o mundo e sempre com enfase na qualidade da industria Russa.

Pippo disse...

Hoje houve mais um satélite da NASA, no valor de USD 424 milhões, que não chegou ao espaço.
Só para comparar, o falhanço do lançamento dos três satélites Glonass-M em Dezembro de 2010 custou ao Estado Russo USD 160 milhões.

Os falhanços dos lançamentos russos e norte-americanos são exactamente iguais, com a diferença que uns custam menos do que outros.

De resto, quanto ao programa militar de rearmamento, há falhas e atrasos. É lamentável mas não é nada do outro mundo. Contudo, não é ao nível d armamento mais sim ao nível da restruturação, do treino, do comando e controlo e da capacitação dos escalões mais baixo do comando (tenentes e sargentos) que as FA Russas poderão melhorar enormemente, inclusive para enfrentar as ameaças actuais das guerras anti-subversivas e guerras fronteiriças contra adversários em reduzido número mas bem armados e treinados.

MSantos disse...

Como o Pippo muito bem referiu e já foi aqui discutido tantas vezes, o principal problema das FAs russas é a sua matéria humana.

Com pessoal eficaz e devidamente treinado com modernizações dos aparelhos existentes ao nível das electrónicas e software, as FAs russas seriam formidáveis mesmo com o actual inventário.

Assim só o são apenas por número.

Cumpts
Manuel Santos