O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguei Lavrov, considerou ilegítimo o Grupo de Contato sobre a Líbia e acrescentou que a Rússia não tenciona aderir a ele.
“O Grupo de Contato é uma estrutura autoformada, que proclamou um mecanismo que responde pelo cumprimento da resolução (do CS da ONU). Do ponto de vista do Direito Internacional, esse grupo não tem legitimidade”, precisou ele, numa conferência de imprensa no Cazaquistão.
Segundo Lavrov, “a legitimitade está presente no quadro do CS da ONU, que tem prerrogativas e direito de controlar o cumprimento das suas decisões”.
“Penso que os participantes do Grupo de Contato compreendem a sua falta de legitimidade”, frisou.
O Grupo de Contato foi criado com vista a coordenar a reação internacional aos acontecimentos na Líbia.
Moscovo apelou mais uma vez ao diálogo imediato entre as partes do conflito na Líbia.
“A Líbia é um problema por si só. É preciso utilizar o mais rapidamente possível os serviços do enviado especial do secretário-geral ONU, as propostas de intermediação da União Africana, para que comecem conversações sem condições prévias”, acrescentou.
“Não há dúvidas de que será um novo sistema político, mas é preciso chegar a acordo com aqueles de quem depende a normalização da situação”, frisou.
Serguei Lavrov considerou também “muito perigosa” a repetição dos acontecimentos líbios na Síria, Iemen e Bahrein.
“Nós queremos que o cenário líbio não se repita, para já não falar de que é preciso encaminhar a situação na Líbia para a via política. Há aí demasiadas violações da resolução do CS da ONU”, disse
O ministro revelou que a Rússia, o Brasil, a Índia, a China e a África do Sul têm perguntas a fazer sobre as ações da coligação internacional: “as respostas que nos dá a coligação não nos podem satisfazer”.
“Infelizmente, a situação líbia criou a tentação em numerosos opositores na região de criar uma situação análoga e contar com a ingerência do Ocidente no conflito a favor de uma das partes. Isso é uma perspetiva muito preocupante e espero que isso não aconteça”, precisou.
Lavrov revelou também que as conversações entre a Rússia e os Estados Unidos sobre a criação de um escudo de defesa antimíssil na Europa avançam com “muita dificuldade”.
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