Elena Gueorguievna Golubeva, uma das pioneiras do ensino da língua portuguesa e da tradução de obras de português e galego para russo, faleceu hoje aos 81 anos na sua cidade natal, tendo lecionado na Universidade local até ao último dos seus dias.
Nascida em 1930, Elena Golubeva terminou Faculdade de Filologia da Universidade de Leninegrado, na especialidade de línguas portuguesa e galega. Ficou ligada para sempre a essa escola, uma das pioneiras no ensino da língua de Camões na União Soviética, onde lecionou Língua Portuguesa, Literatura dos Países Lusófonos e Teoria e Prática de Tradução.
Entre 1972 e 1995, dirigiu a Cadeira de Filologia Românica da Universidade Estatal de Leninegrado/São Petersburgo.
Golubeva participou na tradução de várias coletâneas de poesia portuguesa para russo, tendo vertido para a língua de Puschkin poetas lusos como Fernando Pessoa e Sofia de Mello Breyner. Além disso, traduziu “Sonetos” de Luís de Camões e “Poesia dos Trovadores. Antologia da Literatura Galega”.
No campo da prosa, Elena Golubeva traduziu escritores tão diversos como o brasileiro Machado de Assis, e os portugueses Alexandre Herculano, José Saramago, Rui Tavares e Gonçalo M. Tavares.
A professora é também autora de compêndios de língua portuguesa para alunos russos.
“Uma mulher muito humilde, discreta, mas de grande sabedoria. Quando eu dava aulas de conversação na Universidade de São Petersburgo, ela vinha ouvir-me para aperfeiçoar o seu português”, recorda João Mendonça, leitor do Instituto Camões em Moscovo, em declarações à Lusa.
“Desapareceu uma das personalidades que mais fez para divulgar o português na Rússia”, concluiu.
Elena Golubeva foi condecorada com a medalha soviética de “Veterano de Trabalho” e a medalha russa “Por ocasião do 300º aniversário de São Petersburgo”, mas não foi agraciada com qualquer ordem de Portugal ou do Brasil.
3 comentários:
"Elena Golubeva foi condecorada com a medalha soviética de “Veterano de Trabalho” e a medalha russa “Por ocasião do 300º aniversário de São Petersburgo”, mas não foi agraciada com qualquer ordem de Portugal"
Típico, JM! A malta é mesmo assim.
Mas agora que morreu talvez obtenha um reconhecimentozito póstumo...
Aqui no Brasil preferem dar condecoraçãos ao Chávez, Che Guevara, Manuel Zelaya e outros criminosos...
RIP
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