terça-feira, agosto 16, 2011

Contributo para História de Portugal (Lisboa- centro de espionagem durante 2ª Guerra Mundial)- 2ª parte



"O centro da organização “Czarny” encontra-se em Madrid e Barcelona.
O político romeno PANGAL, actualmente, desenvolve grande actividade em Lisboa e parece conhecer a constituição da organização. É bem provável que ele tenha transmitido dados sobre a organização a ALEXANDER.
“Czarny” levava o correio até ao território francês, daí era levada por um francês “do outro lado”, que a levava através da fronteira, que agora é guardada cuidadosamente pelos alemães. O “Francês do outro lado” pode bem ser o próprio ALEXANDER, porque KOWALEVSKI recorda que “esse francês” deve ter possibilidade de dar uma ligação entre França e Barcelona.
Dos materiais é evidente que os correios português e argentino entregavam o correio a KOWALEVSKI através de um homem em Lisboa que tem a alcunha de “Belii” (Branco). Há provas de que “Belii” é idêntico a Issac WAISMAN, que é representante do congresso hebraico em Lisboa e realiza actividade entre os emigrantes judeus que chegam a Portugal.
Desde Janeiro que WAISMAN tem boas relações com ALEXANDER e, através dele, chegou a um acordo com a polícia para que todos os judeus que chegam ilegalmente a Portugal sejam enviados não para a prisão, como acontecia antes, mas para regiões especiais de habitação. Estabeleceu-se que ALEXANDER visitava frequentemente o escritório de WAISMAN.
Dos materiais é evidente que os polacos têm em Lisboa um homem importante para eles com a alcunha de “Svinka” (Papeira). Supostamente a espionagem do Bloqueio (organização MORT) tenciona enviá-lo para França através de Espanha. KOWALEVSKI acordou que “Svinka” parasse em Madrid e se encontrasse aí com membros da organização “Czarny” e reorganizasse o seu trabalho. Nos materiais diz-se que “Filipp”, “Krac”, “Koschenok” também serão enviados para Madrid a fim de reorganizar a “Czarny”. Z. considera que essas alcunhas dizem respeito a Stefan ROGOZINSKI, que trabalha para a espionagem polaca e há algum tempo que se encontra em Lisboa, trabalhando conjuntamente com KOWALEVSLI.
BOLOMOLEZ dirige o trabalho da “Czarny” a partir de Lisboa. Leonid KAGAN está ligado a esta organização. Na organização trabalha também o português Manuel Cardoso PINTO.
KOWALEVSKI tem ligação com Itália, utilizando o correio diplomático do Vaticano e o correio, o padre SUVAL, de Roma, com a Roménia através do correio romeno e de particulares romenos, por exemplo BALAU do banco nacional romeno, diplomata, etc. Com a Hungria através de diplomatas húngaros, do jornalista TAMAS e de outros. Andreas TAMAS é correspondente político, que representa em Lisboa a agência telegráfica húngara. Ele é um forte nacionalista e membro da liga revisionista húngara. Além da prestação de ajuda aos polacos no sentido do estabelecimento das suas ligações com a Europa Central, ele também lhe transmite informações sobre questões gerais. Esta informação baseia-se nos dados de alguns jornalistas, membros da liga revisionista em Berlim e noutros países. KOWALEVSKI aposta na utilização dessa liga nos seus interesses."
Continua...

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