quinta-feira, abril 21, 2011

Bielorrússia: País "era tão democrático, que até metia nojo"

O Presidente da Bielorrusia, Alexander Lukashenko, afirmou hoje que o seu país “era tão democrático, que até metia nojo”, o que alimentou receios de uma intensificação da repressão sobre a oposição política


Lukachenko disse também que o Ocidente está a preparar uma ingerência direta nos assuntos internos da Bielorrússia.
“A análise dos acontecimentos ocorridos no fim do ano passado e no início do presente leva à conclusão que querem fazer derrubar o nosso jovem Estado”, declarou ele numa mensagem ao Parlamento e povo da Bielorrússia.
Segundo ele, “inicialmente começaram com ameaças políticas, o não reconhecimento das eleições, listas de proibidos de viajar, sanções económicas. Depois, o incentivo da agiotagem no mercado financeiro, depois danças macabras em torno dos acontecimentos na estação Oktyabrskaia (atentado terrorista que matou 13 pessoas)”.
“Tudo isso são correntes da mesma cadeia: semear a desconfiança para com o poder, sufocar com uma forca o país. Querem que sejamos iguais a todos os outros em redor, no fim de contas”, frisou.
“Eles querem que no poder haja discórdia, que nesta sala oval (sala do Parlamento) haja pancadaria”, considerou.
Lukachenko promete resistência: “Se nos tentarem dobrar, pôr de joelhos e, depois, sufocar, iremos, no mínimo, resistir. Iremos combater por cada pedaço nosso de terra”.
O dirigente bielorrusso reconheceu que os investigadores não encontraram rastos da política e do mundo do crime no atentado terrorista no metropolitano de Minsk.
“Quanto ao atentado terrorista, não encontrámos, por enquanto, vias para os políticos, para os criminosos ou bandidos”, precisou.
“Mas não excluímos essas versões”, acrescentou.
Lukachenko acusou a oposição de tentar aproveitar-se da situação.
“Eles tentaram aproveitar-se da situação. Então, eu ordenei pôr fim a insinuações e constatámos que eles puseram o rabo entre as pernas durante um dia. Quando os convidaram para uma conversa, tratou-se de uma conversa, e não interrogatório, tal como ordenei, pediram-lhes fatos, mas eles não os tinham”, concluiu.

1 comentário:

anónimo russo disse...

E será que Lukaschenko não tem razão quando receia uma ingerencia nos assuntos internos da Belorussia? Tendo em conta tudo o que se passa no mundo nos últimos anos, tais afirmações parecem bastante lógicas.
Quanto a "ditadura" de lukaschenko, os analistas sérios dizem que numas eleições mais honestas e mais democraticas a maioria votaria nele. Se não me engano, a Belorússia tem uma das economias mais estaveis no espaço pos-sovietico, e as pessoas, pelos vistos, aínda não desaprenderam a pensar com a cabeça e não com uma "democracia" à ucraniana (dos tempos da laranjada).