Representantes da Arménia e do Azerbaijão envolveram-se em acesa discussão na cimeira da Comunidade de Estados Independentes devido ao estatuto de Nagorno-Karabakh, território azeri ocupado por arménios.
“Eu não gostaria de trazer uma nota triste à cimeira comemorativa, mas a intervenção do Presidente da Arménia sobre a situação em Nagorno-Karabach obriga-me a fazer isso”, declarou Artur Rassizade, primeiro-ministro azeri, na cimeira da CEI, que assinalou o 20º aniversário da organização que reúne 11 das 15 antigas repúblicas soviéticas.
O dirigente do Governo azeri recordou que Nagorno-Karabakh proclamou a independência em arrepio do Direito Internacional há 20 anos atrás, levando o Presidente arménio, Serge Sargsian, a retorquir: “o povo de Nagorno-Karabakh utilizou com todo o fundamento o seu direito à autodeterminação e conquistou com sangue o seu direito à independência”.
“Espero que muitos dos presentes conheçam mais ou menos o problema de Nagorno-Karabakh e que essa intervenção foi dirigida a quem não está ao corrente do problema ou feita para consumo interno”, comentou o primeiro-ministro azeri.
“Tendo ouvido atentamente a intervenção, pensei que talvez na cimeira comemorativa os chefes de Estado pudessem votar pela independência de Nagorno-Karabakh. Então pare que serve o Grupo de Minsk, outras iniciativas?”, acrescentou.
Segundo ele, a essência da questão consiste em que “um membro da CEI desencadeou uma agressão contra outro membro, ocupou 20 por cento do território e provocou um milhão de refugiados e deslocados”.
“Considero que a Arménia revelou uma vez mais a sua posição não construtiva nesta questão”, concluiu.
O conflito entre a Arménia e o Azerbaijão em torno de Nagorno-Karabakh começou em fevereiro de 1988, quando essa região, pertencente ao Azerbaijão, mas habitada por uma maioria arménia, proclamou a sua independência.
Baku não reconheceu essa decisão, o que provocou uma guerra que se prolongou até 1994. O Azerbaijão perdeu não só essa região, mas também uma faixa de território que a liga à Arménia.
O Grupo de Minsk da OCSE, formado pelos Estados Unidos, Rússia e França, conseguiram um cessar de fogo, mas não a solução definitiva do conflito. Baku tem vindo a ameaçar a recorrer à força para reaver os territórios pedidos.
6 comentários:
A Rússia sempre irá defender a Armenia, em qualquer incidente envolvendo Armenia e Azerbaijão!
Ameaças que são para levar muito a sério.
Desde a guerra no Alto Karabakh que o Azerbaijão tem investido fortemente nas suas FA, com o apoio dos EUA, Israel e, sobretudo, da Turquia (com quem tem, inclusive, acordos de cooperação e assistência em caso de guerra por causa do Nagorno-Karabakh).
Note-se também que os azeris gastam pelo menos cinco vezes mais com as suas forças armadas do que os arménios.
Eu não acho que a Rússia é propensa a Armênia e sim ao Azerbaijão que é riquíssimo em petróleo!
O Azerbaijão é ISLAM e o ISLÃ é inimígo da Rússia!!!!
Graças ao ISLAM, carros explodem todos os dias no Càucaso russo!
As autoridades do Alto Karabakh são culpados de limpeza étnica contra as populações azeris no início do conflicto. Recentemente li um bom livro sobre o assunto, a seu autor Denis Hutsko é descendente dos cossacos ucranianos, falante de russo, que nasceu e cresceu na Geórgia (bela mistura fina!):
http://www.amazingbook.ru/product/
denis-gucko-russkogovorjashij/
Não faz o menor sentido, se fosse o caso os países da Asia Central seriam inimigos da Rússia, pois são de maioria muçulmana, inclusive o Cazaquistão que faz parte dessa União Aduaneira com a Rússia.
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