sexta-feira, novembro 11, 2011

Rússia dá mais um passo para a adesão à OMC

A adesão da Rússia à Organização Mundial do Comércio foi aprovada hoje pelo grupo de trabalho dessa organização que rege o comércio internacional, informa a agência Ria-Novosti.
Esta adesão, formulada num documento de 700 páginas elaborado em 18 anos de negociações, deve ser agora aprovado pelos 153 membros da OMC, durante uma conferência ministerial em dezembro em Genebra.
Segundo a OMC anunciou, logo após a adesão, a Rússia terá de reduzir as taxas de importação de produtos agrícolas de 13,2 para 10,8 por cento e de produtos industriais: de 9,5 para 7,3 por cento.
Excepção à regra são as taxas de importação de aves, que Moscovo deverá rever dentro de oito anos, e as de importação de veículos ligeiros, helicópteros e aviões de passageiros, que serão revistas dentro de sete anos.
As negociações com vista a essa adesão estiveram bloqueadas devido a um litígio fronteiriço entre a Geórgia e a Rússia. Este litígio foi resolvido ontem, com um acordo assinado em Genebra entre as duas partes.
“A viagem foi longa, mas, hoje, a Rússia deu um grande passo rumo ao objetivo de tornar-se membro da OMC”, declarou Pascal Lamy, diretor-geral da OMC, citado num comunicado da organização.
“A Rússia aceita uma série de direitos e de obrigações, que são os fundamentos de um sistema comercial internacional aberto, transparente e não discriminatório”, acrescentou Lamy, sublinhando que isso “reforça o lugar da Rússia na economia global e torna-a mais atrativa para os investimentos”.
Pelo seu lado, Maksim Medvedkov, negociador-chefe da Rússia para essa adesão, indicou que é “gratificante ver que, depois de 18 anos de negociações, por vezes difíceis, o processo de adesão à OMC terminou”.
“A adesão negociada permite-nos aceder a um sistema de regras comerciais multilaterais, o que cria novas oportunidades para os nossos homens de negócios e os nossos investidores, e permite-nos proteger os interesses comerciais melhor do que antes”, concluiu.

5 comentários:

Anónimo disse...

Isso poe por terra a união aduaneira? Tomara!

Da Rússia, de Portugal e do Mundo disse...

Alguns analistas russo consideram que a OMC está em vias de extinção devido às medidas proteccionistas dos países membros para protegerem os seus mercados em tempo de crise.

PEDRO disse...

"Isso poe por terra a união aduaneira? Tomara!"

O que levará um badameco qualquer a ficar preocupado com a União Aduaneira!!!!

Eu estou mais preocupado com a EU. Onde vemos aquelas danças todos os dias.

Pippo disse...

Não há dúvida que, face às diferenças salariais (e não só) praticadas pelos diversos países, terão de ser criadas medidas proteccionistas por parte dos países afectados.
Não é possível competir com uma China ou uma Indonésia que praticam o salário do "par de chapadas e uma bola de arroz" e que não têm sistemas de protecção laboral, horários fixos, etc.
Aliás, grande parte das convulsões sociais actuais derivam da redução da qualidade de vida dos trabalhadores dos países desenvolvidos, única forma que as empresas ávidas de lucro têm para serem "competitivas" com os produtores asiáticos.

A criação de medidas proteccionistas ditará o fim da OMC? Presumo que não, pois convém manter um fórum de discussão mundial. Agora, que os pressupostos de igualdade, de nivelação entre países desiguais, têm de ser alterados, lá isso têm.

Em todo o caso, obviamente, isso não afectará em nada a criação de uma União Aduaneira euroasiática, como o pretende V. Putin.

MSantos disse...

A crise económica que a Europa e os EUA estão a sentir em particular não se resolverá enquanto:

- Não forem restituídas as barreiras comerciais que existiam até à queda do muro

- Enquanto não se ilegalizar e perseguir as offshores a nível global bem como impôr sanções a estados que se sirvam de benesses fiscais para ir buscar riqueza alheia (Suíça, Lichenstein, etc...)

- Taxar violentamente a especulação vulgo mercados de capitais a nível global e total de modo que não tenham sítio para onde fugir

- Restituir aos estados a predominância da economia, não implicando as suas restrições, bem pelo contrário mas impedindo toda a libertinagem desonesta que nos levou a esta situação

- Obviamente reduzir ao mínimo as despesas fixas dos estados.

E para melhorar podíamos inclusíve também propôr:

- Não permitir que uma empresa, fábrica não cumpra os requesitos mínimos dos direitos laborais conquistados até á queda do muro, a nível global total para não terem para onde fugir.

- Taxar uma pequena percentagem de garndes lucros de empresas e fortunas a nível global de modo a não terem para onde fugir e que a alternativa seja ou ganhar um pouquinho menos dinheiro ou não ganhar dinheiro de todo.

Sou partidário desta globalização.

Entretanto o que estamos a assistir nas medidas que estão a ser presentemente tomadas é excatamente o que teria sido se já no colapso económico da URSS, os seus líderes anida tivessem colectivizado mais, centralizado mais, inibindo ainda mais a iniciativa privada pois tudo estava a ser culpa de pouco comunismo.

Mas dado termos sido formatados no actual pensamento nos últimos 20 anos, vamos descobrir isto da pior forma.

Já disse isto tantas vezes e infelizmente até à data, os acontecimentos têm confirmado tudo isto.

Cumpts
Manuel Santos