segunda-feira, abril 11, 2011

Rússia quer regressar à Lua e chegar a Marte


A Rússia pretende conservar posições de liderança na conquista do Espaço e tenciona criar bases na Lua até 2030 e chegar a Marte ainda neste século.
“A Rússia ocupa a posição de líder no lançamento de foguetões: no ano passado, lançámos 31 dos 74 realizados no mundo. Num futuro próximo, temos todas as possibilidades de realizar metade dos lançamentos. Mas não nos podemos transformar de potência cósmica em carroceiro do Espaço”, declarou Vladimir Putin num encontro realizado com cientistas ligados à conquista do Espaço.
Segundo o primeiro-ministro russo, o seu Governo está a investir neste ramo, em 2010-2011, 5 mil milhões de euros.
Baseando-se no programa espacial apresentado por Putin, o jornal “Birjevoi líder” calcula que, em 2030, a Rússia instalará na Lua a sua primeira base espacial.
Os cientistas russos depositam grandes esperanças na criação de motores atómicos para as naves utilizadas em voos espaciais, o que constituirá um salto qualitativo neste campo e tornará possíveis viagens a Marte no séc. XXI.
O Presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, vê na cooperação internacional grandes perspetivas.
“Estou convencido de que a cooperação multilateral na investigação e aproveitamento do Espaço para fins pacíficos irá abranger um número cada vez maior de países, contribuir para a junção de esforços na busca de soluções para os problemas globais e o progresso técnico-científico da civilização”, escreve ele numa mensagem à ONU a propósito do 50º aniversário da viagem de Iúri Gagarin ao Espaço.
Porém, a indústria espacial russa terá de superar sérios obstáculos para se manter na linha da frente da conquista do Espaço.
Andrei Kokochin, deputado e membro da Academia das Ciências da Rússia, considera que para isso o seu país terá de aumentar a “longevidade” dos satélites russos.
Além disso, este cientista, que já dirigiu o complexo militar-industrial russo, chama a atenção para o problema da “base de componentes eletrónicos das naves espaciais russas”, sublinhando que a Rússia depende cada vez mais de fabricantes estrangeiros.
“A cooperação com empresas estrangeiras faz elevar a qualidade da nossa tecnologia. Mas as envergaduras, a profundidade dessa cooperação deve ser rigorosamente ponderada. Tanto do ponto de vista da nossa capacidade de concorrência, como da segurança nacional”, frisou.

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